POR QUE O MAU USO DOS ANTIBIÓTICOS É UMA AMEAÇA PARA A SAÚDE DE TODA A POPULAÇÃO...

#UnidosSomosMaisFortes

29/07/2016 

Medicamentos estão se tornando ineficazes e doenças hoje facilmente tratáveis podem ser causa comum de mortes no futuro...


Ao receber o Prêmio Nobel de Medicina em 1945 pelo desenvolvimento da penicilina, Alexander Fleming fez um alerta em seu discurso: o uso equivocado do medicamento poderia tornar os micróbios mais fortes. 

Sete décadas depois, o mundo se vê diante de um aumento de resistência das bactérias aos antibióticos, essenciais para prevenir e tratar infecções. Se nada for feito, podemos chegar à era pós-antibiótico, na qual eles seriam ineficazes, e doenças hoje facilmente tratáveis seriam causa comum de mortes.

Quem chama atenção é a Organização Mundial da Saúde (OMS), que publicou, em 2014, um relatório — após a análise de dados de 114 países — apontando para tal situação em todas as regiões.

— As bactérias estão na Terra há 3,5 bilhões de anos e, para sobreviver, criam mecanismos de defesa. Se você usar antibiótico, vai estimular a produção desses mecanismos — explica Marcos Antonio Cyrillo, integrante do Comitê de Resistência Antimicrobiana da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). — O uso indiscriminado e inadequado está tornando as bactérias resistentes. Então, como vamos poder tratar uma infecção comum como a tuberculose, que afeta quase 10 milhões de pessoas por ano no mundo? — questiona.

A utilização de antibióticos para curar problemas de saúde, consequentemente gerando resistência, foi um componente que se juntou ao processo milenar das bactérias apenas em 1940.

— Quanto maior o uso de antibióticos, maior a resistência. Isso é algo esperado e natural. 

Mesmo a utilização apropriada gera um risco de tornar as bactérias mais fortes. Se o uso não é apropriado, o surgimento e o aumento de resistência ficam acelerados. Isso ocorre por várias instâncias: quem está administrando e quem está tomando são os primeiros que podem acertar ou errar, mas também há situações como a nossa realidade de pobreza, com pessoas com pouco recurso que conseguem comprar só parte do tratamento e param de fazê-lo antes do tempo indicado ou usam irregularmente — acrescenta o chefe do Serviço de Infectologia da Santa Casa de Porto Alegre, Paulo Behar.

Ao aviso da OMS junta-se o estudo coordenado pelo economista Jim O'Neill, por encomenda do governo britânico. Nele, consta que as perspectivas para os próximos períodos são ainda mais preocupantes: em 2050, o número anual de mortes causadas por infecções resistentes pode chegar a 10 milhões, e os custos que isso trará até a metade do século ficarão na casa dos US$ 100 trilhões.

O cenário projetado não requer, porém, que deixemos de usar antimicrobianos (termo mais abrangente que o antibiótico que inclui também substâncias que agem sobre outros micróbios e não somente sobre bactérias). Um dos caminhos, segundo os especialistas, está na utilização adequada das substâncias. Para isso, é fundamental um conjunto de ações que vai do paciente a órgãos internacionais, passando por profissionais da saúde, pela indústria farmacêutica e pelos governos.

— O uso na agricultura e na pecuária é muito preocupante. 

Existem possibilidades de criação de animais sem a necessidade de antibióticos. Outra questão é a dificuldade no controle de consumo desses medicamentos, principalmente dentro dos hospitais. Isso deveria ocorrer de forma sistemática, em uma política nacional — avalia a pesquisadora Marisa Zenaide Ribeiro Gomes, do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Professora da Faculdade de Farmácia da PUCRS, Luciana de Oliveira frisa o uso incorreto como um dos principais desafios.

— Muitas vezes, crianças recebem antibióticos para problemas respiratórios que não são causados por bactérias. 

E há a questão de resistência em hospitais, pois, principalmente nas UTIs, esses medicamentos são usados de maneira muito intensa — ressalta a professora.


COMO USAR OS ANTIBIÓTICOS
NÃO SE AUTOMEDIQUE

Os antibióticos só devem ser usados com prescrição de um médico. Para cada bactéria, há determinado tipo de tratamento, e ele varia de paciente para paciente. A medicação para uma pessoa que tem asma e para outra que não tem pode ser diferente, por exemplo.


TOME A DOSE CERTA

É fundamental que se tome a dose indicada pelo médico e no horário indicado. Durante o tratamento, a pessoa começa a sentir os efeitos do antimicrobiano, que dá uma sensação de cura, pois o número de bactérias no organismo já está reduzindo. Mas ainda há bactérias no corpo, e a suspensão do remédio ou aumento do intervalo entre as doses podem produzir resistência.


CONFIRA A INDICAÇÃO

É importante conferir com o médico ou com o farmacêutico se há recomendação de tomar com ou sem alimento. Há antimicrobianos que têm interações importantes com a alimentação.


DESCARTE DE SOBRAS

As sobras de antibióticos nunca devem ser utilizadas, pois a dosagem possivelmente não estará de acordo com a prescrita. O resto do antibiótico precisa ter um descarte correto — as farmácias, por lei, têm responsabilidade sobre restos e medicamentos vencidos. Colocar na privada é uma opção desaconselhável, pois, com a descarga, contaminará a rede de esgoto.

