CÉLULAS-TRONCO INTESTINAIS DÃO PISTA SOBRE ORIGEM DO CANCRO COLO-RETAL

2012-04-04

Investigadores do Vanderbilt-Ingram Cancer Center identificaram uma população de células-tronco intestinais que podem dar pistas sobre a origem do cancro colo-rectal, avança o portal ISaúde.
O novo grupo parece ser relativamente inactivo, em contraste com a recente descoberta de células-tronco intestinais que se multiplicam rapidamente. Além disso, é marcado por uma proteína, a Lrig1, que pode actuar como um "freio" no crescimento e na proliferação celular.

“O mais excitante é que o modelo de rato gerado como parte destes estudos é um dos poucos modelos de ratos que desenvolvem tumores na parte do intestino na qual a maioria dos tumores humanos se desenvolve: o cólon. Uma vantagem adicional, em contraste com os outros, é que os tumores se desenvolvem rapidamente e podem ser facilmente monitorizados por endoscopia", informou Robert Coffey Jr., co-presidente do Centro de Biologia Epitelial na Vanderbilt University.

O cancro colo-rectal é a segunda causa de morte por cancro EUA. Acredita-se que estes tumores surjam a partir de uma série de mutações nas células-tronco intestinais que são de longa duração e que se auto-renovam, dando origem a todos os tipos de células no trato intestinal.

Há mais de 30 anos, os cientistas acreditaram que as células-tronco intestinais eram principalmente inactivas, proliferando apenas raramente, a fim de proteger o tecido contra o cancro. Em 2007, investigadores relataram a descoberta de uma população de células-tronco intestinais (marcadas pela molécula Lgr5) que era altamente proliferativa.

Essas descobertas "realmente mudaram a maneira como pensamos sobre as células-tronco intestinais. Elas dominaram o campo de tal forma que colocaram em dúvida a existência das células-tronco quiescentes (inactivas) ... e é aí que entramos em cena", disse Coffey Jr.

Via de sinalização
O laboratório de Coffey estuda a via de sinalização do factor de crescimento epidérmico (EGF) - que inclui uma família de receptores conhecidos como ErbBs - e o seu papel nos cancros de tecidos epiteliais, como o trato intestinal. Anne Powell conduziu as experiências recentes que mostram que a Lrig1, uma molécula que regula a actividade do ErbB, está presente nas células intestinais que têm as qualidades de células-tronco (auto-renovação e capacidade de produzir todas as células do intestino).

"Essencialmente, o que mostramos é que as células que expressam Lrig1 são células-tronco e que elas são em grande parte quiescentes. Mostramos também que elas são distintas das células-tronco que expressam Lgr5 que se tornaram uma espécie de população de células-tronco característica... com perfis diferentes de expressão de genes e com status proliferativos diferentes", disse Powell.

Eles também mostraram que a Lrig1 não é apenas um marcador das células-tronco intestinais, mas também actua como um supressor de tumor e inibe o crescimento e os sinais proliferativos da família ErbB - actua como uma espécie de "travão" na proliferação das células que podem levar ao cancro .

Yang Wang eliminou a Lrig1 em ratinhos e mostrou que quase todos os ratinhos desenvolveram tumores intestinais, fornecendo mais evidências que sugerem que a Lrig1 funciona como um supressor de tumor.

Os resultados ressaltam a importância da ErbB na sinalização do comportamento das células-tronco intestinais a partir das quais o cancro colo-rectal pode surgir.

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