Autorizado no Brasil, remédio de maconha é pouco prescrito por médicos...

30/12/2018

Canabidiol, a maconha medicinal...

Permitido pelo Conselho Federal de Medicina desde 2014 e com importação legalizada em 2015 pela Anvisa, o canabidiol, um componente da maconha, ainda é pouco prescrito pelos médicos no Brasil -- mesmo com evidências científicas de eficácia em alguns tratamentos. 

Em 2015, quando a prescrição passou a ser permitida, contabilizaram-se 321 pedidos médicos. Em 2018, o número de receitas cresceu 62% (520 prescrições até novembro), mas um valor ainda muito baixo, para um país de mais de 200 milhões de habitantes.... 

"Os médicos sentem-se inseguros em prescrever, principalmente pela dificuldade em encontrar informações, a falta de estudos clínicos robustos e de medicamentos em farmácias. Mas muitos ainda não acreditam no benefício terapêutico", diz a médica especialista em medicina funcional Paula Dall Stella, coordenadora científica da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal. 

Há três anos, a Anvisa transferiu o canabidiol da lista de substâncias proscritas (proibidos) para a de controladas, isto é, pode ser vendida apenas com receita médica especial. 

Com efeito comprovado pela ciência no tratamento de epilepsia, em muitos casos o canabidiol é a única substância conhecida capaz de controlar crises graves de convulsão em crianças e adolescentes. As receitas médicas são necessárias para que as famílias de pacientes consigam entrar na Anvisa com pedido especial de importação de medicamentos que contêm a substância, nenhum deles produzidos no Brasil. 

A maioria desses medicamentos são óleos purificados, feitos de variedades da planta que contêm alta concentração de canabidiol e muito baixa de THC - outro componente principal da planta, responsável pelos efeitos psíquicos característicos do uso recreativo de maconha.

Divergências no Brasil Uma explicação para a pouca quantidade de médicos que receita remédios derivados de cannabis no Brasil são as restrições do Conselho Federal de Medicina, que só autoriza neurologistas, psiquiatras e neurocirurgiões a prescreverem o componente para casos específicos de epilepsia.

Pacientes com outras doenças que poderiam se beneficiar de efeitos terapêuticos da cannabis - como dores crônicas, sintomas do câncer, esclerose múltipla - enfrentam dificuldades para obter prescrição.

 Isso acontece porque os medicamentos que atendem essas outras condições têm quantidades de THC que ultrapassam as de canabidiol, mesmo que ligeiramente. É o caso do Sativex, indicado para controlar espasmos da esclerose múltipla, único remédio de cannabis registrado pela Anvisa no Brasil, como Mevatyl.

Homem leva caixa com "cannabis" à empresa que trabalha com maconha medicinal na Califórnia.

Apesar de a Anvisa ter registrado esse medicamento e receber pedidos de importação especial de remédios que contenham mais THC, com laudo médico, o Conselho Federal de Medicina mantém as restrições quanto ao THC.

Segundo o psiquiatra Salomão Rodrigues, conselheiro do CFM, se de um lado existem evidências que comprovam o uso seguro do canabidiol, de outro não há estudos que comprovem segurança do THC, que "mesmo em doses mais baixas pode causar danos graves e irreversíveis". Ele fala do risco de crises psicóticas de natureza esquizofrênica e de problemas de desempenho cognitivo, no caso de uso crônico e precoce (antes dos 15 anos de idade).

Em 2017 o Conselho se manifestou contra a decisão da Anvisa de incluir a Cannabis na relação de plantas medicinais.

"Nenhuma planta medicinal deve ser utilizada in natura. Este uso não traz segurança ao paciente quanto à dose da substância que está sendo administrada e seguramente cada tomada do 'remédio' terá uma dose diferente. Por outro lado, o paciente não estará usando apenas a substância que deseja, mas sim estará ingerindo muitas outras substâncias e corre o risco de ingerir uma ou mais que cause mal", diz Rodrigues.

Segundo Dall Stella, apesar de a maconha ser usada com fins medicinais há milhares de anos, a compreensão do sistema cerebral no qual atua - conhecido como sistema endocanabinoide - ainda é recente.

"O entendimento do sistema endocanabinoide é relativamente novo, e os medicamentos existentes não são utilizados na prática clínica. Hoje, existem pouquíssimas empresas farmacêuticas com medicamentos registrados e aprovados por órgãos regulatórios internacionais. Temos, de um lado, pouco conhecimento técnico tanto dos medicamentos como do sistema endocanabinoide; de outro, pouco incentivo da indústria em apoiar protocolos que utilizem a cannabis", diz.

Para Paula Dall Stella, "o Brasil é um país conservador, e ainda existe um tabu muito grande em relação à planta. A ignorância e o preconceito sobre o assunto dificultam muito o avanço".

A médica, que entrou em contato pela primeira vez com o uso medicinal da maconha ao verificar as melhoras dos efeitos colaterais da quimioterapia em um paciente de câncer que fez uso terapêutico da erva, afirma que a questão é mais complexa - os benefícios da planta podem ser resultado da ação conjunta de THC, canabidiol e outras cerca de 120 substâncias ativas da planta.

"Não é porque a Cannabis é um fitoterápico ou um medicamento 'natural' que ela não tenha efeitos colaterais ou interações medicamentosas. Mas ainda assim, é uma substância segura, quando bem utilizada', diz Dall Stella.

"Existe uma demanda por cannabis medicinal por parte dos pacientes, mas encontrar um médico que prescreva o tratamento e enfrentar a burocracia de importação é um desafio", diz Viviane Sedola, criadora da Dr. Cannabis, plataforma que conecta médicos que prescrevem compostos da cannabis, pacientes que buscam tratamento e empresas que fornecem os remédios.

Patrocinada pelas empresas fornecedoras, a plataforma dá informações sobre os trâmites burocráticos da autorização da Anvisa e da importação. "40% dos brasileiros sofrem dores crônicas, uma condição muito beneficiada pela cannabis, por exemplo. O Brasil tem potencial de se tornar um mercado bilionário de cannabis medicinal", diz.

Experiência no Uruguai 

A falta de uma "educação médica em cannabis" não é problema exclusivo do Brasil, segundo a médica uruguaia Raquel Peyraube, coordenadora acadêmica do Curso de Cannabis Medicinal e Endocanabinologia no Uruguai, oferecido pelo governo a médicos no país.

A falta de uma "educação médica em cannabis" não é problema exclusivo do Brasil, segundo a médica uruguaia Raquel Peyraube, coordenadora acadêmica do Curso de Cannabis Medicinal e Endocanabinologia no Uruguai, oferecido pelo governo a médicos no país.

