Enxaqueca eleva risco de Esclerose Múltipla

 Matéria publicada em: 25/02/2010


As mulheres que sofrem de enxaquecas apresentam um risco bastante mais elevado de desenvolverem esclerose múltipla do que as mulheres em geral, revela uma investigação que vai ser apresentada na reunião anual da Academia Americana de Neurologia, segundo o site Tribuna Médica Press.

Os autores do estudo sublinham, no entanto, que continua por esclarecer se a enxaqueca é um factor de risco para a esclerose múltipla ou se é um problema que ocorre em simultâneo com aquela doença neurológica.

Um dos investigadores salientou à Reuters Health que “mais de 99% das mulheres que sofrem de enxaqueca não vão desenvolver esclerose múltipla, já que esta é uma doença rara, enquanto a enxaqueca é bastante comum”.

O estudo envolveu mais de 116 mil norte-americanas, das quais 18 mil sofriam de enxaqueca. Ao longo de 16 anos de acompanhamento, 375 desenvolveram esclerose múltipla, incluindo 82 do grupo de mulheres diagnosticadas com enxaqueca.

Os autores concluíram que as mulheres com enxaqueca apresentavam um risco 47 por cento mais elevado de desenvolverem esclerose múltipla.



Fonte: http://www.rcmpharma.com/news/6883/51/Enxaqueca-eleva-risco-de-Esclerose-Multipla.html

FDA concede status de revisão prioritária ao medicamento da Novartis para o tratamento oral da esclerose múltipla

Matéria publicada em: 25/02/2010

A agência reguladora americana concede status de revisão prioritária após aceitar submissão do fingolimode (FTY720) 0,5 mg, uma vez ao dia

Submetido para aprovação nos Estados Unidos com o nome de Gilenia, fingolimode poderá ser a primeira terapia oral aprovada para o tratamento da esclerose múltipla

O fingolimode (FTY720), da Novartis, acaba de receber o status de revisão prioritária pela agência reguladora americana - Food and Drug Administration (FDA) -, concedido às terapias que oferecem avanços significativos com relação aos tratamentos atuais ou nos casos em que não há terapias disponíveis. Com isso, o padrão de 10 meses de aprovação da FDA será reduzido para seis meses e o fingolimode poderá ser a primeira terapia oral aprovada para o tratamento da esclerose múltipla (EM).

"Essa doença é uma das principais causas de incapacidade neurológica em adultos jovens, especialmente nas mulheres, e o medicamento tem o potencial para oferecer reais avanços ao tratamento de pacientes com a doença,” disse o médico Trevor Mundel, Diretor de Desenvolvimento da Divisão Pharma da Novartis.

Os resultados de um dos maiores programas de estudo clínico fase III já conduzidos com pacientes com esclerose múltipla, contemplando mais de 2.300 pessoas, foram utilizados pela Novartis para sustentar a submissão regulatória nos EUA e na Europa, incluindo dados dos estudos TRANSFORMS e FREEDOMS, recentemente publicados no The New England Journal of Medicine1,2. Juntos, esses dados demonstraram a eficácia de fingolimode na redução das recidivas, da progressão de incapacidades e do aparecimento de novas lesões cerebrais em pacientes com a forma recorrente da esclerose múltipla, que atinge cerca de 85% dos portadores da doença.

No Brasil, o fingolimode será submetido à aprovação da Anvisa nos próximos meses.

Em adultos jovens, a esclerose múltipla é a doença degenerativa mais comum do sistema nervoso central, sendo a principal causa de incapacidade neurológica adquirida nessa faixa etária. Ela está relacionada à destruição da bainha de mielina (membrana que envolve e isola as fibras nervosas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos no cérebro, medula espinhal e nervos) e pode dificultar de forma progressiva os movimentos, o equilíbrio e a qualidade da visão. Entre seus sintomas estão a depressão, ansiedade e fadiga. O tratamento disponível para a esclerose múltipla não promove a cura, mas pode diminuir a progressão da doença e prevenir os surtos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes³.

Disclaimer

As informações contidas neste texto têm caráter informativo, não devendo ser usadas para incentivar a automedicação ou substituir as orientações médicas. O médico deve sempre ser consultado a fim de prescrever o tratamento adequado.