Prescrições desnecessárias

Entre as infecções que mais frequentemente precisam de tratamento com antibióticos estão as respiratórias, as gastrointestinais e as urinárias. 

Mas nem sempre essas doenças são causadas por bactérias e, nesses casos, não exigem esse tipo de medicamento. Essa variação acaba confundindo muitos pacientes.

— As queixas respiratórias nem sempre são infecções bacterianas, mas fazem com que as pessoas queiram utilizar antimicrobiano. Muitas vezes, eles são mal utilizados porque são mal prescritos — ressalta a farmacêutica Luciana de Oliveira, professora da PUCRS.

O infectologista Paulo Behar relata uma situação que, embora não devesse ocorrer, faz parte da rotina dos consultórios:

— Às vezes, tem uma criança com febre alta. É o primeiro filho, e os pais ficam apavorados. Então, eles exigem que o médico receite antibiótico. Em geral, a causa mais frequente de febre em crianças são doenças virais para as quais não se usa antibiótico. Eventualmente, um antiviral já resolve o problema. O médico tenta explicar, a pessoa insiste e ele acaba cedendo.

Só com receita médica

Desde 2010, só é possível comprar antibióticos nas farmácias brasileiras com receita médica. A regra, estabelecida por uma resolução da diretoria colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é considerada por especialistas um avanço para frear o uso indiscriminado dos antimicrobianos.

— Esses critérios resolveram um grande problema. Antes, a pessoa tinha uma infecção respiratória, ia ao médico e ele prescrevia um determinado medicamento. Quando essa mesma pessoa apresentava, posteriormente, sintomas parecidos, acabava voltando a usar essa droga ou indicando a um conhecido — afirma a professora da Faculdade de Farmácia da PUCRS Luciana de Oliveira.

A RDC 44/2010 regulou que os estabelecimentos que comercializam o produto devem "manter à disposição das autoridades sanitárias a documentação fiscal referente à compra, venda, transferência ou devolução das substâncias antimicrobianas bem como dos medicamentos que as contenham". A resolução diz ainda que "toda documentação relativa à movimentação de entradas, saídas ou perdas de antimicrobianos deverá permanecer arquivada no estabelecimento e à disposição das autoridades sanitárias" por no mínimo cinco anos.

Como ocorre a resistência

Imagine uma pessoa com uma infecção causada por mil micróbios. Destes, 998 são mais sensíveis aos antibióticos comuns e dois, mais resistentes. Se esse paciente tomar uma dose menor de antibiótico que a necessária, nem todas as mil bactérias vão morrer. Aquelas que são mais resistentes vão se multiplicar, tornando-se predominantes.

— Está feita a resistência. Uma resistência que já existia e era insignificante para a pessoa ou para a sociedade passa a ser significante, pois houve uma seleção. O antibiótico em dose menor selecionou aquelas bactérias que já eram mais resistentes — explica o infectologista Paulo Behar.

Existe alguma saída?

O relatório da OMS sobre resistência a antimicrobianos aponta que o enfrentamento ao problema passa pelo monitoramento. Mais higiene, água limpa, cuidados de saúde e vacinação também são vistos como importantes medidas para prevenção de doenças infecciosas, aliadas à necessidade de desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e de novos antibióticos.

— É preciso envolver mais a população, que está pouco informada sobre o assunto. Os hospitais precisam ser melhor estruturados. É uma questão complexa e multifatorial, não adiantam apenas ações isoladas — analisa a pesquisadora Marisa Zenaide Ribeiro Gomes, do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com a Coordenação Geral dos Laboratórios de Saúde Pública, a Anvisa institui medidas para controle nos serviços de saúde. Entre elas, está a Rede Nacional de Monitoramento da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde (Rede RM), que tem como principal objetivo tornar a assistência à saúde mais efetiva por meio do uso adequado de antimicrobianos e de detecção, prevenção e controle. Fazem parte dessa rede hospitais sentinela, laboratórios de saúde pública, vigilâncias sanitárias e comissões de controle de infecção hospitalar.

— Uma coisa importante é avaliar o uso de antibióticos para crescimento de animais como porcos e galinhas e, também, na agricultura.

A utilização por essas vias é muito ampla e atinge uma massa de pessoas — salienta Paulo Behar, chefe do Serviço de Infectologia da Santa Casa de Porto Alegre.

Bactérias são mais rápidas que novos medicamentos

Luciana de Oliveira, professora da Faculdade de Farmácia da PUCRS, explica que as bactérias são muito mais velozes do que a capacidade dos pesquisadores de sintetizar novas moléculas. Por isso, antimicrobianos que já haviam sido deixados de lado estão sendo resgatados.

— Um dos antimicrobianos que estamos usando muito em UTI é a polimixina B, que combate uma bactéria importante que causa infecções graves e provoca surtos. 

É um medicamento de resgate, que já foi muito utilizado, mas é tóxico para os rins e foi deixado de lado com o surgimento de novas moléculas. 

Agora, como não temos mais tantas alternativas, mesmo sendo tóxico, está sendo utilizado novamente — relata.

Além disso, há certas bactérias que não têm tratamento adequado.

— A gente tem a KPC (uma superbactéria), um problema que gerou surtos em alguns hospitais aqui no Rio Grande do Sul, que é resistente à maioria dos antibióticos disponíveis. Se uma indústria farmacêutica conseguisse sintetizar uma nova molécula que fizesse efeito sobre a KPC, teria lucro sobre isso — avalia Luciana.