No primeiro Congresso Internacional de Medicina Canabinoide, que aconteceu em São Paulo no fim do ano passado, Peyraube relatou os resultados de uma pesquisa que avaliou o uso medicinal da planta no país, que revelou que 58% dos usuários de cannabis medicinal o faziam sem nenhuma supervisão medica e que 23% consideravam os médicos incapacitados para receitarem cannabis de forma adequada.

"Os estudantes de medicina não têm acesso em sua formação a disciplinas sobre o sistema endocanabinoide - saem da faculdade sem saber como funciona esse importante sistema relacionado a tantas funções do organismo", diz Peyraube, destacando que a experiência no Uruguai ensina sobre a necessidade de uma educação da classe medica em cannabis em paralelo às mudanças na legislação, para evitar automedicação. "Médicos precisam de ferramentas de conhecimento para assim se sentirem seguros na prescrição da cannabis. Temos um histórico de mais de 4 mil anos de uso medicinal que não deve ser ignorado", diz Peyraube.

ESCLEROSE MÚLTIPLA É COMPATÍVEL COM GRAVIDEZ SEGURA,,,

29 Dez 2018


Um estudo, publicado a 26 de dezembro e realizado em hospitais portugueses, avaliou as consequências da esclerose múltipla para a gravidez e a saúde do recém-nascido. 



Os resultados indicam a ausência de impacto negativo na gravidez, mas que o tratamento pode afetar as características biométricas do nascituro.



“Pregnancy outcomes in Portuguese women with multiple sclerosis” (PREGNIMS) foi publicado esta semana na revista científica Multiple Sclerosis and Related Disorders. 



Este é um estudo coorte multicêntrico, conduzido em hospitais do Porto, Braga, Santa Maria da Feira, Coimbra, Covilhã e Lisboa, criado com o objetivo de descrever os efeitos da esclerose múltipla (EM) na gravidez de mulheres portuguesas portadoras de EM e na saúde dos filhos.



A EM é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa que afeta frequentemente mulheres em idade fértil, podendo comprometer o sucesso de uma possível gravidez. Em Portugal, os dados sobre esta situação são escassos e continua a haver muitas perguntas por responder.



São vários os estudos publicados sobre os efeitos das “terapêuticas modificadoras da doença” (TMD) na gravidez e o estudo português concluiu que a EM não tem efeitos negativos na gestação. No entanto, é necessário recolher mais informação, para que haja uma base de dados fidedigna.



O PREGNIMS incluiu mulheres, acompanhadas nas clínicas participantes no estudo, que tiveram pelo menos um parto entre 2011 e 2015. Foram identificadas mais de cem gravidezes, mas apenas 97 foram consideradas elegíveis para a análise pretendida. 



Durante um ano foram recolhidos dados relativos à saúde materna, evolução da gravidez, parto e saúde do recém-nascido.



Os resultados mostraram que 5% das gravidezes terminou em aborto, o que foi concordante com resultados de outro estudo, e foram registadas complicações como diabetes gestacional e pré-eclampsia; 64% das mulheres não teve qualquer recaída, que é a manifestação sintomática característica da EM, no primeiro ano pós-conceção, 29% teve uma recaída e as restantes tiveram duas ou três recaídas; não foram registadas mortes perinatais e as malformações congénitas foram mínimas, em apenas três recém-nascidos. Não se verificou impacto da doença no tipo de parto nem na duração da gravidez.



A exposição a TMDs, nomeadamente a fármacos imunomoduladores, durante a gravidez resultou na menor altura do recém-nascido, mas não teve impacto noutras variáveis. A exposição a TMDs também se relacionou com a maior duração das hospitalizações pós-parto, mas não com intervenções médicas diferentes.



Desta forma, o estudo demonstrou que a EM não tem impactos negativos na gravidez, mas que a exposição a TMDs durante a gestação tem alguns riscos associados para o recém-nascido. 



Contudo, continua a haver necessidade de discutir esta situação clínica, uma vez que a variabilidade existente entre as gravidezes e a escassez de dados continuam a assumir-se como problemas para a padronização de procedimentos clínicos.



MESMO COM ESTUDO TÉCNICO, ANVISA NÃO LIBERA CULTIVO MEDICINAL DA MACONHA...

23/12/201

Fischer tem autorização para importar o medicamento para a filha Anny...


Mesmo com estudo técnico concluído desde outubro de 2017, Anvisa não libera a importação de sementes e o cultivo da planta. Sem regulamentação, famílias precisam recorrer à Justiça ou a traficantes para conseguir tratamento para parentes...

Mesmo um ano e dois meses após ter concluído um estudo técnico, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não liberou a importação de sementes para o cultivo medicinal da maconha. Para se ter ideia da morosidade, o México iniciou esse processo depois da equipe brasileira e já definiu o trâmite para a compra e o semeio da planta. 

Aqui, estudos técnicos estão prontos desde outubro de 2017. A regulamentação garantiria a associações e familiares de pacientes maior facilidade para o uso terapêutico. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria são contra.

O uso medicinal da maconha tem crescido no mundo, criando alternativas de tratamento para doenças como câncer cerebral, esquizofrenia, esclerose múltipla, hidrocefalia, epilepsia e convulsões. 

No Brasil, mais de 80 mil unidades de produtos à base da planta foram importados desde janeiro de 2015, quando a Anvisa liberou o uso médico-hospitalar de canabidiol. 

Quase 3 mil brasileiros conseguiram a licença para a compra neste período.

Importar esses produtos é complicado e caro. Alguns medicamentos podem custar R$ 3 mil por frasco. O primeiro passo para quem tem interesse no tratamento é conseguir uma receita especial com o médico. Depois disso, terá de enfrentar diversas etapas de autorização na Anvisa para a importação. Com a liberação em mãos, é possível comprar os produtos em sites internacionais e encaminhar a permissão de entrada no país para a Receita Federal. Em alguns casos, o prazo se arrasta por mais de um ano.

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Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Holanda, França, Espanha, Itália, Suíça, Israel e Austrália são nações que apostaram no uso científico e na potencialidade de cura do uso da maconha e seus derivados. Na Califórnia, o uso foi autorizado em 1996 por meio de uma proposição de iniciativa popular. Há três anos, a Anvisa possui um grupo de trabalho com o objetivo de esclarecer os requisitos de segurança e de controle para o cultivo da planta e propor uma regulamentação para esse tipo de atividade. Contudo, poucos avanços foram implementados e recorrer ao Judiciário é o caminho para maioria das famílias.

Pai da primeira brasileira autorizada judicialmente a importar um derivado da cannabis para uso medicinal, Norberto Fischer enfrentou até 80 crises convulsivas por semana de sua filha Anny, diagnosticada com uma rara síndrome sem cura, a CDKL5. O medicamento deu à menina qualidade de vida. Ancorado em sua experiência, ele pede celeridade nos processos. “O prejuízo para as famílias ocorre em todos os sentidos. O Brasil perde em ganho de impostos, em avanços científicos e em desenvolvimento. Vamos continuar dependentes de outros países”, critica.