Sobre a Novartis (www.novartis.com)

A Novartis oferece soluções de saúde que atendem as crescentes necessidades de pacientes e sociedades. Focada exclusivamente em cuidados com a saúde, a Novartis oferece um portfólio diversificado para melhor atender estas necessidades: medicamentos inovadores, genéricos de baixo custo, vacinas preventivas, ferramentas de diagnóstico e produtos de consumo. A Novartis é a única empresa com posição de liderança em todas essas áreas. Em 2009, o Grupo atingiu vendas líquidas de US$ 44,3 bilhões, enquanto cerca de US$ 7,5 bilhões foram investidos em pesquisa & desenvolvimento. Sediada em Basiléia, Suíça, as empresas do Grupo Novartis empregam aproximadamente 100.000 pessoas, em cerca de 140 países ao redor do mundo.



Mohamed Ali vai testar novo tratamento contra Parkinson em Israel


JERUSALÉM — A lenda do boxe Mohamed Ali se submeterá em Israel a um novo tratamento contra o mal de Parkinson, desenvolvido por uma empresa de biotecnologia.
"Rashida Ali, a filha do ex-boxeador, entrou em contato conosco depois que ouviu sobre nosso trabalho com células-tronco adultas e afirmou que o pai gostaria de fazer parte dos testes que vamos realizar", declarou à AFP um porta-voz da companhia Brainstorm.
O tratamento está relacionado com a esclerose lateral amiotrófica (ELA), mas se os testes forem conclusivos, será possível ampliar para o mal de Parkinson, doença que afeta Mohammed Ali há vários anos.
A Brainstorm, que tem cotação na Bolsa de Nova York, anunciou esta semana a intenção de testar o tratamento contra a ELA em seres humanos.
Segundo a empresa israelense, o tratamento teve sucesso em ratos com doenças como ELA, Parkinson, esclerose múltipla e a doença de Huntington.
O ex-campeão mundial dos pesos pesados Mohamed Ali, nome muçulmano de Cassius Clay, é considerado um dos melhores pugilistas de todos os tempos.
Em 1981 encerrou a carreira e três anos depois foi diagnosticado com o mal de de Parkinson, que afeta gravemente sua capacidade de fala.

Após transplante de medula, pacientes voltam a fazer planos para o futuro


Matéria publicada em: 10/02/2010
 


Pacientes com esclerose múltipla voltam a sonhar com um futuro promissor e retomam antigos projetos após o transplante de medula óssea.
Essa é a constatação do psicólogo Fabio Augusto Bronzi Guimarães que avaliou a qualidade de vida desses pacientes antes e depois do tratamento realizado com células-tronco.
Guimarães explica que a esclerose múltipla é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico passa a ter uma hiperatividade, atacando o sistema nervoso central.
"A doença causa inúmeros problemas em quase todas as funções motoras. É uma doença crônica e debilitante", esclarece. O tratamento convencional é feito com imunossupressores e imunomoduladores principalmente. Em casos mais graves, o tratamento não surte os efeitos esperados e a doença evolui.



Vida ativa


O estudo, desenvolvido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), revelou a recuperação de uma vida ativa em pacientes que estavam limitados pela doença, afastados do trabalho e dependentes de outras pessoas.
A pesquisa, concluída em dezembro último, teve como objetivo avaliar a qualidade de vida em pacientes que fizeram o transplante de células-tronco hematopoiéticas (produzidas pela medula óssea).
Eles foram entrevistados em três momentos: no pré-transplante, no pós-transplante imediato (30 dias após) e no pós-transplante tardio (um ano após). "A qualidade de vida é um bom indicador do impacto que a esclerose múltipla causa na vida da pessoa, assim como o impacto do tratamento para o paciente", ressalta o psicólogo.


Tratamento com células-tronco

O tratamento com células-tronco é agressivo. Primeiro, os médicos retiram as células-tronco da medula óssea e aplicam uma carga intensa de quimioterápicos, para destruir a medula que não funciona adequadamente. Por último, faz-se o transplante das células-tronco saudáveis, para que a nova medula funcione normalmente.
Guimarães utilizou uma amostra de 34 pacientes, todos internados no HCFMRP, aplicando um método híbrido de pesquisa, sendo uma parte quantitativa e outra qualitativa. As informações foram coletadas por meio de perguntas feitas diretamente aos pacientes, e não por meio de prontuários e entrevistas com médicos responsáveis, tendo, portanto, um caráter mais subjetivo.