A pesquisadora Marisa Zenaide salienta a necessidade de criação de vacinas que melhorem a imunidade.

— O uso só de antibióticos já mostrou que, se continuarmos nesse nível, sempre que uma nova droga for desenvolvida, as bactérias se tornarão resistentes. É um ciclo vicioso. Então, para quebrar esse ciclo, é preciso desenvolver outras modalidades de terapia, outros métodos de prevenção — conclui, citando como exemplo a produção de vacinas para serem aplicadas em pacientes de risco no momento da internação, prevenindo a infecção hospitalar.

CAXUMBA...COMO IDENTIFICAR...PREVENIR E TRATAR...

#UnidosSomosMaisFortes

30/07/2016 


Caracterizada por febre e aumento das glândulas salivares, a caxumba é uma infecção viral aguda. A glândula parótida é a que mais costuma ser atingida, mas a inflamação também ocorre nas sublinguais e nas submandibulares. Pode acarretar infecção dos testículos e ovários. Em casos mais raros, causa encefalite, uma infecção do cérebro.


COMO IDENTIFICAR

A doença é identificada pelo aumento da glândula atrás do ângulo da mandíbula e abaixo da orelha, região que fica inchada e dolorida. Quadro agudo de febre também é um sintoma. Existem exames de sangue para identificar a doença, mas, como é muito típica, o exame físico costuma ser suficiente.

COMO PREVENIR

A transmissão ocorre por via aérea ou contato direto com a saliva. Pessoas infectadas devem ficar em repouso, não indo à escola ou ao trabalho. Geralmente, o período de transmissão é de até nove dias após o início dos sintomas.

A forma mais  efetiva de proteção da caxumba é por meio das vacinas. 

A imunização está disponível na rede pública e é aplicada rotineiramente em crianças.

A primeira dose é feita aos 12 meses por meio da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).  

Aos 15 meses, é aplicada a segunda dose na tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).

Mais comum em crianças:

como ocorre com outras doenças infecciosas, a infância é a fase na qual as pessoas estão mais vulneráveis. Por isso, o foco principal da maioria das vacinas são as crianças.

IMUNIZAÇÃO

19 anos
é a idade máxima para que se tome a vacina em duas doses

20 anos
é a idade a partir da qual a vacina é feita em dose única

Quem tem dúvida se é imune ou não à caxumba pode fazer a vacina.

A orientação de colocar a imunização em dia é indicada, principalmente, a mulheres que pretendem engravidar, devido ao risco de aborto potencializado pela doença.

49 anos
é o limite para que adultos façam a vacina na rede pública de forma gratuita

COMO TRATAR

A caxumba não tem tratamento, mas medicamentos ajudam a combater os sintomas.

Em alguns casos, os sinais aparecem dias após a infecção se instalar no organismo. 

Em outros, os sintomas sequer são sentidos, e o paciente não percebe que teve a doença.

Fontes: Juarez Cunha, integrante do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul e da Sociedade Brasileira de Imunizações, e Paulo Gewehr, infectologista do Hospital Moinhos de Vento.

BAIXA UMIDADE DO AR RESSECA OLHOS...SAIBA COMO PREVENIR..

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28/07/2016

A estiagem prolongada que assola o país, dobrou no último mês o número de pessoas que chegam aos consultórios oftalmológicos se queixando de coceira nos olhos, ardor, irritação, visão embaçada que piora no final do dia e dificuldade para trabalhar no computador. 
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto é a síndrome do olho seco que passou de 10% para 20% dos atendimentos realizados neste período, conforme prontuários do hospital. 

A doença, esclarece, é resultado da menor produção de lágrima ou da alteração em um de seus três ingredientes: gordura, água e muco. 

O ar seco, pondera, provoca a maior evaporação da camada aquosa da lágrima que umedece o globo ocular e evita infecções por conter substâncias antibactericidas. 

Isso explica porque a maior evaporação do filme lacrimal pode causar lesões superficiais na córnea, lente frontal e transparente do olho. 

Também predispõe à conjuntivite, uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a face interna das pálpebras e a esclera, parte branca do olho. 

Questão hormonal 

O oftalmologista afirma que os grupos mais atingidos pela síndrome do olho seco são as mulheres e quem já passou dos 50 anos. 

Isso porque, têm queda na produção da camada gordurosa da lágrima que evita a evaporação da camada aquosa. 

Na mulher isso acontece por conta das oscilações hormonais durante o período reprodutivo e diminuição da produção desses hormônios após a menopausa. Entre homens com mais de 50 anos é a queda na produção da testosterona que provoca o ressecamento dos olhos. 

Vida digital 

O médico afirma que o uso intensivo do computador também contribui com a síndrome. Isso porque, normalmente, piscamos cerca de vinte vezes por minuto e na frente do monitor de seis a sete vezes. Resultado: a evaporação é maior porque as camadas não se misturam. Para melhorar a lubrificação dos olhos no computador, as dicas do médico são piscar voluntariamente e posicionar o monitor 20º abaixo dos olhos. 

Outros fatores de risco 

O especialista ressalta que doenças imunológicas como lúpus, síndrome de Stevens-Johnson e penfigóide também ressecam a lágrima. 

O uso contínuo de medicamentos para hipertensão, digestão, depressão, alergia ou pílula anticoncepcional também aumenta o risco. 

Até a maquiagem mal retirada pode influir na lubrificação ocular, comenta, caso a camada de muco da lágrima que tem a função de reter impurezas fique sobrecarregada e ocorra obstrução dos ductos lacrimais. 