Agenda

O governo brasileiro tem uma agenda regulatória para o período 2017-2020. Antes de deixar o cargo, o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, tentou avançar na regulamentação. Pediu celeridade ao processo que considera lento e ressaltou, por meio de procedimento interno, a urgência de as propostas serem avaliadas pela direção colegiada do órgão. Barbosa deixou o cargo em julho. No lugar dele, assumiu William Dib. O Correio procurou a Anvisa, que não comentou o caso.

Fischer está descrente com a agenda regulatória 2017-2020. “Espero que com o próximo governo tenhamos mais visibilidade política para esse processo. Vamos avançar, sem dúvidas, independentemente do governo. O mundo está caminhando para isso. Está provado cientificamente que traz benefícios. Não há mais dúvidas”, adverte. O pai de Anny emenda. “Se houvesse a descriminalização e a regulamentação, famílias não precisariam recorrer ao tráfico para tratarem os doentes. Pessoas de má-fé já produzem drogas e vendem no mercado para fins recreativos. A situação para fim terapêutico é outra”, conclui.

Na Anvisa, duas regulamentações, uma de cultivo da maconha e plantas controladas para pesquisa, e outra específica da droga para fins comerciais são debatidas. As propostas foram elaboradas pela área técnica da agência. As normas permitiriam que instituições públicas e privadas cultivem e desenvolvam medicação à base da planta no Brasil. A pesquisa com maconha e seus derivados é permitida no país. Contudo, os cientistas dependem de importações e os estudos precisam de autorização do órgão.

Sabrina, com a família, recebe canabidiol pela Secretaria de Saúde, mas às vezes falta...

Incerteza para pacientes
Sabrina Azevedo Filgueira, 11 anos, é autista em grau elevado e tem epilepsia. Ela faz uso do canabidiol — medicamento derivado da maconha. A menina foi a primeira a obter na Justiça, em 2013, a garantia de compra do remédio pela Secretaria de Saúde. Mesmo com a conquista, o tratamento é delicado. O pai dela, o analista de licitações Fábio Filgueira Virgulino de Sousa, 37, cobra a autorização para o plantio e o cultivo da planta. “Não houve avanços por parte da Anvisa em termos de políticas públicas. As conquistas estão na Justiça que se sensibiliza com a situação das famílias e concede a liberação. Ainda assim é um processo desgastante”, reclama.



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Para ele, a questão é de garantir oportunidade de tratamento e qualidade de vida aos pacientes. “Existe um lobby da indústria farmacêutica contra a produção artesanal, sobretudo pelo valor dos medicamentos comercializados. Outro ponto é o preconceito que ainda é muito forte”, conclui. Para se ter ideia dos custos, a renda média da família é de R$ 2,5 mil mensais. Quando a distribuição falha, eles têm de desembolsar R$ 1,2 mil por ampola.





Famílias têm se organizado para pressionar o governo para mudar as regras. Numa pesquisa na internet, aparecem mais de 50 grupos espalhados pelo país. Uma das mais atuantes, a Associação Cannab apoia o uso do óleo extraído da maconha como tratamento médico. A entidade almeja conseguir autorização para realizar o plantio, estudo e pesquisa para fins medicinais e científicos.

 Posição contrária

O Conselho Federal de Medicina (CFM) é contrário à flexibilização das regras e à modificação da lei. “A categoria profissional médica, por não legislar, pode se manifestar e denunciar a falta de necessidade do projeto pelo risco da utilização de produtos não padronizados de qualquer natureza”, alega em manifesto. Na mesma linha, a Associação Brasileira de Psiquiatria pede mais cautela. “Feitos de forma caseira, sem nenhum controle de teores de canabidiol, podem colocar em risco a vida dos pacientes, uma vez que não existirá padrão farmacológico garantido, que possa direcionar dosagens seguras”, critica.



O uso de maconha e de seus derivados para fins medicinais ou científicos pode ser autorizado por um projeto de lei. O texto defendido pela senadora Marta Suplicy (MDB-SP) altera a Lei de Drogas. No início de dezembro, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou o relatório que libera a importação de plantas e sementes, o plantio, a cultura e a colheita da cannabis sativa, exclusivamente para tratamentos de saúde, em local e prazo predeterminados e mediante fiscalização. A quantidade deve obedecer à prescrição médica.



A senadora defende que o fundamental do projeto é descriminalizar a pessoa responsável — a mãe, o pai, ou o familiar — que necessita fazer uso artesanal do óleo da maconha para cuidar de pacientes que receberam prescrição médica para tratar dessa forma a doença. “São pessoas que, na maioria das vezes, não têm condições de manter o tratamento de outro modo. Acentuo: o projeto é exclusivamente para quem tem prescrição médica”, explica. 


Estudo revela o impacto de ser cuidador de doentes com Esclerose Múltipla...


A Merck, uma empresa líder em ciência e tecnologia, anunciou recentemente os resultados de um estudo na área de ESCLEROSE MÚLTIPLA que reflete o impacto que a doença tem, não só na vida dos doentes, mas também na vida dos seus cuidadores.


O estudo que deu origem ao relatório “Viver com Esclerose Múltipla: A Perspetiva do Cuidador” foi desenvolvido em colaboração com a IACO e a Eurocarers para examinar as experiências de 1.050 cuidadores de doentes com esclerose múltipla. 

Continha 32 questões e foi implementado em sete países (EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha). O estudo conclui que quase metade (48%) dos participantes se tornou cuidador de um doente com EM quando tinha menos de 35 anos e cerca de um em cada três cuidava de alguém há 11 anos ou mais.

Dos 1.050 cuidadores de doentes com esclerose múltipla entrevistados, 64% deles eram mulheres e 34% eram homens. Sendo que 1 em cada 5 prestava cuidados a doentes com EM há mais de 16 anos.

As principais conclusões deste estudo sobre o impacto da EM na vida dos cuidadores são:

- 62% dos cuidadores afirmaram que nunca tinham entrado em contacto com outros cuidadores de doentes com EM para partilharem a sua experiência e obterem apoio (online ou pessoalmente)

- Apenas 15% dos cuidadores estabeleceram contacto com outros cuidadores ou associações de doentes para procurar ajuda sobre como lidar com os desafios do papel do cuidador;

- 43% e 28% dos cuidadores entrevistados relataram um impacto respetivamente na sua saúde emocional/mental e na sua saúde física;

- 34% afirmaram que ser um cuidador de um doente com esclerose múltipla impactou a sua situação financeira, mais de um terço (36%) afirmou que teve de faltar ao trabalho e, como resultado, 84% desses cuidadores relataram que as suas carreiras profissionais foram afetadas;

- Relativamente à questão sobre quais os maiores desafios para os cuidadores de doentes com EM, 20% respondeu que eram as questões de tensão emocional/mental; 12% afirmou ser a natureza imprevisível da EM na pessoa que cuidam; também 12% refere o medo em não haver esperança real de recuperação.

