ALIMENTOS TÊM INFLUÊNCIA NA MEMÓRIA DE IDOSOS

29/12/2011


Nutrientes são encontrados em frutas, legumes, peixes e outros alimentos.

Vitaminas B, C, D e E, assim como de omega 3 têm efeitos positivos na saúde mental.

Os idosos cujo sangue apresenta maiores teores de certas vitaminas e ácidos graxos omega 3 mantêm sua capacidade mental e de memória por mais tempo, revela um estudo publicado nessa quarta-feira. O trabalho concluiu que os idosos que consomem estas vitaminas e ácidos graxos omega 3 não experimentam uma redução do volume de seu cérebro, um fenômeno tipicamente observado nas pessoas que sofrem de Alzheimer.

Publicado na edição de 28 de novembro da revista Neurology, o estudo determina que os altos níveis de vitamina B, C, D e E, assim como de omega 3, encontrado principalmente nos peixes, têm efeitos positivos na saúde mental e no restante do organismo.

— Este enfoque mostra claramente os efeitos neurológicos e biológicos, bons e maus, ligados aos níveis de diferentes nutrientes no sangue. As vitaminas e os nutrientes que se obtém comendo uma grande variedade de frutas, legumes e peixes podem ser medidas com o auxílio de biomarcadores sanguíneos. Estou convencida de que estes nutrientes têm um grande potencial para proteger o cérebro e fazê-lo funcionar melhor — explica Maret Traber, do Instituto Linus Pauling da Universidade do Oregon, no noroeste dos Estados Unidos.

A pesquisa também revela que os participantes do estudo com alimentação rica em ácidos e gorduras trans, abundantes em produtos lácteos e frituras, obtiveram resultados piores no teste cognitivo e apresentaram redução do cérebro considerável.

Os pesquisadores analisaram 104 indivíduos com idade média de 87 anos, submetidos a testes com 30 biomarcadores de nutrientes no sangue. Deste total, 42 também passaram por exames de ressonância magnética para medir o volume de seus cérebros. 

A ESPERANÇA DA CÉLULA-TRONCO CHEGA A MAIS BRASILEIROS

28.Dez.11 


"Não desistam! Caí de uma laje há nove anos e fui obrigado a aceitar que nunca
mais voltaria a andar. Mas não me descuidei e continuei com a fisioterapia. Hoje,
vejo que todo aquele esforço valeu a pena. Minha vida mudou radicalmente outra
vez, embora a luta continue. Vou começar aula de Pilates e tentar ganhar massa
muscular para recuperar o equilíbrio. Também quero servir de exemplo a outras
pessoas. Por favor, não desistam!”

Maurício Ribeiro, 47 anos, ex-policial que voltou a andar após ser submetido à terapia com células-tronco.

Estudo pioneiro que fez ex-policial paraplégico voltar a andar será repetido em oito centros no País, levando a promessa de recuperação a dezenas de outros pacientes.

 Uma notícia impressionante surpreendeu o Brasil em 2011: o ex-policial baiano Maurício Ribeiro, 47 anos, paraplégico há nove, recuperou parte dos movimentos das pernas e voltou a andar com a ajuda de aparelhos. A façanha foi resultado de uma experiência liderada por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na Bahia, e tornou-se uma das primeiras a demonstrar resultados efetivos de terapias à base de células-tronco para tratar lesões na medula espinhal.

Em 2012, a esperança é de que outros pacientes obtenham o mesmo sucesso de Maurício. O estudo terapêutico será levado a outros oito centros do País , financiados pelo Ministério da Saúde e BNDES. Ao todo, estima-se que 200 brasileiros farão parte da pesquisa. Além do existente na Bahia, serão quatro laboratórios em São Paulo (um no interior) e outros em Curitiba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O custo por paciente, que será pago pelo governo, será de aproximadamente R$ 20 mil.

Embora os cientistas tentem frear o otimismo promovido pe­la recuperação de Maurício – os pesquisadores receberam de­zenas de pedidos de outros pacientes para serem submetidos à terapia –, os resultados apontam que o tratamento com células-tronco já é uma realidade no Brasil. Na própria Fiocruz de Salvador, os pesquisadores também tiveram sucesso com a aplicação dessas estruturas para a regeneração do fígado em casos de cirrose hepática. Outro trabalho, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, apresentou progressos animadores no tratamento de paralisias decorrentes de acidente vascular cerebral. No experimento do qual fez parte o ex-policial, todos os pacientes apresentaram uma melhora sensível na qualidade de vida após o implante de células-tronco, embora o único a ter dado alguns passos tenha sido Maurício. “Mas a maioria conseguiu sentir as pernas, alguns ficaram de pé e outros começaram a controlar as funções da bexiga e do esfíncter”, diz Ricardo Ribeiro dos Santos, coordenador do projeto.

Os participantes do estudo são pacientes que perderam a conexão entre o cérebro e os membros inferiores após grave lesão na medula espinhal. “Não é possível verificar, mas acreditamos que conseguimos recuperar parte dessa conexão”, diz Milena Botelho, uma das pesquisadoras do projeto da Fiocruz. Além da paralisia, a lesão provoca diminuição da força, perda da sensibilidade e do controle sobre o intestino e a bexiga. O implante de célula-tronco pode ser realizado seis meses após o início da paraplegia, quando o quadro do paciente já se encontra estável.

No procedimento, células-tronco mesenquimais (já adultas) são retiradas da medula óssea presente no osso do quadril, cultivadas durante 30 dias e aplicadas no paciente diretamente no local da lesão medular por meio de um procedimento cirúrgico. “Acredita-se que essas células se integram às da lesão, sendo capazes de regenerá-las”, disse à ISTOÉ a pesquisadora Aileen Anderson, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Em 2005, ela conseguiu o mesmo feito da pesquisa brasileira, mas em ratos.