Diagnóstico e tratamento 

O especialista diz que o diagnóstico é feito com papel filtro centimetrado colocado na base do olho para o oftalmologista observar se depois de 5 minutos menos de um terço fica molhado. 

O tratamento pode ser feito com colírio lubrificante, exigir o uso de pomada de vaselina, implante de um plugue no canal lacrimal e até uso de colírio imunossupressor em casos de inflamação das vias lacrimais. Como existem vários tipos de olho seco com causas distintas não dá nem para pensar em usar a receita de outra pessoa. 

Prevenção 

As principais dicas do médico para prevenir a síndrome do olho seco são: 

- Incluir na dieta vitaminas A e E encontradas em frutas, verduras e legumes; 

- Evitar carne bovina, carboidratos e gordura; 

- Consumir fontes de Ômega 3 encontrado em semente de linhaça, nozes e sardinha; 

- Eliminar o uso de aquecedor de ar sempre que possível; 

- Manter os ambientes livres de poeira e com vasilha de água para hidratar o ar; 

- Beber água com frequência para hidratar o corpo.


TERAPIA EXPERIMENTAL CONTRA ALZHEIMER MOSTRA RESULTADO PROMISSOR...


#UnidosSomosMaisFortes 

29/07/2016

Medicamento experimental, quando tomado como droga única contra Alzheimer, foi capaz de desacelerar progressão da doença 
Medicamento levou a desaceleração do declínio das funções cerebrais.
Estudo ainda é preliminar; mais testes são necessários.


Um grupo de cientistas que busca um tratamento para atrasar o avanço do mal de Alzheimer recebeu com esperança os resultados promissores de um pequeno ensaio clínico.

O fármaco experimental LMTM, da empresa TauRx Therapeutics Ltd., sediada em Cingapura, foi concebido para reduzir a acumulação das proteínas tau no cérebro.

Quando o cérebro não funciona corretamente, essa proteína se acumula de forma anormal, provocando degenerações nos neurônios, como a doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.

De um modo geral, o ensaio clínico envolvendo 891 pessoas com suspeita de Alzheimer não mostrou nenhum benefício para os que tomaram até duas doses da droga ou um placebo.

A maioria dos pacientes do estudo estava tomando, além da droga experimental, outros medicamentos já aprovados para a doença de Alzheimer, disseram os pesquisadores.

Mas um subgrupo menor, de cerca de 100 pacientes que estavam tomando apenas o fármaco experimental e não recebiam nenhum outro tratamento para Alzheimer, mostrou um ritmo de atrofia cerebral muito lento, de acordo com os resultados apresentados na quarta-feira na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC), em Toronto, no Canadá.

"Os resultados do estudo não mostraram benefícios do tratamento para nenhum dos grupos, independentemente das doses do fármaco, nas análises preliminares", disse o autor do estudo Serge Gauthier, professor de neurologia na Universidade McGill.

"No entanto, análises adicionais deram resultados muito alentadores e mostraram que os pacientes que tomaram o LMTM como monoterapia tiveram um declínio significativamente menor do que os pacientes de controle ou do que aqueles que tomaram o LMTM associado a outros tratamentos existentes para Alzheimer", completou.

Desaceleração da atrofia cerebral

Os pesquisadores relataram "um benefício estatisticamente significativo nos resultados cognitivos e funcionais, e uma desaceleração da atrofia cerebral" neste pequeno subgrupo.

Os resultados são parte do primeiro ensaio completo de fase III com uma droga anti-tau para a doença de Alzheimer.

"Em um campo minado pelos fracassos consistentes de novos candidatos a fármacos testados nas fases finais de ensaios clínicos e onde não houve nenhum avanço terapêutico prático na última década, estou animado com a promessa do LMTM como uma potencial nova opção de tratamento para esses pacientes", acrescentou Gauthier.

Cautela

Especialistas não envolvidos no estudo, porém, pediram cautela na interpretação dos resultados.
As conclusões são "interessantes mas também complexas, e vai levar tempo para a área determinar o que elas significam", advertiu Maria Carrillo, diretora científica da AAIC.

"O pequeno número de participantes que receberam a medicação do estudo como monoterapia levanta questões muito importantes. São necessárias pesquisas adicionais para nos ajudar a entender esses resultados, para que mais e melhores terapias para o Alzheimer possam ser criadas e efetivamente testadas", acrescentou.

Evento adverso

O estudo mostrou também que 80% dos participantes relataram pelo menos um evento adverso, incluindo distúrbios do sistema gastrointestinal ou nervoso, infecções e problemas renais.

Quase 47 milhões de pessoas no mundo sofrem algum tipo de demência, um número que deverá subir para 131,5 milhões até 2050, segundo a federação Alzheimer's Disease International.

Não há cura para a doença, mas a agência sanitária americana Food and Drug Administration aprovou cinco medicamentos nos últimos 20 anos para tratar seus sintomas.

CÉREBRO...O DESAFIO DO PARKINSON

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23 de julho de 2016

ENTENDA A DOENÇA QUE PODE CAUSAR DIVERSOS SINTOMAS ALÉM DOS CONHECIDOS TREMORES


Doença degenerativa que costuma se instalar de forma lenta – sobretudo em idosos –, o Parkinson conta com um leque de sintomas que vai além dos tremores nas mãos.