Apesar do impacto significativo que ser cuidador tem na vida destas pessoas entrevistadas, com base nos principais resultados apresentados, houve aspetos positivos partilhados pela maioria dos cuidadores: (93%) concluem a importância do carinho e sentimento que desenvolvem para com os doentes de EM que estão ao seu cuidado e 50% dos cuidadores reconheceram que este papel os tornou mais fortes enquanto pessoas.

“A EM pode ser uma doença devastadora para doentes e cuidadores, com as responsabilidades assumidas pelos cuidadores durante um longo período de tempo e intensificando-se à medida que a doença progride. Os cuidadores podem ter um impacto profundo na sua saúde física e emocional, mas também na sua vida financeira e profissional” – afirma Nadine Henningsen, Presidente do Conselho de Administração do IACO. “Não surpreendentemente, os resultados desta pesquisa reforçaram o grande número de jovens que estão a tornar-se cuidadores, muitas vezes ainda durante o período de estudantes.”

“Com a divulgação dos resultados deste estudo sobre o impacto da esclerose múltipla na vida dos cuidadores, a Merck procura por um lado aumentar a consciencialização sobre a doença e por outro encontrar novos caminhos para a superação dos desafios impostos pela EM quer para os pacientes quer para os seus cuidadores.” Pedro Moura, Managing Director da Merck Portugal.

Sintomas da Síndrome de Sjogren incluem olho seco...

2018-10-24
A Síndrome de Sjogren é uma doença autoimune que pode ocorrer isoladamente, nomeada primária, ou atrelada a outros distúrbios do sistema imunológico e reumático, como artrite reumatoide, esclerose sistêmica e lúpus, conhecida como secundária. Nove em cada dez pacientes são mulheres, majoritariamente na menopausa, mas também pode atingir crianças e adolescentes e até causar complicações em grávidas.

O oftalmologista Dr. Maurício Della Paolera (CRM: SP47500) – mestre, doutor e professor assistente da Santa Casa de São Paulo, explica que uma vez que o corpo desenvolve a Síndrome, o organismo passa a atacar as próprias células saudáveis produtoras, principalmente, de saliva e lágrimas. “Ainda não há cura, mas a identificação precoce favorece o controle dos sintomas que afetam a qualidade de vida, como a secura de boca, olhos, vagina, trato respiratório e pele, além do comprometimento de alguns órgãos internos”, relata.

O diagnóstico correto cabe ao reumatologista, mas a suspeita pode ser levantada por médicos de diversas especialidades, como oftalmologistas, dentistas, ginecologistas, dermatos, entre outros. Isso porque os sintomas assemelham-se a outras patologias ou, simplesmente, aos sinais de envelhecimento. “É comum que as mulheres, atribuladas de tarefas, negligenciem a boca seca, a sensação de areia nos olhos e, até mesmo, a secura vaginal. São indícios de que o corpo está pedindo ajuda e precisam ser investigados”, explica Dr. Paolera.

O tratamento precisa envolver o corpo como um todo, com foco em reestabelecer a qualidade de vida do paciente. Para os olhos, o mais indicado é a utilização de lágrimas artificiais, sobretudo para as pessoas que fazem uso constante de lentes de contato e permanecem por muito tempo em ambientes com ar-condicionado, por exemplo. “As lágrimas não têm papel apenas na demonstração de emoções, elas são responsáveis por garantir a lubrificação dos olhos, para que estejam sempre limpos e protegidos da ação externa”, conta o especialista. “Se o olho fica seco e exposto, a córnea pode ser danificada, levando a perda de visão em casos extremos”, acrescenta.


Os colírios feitos à base de carmelose sódica são uma boa opção, já que a substância possui composição parecida com a lágrima natural e age se integrando diretamente nela. “O mais aconselhado é que o paciente busque ajuda médica para minimizar a agressão feita pelo próprio corpo e, junto ao oftalmologista, encontre o tratamento adequado”, finaliza Dr. Paolera.

Percepção de cores pelo olho está relacionada a hormônios da tireoide...

15/10/2018

Descoberta pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos para daltonismo e degeneração macular...

A forma de enxergar o mundo é diferente para cada animal. Grande parte dos insetos, répteis e aves tem um pigmento ultravioleta nos olhos, que permite a eles vislumbrar coisas invisíveis aos homens. Já gatos e cachorros são daltônicos, pois foram adaptados para a vida noturna, que não exige tantas tonalidades. Nos seres humanos e em parte dos primatas existem três pigmentos oculares – verde, azul e vermelho – que permitem a visão de todas os tons do arco-íris.

Pesquisadores americanos resolveram investigar como as células responsáveis pela identificação dessas três cores se desenvolvem, uma questão ainda misteriosa para a ciência. Com esse objetivo, eles usaram células-tronco para criar retinas. Nas análises, os cientistas constataram que o desenvolvimento da visão colorida do homem está relacionado a hormônios da tireoide, descoberta que ajuda a entender melhor doenças oculares, como o daltonismo e que, no futuro, também pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos oftalmológicos.

“Essa é uma questão realmente bonita, tanto visualmente quanto intelectualmente – o que é que nos permite ver a cor?”, destacou, em um comunicado, Kiara Eldred, estudante de pós-graduação da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e uma das autoras do estudo publicado na revista Science. Para desvendar esse mistério, eles cultivaram retinas in vitro, concentrando-se nas células que permitem que as pessoas vejam o azul, o vermelho e o verde – os fotorreceptores do olho, também chamados de cones. Durante os meses de análise, período em que o material crescia e se transformava em retinas completas, a equipe observou que as células de detecção de azul se materializavam primeiro e, posteriormente, as de vermelho e verde.


Kiara Eldred e sua equipe também descobriram, em análises mais apuradas, realizadas com os fotorreceptores vermelho e verde, que a chave para o desenvolvimento desses cones era o fluxo e refluxo de hormônios da tireoide. “É importante ressaltar que os níveis desses hormônios não são controlados pela glândula tireoide, que, obviamente, não estavam nas células analisadas. Acreditamos que essa tarefa ocorra no próprio olho”, esclareceu a pós-graduanda. Os pesquisadores explicaram que, ao entender como a quantidade de hormônios da tireoide dita se as células se tornariam azuis ou vermelhas e verdes, a equipe foi capaz de manipular o resultado, criando retinas que, se fossem parte de um olho humano completo, só enxergariam azul, ou apenas o verde e vermelho.


Os pesquisadores também assinalaram que a descoberta de que o hormônio tireoidiano é essencial para a criação de cones vermelho e verdes ajuda a justificar o fato de bebês prematuros, que sofrem redução nos níveis dos hormônios tireoidianos por não terem o suprimento materno, apresentarem incidência maior de distúrbios da visão.