Pesquisa qualitativa

Foi traçado um histórico da doença e os pacientes indagados sobre as expectativas com o transplante e o futuro. "As questões eram relativas ao antes e depois do adoecer, às mudanças após o surgimento da esclerose, ao tratamento com células-tronco, às fontes de apoio do paciente, mudanças percebidas após o transplante, às expectativas e planos para o futuro, entre outras", destaca Guimarães.
As entrevistas revelaram que, após o transplante, a maioria de pacientes reconheceu a evolução da saúde com o tratamento, conseguindo realizar pequenas tarefas do cotidiano. Uma minoria, porém, se demonstrou insatisfeita, pois tinham uma grande expectativa de melhora, mesmo com algumas evoluções e cessação de sintomas.



Diminuição da importância da religião

Nas entrevistas tardias (após um ano), Guimarães constatou que a maioria dos pacientes passou a sonhar novamente com um futuro mais promissor e retomaram antigos projetos. "As relações com familiares e amigos ficaram mais fáceis após o transplante, muitas amizades afastadas foram retomadas", conta.
Um fato curioso observado pelo psicólogo foi uma queda da importância da religião na vida dessas pessoas. "Conforme o tratamento avança e a saúde apresenta melhoras, as pessoas ficam mais distantes das crenças nas quais se apegavam antes do transplante", destaca.

Pesquisa quantitativa
O pesquisador utilizou um questionário internacional (SF-36) que avalia a qualidade de vida relacionada à saúde. Por ser um instrumento genérico, os formulários permitiram comparações com outros estudos do gênero.
"Fizemos uma comparação estatística entre os três momentos (o pré-transplante, o pós-transplante imediato e o pós tardio)", explica o pesquisador. O questionário abordou dois enfoques: a parte física do paciente, com perguntas sobre capacidade funcional, dor e estado geral de saúde; e questões mentais, como aspectos sociais, vitalidade, aspectos emocionais e saúde mental.
Antes do transplante, os resultados apontaram aspectos físicos bastante prejudicados e a saúde mental mais preservada, com pacientes esperançosos com o tratamento. No período pós-transplante imediato, não houve grandes alterações. E no período tardio foi verificada uma melhora significativa em todos os aspectos da qualidade de vida, demonstrando uma percepção de melhora desses pacientes.

Fonte:  http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=apos-transplante-medula-pacientes-voltam-fazer-planos-futuro&id=4997

Transplante de células-tronco da medula dá vida nova a pacientes com esclerose múltipla

Após cirurgia, doentes crônicos voltaram a fazer tarefas cotidianas, aponta pesquisa da USP


Pacientes com esclerose múltipla que se submeteram ao transplante de células-tronco hematopoiéticas (produzidas pela medula óssea) puderam voltar a sonhar com um futuro promissor.
Essa é a constatação do psicólogo Fábio Augusto Bronzi Guimarães, que avaliou a qualidade de vida desses pacientes antes e depois do tratamento, em sua dissertação de mestrado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. As informações foram divulgadas na agência de notícias da USP (Universidade de São Paulo). 


A esclerose múltipla é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico passa a ter uma hiperatividade, atacando o sistema nervoso central, causando causa inúmeros problemas em quase todas as funções motoras. 


- É uma doença crônica e debilitante, afirma Guimarães. 


O tratamento convencional, feito com imunossupressores e imunomoduladores, em casos mais graves não costuma surtir os efeitos esperados e a doença evolui. E isso automaticamente influencia a qualidade de vida dos doentes. 


- A qualidade de vida é um bom indicador do impacto que a esclerose múltipla causa na vida da pessoa, assim como o impacto do tratamento para o paciente, ressalta o psicólogo. 
Já o tratamento com células-tronco é agressivo. Primeiro, os médicos retiram as células-tronco da medula óssea e aplicam uma carga intensa de quimioterápicos, para destruir a medula que não funciona adequadamente. Por último, faz-se o transplante das células-tronco saudáveis, para que a nova medula funcione normalmente. 

Entrevistas


Na pesquisa, Guimarães utilizou uma amostra de 34 pacientes, todos internados no HCFMRP, aplicando um método híbrido de pesquisa, sendo uma parte quantitativa e outra qualitativa. As informações foram coletadas por meio de perguntas feitas diretamente aos pacientes, e não por meio de prontuários e entrevistas com médicos responsáveis, tendo, portanto, um caráter mais subjetivo. 


Eles foram entrevistados em três momentos: no pré-transplante, no pós-transplante imediato (30 dias após) e no pós-transplante tardio (um ano após). 