A enfermidade tem incidência em aproximadamente 3% dos brasileiros com mais de 65 anos e apresenta consequências motoras e não motoras. O primeiro tipo, explica o médico Carlos Rieder, está ligado às áreas cerebrais envolvidas principalmente com a dopamina, neurotransmissor que ajuda na realização de movimentos.

– A diminuição da dopamina leva ao aparecimento dos sintomas. 

Os clássicos são lentidão dos movimentos, rigidez dos músculos e tremor. 

Mas as pessoas não vão apresentar, necessariamente, tremor ou rigidez. 

Boa parte não tem e nunca terá – afirma Rieder, que integra o Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento e é professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

O médico detalha que a doença normalmente afeta primeiro um lado do corpo e, depois, passa a ser bilateral. 

O tremor do Parkinson se difere de outros tipos – o principal deles é o chamado tremor essencial.

– Ao contrário do Parkinson, o tremor essencial tem relação com a história familiar, tende a melhorar com a ingestão de bebida alcoólica, ocorre de maneira quase igual nas duas mãos e se dá quando a pessoa vai fazer alguma ação – compara a neurologista Sheila Trentin, do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS e coordenadora dos ambulatórios de distúrbio do movimento da instituição.

O paciente com Parkinson, salienta Sheila, está propenso a outras complicações, como o distúrbio comportamental do sono REM (em que a pessoa pode gritar e espernear enquanto dorme), insônia, depressão, ansiedade, constipação, além de alterações de olfato e memória.

– A doença se manifesta de maneiras diferentes. 

Então, é importante a pessoa não se comparar a outras. É como se houvesse vários tipos de Parkinson. Em alguns, por exemplo, o tremor é o principal sintoma, enquanto em outros é a perda de equilíbrio – explica a médica.

Os primeiros sintomas costumam aparecer após os 65 anos. 

Entretanto, há uma parcela de aproximadamente 10% dos casos diagnosticada antes dos 45 anos. Essas pessoas terão a doença por mais tempo, mas possivelmente com um avanço mais lento.

CAUSAS AINDA SÃO DESCONHECIDAS

O que faz proteínas anômalas se acumularem no cérebro, dando origem ao Parkinson, ainda não foi esclarecido pela ciência. 

Sabe-se, no entanto, que apenas uma pequena parcela tem relação com questões genéticas.

– As causas são desconhecidas na maioria dos casos. Podem ser aspectos ambientais, como a exposição a agrotóxicos e metais pesados. A prevalência da doença vem aumentando com a industrialização, mas o principal fator do crescimento é que as pessoas estão vivendo mais – afirma o neurologista Carlos Rieder.

Como não há cura, trabalha-se o controle dos sintomas: existem medicamentos que repõem a dopamina e amenizam as consequências motoras. Pesquisadores procuram desenvolver drogas que impeçam o acúmulo das proteínas, atingindo a origem da doença.

– O tratamento não é feito exclusivamente com remédios. 

Uma parte muito importante é a atividade física regular, que melhora o equilíbrio. 

Outra é a atividade mental, em que o paciente deve se dedicar a aprender coisas novas, já que há o risco um pouco aumentado de alterações de memória – frisa a neurologista Sheila Trentin.

A especialista ainda acrescenta que, no cenário ideal, o tratamento deve ser feito de forma multidisciplinar, com profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e nutrição, além da medicina:

– Quanto mais multidisciplinar for a equipe, melhor o paciente será tratado.

ATIVIDADES EM GRUPO E APOIO DA FAMÍLIA

Dos 68 anos de vida de Norimar Castanheiro, 18 são de convívio com o Parkinson. A investigação sobre a origem das fortes dores que sentia nas costas a levou ao diagnóstico, do qual ela duvidou quando ouviu do médico. Precisou ir a outros quatro profissionais para ser convencida.

– De lá para cá, comecei a ficar travada. Não tremo, mas tudo é mais devagar, sinto a postura entortando. Às vezes, não consigo fazer os movimentos que quero e, ao mesmo tempo, tenho movimentos involuntários – relata.

Norimar viu hábitos simples se tornarem difíceis. Ainda que more sozinha, não se arrisca mais a realizar atividades como caminhar no centro de Porto Alegre desacompanhada. Mesmo para deslocamentos curtos, utiliza a bengala.

– A gente cai muito – justifica.

A melhora da qualidade de vida ela encontrou na Associação Parkinson do Rio Grande do Sul (Apars), entidade da qual é presidente. O grupo se reúne para dividir questões relativas à doença e praticar atividades físicas.

Voluntária da Apars, a psicóloga especialista em neuropsicologia Neusa Chardosim avalia que ações como as desenvolvidas pela associação são importantes para enfrentar o preconceito, já que muitas vezes o paciente é visto como incapaz de fazer atividades corriqueiras.

– O primeiro impacto após a descoberta da doença é o pânico. Depois, vem uma sensação de raiva, de negação. Então, a gente trabalha esse processo do diagnóstico até chegar à fase em que a pessoa começa a aceitar. É um trabalho de formiguinha – conta.

Angela Garcia, também diagnosticada com Parkinson há 18 anos, ressalta que o apoio da família é fundamental.

– Ou a família te apoia, ou te derruba – afirma Angela, que foi presidente da Apars entre 2003 e 2014.


OSTEOPOROSE...COMO INDENTIFICAR...TRATAR E PREVENIR

#UnidosSomosMaisFortes

23/07/2016

Quando não estão fortes, os ossos quebram com mais facilidade. É basicamente isso que faz a osteoporose, doença que reduz a densidade e a qualidade do esqueleto, aumentando o risco de fraturas. 