Ramon Carlos Martins Barreto Neto, especialista em retina, oftalmologista do Visão Hospital de Olhos em Brasília, destacou que o uso de células-tronco em pesquisas está em alta, mas considerou que uma das maiores dificuldades dos cientistas é descobrir os segredos de sua diferenciação, ou seja, o que faz com que algumas se tornem neurônios ou mitocôndrias, por exemplo. “O importante é saber como elas chegam a essa finalização. Esses pesquisadores conseguiram fazer isso e também entender a sua formação, mostrando a relação dos hormônios da tireoide no desenvolvimento desses fotorreceptores”, assinalou o especialista, que não participou do estudo. O médico observou que os dados se relacionam ao daltonismo, problema de visão no qual as pessoas não conseguem distinguir entre tons de verde e vermelho. “A maioria dos casos de daltonismo está ligada a problemas nesses fotorreceptores, porém, temos também casos raros, em que os danos ocorrem no fotorreceptor azul”, detalhou.

TRATAMENTOS Os autores da pesquisa adiantaram que o estudo é apenas o começo de uma investigação mais apurada. Os cientistas pretendem utilizar o método para entender ainda melhor o sistema de visão das cores e os mecanismos envolvidos na criação de outras regiões da retina, como a mácula. Os pesquisadores lembraram que a degeneração macular é uma das principais causas de cegueira em humanos, por isso, entender como cultivar uma nova mácula é relevante para o desenvolvimento de tratamentos clínicos. “A visão de cores tricromáticas nos diferencia da maioria dos outros mamíferos. Se pudermos responder o que leva uma célula ao seu destino final, estamos mais perto de poder restaurar a visão das pessoas com danos em seus fotorreceptores”, ressaltou Eldred.


Da mesma forma, Ramon Neto disse acreditar que as descobertas do estudo norte-americano podem contribuir para pesquisas futuras e ajudar no desenvolvimento de terapias. 

“Na degeneração macular, há lesões atenuadas aos cones e bastonetes, as células fotorreceptoras. 

Então, a partir do momento em que você consegue produzir essas células, isso pode ajudar em um tratamento, algo que seria muito bem-vindo. Outra possibilidade seria a de esses pesquisadores conseguirem desenvolver alguma substância que possa corrigir os níveis desses hormônios relacionados aos fotorreceptores e, dessa forma, tratar o desequilíbrio”, completou.

Pacientes com EM com Depressão ou Transtorno Bipolar em Maior Risco de Agravamento da Incapacidade, Descobre Estudo...

11 DE OUTUBRO DE 2018

Pacientes com esclerose múltipla (EM) com depressão ou transtorno bipolar podem estar em maior risco de ficar incapacitados e ver sua incapacidade piorar mais rapidamente, de acordo com um estudo sueco.

Um estado depressivo pode aumentar a resposta do sistema nervoso central à inflamação e acelerar a progressão da EM; Se for verdade, mais cuidado deve ser tomado no tratamento desses tipos de distúrbios na população com EM, descobriram os pesquisadores.

Os resultados foram apresentados no dia 10 de outubro pelo  Dr. Stefanie Binzer , no Karolinska Institutet, Suécia, no  34º Congresso do Comitê Europeu para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (ECTRIMS)  em Berlim, Alemanha. A apresentação foi intitulada " O efeito da depressão e do transtorno bipolar no agravamento da incapacidade da esclerose múltipla ".

"Os distúrbios do humor são altamente prevalentes na população com EM, mas seu impacto na piora da incapacidade da EM ainda não foi estabelecido", disse Binzer em sua apresentação.

Os distúrbios do humor, incluindo transtornos psiquiátricos e emocionais, como a depressão , são conhecidos por estarem "associados à redução da qualidade de vida e são um importante fator de risco para a tendência suicida", disse ela.

Para entender melhor o impacto dos transtornos do humor na EM, os pesquisadores do Departamento de Neurociência Clínica do Karolinska Institutet  realizaram um estudo para descobrir se a depressão e o transtorno bipolar estão associados à piora da incapacidade na EM.

A equipe comparou o risco de progressão da incapacidade (avaliada através da escala de status de incapacidade expandida , ou EDSS) e a conversão para EM progressiva secundária (SPMS) em pacientes com EM com depressão ou transtorno bipolar para a de pacientes sem essas condições.

O estudo foi baseado na análise de dados clínicos de 15.541 pacientes inscritos no registro nacional sueco MS (SMSreg) . Entre esta amostra, 1.320 tiveram pelo menos um diagnóstico de depressão, 271 tiveram pelo menos um diagnóstico de transtorno bipolar e 4.921 receberam prescrição de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) , uma classe comumente usada de medicação antidepressiva, pelo menos uma vez.

A análise revelou que os pacientes que tomavam ISRS tinham um risco significativamente maior de estarem cada vez mais incapacitados . Especificamente, eles foram 1,4 vezes, 1,97 vezes e 2,2 vezes mais chances de atingir os escores sustentados de EDSS de 3, 4 e 6 (quanto maior a pontuação, maior o nível de incapacidade).

Um escore EDSS 3 é definido como “incapacidade moderada em um sistema funcional, ou incapacidade leve em três ou quatro sistemas funcionais; não há prejuízo para a caminhada. ”A pontuação EDSS 4 é“ incapacidade significativa, mas auto-suficiente e cerca de 12 horas por dia; capaz de andar 500 metros sem ajuda ou descanso. ”O escore EDSS 6 é“ requer um auxílio para caminhar - cana, muleta, etc. - para caminhar cerca de 100 metros com ou sem descanso ”.

Pacientes com esclerose múltipla diagnosticados com depressão também estavam em maior risco de atingir os três níveis de incapacidade - um risco 1,54 vezes maior para alcançar EDSS 3, 1,87 vezes para EDSS 4 e 2,1 vezes para EDSS 6.  Além disso, eles estavam com um aumento de 38%. risco de conversão para SPMS , e atingiu níveis mais elevados de incapacidade mais rapidamente. 

Especificamente, os pacientes com depressão MS tinha uma mediana do tempo reduzido para atingir EDSS três por três anos, EDSS 4 e 6 por seis anos, e a mediana do tempo para converter a SPMS foi reduzida por três anos, em comparação com pacientes com esclerose múltipla sem depressão.

Uma análise de grupo analisando 261 pacientes diagnosticados com depressão antes do início da MS revelou que esses pacientes atingiram um escore de incapacidade EDSS de 3 e 4 três e sete anos antes, respectivamente, do que os pacientes com EM sem depressão.

O risco de piora da incapacidade também foi maior para pacientes com EM com transtorno bipolar. Sua probabilidade de atingir o EDSS 4 foi de 58% (risco 0,58 vezes maior). O risco de atingir EDSS 3 e 6 também foi maior, mas não significativo (0,34 vezes e 0,16 vezes maior, respectivamente).