As entrevistas revelaram que, após o transplante, uma maioria de pacientes reconheceu a evolução da saúde com o tratamento, conseguindo realizar pequenas tarefas do cotidiano. Uma minoria, porém, se demonstrou insatisfeita, pois tinham uma grande expectativa de melhora, mesmo com algumas evoluções e cessação de sintomas.
Nas entrevistas tardias (após um ano), Guimarães constatou que uma maioria de pacientes passou a sonhar novamente com um futuro mais promissor e retomaram antigos projetos.
- As relações com familiares e amigos ficaram mais fáceis após o transplante, muitas amizades afastadas foram retomadas, conta.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/noticias/transplante-de-celulas-tronco-da-medulada-vida-nova-a-pacientes-com-esclerose-multipla-20100208.html

Brasileiros vão à buscar terapia polêmica

Não há prova científica de que injeção de célula-tronco funcione, mas paciente relata melhora do quadro clínico.

"Você não tem nenhuma pessoa com deficiência na família, tem?" Essa é a primeira pergunta que o recifense Carlos Edmar Pereira faz à reportagem do Estado antes de concordar em dar entrevista. Ele não quer mais ser criticado pela decisão que tomou cerca de um ano atrás, de levar sua filha numa viagem de 27 horas de avião para receber injeções de células-tronco na China.

A pequena Clara, de 2 anos, é portadora de paralisia cerebral. Até antes da viagem, ela não tinha força muscular, não conseguia engolir comidas sólidas e tinha dificuldade até para beber água. Agora, após o tratamento, fica sentada sozinha, mantém a cabeça em pé e come tudo que colocarem no prato. 

Pereira atribui a melhora ao efeito terapêutico das células-tronco. Mas os cientistas duvidam. Trata-se de um caso emblemático. Contrariando todas as recomendações de médicos e pesquisadores acadêmicos, cada vez mais pacientes brasileiros viajam para a China e outros países distantes em busca de tratamentos para doenças terminais e debilitantes que a medicina "ocidental" ainda não é capaz de curar.

Pagam milhares de dólares para receber injeções de células-tronco na veia, na medula espinhal ou até no cérebro, apesar de não haver nenhuma prova científica de que isso possa ter efeito clínico verdadeiro. 

O país tradicionalmente conhecido por suas ervas medicinais e acupuntura virou uma Meca extraoficial da biotecnologia e da terapia celular. O prontuário de doenças e condições tratadas é surpreendentemente extenso: paralisia cerebral, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, Parkinson, Alzheimer, isquemias, distrofias musculares, lesões medulares (paraplegia e tetraplegia), acidente vascular cerebral, hipoplasia do nervo ótico, diabete, pé diabético, epilepsia e até autismo. Motivo de esperança para os pacientes e de ceticismo para os cientistas.

Os sites das clínicas e hospitais que oferecem as células - são mais de 200 na China, segundo um levantamento recente feito por uma equipe canadense - são enfeitados com dezenas de relatos de pacientes que se dizem satisfeitos com a terapia. Muitos relatam melhoras sutis: um pouco mais de percepção nas pernas, um pouco mais de movimento nos dedos, um pouco mais de força no pescoço ou uma simples sensação de bem-estar. Mas há casos aparentemente espetaculares, como o de Clara, que deixam os cientistas ao mesmo tempo curiosos e desconfiados.

Pereira conta que sua filha melhorou do dia para a noite. "Depois da segunda injeção de células-tronco, tentamos dar um pouco de arroz e ela comeu. Foi uma surpresa. Aí demos um franguinho desfiado e ela também comeu. Agora já come de tudo: arroz, feijão, cuscuz, carne, macarrão." O tratamento foi em abril de 2009. Antes disso, a comida precisava ser toda triturada num liquidificador, porque Clara não tinha força nem coordenação necessária para mastigar, engolir e respirar ao mesmo tempo. 

Na avaliação de pesquisadores consultados pelo Estado, esse tipo de efeito imediato não tem base científica. "É impossível", resume a geneticista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo (USP). "Nenhum tratamento desse tipo surte efeito no dia seguinte. Isso não existe." Segundo ela, seriam necessárias várias semanas ou até meses para que as células pudessem chegar aos tecidos danificados, fixar-se no organismo e - quem sabe - começar a surtir algum efeito.

O material distribuído pelas clínicas chinesas diz que não há garantia de resultados clínicos e que os efeitos terapêuticos das células levam cerca de seis meses para aparecer. Quase todos os relatos na internet, porém, são de pacientes que estão internados ou acabaram de concluir o tratamento. "Posso dizer com certeza que os efeitos levariam meses para aparecer; não dias ou horas", confirma a especialista Joanne Kurtzberg, do Programa de Células-Tronco e Medicina Regenerativa da Universidade Duke, nos Estados Unidos. "Qualquer melhoria imediata que o paciente relate definitivamente não é resultado das células-tronco."