É muito associada aos idosos – especialmente as mulheres –, mas também pode ocorrerem pessoas mais jovens que não mantenham uma ingestão mínima diária de componentes como cálcio e vitamina D, fundamentais para a formação e manutenção dos ossos.

COMO IDENTIFICAR

Silenciosa, a osteoporose não dá sinais claros de que está atingindo os ossos. Como não apresenta sintomas, só costuma ser identificada após uma fratura. 

Quem suspeita que pode ser afetado pela doença – seja por idade avançada, histórico familiar ou baixa ingestão de cálcio – pode se certificar com um exame de densitometria óssea. 

Recomenda-se que esse teste, sob orientação médica, seja feito a cada dois anos em mulheres que já passaram da menopausa e em homens idosos.

COMO PREVENIR

É preciso manter uma alimentação equilibrada, ingerindo cálcio e outros nutrientes em doses diárias adequadas, tomar sol por curtos períodos e em horários seguros, manter exercícios físicos na rotina. Alguns comportamentos, como consumir bebidas alcoólicas em excesso e fumar, podem acelerar a perda da massa óssea. Fundamental até o início da idade adulta para criar um esqueleto forte e, depois, para mantê-lo, o cálcio precisa fazer parte da alimentação desde a primeira infância.
O mineral pode ser encontrado em produtos como laticínios, nozes e vegetais escuros.

COMO TRATAR

A osteoporose não tem cura, mas com medicamentos, alimentação adequada e atividade física, o primeiro osso quebrado pode também ser o último. Os remédios  atuam para fixar o cálcio no osso, diminuindo o risco de fraturas, mas só surtem efeito se acompanhados da ingestão regular de nutrientes que fortalecem o esqueleto.

Convivendo com a doença

Pessoas com osteoporose podem manter uma vida normal: a doença, apesar de fragilizar os ossos, não causa grandes desconfortos, como dor. 

É preciso, porém, fazer alguns ajustes no estilo de vida, mantendo hábitos saudáveis, e na rotina, procurando evitar quedas. É importante tornar a casa mais segura, tomando cuidado com tapetes, fios soltos, chão escorregadio e objetos no chão.

Fontes: Rodolfo Schneider, geriatra e chefe do Serviço de Densitometria Óssea do Hospital São Lucas da PUCRS; Paulo Piccoli, gestor do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Mãe de Deus; Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso)


ESTUDO DA TERAPIA POTENCIAL PARA RECIDIVANTE MS QUE TEM COMO ALVO AS CÉLULAS B AGORA RECRUTANDO PACIENTES NOS EUA

#UnidosSomosMaisFortes

 21 DE JULHO DE 2016

Pacientes com esclerose múltipla recorrente (MS) estão sendo recrutados para um ensaio clínico avaliando um anticorpo monoclonal experimental chamado ublituximab, o MS Sociedade Nacional anunciou em um recente  comunicado de imprensa

O estudo, a ser conduzida em sete locais dos Estados Unidos, vai se inscrever pelo menos 24 pacientes, mas esse número pode chegar a 100.

MS é considerada uma doença mediada imune em que as próprias células do sistema imunológico de uma pessoa de ataque e dano certas estruturas do sistema nervoso central, incluindo a bainha de mielina que circunda as células nervosas, a mielina células produtoras (oligodendrócitos), e as fibras nervosas próprios .

As células B, que têm uma variedade de funções imunes, são pensados ​​para participar na danos imuno-mediada para o cérebro e espinal medula que é característica de MS. 

Portanto, um número de terapias que atingem as células B, tais como Rituxan / MabThera (rituximab) e Ocrevus ( ocrelizumab ), têm mostrado efeitos benéficos em ensaios clínicos com doentes com EM.

Estas drogas alvo da molécula de CD20 que se encontra na superfície de células B CD20, esgotar a sua circulação, o que, eventualmente, diminui ou pára o dano de imunomediada.

Ublituximab, a droga que está sendo testada, também dirige as células CD20-positivas B, mas os pesquisadores afirmam que ela se liga a CD20 de uma forma única, o que pode conferir ao ublituximab de células B maior esgotar recursos do que as observadas com rituximab ou ocrelizumab.

O estudo ( NCT02738775 ) será avaliar a eficácia e segurança do ublituximab em recidivante pacientes com EM. Os resultados primários a serem avaliados são os níveis de depleção de células B e o número de pacientes que experimentam eventos adversos. 

Os desfechos secundários incluem a atividade da doença monitoramento através de ressonância magnética (MRI) e recaídas.


Os participantes serão inicialmente designados para receber infusões intravenosas quer ublituximab ou placebo, o que pode levar até quatro horas, e após 28 dias os atribuídos ao grupo placebo também receberá ublituximab.


Para se inscrever, os participantes devem ser idades de 18 a 55, ter um diagnóstico confirmado de EM recidivante, e tiveram mais de uma recidiva nos dois anos anteriores. 

Mais informações estão disponíveis entrando em contato com Koby Mok, PhD, ou pelo telefone 949-422-2468 ou através do e-mail em  kmok@tgtxinc.com . Locais de estudo estão em Arizona, Colorado, Kentucky, Ohio, Tennessee e Texas.

MS afecta mais de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo, e continuando a investigação e ensaios clínicos são necessários para obter tanto uma melhor compreensão da doença e tratamentos mais eficazes.