O gênero também afetou a probabilidade de ter um pior curso da doença, com os homens mostrando o maior risco entre aqueles com depressão ou transtorno bipolar.

"Os pacientes com esclerose múltipla com depressão ou transtorno bipolar têm um curso de doença de MS significativamente pior, também em pacientes com diagnóstico de depressão antes do início da MS", escreveram os pesquisadores.

Estes resultados sugerem que ambos os transtornos “são os principais fatores de risco para o agravamento da incapacidade”, disse Binzer, acrescentando que “os mecanismos causais dessas associações precisam de mais investigação”.

Em conjunto, os resultados levaram a equipe a "hipotetizar que um estado depressivo pode tornar o sistema nervoso central mais sensível à inflamação, uma possibilidade que pode justificar um maior foco no tratamento dos sintomas depressivos na EM", concluiu a equipe.

Binzer enfatizou que “o reconhecimento precoce e o gerenciamento eficaz dos transtornos do humor devem ser incorporados ao atendimento clínico”.

Herpes em crianças: como tratá-lo?

18 de junho de 2018

Herpes como uma afecção não tem cura, e é raro em crianças. No entanto, aqui vamos dizer-lhe como tratar e prevenir a propagação deste vírus em crianças.

O herpes em crianças é uma condição causada pelo vírus herpes. Há algumas décadas, não era frequente em bebês; no entanto, seu contágio ganhou terreno nos últimos anos. Isso pode ser devido aos fatores de risco aos quais as crianças estão expostas no momento.
Por enquanto, não tem cura, mas seus sintomas podem ser tratados. Por outro lado, é importante enfatizar que o vírus permanece latente durante toda a vida da pessoa que o transporta, até que algum incidente o ative.

Quais são os tipos de vírus do herpes?

Existem diferentes tipos de vírus do herpes, dependendo do impacto que eles têm sobre a pessoa, e quais pessoas afetam. Os sintomas e as áreas em que é encontrado podem variar. Em seguida, mostramos quais são.

Vírus do herpes simplex tipo I (HSV-I)
Este vírus é geralmente o mais comum em crianças afetadas. É responsável pelas feridas na boca ou no rosto. Pode causar herpes labial ou bolhas febris. Ele é transmitido por contato direto, e geralmente no início não apresenta sintomas.

Herpes vírus tipo II (HSV-II)
Também é conhecido como herpes genital. Ocorre nos órgãos genitais e não é comum em crianças, no entanto, casos tem se apresentado. Comumente, é transmitido através do contato sexual. No caso de crianças, não necessariamente a causa é uma violação sexual.

Herpes zoster
O herpes zoster, como na varicela, é induzido pelo vírus varicela-zoster. Devido a isso, é necessário ter tido varicela antes de sofrer deste tipo de herpes. Este vírus permanece latente por anos, e o indivíduo se torna mais vulnerável à medida que envelhece.

O herpes zoster não é comum em crianças. No entanto, nos casos de crianças que o desenvolvem, os sintomas são muito leves, e são curados rapidamente. Da mesma forma, precauções devem ser tomadas, pois o herpes zoster é muito contagioso. Se seu filho tem um sistema imunológico enfraquecido, este vírus pode causar complicações.

Como tratar o herpes em crianças?
O tipo mais comum de contágio (HSV-I) é através do contato direto com a pele infectada saliva, ou ao manusear um objeto previamente tocado por alguém infectado. O herpes labial apresenta bolhas nos lábios e nas gengivas. A criança pode ter febre, dor de garganta, e glândulas inchadas.

Essas lesões desaparecem em algumas semanas, mas devem ser tratadas para aliviar os sintomas desconfortáveis. Medicamentos antivirais, para uso tópico ou oral, diminuem a intensidade e a duração do primeiro estágio. Aciclovir, valaciclovir, e fanciclovir são usados ​​com grande sucesso.

A aplicação de compressas de gelo, ou gel frio, proporciona um efeito analgésico e alivia a coceira causada pelas feridas. Por outro lado, o consumo de alimentos frios, como sorvetes, e alguns batidos, aliviam a dor labial e previnem a desidratação. Além disso, você deve evitar dar às crianças alimentos cítricos ou ácidos, já que são irritantes.

O acetaminofeno é um analgésico que seu pediatra pode prescrever, caso a criança apresente dores agudas, ou desconfortos que a impeçam de comer. Certifique-se de que a criança durma o suficiente, pois descansar e evitar situações estressantes a ajudará a melhorar prontamente.

Se o seu filho tiver sintomas de herpes vírus tipo II (HSV-II), ou herpes zoster, recomenda-se não tratar em casa, pois pode haver complicações. Da mesma forma, antes de tratar o vírus herpes simplex tipo I (HSV-I), consulte o seu pediatra para que possa prescrever o medicamento certo para seu filho.

Como reduzir a propagação do vírus do herpes?
Embora o herpes em crianças geralmente dure pouco, deve-se fazer o possível deve ser feito para impedir sua disseminação. Principalmente, é prudente não levar a criança para a creche ou escola, durante esse período. Da mesma forma, é importante evitar que outras pessoas compartilhem utensílios, como copos, e talheres com a criança infectada.

Por outro lado, você deve evitar que seu filho coce a área afetada ou retire as crostas das feridas, pois pode espalhar o vírus para outras áreas do corpo. É de vital importância que o vírus não se espalhe para os olhos, por isso lavar as mãos da criança com frequência é a melhor prevenção.

Esta não deve beijar outras pessoas enquanto as feridas estiverem ativas, ou compartilhar brinquedos que estejam em sua boca.

Sinais nas crianças que se deve levar em conta

Quando o herpes se desenvolve em crianças, as complicações geralmente não aparecem. No entanto, você deve ir ao pediatra se seu filho tiver algum dos seguintes sinais:

Se um recém-nascido apresentar erupções cutâneas ou bolhas acompanhadas de febre, pode ser um sinal de infecção crônica por herpes simplex.
Se a criança tiver bolhas perto dos olhos. Este vírus é geralmente uma das principais causas de infecções da córnea.
Se a criança se queixa de dor de cabeça e manifesta convulsões, febre alta, e confusão. O pediatra deverá descartar algum tipo de infecção cerebral causada pelo HSV.
Se a área ao redor do herpes é vermelha, se é quente ao toque, e as lesões permanecem mais de 10 ou 14 dias. Você deve prestar atenção, pois pode indicar uma infecção secundária por bactérias.
Finalmente, é verdade que alguns tratamentos podem ser usados ​​para aliviar a dor do herpes em crianças. No entanto, devemos enfatizar que o mais importante é consultar um médico especializado neste tipo de vírus. Assim você poderá ter um diagnóstico correto e a medicação adequada para tratar o seu pequeno.