Apesar de os cientistas acreditarem que parte da lesão deixou de existir, a recuperação desses pacientes não é homogênea. “Cada um responde de uma maneira. Uma célula é diferente da outra. Algumas envelhecem mais rápido”, explica Santos. O trabalho, realmente, é intenso. Junto com pesquisadores, outros profissionais participam do projeto. Fisioterapeutas, neurocirurgiões, hematologistas, especialistas em dor, cardiologistas, infectologistas, educadores físicos e nutricionistas se revezam para acompanhar a evolução dos participantes.

A fisioterapia é a mais trabalhosa, já que a paralisia provoca atrofiamento dos músculos. Por isso, são necessárias duas sessões de exercícios por dia para fazer com que os músculos sustentem o corpo novamente. “Elaboramos um programa especial para essa recuperação”, explica a fisioterapeuta Cláudia Bahia, da Clínica de Atenção à Saúde, responsável pelo acompanhamento de Maurício. “Ele ajuda o paciente a ultrapassar os limites antes impostos pela paralisia.”



CRISTINA ENFRENTA CÂNCER COM TUMOR

29 de dezembro de 2011



Presidente argentina diz que irá liderar congresso dos que venceram a doença.

Cristina Kirchner ainda não tirou o luto do figurino, mas já se diz forte para outro desafio: superar o câncer de tireoide anunciado na terça-feira. Ontem, vestida de preto até os pés – como faz há 14 meses, desde que o marido Néstor morreu –, a presidente da Argentina demonstrou otimismo em sua primeira aparição pública após a divulgação da doença.

Em uma cerimônia com governadores na Casa Rosada, ela brincou com o vice, Amado Boudou. Ele ficará no cargo por 20 dias a partir de 4 de janeiro.

– Cuidado com o que você vai fazer. É uma brincadeira, mas leve a sério – disse a presidente, que tem 58 anos e tomou posse para o segundo mandato há 19 dias.

Apesar de ser conhecida por centralizar decisões – e compartilhá-las apenas com os filhos –, Cristina agora tem um vice afinado a ela. O antigo, Julio Cobos, ela chamava de “traidor” por conta de seu protagonismo na derrubada do projeto “impostaço agrário” do governo.

Para demonstrar que está em pleno exercício do poder e dissipar inquietação com a notícia, a presidente manteve a agenda oficial e pediu aos servidores que não saiam de férias enquanto ela se recupera “por uma questão de responsabilidade”.
Em telefonema, Dilma desejou sorte

No ato de ontem, Cristina contou que o primeiro telefonema de solidariedade que recebeu foi do colega venezuelano Hugo Chávez, que se diz curado de um câncer. Chávez propôs que fizessem um congresso dos presidentes que tiveram a doença, referindo-se também à presidente Dilma Rousseff, que se tratou de um linfoma em 2009, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que luta contra um câncer na laringe, e ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que se curou também de um linfoma. Dilma ligou para a Argentina e desejou sorte.

– Vou brigar pela presidência honorária do congresso dos que venceram o câncer – brincou, mais uma vez, agradecendo a solidariedade e dizendo que seguirá com “a mesma força de sempre”.

A notícia da doença, feita pelo porta-voz Alfredo Scoccimarro, causou consternação no país. A histórica presidente da Associação Mães da Praça de Mayo, Hebe de Bonafini, escreveu uma carta para Cristina, dizendo que a vida outra vez lhe pede “uma prova”, mas que ela irá “vencer a pequena glândula”. O sindicalista Hugo Moyano, que no mandato anterior era um dos principais aliados dos Kirchner, mas que se converteu em adversário e deixou o Partido Justicialista, disse estar comovido.

Mesmo assim, levou, como de costume, uma alfinetada da presidente na cerimônia de ontem.

– O bom é ter direitos e não aristocracias entre os assalariados – declarou Cristina.

Uma das principais incertezas geradas pela divulgação da doença é o fato de ser um governo “personalista”, conforme análises de analistas políticos. A expectativa é de que, apesar de estar afastada fisicamente, será ela quem seguirá ditando as regras.

Chances de cura chegam a 95%

 

O câncer de tireoide diagnosticado na presidente argentina, Cristina Kirchner, é o segundo que mais cresce no mundo – só perde para o melanoma (de pele).

No Hospital Santa Rita, referência em oncologia no Rio Grande do Sul, são realizadas 700 cirurgias para retirar a glândula por ano.

– O tipo de câncer de Cristina é o mais comum e o de melhor prognóstico – afirma o diretor médico e chefe do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Santa Rita, Ricardo Kroef.

As chances de cura chegam a 95%. Existem outros tipos de câncer de tireoide mais complicados, como o carcinoma medular e o carcinoma anaplásico. A doença de Cristina é menos complexa do que a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrenta um tumor na laringe, de maior agressividade, compara o médico. O tratamento se dá apenas com cirurgia, sem quimioterapia. Em alguns casos é necessário uma complementação com pílulas de iodo radioativo, que ajudam a destruir reminiscências das células cancerígenas. Mas Cristina não sofrerá, por exemplo, a perda de cabelos.

A prevenção é feita com exames regulares. Graças à tecnologia, é possível descobrir a doença em fase inicial – a ecografia detecta nódulos menores do que um centímetro, antes que da apresentação dos sintomas. Kroef explica que a ciência ainda não descobriu por que esse tumor é mais comum em mulheres. Cristina deve ser operada no dia 4 de janeiro no Hospital Austral, em Buenos Aires.

 

FONTE: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a3611418.xml&template=3898.dwt&edition=18663