FOI USADO TRADUTOR GOOGLE NESTA POSTAGEM

PEDALAR NA VELHICE REDUZ RISCO DE DIABETES

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18 DE JULHO DE 2016

De acordo com um estudo da Universidade do Sul da Dinamarca, usar a bicicleta como lazer ou meio de transporte durante a fase adulta ou terceira idade ajuda a reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, uma doença crônica que afeta principalmente pessoas acima do peso, sedentárias e com maus hábitos alimentares. 

Segundo os pesquisadores, uma série de estudos anteriores já haviam investigado a relação do transporte ativo – que combina transporte público, ciclismo e caminhadas – com a doença, porém muito poucos se preocuparam em estudar especificamente os efeitos da bicicleta nesse processo.

Publicada na PLOS Medicine, a pesquisa durou cinco anos, e foi feita 27.890 mulheres e 24.623 homens dinamarqueses, com idades entre 50 e 65 anos, sem diabetes ou qualquer outra doença crônica. 

O estudo constatou que aqueles que aderiram ao hábito de pedalar habitualmente, mesmo que em idade avançada, tiveram um risco 20% menor de vir a ter diabetes tipo 2 em comparação com aqueles que continuaram sem pedalar.

A conclusão dos pesquisadores foi de que é preciso incentivar os adultos de meia idade e idosos a utilizarem mais a bike, seja para lazer ou para se locomover. 

Se forem encorajados a pedalar com mais frequência, haverá um efeito significativo na saúde pública, principalmente nos países em que já se observa um crescente aumento da população idosa.

BACTÉRIAS INTESTINAIS TÊM AO MENOS 15 MILHÕES DE ANOS

#UnidosSomosMaisFortes

22 jul 2016

Estudos recentes mostram que em nosso corpo há dez bactérias para cada célula.
Segundo estudo publicado na 'Science', elas são anteriores ao surgimento do homem. Os micro-organismos afetam a imunidade, humor e comportamento.


Certas bactérias de nosso intestino surgiram há pelo menos 15 milhões de anos, muito antes dos humanos. De acordo com uma pesquisa publicada na edição desta sexta-feira da revista Science, a descoberta sugere que a evolução tem um papel maior na composição do microbioma intestinal do que se pensava anteriormente.

Estudos recentes mostram que, em nosso corpo, há dez bactérias para cada célula. 

Há algum tempo os cientistas sabem que essas bactérias estão presentes em humanos e em chimpanzés, principalmente no intestino, compondo um conjunto chamado microbioma. 

Elas contribuem para as fases iniciais de desenvolvimento do corpo, treinam o sistema imunológico para combater patógenos e podem ainda afetar o humor e comportamento.

Os pesquisadores não sabiam, entretanto, como adquirimos esses micro-organismos. Eles vieram de nossos ancestrais ou do ambiente? Para resolver o mistério, o biólogo Andrew Moeller, pesquisador da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, resolveu estudar as bactérias de 47 chimpanzés, 24 bonobos, 24 gorilas e 16 pessoas de Connecticut, nos Estados Unidos.

Estudo

Utilizando amostras fecais, Moeller em conjunto com cientistas da Universidade do Texas em Austin analisou a evolução de um gene presente no microbioma primata e humano. 

O resultado do estudo mostrou que, quando os seres humanos e os grandes primatas evoluíram em diferentes espécies a partir de um ancestral comum, as bactérias presentes nos intestinos deste último também evoluíram em diferentes linhagens.

Assim, a primeira diferenciação de bactérias intestinais ocorreu cerca de 15,6 milhões de anos atrás, quando a linha dos gorilas divergiu da dos hominídeos. A segunda aconteceu 5,3 milhões de anos atrás, no momento em que o ramo humano se separou dos chimpanzés.

Em seguida, linhagens de bactérias evoluíram em paralelo, adaptando-se às dietas, ambientes e doenças no sistema digestório de seus hospedeiros.

“É surpreendente que as bactérias de nosso intestino, que podemos adquirir de fontes ambientais variadas, tenham evoluído dentro de nós por um período tão longo”, afirmou o cientista Howard Ochman, um dos autores do estudo, ao site da Science.

Os pesquisadores também compararam o microbioma do grupo de pessoas de Connecticut com o de um grupo de indivíduos do Malaui e perceberam que as bactérias dos africanos e dos americanos começaram a divergir há cerca de 1,7 milhões de anos. A data coincide com as primeiras viagens dos ancestrais humanos para fora da África, o que sugere que os micro-organismos podem ser indícios confiáveis para reconstruir migrações humanas.

De acordo com os pesquisadores, o estudo do microbioma e de sua evolução pode ajudar na compreensão de alguns hábitos humanos, seu impacto na saúde e comportamento social.

ANTICORPO OFERECE PISTA DE REMÉDIO PARA ESCLEROSE MÚLTIPLA

#UnidosSomosMaisFortes

20 DE JULHO DE 2016

Um anticorpo com potencial efeito terapêutico contra a esclerose múltipla, causa mais frequente da incapacitação neurológica em adultos jovens, oferece perspectivas de um novo medicamento para lutar contra a doença – segundo pesquisadores do Inserm, cujo estudo aparece na revista Brain publicada nesta quarta-feira (20).

Os pesquisadores desenvolveram esse anticorpo, que foi testado em ratos, e esperam passar, em breve, aos primeiros testes clínicos em humanos.