Joanne coordena dois estudos clínicos pediátricos com células-tronco - um deles específico para casos de paralisia cerebral. "Há sinais positivos de que a terapia pode ser benéfica, mas é prematuro dizer que ela funciona", avalia. A pediatra prefere não dar detalhes sobre o procedimento, mas diz que é diferente do que é feito na China. "Usamos somente células autólogas, do sangue de cordão dos próprios pacientes", diz. 

Como são poucas as pessoas que têm esse sangue congelado ao nascer, as clínicas chinesas utilizam células de doadores, obtidas de bancos públicos de cordão. Sem um tratamento prévio de imunossupressão (feito com quimioterapia), porém, essas células de doador são destruídas pelo sistema imunológico rapidamente, diz Joanne. "As células morrem em questão de horas. Estão pagando por um tratamento que não trará efeito nenhum."

Os pesquisadores não acusam os pacientes de inventar histórias nem condenam a opção de buscar uma terapia controversa, mas acreditam que a maior parte das melhorias relatadas não seja resultado clínico verdadeiro. Poderia ser efeito placebo passageiro ou de outras terapias oferecidas com as injeções (como fisioterapia), de medicamentos injetados com as células ou reflexo de uma progressão natural do paciente. 

Como as clínicas não seguem os protocolos básicos de pesquisa clínica nem publicam seus resultados em revistas científicas reconhecidas, simplesmente não há como saber. As clínicas não têm como provar que seus resultados são verdadeiros, e os críticos não têm como provar que eles são falsos. Fica tudo na boca dos pacientes - cujas experiências estão sujeitas a muitas subjetividades.

"Os relatos dos pacientes têm o seu valor, mas não servem como evidência científica", diz o pesquisador Júlio Voltarelli, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. "Eles não mostram os relatos dos que não tiveram benefício nenhum, que certamente são a maioria. Acho que é picaretagem."

O tratamento de Clara foi feito pela empresa Beike Biotech. Desde que iniciou a campanha para arrecadar doações para a filha, em 2008, Pereira foi procurado por tantas famílias e fez tantos contatos que, ao voltar, foi nomeado "representante de pacientes da Beike para o Brasil e Portugal". Ele diz que é pago para traduzir materiais da empresa do inglês para português, mas não para se relacionar com pacientes. "É um trabalho que faço por prazer, porque já passei por isso e sei o quanto é difícil", diz. "É uma forma de agradecer aos que ajudaram minha filha, ajudando outras famílias a ter o mesmo tratamento."

Rótulo do Tysabri® nos EUA vai incluir alerta sobre risco de LMP

Matéria publicada em: 08/02/2010

Em documentos publicados no seu site, a FDA (Food & Drug Administration) advertiu que os doentes que tomam o Tysabri® (natalizumab) da Biogen Idec e da Elan aumentam o risco de desenvolvimento de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP) à medida que o número de infusões do medicamento aumenta. Os novos dados de segurança, que são baseados em relatos de 31 casos confirmados de LMP, recebidos a partir de 21 de Janeiro, vão agora ser incluído no rótulo do medicamento, avança o site FirstWord.

A FDA observou que, desde a reintrodução do Tysabri® no mercado em 2006, "não houve nenhum relatório [de LMP] em doentes tratados durante menos de 12 meses", enquanto que nos doentes tratados com 24-36 infusões a taxa de infecções em todo o mundo enos EUA é semelhante à taxa de 1 caso por 1000 doentes atendidos durante os ensaios clínicos. Fora dos EUA, a taxa sobe para cerca de 2 casos por 1000 doentes, disse a entidade reguladora, acrescentando que "as razões para esta diferença são desconhecidas".

Em Novembro, o rótulo do medicamento foi actualizado nos EUA para incluir informações sobre um aumento do risco de LMP com o maior tempo de uso do fármaco.

O medicamento Tysabri®, cuja substância activa é natalizumab, é um agente imunossupressor selectivo que é utilizado no tratamento da esclerose múltipla com exacerbação-remissão, ou seja, caracterizada por períodos sintomáticos alternando com períodos assintomáticos. O Tysabri® está indicado em doentes com elevada actividade da doença apesar do tratamento com interferão beta ou quando a doença é grave e evolui rapidamente.