Soluções naturais para o herpes labial

Devemos aumentar as precauções e manter nossas defesas altas sempre que atravessarmos uma situação de estresse ou tristeza, já que ela pode desencadear o aparecimento do herpes.

O que é doença celíaca?

03/10/2018

Mesmo com um grande número de informações relacionadas à saúde sendo divulgadas nos dias atuais, muitas vezes acabamos conhecendo apenas o nome de algumas doenças, deixando de lado as informações mais relevantes a respeito dessas condições. Pensando nisso, resolvi trazer algumas informações sobre a doença celíaca, um mal que atinge um número considerável de pessoas e que merece ser mais conhecido pela população.



Definição

A doença celíaca é uma doença auto-imune grave que pode ocorrer em pessoas geneticamente predispostas, onde a ingestão de glúten leva a danos no intestino delgado. Quando as pessoas que têm doença celíaca comem glúten (uma proteína encontrada em alimentos como o trigo, centeio e cevada), seu corpo reage com uma resposta imune que ataca o intestino delgado. Esses ataques levam a danos nas vilosidades, pequenas mucosas sinuosas semelhantes a dedos que revestem o intestino delgado e que têm a função de absorver nutrientes. Quando as vilosidades são danificadas, os nutrientes podem não ser absorvidos adequadamente pelo corpo. Estima-se que esse problema afeta cerca de 1 a cada 100 pessoas em todo o mundo.

Sintomas

Os sinais e sintomas da doença celíaca podem variar muito e podem ser diferentes em crianças e adultos. Os sintomas mais comuns são diarreia, fadiga, dor abdominal, gases, vômitos e perda de peso. No entanto, mais da metade das pessoas com essa doença apresentam sinais e sintomas que não estão necessariamente relacionados ao sistema digestivo, o que inclui anemia, dores de cabeça e úlceras na boca

Efeitos a longo prazo

A doença celíaca é hereditária, ou seja, podem ser transmitida de geração em geração. Pessoas com um parente de primeiro grau que sofrem dessa condição correm o risco de herdá-la. Além disso, é preciso deixar claro que a doença celíaca pode se desenvolver em qualquer idade e caso não seja devidamente tratada, essa doença pode levar ao surgimento de problemas de saúde graves. Estes incluem o desenvolvimento de outros distúrbios autoimunes como diabetes tipo I e esclerose múltipla, dermatite herpetiforme, anemia, osteoporose, infertilidade, condições neurológicas e cânceres intestinais.

Tratamento

Atualmente, o único tratamento para a doença celíaca é a adesão ao longo da vida a uma dieta rigorosa sem glúten. As pessoas que vivem sem glúten devem evitar alimentos que tenham a presença de trigo, centeio e cevada em sua composição. Pães, massas, sopas de pacote, biscoitos e cerveja são alguns exemplos. Vale lembrar que a ingestão de qualquer quantidade de glúten, ainda que mínima, podem causar problemas no organismo de quem sofre com essa condição.


O que é Pneumotórax, tratamento, tipos, sintomas, cura e mais...

29/06/2017

O que é
Caracteriza-se como o acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a pleura (membrana que reveste os pulmões) que reveste internamente a parede do tórax. Este espaço, que normalmente é virtual, é chamado de espaço pleural. No pneumotórax, o ar, ao entrar entre o pulmão e a parede torácica, pode comprimí-lo e causar dificuldade para respirar.

Quando o pneumotórax é grande, ele pode fazer com que o coração se desloque, levando a alterações nos batimentos e podendo provocar a morte.

O diagnóstico do pneumotórax deve ser suspeitado a partir da história clínica e dos sintomas do paciente. Se for volumoso, é possível detectá-lo apenas com um exame físico bem feito. Isso é importante nos casos de pneumotórax hipertensivo que ocorrem fora do ambiente hospitalar, como após acidentes automobilísticos.

Nestes casos, o médico fará o diagnóstico através da auscultação do pulmão do paciente e iniciará os procedimentos de emergência para descompressão do pulmão sem a necessidade de exames complementares.

Nos casos de um pneumotórax de pequeno volume, pode ser difícil fazer o diagnóstico com certeza apenas pelo exame físico. Nestes casos, o diagnóstico costuma ser confirmado através de exames de imagens, por radiografia simples do pulmão ou tomografia computadorizada do tórax.

E o que é a pleura?
Nossos dois pulmões ficam localizados dentro da caixa torácica e são recobertos por uma fina membrana que se chama pleura. Ela é uma espécie de capa que isola os pulmões do resto das estruturas do tórax. É também composta por duas camadas, a pleura visceral (camada mais interna) e a pleura parietal (camada externa).

Entre as pleuras existe apenas uma mínima lâmina de líquido que lubrifica, impedindo que ambas fiquem aderidas.

O pulmão não funciona como um balão que se enche com ar e murcha sem ar. Mesmo quando jogamos todo o ar para fora, ele não fica murcho. Isso ocorre devido à pressão negativa que existe dentro do nosso tórax.

Como é feito o diagnóstico?
O médico solicitará exame físico e investigará o histórico de saúde do paciente para fazer o diagnóstico. Ainda, a radiografia do tórax é que confirmará o diagnóstico do pneumotórax.

A radiografia mostrará a coleção anormal de ar entre o pulmão e a parede do tórax. Para obter mais dados, uma tomografia computadorizada do tórax poderá ser realizada.

Como identificar? Quais são os sintomas?
Os sintomas variam conforme a intensidade do pneumotórax, ou seja, depende do volume de ar acumulado no espaço pleural. A presença de doença pulmonar prévia (bronquite crônica, por exemplo) tem grande influência.

A dor geralmente é aguda, similar a uma pontada, e persistente no lado afetado do tórax. Já a tosse é seca e irritativa, que faz piorar a falta de ar.

Entre os sintomas estão:

Aceleração dos batimentos cardíacos.
Agitação.
Cansaço.
Cianose (coloração azulada da pele), por causa da falta de ar.
Dor ao respirar.
Dor torácica (descrito por 90% dos pacientes).
Dor súbita torácica (principal sintoma) de grande intensidade.
Falta de ar (em 80% dos casos).
Tosse (em 10% dos casos).
Quando o pneumotórax é pequeno pode ocorrer apenas um pequeno vazamento de ar, que não murcha todo o pulmão, seu único sintoma é dor ao respirar. Já nos casos de pneumotórax mais volumoso, pode ocorrer o colabamento de um pulmão inteiro, causando muita dor ao respirar no paciente, neste caso um dos pulmões para de funcionar.

Quais são os tipos de Pneumotórax?
Pode ser classificado em quatro tipos, veja:

Pneumotórax Espontâneo
Este tipo surge de repente, em repouso e de modo súbito; é mais comum em homens entre 20 e 30 anos, fumantes e pessoas magras e altas, é pouco frequente em pessoas acima dos 40 anos. Por motivos ainda desconhecidos, este é o grupo que apresenta maior risco de desenvolver bolhas nos ápices dos pulmões.

Estas bolhas não representam nenhuma doença, mas podem se romper causando um “furo” na pleura, fato que facilita a passagem de ar dos pulmões para a cavidade torácica. Divide-se em primário e secundário:

Primário: não identifica-se uma doença pulmonar concomitante.
Secundário: existe uma doença pulmonar associada, como o enfisema pulmonar, pneumonia, fibrose cística, asma, câncer de pulmão ou tuberculose, por exemplo.
Pneumotórax Traumático
Resultante de um traumatismo na região do tórax, como ferimentos por faca, punhal, tiro de arma de fogo, pancadas por atropelamentos, acidentes, etc.

Pneumotórax Latrogênico
Acontece como resultado de algum procedimento médico, que tinha o intuito de auxiliar no diagnóstico ou no tratamento do paciente. Este tipo de pneumotórax pode ocorrer após a tentativa de acessar uma veia do tórax ou do pescoço, por exemplo.

Pneumotórax Hipertensivo
Este tipo é considerado o mais grave, podendo levar o paciente à morte em poucas horas se não for prontamente reconhecido e tratado por uma equipe médica, devido à parada cardiorrespiratória em pouco tempo.

Em alguns casos de pneumotórax, a lesão na pleura faz um mecanismo de válvula que permite a passagem de ar em direção ao tórax, mas impede a sua saída. Por consequência, cada vez que o paciente inspira, um pouco de ar entra no tórax e fica preso lá dentro dele.

Conforme a quantidade de ar presa no tórax for aumentando, a pressão intratorácica se elevará progressivamente, comprimindo órgãos internos como vasos, o outro pulmão e o coração.

O pneumotórax ainda pode ser classificado como aberto ou fechado ao existir ou não comunicação do espaço pleural com o ambiente. Quanto à sua intensidade, ele pode ser classificado como:

Grande: distância entre o pulmão e a parede torácica maior que 3 centímetros
Pequeno: quando a distância entre o pulmão e a parede torácica for menor que 3 centímetros.

O que causa o Pneumotórax?

Ele ocorre quando há uma lesão da pleura, e o ar que deveria estar apenas dentro do pulmão começa a vazar para a cavidade torácica. Isso faz com que o pulmão fique insuflado devido à pressão negativa do tórax e qualquer vazamento de ar para essa região eleva a pressão e favorece o colabamento do mesmo.

O pneumotórax pode surgir em algumas pessoas pela existência de uma bolha de ar no pulmão, que é formada durante o desenvolvimento pulmonar, este ao se romper causa o problema, conhecido como pneumotórax espontâneo primário.

Fumantes também, ao longo de vários anos fumando, podem surgir bolhas de ar (bolhas de enfisema), que ao romperem, ocasionam o pneumotórax espontâneo secundário.

O pneumotórax pode ser causado por várias doenças, como:

Doenças pulmonares obstrutivas (asma, enfisema pulmonar e bronquite crônica).
Infecções graves no pulmão (pneumonias e tuberculose).
Traumas torácicos, causados por acidentes que possam perfurar o tórax.
Traumas após procedimentos cirúrgicos ou médicos, como respiração artificial, estes podem levar ao pneumotórax iatrogênico.
Tumores.
O Pneumotórax tem cura? Qual é o tratamento?
Sim. O tratamento do pneumotórax tem como objetivo retirar o ar do espaço pleural e prevenir futuras ocorrências; assim, ele será definido com base no tamanho do pneumotórax (visto na radiografia), na sua causa e na gravidade dos sintomas.

A presença ou não de doenças concorrentes no tórax também influenciará na decisão do tratamento mais adequado.

O médico poderá optar pela colocação de um dreno no tórax (um tubo de látex entre as costelas que fica conectado a um frasco coletor que retira o ar do local anormal) para os casos de pneumotórax volumoso. Quando a pleura cicatriza após alguns dias, o tubo é retirado.

O uso de oxigênio suplementar ainda é incerto se deve ser usado no paciente com esta doença. Porém, a reabsorção do ar do pneumotórax sem o uso de oxigênio ocorre numa taxa de 2% ao dia. Se utilizada uma suplementação no oxigênio respirado pelo paciente, esta taxa de reabsorção pode aumentar em até quatro vezes o valor normal.

Para os casos de pneumotórax hipertensivo, a colocação do tubo deve ser feita o mais rápido possível. Se a drenagem por tubo torácico não estiver imediatamente disponível, a equipe de urgência pode perfurar o tórax com uma agulha calibrosa que provoca a saída do ar pela mesma. Esse procedimento mantém o pneumotórax, mas deixa de ser um pneumotórax hipertensivo.

O pulmão continua colabado, porém não há aumento de pressão dentro do tórax para comprimir o coração, uma vez que o ar consegue sair facilmente pela agulha. Este procedimento transforma um pneumotórax hipertensivo em um pneumotórax não hipertensivo e é suficiente para salvar a vida do paciente enquanto se aguarda a chegada do material e da equipe para introdução do tubo torácico.

Outra alternativa é a cirurgia para a correção ou, simplesmente, a conduta expectante (esperar), esta quando o pneumotórax for pequeno (cerca de 2 ou 3 cm) e o paciente estiver clinicamente estável; médico supervisiona o seu paciente, aguardando que o ar que se encontra no lugar anormal seja reabsorvido por si, ele costuma regredir sozinho.

Qual a prevenção para esta doença?
Depois do primeiro episódio de pneumotórax espontâneo, o indivíduo tem 40% a 50% de chances de desenvolver novo episódio. A maioria dos casos pode ser evitada se o indivíduo abandonar o tabagismo, devido aos casos de pneumotórax relacionados às bolhas de enfisema e ao câncer de pulmão.

Acidentes de trânsito são os que mais causam traumas do tórax, com isso campanhas de conscientização de trânsito auxiliam na redução desse tipo de acidente.

Algumas formas de prevenção do pneumotórax consistem em:

Evitar o cigarro, principalmente após cirurgias e anestesias gerais.
Evitar situações que ocasionem grandes pressões intrapulmonares (tosses violentas, grandes espirros, gritos muito altos, etc.).
Evitar bruscas variações de pressão intrapulmonar, como mergulhos profundos, saltos de grandes altitudes e respiração muito forçada.
O pneumotórax acomete mais as pessoas com doenças pulmonares, tabagistas (o cigarro causa inflamação das vias aéreas, facilitando a formação de bolhas na pleura e, consequentemente, o seu rompimento) e indivíduos depois de sofrerem traumas torácicos. Se você conhece alguém neste grupo de risco, compartilhe estas informações!