Afetando o cérebro e a medula espinhal, a esclerose múltipla é considerada uma doença autoimune, já que o sistema imunológico ataca seus próprios elementos.

As células imunológicas – em especial os linfócitos – deflagram a destruição da bainha de mielina que envelopa e protege os prolongamentos (axônios) dos neurônios, perturbando, assim, a transmissão do influxo nervoso.

As lesões sob a forma de “placas” se espalham pelo cérebro e pela medula espinhal. 

Elas provocam sintomas que variam muito de pessoa para pessoa. A doença atinge uma média de uma pessoa em cada mil.

O mais frequente é que a doença se manifeste por surtos, com a aparição de problemas motores, sensitivos e cognitivos, que voltam em algumas semanas. 

Ao longo dos anos, porém, esses sintomas podem evoluir para um dano irreversível.

Os tratamentos atuais reduzem os surtos e melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas não lutam contra o avanço da doença.

Para que as células do sistema imunológico que circulam no sangue atinjam o sistema nervoso central, elas devem superar a barreira hematoencefálica (BHE) e a barreira sangue-medula espinhal (hematomedular).

Apelidado Glunomab, esse anticorpo desenvolvido em laboratório impediu a abertura dessas barreiras, limitando, assim, a passagem dos linfócitos agressores.

A equipe testou seus efeitos terapêuticos em ratos afetados por uma forma de esclerose múltipla.

Depois de uma injeção intravenosa do Glunomab, o avanço dos problemas motores – como paralisia facial, ou total, dos membros – foi bloqueado. 

Nos ratos tratados, esse efeito foi associado a uma diminuição da infiltração dos linfócitos no tecido nervoso e a uma redução da destruição das bainhas nervosas.

“Esperamos poder iniciar os testes clínicos o mais rápido possível: em um primeiro momento, sobre a inocuidade do anticorpo e, então, sobre sua eficácia, se a inocuidade for verificada”, disse à AFP Fabian Docagne, que dirigiu o estudo.

“Para isso, procuramos parceiros [industriais, por exemplo] prontos para financiar testes que podem representar um investimento de vários milhões de euros”, acrescentou.

Essa pesquisa foi submetida a um pedido de patente.

(AFP)

CIENTISTAS REVELAM MAPA MAIS DETALHADO DO CÉREBRO

#UnidosSomosMaisFortes

21/07/2016

Pesquisadores descobriram que cada metade do cérebro tem 180 áreas, e não 83 como pensavam


Durante anos, os médicos tiveram acesso a mapas confiáveis do corpo e seus órgãos - circulação sanguínea, sistema digestivo, nervos e similares -, mas sempre com uma frustrante zona cinzenta: o cérebro.

Nesta quarta-feira, uma equipe de neurocientistas, especialistas em computação e engenheiros disseram ter compilado o que "poderia ser o mapa mais preciso até o momento" do espaço misterioso que há entre os nossos ouvidos.

Os pesquisadores descobriram cerca de cem regiões, não reportadas anteriormente, da camada exterior enrugada do órgão - chamada de córtex cerebral ou massa cinzenta.

— Estes novos conhecimentos e ferramentas devem ajudar a explicar como nosso córtex evoluiu e os papéis das suas áreas especializadas em saúde e doença — disse Bruce Cuthbert, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, que cofinanciaram a pesquisa, publicada na revista Nature.



Um dia, eles podem permitir "uma precisão sem precedentes em cirurgias cerebrais", acrescentou.

Por mais de um século, inicialmente usando nada além de conjeturas, os cientistas procuraram delinear as diferentes áreas do cérebro e suas funções.

Em 1800, os chamados "frenologistas" dividiram o órgão em seções que controlam certos sentidos e traços de caráter.

A região responsável pelo "espírito combativo" (destructiveness), por exemplo, pairava em algum lugar acima da orelha, enquanto a área relativa ao "amor paternal" ficava na parte de trás da cabeça, e a da "esperança", no topo.

Esta teoria hoje extinta se tornou desacreditada com o surgimento da dissecação e de outros métodos de análise científica.

Como a astronomia

Em 1909, o neurologista alemão Korbinian Brodmann publicou o que é talvez o mais conhecido mapa do cérebro, baseado na descoberta de que diferentes regiões são constituídas por diferentes tipos de células. O mapa de Brodmann, que dividiu o córtex cerebral em algumas dúzias de áreas, ainda é utilizado hoje.

Já se sabe há algum tempo aproximadamente quais regiões controlam os movimentos voluntários musculares, a linguagem, a visão, o som e os aspectos da personalidade, por exemplo. Mas os cientistas ainda discordam sobre quantas regiões do cérebro existem - e mais ainda sobre o que cada uma delas faz.

Antes do novo mapa, havia 83 áreas conhecidas em cada metade do cérebro - um número que agora aumentou para 180, segundo a equipe de pesquisadores.

A descoberta foi possível graças à combinação de dados de diferentes métodos de registro de imagens usados para estudar os cérebros de 210 adultos.

Os pesquisadores então testaram seu novo software em um outro grupo de 210 adultos, e descobriram que ele era capaz de identificar com precisão as regiões mapeadas nos cérebros deles também, apesar da variabilidade individual.

— A situação é análoga à astronomia, onde telescópios terrestres produziram imagens relativamente borradas do céu antes do advento da óptica adaptativa e dos telescópios espaciais — disse o autor do estudo Matthew Glasser, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington no Missouri.

Confira o vídeo sobre a pesquisa: