JOVEM CONTA COMO CONVIVE COM A ESCLEROSE MÚLTIPLA SEM PRIVAÇÕES

30/05/2012


Ter Esclerose Múltipla não é impedimento para Liege levar uma vida normal.

A virada do ano de 2008 para 2009 marcou a vida de Liege Freitas. Um surto fez com que ela perdesse a coordenação do lado direito do corpo. De repente, ela já não conseguia mais caminhar sem ajuda. 

Assim como o surto veio, ele foi embora e ela ficou sem saber direito o que tinha até julho de 2010, quando finalmente um médico confirmou o diagnóstico de Esclerose Múltipla. Hoje com 24 anos, formada em Jornalismo, a jovem faz campanha entre os amigos para ampliar a conscientização acerca da doença que atinge o sistema nervoso central e afeta 30 mil pessoas no Brasil, principalmente adultos com idade entre 20 e 40 anos. 

— Quando o médico disse o que eu tinha, minha mãe começou a chorar. Eu não sabia muito bem o que isso ia mudar na minha vida — conta Liege. 

O impacto no cotidiano é uma carga diária de cuidados, estar sempre com a medicação a tiracolo em viagens, ter que explicar o que tem sempre que alguém está com ela na hora da injeção, ficar atenta aos sinais do corpo e às vezes ter que ir ao médico por causa disso. Nem por isso ela abandona seus sonhos nem deixa de fazer o que gosta. Tanto que, em agosto, vai começar um curso de fototgrafia longe de casa, em São Paulo.

— Ter Esclerose Múltipla não me impede de ir à balada, beber com meus amigos, viajar, paquerar e me divertir, mas sempre com bom senso e respeitando meus limites — ensina.

No entanto, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), apenas 5 mil pacientes recebem o tratamento adequado para a doença no país. A superintendente da Abem, Suely Berner, explica que muitas vezes as pessoas não procuram um médico por uma dor de cabeça, formigamento ou tontura:

—Há um descaso com esses sintomas, mas quando se tornam recorrentes, o ideal é procurar um neurologista.

Para reforçar a importância do diagnóstico precoce, é celebrado nesta quarta-feira, 30 de maio, o Dia Mundial da Esclerose Múltipla. A doença é autoimune, degenerativa e de caráter crônico, por isso, quanto antes for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, menor o seu efeito e as sequelas a longo prazo.

Suely explica que cada paciente tem um metabolismo e deve ser medicado de forma diferente conforme a manifestação do problema. Porém, uma crise, mesmo pontual, significa que a doença já atingiu o cérebro há algum tempo e pode causar danos irreversíveis. 

Apesar da cura ainda não ter sido descoberta, o paciente deve levar uma vida normal e se manter positivo, praticando exercícios e se alimentando corretamente, o que pode desacelerar o desenvolvimento da doença.

Sobre a doença

A EM é uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas. Segundo o neurologista brasiliense Éber Castro, o mal atinge mais o continente europeu, onde há uma proporção de 100 pacientes por 100 mil habitantes. No Brasil, essa relação cai para 18 por 100 mil habitantes. A enfermidade leva à destruição das bainhas de mielina, que recobrem e isolam as fibras nervosas (estruturas do cérebro pertencentes ao sistema nervoso central), alterando funções básicas como os movimentos, equilíbrio, fala ou paladar. 

Cada paciente pode apresentar um tipo diferente de manifestação da doença, mas os principais sintomas são dor de cabeça constante, formigamentos, alterações na fala, fadiga e transtornos cognitivos, como tontura ou perda de memória. 

Embora ainda não haja uma cura para a EM, os diferentes tratamentos buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos, que podem acarretar danos irreversíveis. No entanto, a medicação continuada aliada à consultas periódicas ao neurologista controlam a doença e garantem uma vida praticamente normal ao paciente.

As causas que levam uma pessoa a desenvolver o mal são quase que desconhecidas.Porém, conforme explica a presidente da Sociedade de Esclerose Múltipla de Brasília (SEMB), Elizabeth Tozetti, ainda não se diz que ele possa ser hereditário.

SENADO APROVA ESCLEROSE ENTRE DOENÇAS INCAPACITANTES PARA MILITARES

30/05/2012



O Senado aprovou nesta terça-feira (29) projeto que inclui a Esclerose Múltipla entre as doenças incapacitantes para militares.

A aposentadoria por invalidez para as vítimas da doença já é prevista para o funcionalismo público, mas não era extensiva aos militares.

A legislação brasileira prevê que os rendimentos recebidos pelos portadores de Esclerose Múltipla sejam isentos do Imposto de Renda. Com a aprovação do projeto, a regra passa a valer para as Forças Armadas.

Como o projeto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.

"A Esclerose Múltipla é doença grave que pode levar à incapacitação permanente. Essa gravidade já foi reconhecida pela legislação federal no momento em que a doença foi considerada motivo tanto para a concessão, ao servidor público federal, de aposentadoria com proventos integrais quanto para o oferecimento do benefício de isenção fiscal", disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos relatores do projeto no Senado. 

FONTE:http://www.jornalfloripa.com.br/politica/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=3984

CANNABIS NÃO REDUZ EVOLUÇÃO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA,APONTA ESTUDO

9 de maio de 2012

O consumo de cannabis não reduz a progressão da Esclerose Múltipla apesar de aliviar alguns sintomas, indica o estudo elaborado pela Peninsula Medical School de Plymouth (sul da Inglaterra) e publicado nesta terça-feira pela "BBC".

Para a pesquisa, que durou três anos, cerca de 500 pacientes de Esclerose Múltipla de 27 centros médicos do Reino Unido ingeriram pastilhas com tetraidrocanabinol (THC), o princípio ativo da cannabis, embora sem as substâncias psicoativas da droga.

Ao longo do estudo, os pacientes não experimentaram nenhuma redução na evolução da doença. No entanto, a ingestão destas substâncias teve um efeito positivo em relação às dores, rigidez muscular e espasmos.

"Há muitas provas que mostram que a cannabis possui um efeito sintomático. Mas, neste caso, queríamos comprovar se podia desacelerar o desenvolvimento da doença. Estou muito decepcionado, não por mim, mas pelas pessoas que a sofrem com a esclerose", disse à "BBC" o professor John Zajicek, que dirigiu o grupo de pesquisadores.

Zajicek, que lamentou a falta de tratamentos existentes para as doenças neurodegenerativas, assegurou que encontrar uma substancia capaz de deter essa evolução seria como o "Santo Graal" da neurociência.

Apesar dos decepcionantes resultados desta pesquisa, os autores do estudo não descartam a cannabis como solução para estas doenças.

"Acredita-se que a evolução da Esclerose Múltipla se produz pela morte das células nervosas e, por isso, os investigadores estão buscando tratamentos que sejam neuroprotetores. Neste sentido, alguns laboratórios já demonstraram que alguns derivados da cannabis possuem este efeito", assinalou Zajicek, que também pediu um maior esforço de financiamento para seguir a pesquisa, já que esta poderia custar 6,25 milhões de euro.

Em um estudo publicado em maio pela "Revista da Associação Médica do Canadá" (CMAJ), pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), comprovaram os efeitos paliativos que a ingestão de cannabis pode causar nos doentes de Esclerose Múltipla.

Os cientistas desta pesquisa observaram o efeito beneficente da substância em relação aos espasmos e as dores associada com a doença, embora também tenham advertido sobre "os possíveis e agudos efeitos.

FOTOS DE SEIOS ENVIADAS POR INTERNAUTAS ILUSTRAM CAMPANHA CONTRA CÂNCER DE MAMA

29/05/2012


Eu amo meus peitos" é o tema da campanha.
Sociedade Brasileira de Mastologia destaca importância de mamografia para mulheres com mais de 40 anos..

Se os seios são símbolo da beleza e da sensualidade feminina, é preciso ter peito para fazer exames regularmente e manter esses atributos. Com esse conceito, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) provoca mulheres comuns a estrelarem a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Mama enviando suas fotos para o hotsite "Eu amo meus peitos", no site da entidade.

A campanha da SBM, que já acontece há 12 anos, foi lançada oficialmente no Rio de Janeiro nessa segunda-feira. Além do hotsite, a fanpage da sociedade no Facebook e o canal no Twitter veicularão notícias sobre o câncer de mama e servirão para a população tirar dúvidas.

Toda mulher a partir dos 40 anos deve realizar anualmente um exame de mamografia e procurar um mastologista, médico especializado no cuidado das mamas. De acordo com a SBM, essas medidas aumentam as chances de um diagnóstico precoce e contribuem para a redução do índice de mortalidade em consequência da doença.

A mamografia é a melhor arma para o diagnóstico da doença a partir dos 40 anos de idade e para aumentar as chances de cura. Diagnosticamos os tumores com tamanhos ainda pequenos. Quanto mais cedo eles forem encontrados, mais cedo é possível combatê-los — afirma a mastologista Mônica Travassos, membro da SBM e uma das responsáveis pela mobilização.

Mônica destaca que o câncer de mama é o mais temido pelas brasileiras porque, além dos danos físicos, causa prejuízos psicológicos que afetam a percepção da sexualidade e a autoestima da mulher. Ela enfatizou que quando a doença é identificada em estágios iniciais, a chance de cura supera 95% dos casos.

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo, atrás apenas do câncer de pulmão. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar este ano 11 mil mortes por causa da doença e 51 mil novos casos devem ser diagnosticados.

Confira a campanha: www.euamomeuspeitos.com.br.

SPEM CELEBRA DIA MUNDIAL DA ESCLEROSE MÚLTIPLA RELVANDO A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO

28/05/2012


A Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) promove, na quarta-feira, Dia Mundial dedicado à patologia, iniciativas que realçam a importância do exercício físico e que ajudam os doentes a “Viver com Esclerose Múltipla (EM)”, tema ao qual a efeméride foi este ano dedicada, avança a agência Lusa.

Segundo o comunicado divulgado, a SPEM vai contar com várias actividades relacionadas com a importância do exercício físico, entre as quais se incluem o lançamento do DVD “Mobility Matters”, um vídeo de exercícios para doentes com Esclerose Múltipla protagonizado pelo treinador Rui Barros, conhecido pela sua participação no programa “Peso Pesado”, uma aula de Tai Chi, pela Associação de Tai Chi Taoista de Portugal.

Em Portugal existem mais de 5.000 doentes com EM, 3.500 dos quais são mulheres.

A Esclerose Múltipla é uma doença que afecta o Sistema Nervoso Central que interfere com a capacidade em controlar funções como a visão, locomoção e equilíbrio.

BRASILEIROS SÃO PREMIADOS PELA ACADEMIA AMERICANA

25/05/2012


Um dos estudos em destaque foi o de Felipe Von Glehn, que permitiu entender melhor a resposta inflamatória autoimune do sistema nervoso central.

Cinco estudos realizados na Unicamp foram destaque na 64ª Reunião Anual da American Academy of Neurology, realizada em Nova Orleans.

São Paulo - Cinco pesquisadores brasileiros tiveram seus trabalhos premiados durante a 64ª Reunião Anual da American Academy of Neurology, realizada entre os dias 21 e 28 de abril na cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos.


Ao todo, 17 cientistas foram destacados no evento, que é o mais importante da área de neurologia. Todos os brasileiros são da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e foram premiados na categoria “International Scholarship Award”.

Um dos estudos em destaque foi o de Felipe Von Glehn, que permitiu entender melhor a resposta inflamatória autoimune do sistema nervoso central que ocorre em portadores de Esclerose Múltipla. A pesquisa contou com apoio da Fapesp e foi coordenada por Carlos Otávio Brandão.

Jaira Vasconcellos foi premiada por seu trabalho de pós-doutorado. O estudo analisou a expressão gênica em pacientes com Epilepsia Refratária a tratamento medicamentoso. O projeto, também financiado pela Fapesp, foi coordenado por Iscia Lopes-Cendes.

Danyella Barbosa Dogini foi premiada pelo projeto de pós-doutorado “Padrão de expressão dos microRNAs 9 e 206 em pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica”. A pesquisa comparou tecido de portadores da doença com tecidos de pessoas saudáveis e revelou alterações em pequenas moléculas de RNA que regulam a expressão gênica. A descoberta, se confirmada, pode representar um biomarcador para a doença.

Também foi destaque o projeto de mestrado de Karen Takazaki, orientado pelo professor Marcondes Cavalcante França Júnior. A pesquisadora investigou a variação da frequência cardíaca em pacientes com Ataxia Espinocerebelar tipo 3, doença degenerativa que afeta a medula espinhal e causa atrofia muscular.

Por último, Cynthia Bonilha foi premiada pela pesquisa realizada durante seu mestrado, que avaliou fatores que influenciam na severidade dos casos da doença neurodegenerativa Ataxia de Friedreich. O trabalho também foi orientado por França Júnior.

HEPATITE , NOVAS PERSPECTIVAS

26 de maio de 2012


Medicamentos ampliam a esperança de cura da Hepatite C.

Novas drogas que chegam como opção para curar a Hepatite C já estão presentes nas farmácias especializadas do Brasil. Os medicamentos Telaprevir e Boceprevir não vieram para substituir, mas para somar aos antigos remédios – Interferon Peguilado e Ribavirina. Entre os benefícios, está o encurtamento do tratamento de um ano para seis meses (em metade dos pacientes), um avanço para quem tem que lidar com os fortes efeitos colaterais.

De acordo com o hepatologista Hugo Cheinquer, doutor pela UFRGS e University of Miami (EUA), ainda é necessário utilizar medicamentos diversos por um período de tempo longo, que pode ir de 12 a 36 semanas. Mas, em menos de uma década, a medicina deverá chegar a um tratamento para que reduza o tempo e os efeitos adveros.

Atualmente, a cura da doença custa em torno de R$ 10 e 20 mil por mês. A novidade é que, em breve, o governo poderá subsidiar os custos desse tratamento. Segundo Cheinquer, uma Portaria do Ministério da Saúde foi aberta para consulta pública e agora está na fase de implementação. Poderá levar de três a seis meses para ser implementada. Com isso, o Brasil será o primeiro país da América Latina.

– O Brasil deverá ser o primeiro país da America Latina a ter o tratamento da hepatite C subsidiado pelo governo. Isso mostra que o país está sensível ao problema e está mais avançado do que outros – afirma o hepatologista.

Cheinquer explica que a doença está atrelada a uma série de mitos. Segundo o médico, é comum escutar que Hepatite C não tem cura ou que todos os que possuem a doença irão desenvolver cirrose ou câncer de fígado:

– Fala-se muito que só o transplante é a solução. Mas na prática, pode eliminar o vírus e eliminar o transplante.

Alternativa aos efeitos colaterais

O Brasil entrou na rota da novas drogas da hepatologia. Estudos recentes têm mostrado efeitos positivos para testes com a ação antiviral direta para o tratamento para Hepatite C sem o uso do Interferon – o que diminui os efeitos colaterais no paciente.

Medicamentos antivirais diretos – que ainda não estão na rede pública – devem ser associados aos outros dois, que trazem vantagens, com possibilidade de 70% de cura.

Segundo Raimundo Paraná, da Sociedade Brasileira de Hepatologia, os estudos iniciais já demonstraram que trata-se de algo promissor:

– Estamos mais próximos do que imaginávamos, mas só saberemos a eficácia quando tivermos estudos em multicentros internacionais. Atualmente, os medicamentos estão sendo pesquisados nos EUA e Europa.


O que é


> A hepatite C (HCV) é uma doença do fígado, que afeta mais de 170 milhões de pessoas no todo o mundo. A contaminação ocorre principalmente pelo contato direto com o sangue de uma pessoa infectada e aumenta o risco do surgimento de doenças hepáticas crônicas, cirrose e câncer de fígado.

> Há cerca de 2 milhões de brasileiros com a doença, porém, como é assintomática, torna-se difícil a identificação. Para descobrir, a pessoa tem que perceber que faz parte de grupo de risco, ou seja, deve ter feito transfusão de sangue antes de 1992, procedimentos cirúrgico, ser filho de mãe com a doença, ter colocado piercing ou feito tatuagem em local suspeito, ou ainda ter usado drogas injetáveis.

NA MIRA DA TECNOLOGIA

26 de maio de 2012

Um novo equipamento capaz de fazer o sequenciamento de tumores para identificar as mutações genéticas está chegando no Brasil, com a promessa de personalizar os tratamento para o câncer e diminuir os custos do diagnóstico. Apresentada na semana passada durante a 41ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq), em Foz do Iguaçu, a nova tecnologia poderá impactar de maneira positiva os tratamentos no Brasil. Com o Ion AmpliSeq Cancer Panel, torna-se possível antecipar diagnósticos e apontar quais tratamentos são mais indicados para o caso, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e economizando recursos.

Gianluca Pettiti, CEO da Life Technologies, explica que, entre as aplicações do mapeamento, está a detecção de mutações genéticas.

No Rio Grande do Sul, a nova tecnologia já está sendo utilizado no Hospital São Lucas, da Pucrs, e na Unimpampa. Além do diagnóstico de câncer, as aplicações podem ser destinadas a identificação e estudo de bactérias.

O barateamento do tratamento do câncer é o foco da tecnologia, explica o supervisor dos especialistas em aplicações de sequenciamento genético, Fernando Amaral:

– É uma ferramenta para auxiliar o diagnóstico e direcionar o tratamento – afirma.

O equipamento permite o diagnóstico de 739 alterações genéticas em 46 genes envolvidos de alguma forma na patogenicidade do câncer. Isso ajudará, no futuro, no desenvolvimento de uma medicina personalizada, potencializando a ação dos medicamentos.

VISÃO AFETADA,CERATOCONE

26 de maio de 2012 


Saiba mais sobre o ceratocone, doença degenerativa de causas desconhecidas.

Quando Jefferson Martins Matos, 21 anos, identificou a gradual perda da visão, em 2006, tudo indicava que não passaria de simples miopia e astigmatismo. As imagens cada vez mais embaçadas e as fortes dores de cabeça, entretanto, levaram à desconfiança de uma doença rara na córnea do olho esquerdo de Jefferson, o ceratocone. Caracterizado pela distensão da córnea e pelo afinamento progressivo, o ceratocone é uma doença degenerativa e hereditária, que acomete menos de 0,5 % da população em geral. Afeta homens e mulheres em igual proporção e, em 90 % dos casos, em ambos os olhos.

Em geral, a doença se desenvolve assimetricamente: o diagnóstico do problema no segundo olho ocorre cerca de cinco anos após o diagnóstico no primeiro. À medida que a córnea se torna afinada e sua superfície cada vez mais cônica, o paciente percebe a diminuição da capacidade visual, moderada ou severamente, dependendo da quantidade do tecido afetado. Coceira e sensibilidade à luz são alguns dos sintomas que afetam o paciente com a córnea curvada. Quando em estágio avançado, a deformação ocular pode levar à cegueira.

Segundo o oftalmologista Daniel Moon Lee, especialista no tratamento de ceratocone e catarata e em implantes intraoculares, a doença inicia-se geralmente durante a adolescência, por volta dos 16 anos.

No entanto, alguns pacientes podem levar mais tempo para descobrir o problema real, achando que se trata de miopia ou astigmatismo – explica o profissional – explica.

Lee afirma que o tempo de aparecimento dos sinais de ceratocone também varia para cada paciente, podendo evoluir rapidamente ou levar anos para se desenvolver. Apesar de mais raros, existem casos de pacientes que apresentam alterações na córnea na infância ou após os 30 anos.

Para Jefferson Martins, o avanço do ceratocone foi rápido no início da adolescência. O grau de miopia do olho esquerdo aumentou rapidamente, chegando a oito em 2008, quando foi constatado o cone na córnea.

Hoje, tenho apenas 20% da capacidade do olho esquerdo. Apesar de o aumento de grau ter estabilizado desde então, os óculos não conseguem mais melhorar minha visão. Até o fim de setembro, passarei a usar lentes de contato rígidas para correção da córnea – afirma.

Prevenção
Nos casos intermediários de ceratocone, os anéis corneanos intraestrumais são os mais indicados. Eles regularizam a córnea afinada irregular e permitem uma melhor adaptação do paciente às lentes de contato. Após uma pequena incisão feita na periferia da córnea, dois arcos de acrílico são introduzidos na superfície. Os anéis são então ajustados entre as camadas do tecido próximos à pupila, para deslocar a curvatura da córnea para fora, aplanando o ponto mais alto do cone. O procedimento, realizado com anestesia local, oferece o benefício de ser reversível e potencialmente substituível, uma vez que não envolve a remoção de tecido ocular.

Para reduzir o avanço do ceratocone, alguns oftalmologistas já utilizam o crosslinking, técnica a laser para o enrijecimento da córnea e melhora da curvatura, recomendado para casos progressivos.


Lentes de contato corrigem o problema.


O uso de lentes de contato é o tratamento mais usado atualmente para a correção do ceratocone.

A lente rígida estabiliza a superfície ocular, proporcionando uma curvatura da córnea mais regular – explica Moon Lee.

Por se tratar de uma lente rígida, a adaptação, especialmente sobre a córnea com curvatura muito irregular, não é imediata e deve ser feita com acompanhamento do oftalmologista, que vai testar e adaptar a lente ao paciente.

Segundo Alberto Reinaldo Rettold, especialista em lentes de contato, a capa lacrimal que se forma atrás da lente é o que dá a visão ao paciente, pois ela deixa a córnea ser cônica novamente.

– As gás-permeáveis (ou siliconadas) são as únicas recomendadas para os pacientes. Não servem as gelatinosas. É possível voltar a ter uma visão normal – afirma Rettold.

Aquele que se propõe a passar pela adaptação às lentes consegue grande melhora da qualidade de vida, sem necessidade de procedimentos cirúrgicos. Porém, quem não se adapta ou não obtêm o resultado esperado do tratamento podem recorrer a técnicas cirúrgicas, reversíveis ou permanentes, para correção da curvatura da córnea.

MÉDICO COMENTA CONTROVÉRSIAS ENTRE PESQUISAS QUE RELACIONAM A CAFEÍNA AO RISCO DE CÂNCER

Dia Nacional do Café 24/05/2012


Polifenois presentes no café podem ter ações antioxidantes.
Embora existam dados conflitantes, a maioria dos estudos descreve um papel protetor do café.

O café tem sido objeto de polêmica científica há muito tempo. Enquanto uns apontam que a substância pode diminuir o risco de câncer de esôfago, outros indicam que pode gerar maior risco de câncer de estômago com a ingestão de mais de três xícaras por dia. Estudos recentes já buscaram evidências de que o consumo do café possa ter alguma relação com câncer de próstata, de mama, de ovário e de pâncreas. Mas nem todas as pesquisas encontraram resultados similares.

Para o oncologista Stephen Stefani, do Instituto do Câncer Mãe e Deus, apesar de os dados serem conflitantes sobre o papel do café como causa de câncer, a maioria dos estudos descreve um papel protetor da cafeína, embora modesto.

Uma das explicações conhecidas é que o café provoca a redução de substâncias produzidas pelo corpo que podem estimular câncer. Também há dados de laboratório que mostram que a cafeína funciona como um protetor solar natural, reduzindo o risco de câncer de pele — comenta Stefani.


Funções antioxidantes


Segundo o médico, dentre outros componentes, o café é fonte de polifenois diferentes, que podem ter ações antioxidantes contra várias doenças relacionadas com o estresse oxidativo, tais como o câncer e as doenças cardiovasculares. O estresse oxidativo representa um desequilíbrio de agentes oxidantes no organismo, resultando em aumento de radicais livres, que ocasionam lesões celulares.

Os polifenois também estão presentes em outros alimentos, tais como alguns tipos de verduras, legumes e frutas. Por exemplo, o cravo-da-índia é um dos alimentos mais ricos em polifenois. Devido a suas propriedades, esses compostos começaram a ser estudados em relação às suas possibilidades de quimioprevenção. Há evidências de que eles podem atuar, de diferentes maneiras, na regulação do processo de morte celular.

Mesmo que exista alguma evidência de que o café possa proteger contra alguns tipos de câncer, não existe sentido em recomendar o consumo dessa substância para a proteção do câncer. Também não há evidências suficientes de que o café possa ser fator de risco para alguns tipos de câncer — observa o oncologista.


Com moderação


O que se sabe, até então, é que o consumo de café em quantidades razoáveis não é fator carcinogênico comprovado.

É necessário que as pessoas se conscientizem que, para a prevenção do câncer, é preciso parar de fumar, ter uma alimentação saudável e realizar exercícios físicos — recomenda Stefani.

Sendo assim, está liberado o cafezinho para marcar a passagem do Dia Nacional do Café, comemorado nesta quinta-feira, 24 de maio. Só não vele exagerar na dose.

FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/05/medico-comenta-controversias-entre-pesquisas-que-relacionam-a-cafeina-ao-risco-de-cancer-3768519.html

CONHEÇA OS DIREITOS DO PACIENTE COM CÂNCER

24/05/2012 


Transporte, quitação de dívidas e isenção do IR são alguns dos possíveis benefícios.
Para assegurar os benefícios, é preciso ter em mãos a documentação que comprova o diagnóstico.


A maioria dos brasileiros portadores de câncer não sabe, mas eles têm direito a uma série de benefícios. Para garantir o acesso, é preciso pedir ao médico toda a documentação necessária para comprovar sua condição de saúde. 

Por segurança, todo requerimento deve ser feito em duas vias, para que o paciente possa ficar com uma cópia. É importante exigir o protocolo de entrega, com data e assinatura, e guardar bem essa via, pois os prazos para exigências judiciais começam a contar a partir da data da entrega do requerimento. 

Veja quais são os direitos do paciente com câncer e como encaminhar os pedidos:


:: Isenção de IR


Portadores de câncer são judicialmente dispensados do pagamento do Imposto de Renda. Caso o paciente ainda não seja aposentado, o benefício pode ser conseguido por meio da justiça. A isenção pode ser requerida junto ao INSS, mediantpatológico e laudo médico que contenha: diagnóstico expresso da doença; classificação Internacional de Doenças (CID); mençe requerimento, cópia do laudo histoão às leis 7.713/88; nº 8.541/92; 9250/95 e instrução normativa SRF nº15/01; data de início da doença; estágio clínico atual da doença e do paciente carimbo legível do médico com o número do Conselho Regional de Medicina (CRM). Além disso, é possível que os valores da compra de órteses e próteses sejam deduzidos da declaração anual do imposto de renda. 


:: Saque de FGTS


Todo paciente com câncer pode sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), assim como o PIS/PASEP, para auxílio do pagamento das despesas com o tratamento. O saque deve ser feito nas unidades da Caixa Econômica Federal e pode ser efetuado quantas vezes for solicitado pelo trabalhador. Para tanto, deve-se providenciar os seguintes documentos: carteira de trabalho (original e cópia); comprovante de inscrição PIS/PASEP; original e cópia do laudo histopatológico; atestado médico (validade de 30 dias)com diagnóstico expresso da doença, classificação internacional de doenças (CID), menção à lei 8922 de 25/07/94, estágio clínico atual da doença e do paciente e carimbo legível do médico com número do Conselho Regional de Medicina (CRM). O saque do FGTS, em alguns casos, também pode ser feito por familiares do paciente, para que eles possam auxiliar nas despesas do tratamento.


:: Licença médica e auxílio doença


Caso o câncer traga sequelas que afastem o paciente de sua atividade profissional, ele tem direito a licença médica e auxílio doença. Desde que o paciente tenha inscrição no Regime Geral de Previdência Social (INSS) e que seja comprovado seu estado por laudo médico, não existe carência (número de contribuições) para requerer auxílio doença. O paciente tem direito à ajuda até que possa voltar a trabalhar.


:: Aposentadoria por invelidez


Quando é comprovado, por meio de perícia médica, que o paciente não tem condições de ser reinserido no mercado de trabalho, ele tem direito à aposentadoria por invalidez. Caso o aposentado por invalidez necessite de assistência permanente de outra pessoa, também a critério da perícia médica, o valor deve ser aumentado em 25% a partir da data de sua solicitação. 


:: Quitação de dívida


No caso de pacientes que têm um imóvel financiado, em contratos com seguro, é possível que haja a quitação da dívida. Isso acontece em caso de invalidez ou morte. O doente que tem financiamento imobiliário pelo Sistema Financeiro da Habitação e paga o seguro por invalidez ou morte, junto com as prestações, pode solicitar a quitação total da dívida. Além disso, caso o paciente não possa garantir seu sustento, nem sua família tenha essa possibilidade, e não seja vinculado a nenhum regime de previdência social, ele terá direito a uma renda mensal vitalícia de um salário mínimo. O benefício é garantido diante de alguns pré-requisitos, como renda mensal familiar de cada um dos membros inferior a um quarto do salário mínimo e que o indivíduo não receba nenhum outro benefício.


:: Planos de saúde


A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece que os planos de saúde também devem cobrir procedimentos ligados ao tratamento do paciente com câncer. Os procedimentos variam de acordo com o tipo de plano. Os planos ambulatoriais cobrem consultas, exames, radioterapia e quimioterapia ambulatoriais; não cobrem cirurgias e hospitalizações. Os planos hospitalares cobrem cirurgias, internações, exames (quando internado), radioterapia e quimioterapia. Não cobrem consultas ou exames quando o cliente não está internado. Existe ainda a fusão desses dois tipos, os planos ambulatoriais-hospitalares, que incluem a cobertura de todos esses serviços. Existe ainda uma norma da ANS que obriga o convênio a pagar os medicamentos antineoplásicos.


:: Transporte e deslocamento


Conforme portaria do Ministério da Saúde, pessoas com câncer que precisam se tratar fora do perímetro urbano onde reside (distante mais de 50 quilômetros) têm direito a transporte, pousada e alimentação para o tratamento. Se residente em regiões metropolitanas, o paciente tem direito ao transporte urbano, que depende de regulamentação municipal. Pacientes com alguma deficiência nos membros superiores ou inferiores têm direito à isenção de IPVA, IPI e ICMS na compra de um veículo adaptado. As sequelas deixadas pela doença dão direito ainda à liberação do pagamento de passagens interestaduais de ônibus, trem ou barco pelo interior do Brasil, caso o paciente comprove que não tem condições de arcar com os gastos. 

Fonte: Oncomed — Centro de Prevenção e Tratamento de Doenças Neoplásicas

VEJA QUE ASPECTOS DA SUA PELE PODEM INDICAR A FORMAÇÃO DE TUMORES

Diagnóstico precoce 23/05/2012



Longos períodos de exposição ao sol podem acelerar o desenvolvimento do câncer de pele.
Região Sul é a mais afetada pelo câncer de pele.


Maio é o mês de conscientização sobre o câncer de pele, que tem na exposição excessiva ao sol seu principal fator de risco. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, cerca de 62 mil novos casos de câncer de pele não melanoma podem ser registrados em homens e 71 mil em mulheres, até 2013. A Região Sul é a mais afetada. Dados da Secretaria Estadual da Saúde informam que são esperados, em Porto Alegre, cerca de 210 novos casos de melanoma em 2012. No ano passado, foram registradas 209 mortes no Rio Grande do Sul em consequência da doença.

O uso do protetor solar é uma estratégia eficaz para a prevenção. A pele branca, por ter menor proteção em relação aos raios de sol, principalmente a radiação ultravioleta, está mais sujeita aos efeitos nocivos do sol. Camelôs, feirantes, agricultores, jardineiros, lixeiros, guardas de trânsito, carteiros, motoboys, operários da construção civil, pescadores e outros profissionais que cumprem suas jornadas de trabalho ao ar livre devem redobrar a atenção.

De acordo com a presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz, o melhor método para detectar precocemente o câncer de pele é prestar atenção aos sinais no corpo. Queimaduras, rugas, sardas, manchas brancas, textura rugosa da pele, capilares dilatados, massas escamosas são alguns dos aspectos. Se diagnosticado e tratado enquanto o tumor ainda não invadiu profundamente a pele, o câncer pode ser curado.


Preste atenção nos sinais


Manchas na pele devem ser observadas com cuidado. Fique atento a aspectos como:

:: Assimetria — uma metade diferente da outra

:: Bordas irregulares — contorno mal definido

:: Cor variável — várias cores numa mesma lesão: preta, castanho, branca, avermelhada ou azul

:: Diâmetro — maior que 6 mm


Campanha


O instituto Oncoguia lançou um vídeo para conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce. Para cada visualização, a empresa patrocinadora doará R$ 0,10 à entidade. 

 

PESQUISA MOSTRA QUE MEDITAÇÃO PODE MUDAR A ESTRUTURA DO CÉREBRO

22/05/2012 


Técnica ameniza sintomas de Esclerose Múltipla à depressão, afirma estudo de Harvard.



Oito semanas de meditação são suficientes para alterar a estrutura do cérebro. O estudo da Harvard Medical School, nos EUA, revela que a prática diária da técnica melhora os sintomas de Esclerose Múltipla à depressão.

Exames de ressonância magnética foram realizados nas pessoas que fizeram meditação logo após a prática. O resultado foi que a técnica aumentou a massa cinzenta do cérebro, no córtex cingulado posterior.

Em outras palavras, isso representa uma melhora em regiões envolvidas com aprendizagem, memória, emoções e estresse. Foram testados 16 participantes, com idades de 25 a 55 anos
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Eles foram submetidos a exercícios de 45 minutos diários. Para os cientistas, a descoberta é positiva, uma vez que a área beneficiada com a meditação é onde tem uma maior concentração de neurônios.

A descoberta chegou a conclusão que os neurônios também podem surgir em qualquer fase da vida.

 

CAMARÕES AJUDAM A EXPLICAR NASCIMENTO DE NEURÔNIOS

22/05/2012



O camarão é o ingrediente principal de uma pesquisa que está tentando entender como se dá a formação de novos neurônios no homem.


O camarão é um bom modelo porque, em organismos mais simples, como o dos crustáceos, é possível isolar um nicho da diferenciação celular, ou seja, o local onde uma célula-tronco se transforma em célula nervosa.

Isso possibilita analisar separadamente todas as etapas do processo.


Ativação do sistema nervoso


O estudo está sendo realizado no Laboratório de Neurobiologia Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a coordenação da professora Silvana Allodi.

Silvana explica que, pela investigação deste modelo experimental, pode-se estimar como o fenômeno ocorre em animais mais desenvolvidos, incluindo o homem.

"Esta pode ser uma etapa para, no futuro, conseguirmos propor mecanismos ou substâncias que estimulem a criação de novas células do sistema nervoso, o que seria um avanço para as terapias de doenças ou acidentes cerebrais, como derrame, nos quais há significativa perda de massa neural," aposta a pesquisadora.


Nicho de células-tronco


Diferentemente de outros animais, os crustáceos continuam crescendo após atingir a fase adulta, ficando claro que possuem algum mecanismo para adicionar novas células nervosas ao organismo.
Em 2007, descobriu-se a formação de novos neurônios em camarões adultos, a partir de um nicho de células-tronco que são identificadas por marcadores de células da glia - células não-neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos neurônios.

"Como há uma associação entre a neurogênese (formação de novos neurônios) e as células sanguíneas, foi levantada a possibilidade de estas serem as verdadeiras células-tronco. Neste projeto, buscamos verificar a hipótese dessa associação, além de estudar a ultraestrutura do nicho de células-tronco gliais," explica Silvana.

"Observamos que a neurogênese está mesmo correlacionada com o sistema circulatório e a cavidade central do sistema nervoso, que equivale ao sistema ventricular dos vertebrados, que são estruturas que contêm o líquor - líquido que atua no suprimento de nutrientes e remoção de resíduos metabólicos do tecido nervoso", revela a pesquisadora, que teve um artigo com esses resultados aceito para publicação pela revista internacional PLoS ONE.

TERAPIA CELULAR OBTÉM PRIMEIROS RESULTADOS ANIMADORES

20/05/2012

A partir de células-tronco do próprio paciente, pesquisadores brasileiros vêm obtendo resultados no tratamento de doenças em estágios que a medicina convencional não é capaz de soluciona.


Diabetes do tipo 1

 

A pesquisa: uma equipe da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo coletou células-tronco do sangue de 26 pacientes com idade entre 13 e 35 anos em estágio inicial da doença. Após serem submetidos a sessões de quimioterapia, eles tiveram as células reinjetadas na corrente sanguínea. “O intuito dessa terapia é ‘zerar’ o sistema imunológico para que ele pare de agredir as células do pâncreas que produzem insulina”, explica o endocrinologista Carlos Eduardo Couri

O resultado: dos 26 voluntários, três pararam de usar insulina de forma definitiva. Outros dezenove tiveram de retomar as injeções depois de alguns anos, porém em doses menores. Os quatro restantes não apresentaram melhora no quadro


Silicose

 

 

A pesquisa: cinco voluntários com  silicose — doença causada pela inalação de partículas de sílica, bastante comum em mineiros — foram submetidos à terapia celular. Para isso, os pesquisadores retiraram células-tronco da medula óssea dos pacientes e as reinseriram em diferentes áreas do pulmão
O resultado: um ano após o tratamento, todos os pacientes apresentaram melhora na circulação sanguínea dentro dos pulmões. “Como essa doença é progressiva e não tem nenhuma perspectiva terapêutica, só o fato de os pacientes não piorarem já representa um grande avanço”, diz a pesquisadora Patricia Rocco, da Universidade Federal do Rio de Janeiro


Insuficiência cardíaca

 

 

A pesquisa: conduzido pelo cirurgião cardiovascular Paulo Brofman, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, o estudo consistiu em injetar células da medula e do músculo da perna no coração de oito pacientes que haviam sofrido infarto agudo do miocárdio
O resultado: todos os pacientes apresentaram melhora no funcionamento do músculo cardíaco e na circulação sanguínea da região afetada. “Temos 240 000 novos casos de insuficiência cardíaca por ano em um país onde são feitos menos de 200 transplantes cardíacos anuais. Daí a nossa expectativa de que a terapia celular possa reverter ou frear a evolução da doença”, diz Brofman


Angina refratária

 

 

A pesquisa: médicos da Universidade Federal de São Paulo transferiram células da medula para o músculo cardíaco de vinte voluntários com idade entre 53 e 79 anos que sofriam de angina refratária. A doença causa uma obstrução nas artérias coronárias e impede que o coração receba a quantidade necessária de sangue
O resultado: um ano após o tratamento, metade dos pacientes deixou de sentir dores no peito. Cerca de 80% deles também apresentaram melhora no fluxo sanguíneo da área afetada. “Isso foi possível graças à formação de novos vasos sanguíneos”, diz o cirurgião cardíaco Enio Buffolo


Trombose

 

A pesquisa: quinze pacientes com arteriosclerose (doença que causa o entupimento de vasos arteriais) aos quais só restava como alternativa amputar as pernas receberam células-tronco da medula óssea no músculo da panturrilha
O resultado: dez dos quinze pacientes se livraram da amputação. “As células atuaram de duas formas: primeiro, dilatando os vasos menos prejudicados e, depois, mais a longo prazo, formando novos vasos para melhorar a circulação sanguínea”, explica o cirurgião vascular José Dalmo de Araújo, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC), em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo

FONTE:http://veja.abril.com.br/noticia/saude/as-boas-apostas-da-terapia-celular

BIOGEN IDEC SUBMETE BG-12 ORAL PARA APROVAÇÃO DA EMA E FDA

17/05/2012


A Biogen Idec submeteu à aprovação da FDA (Food and Drug Administration – entidade que regula os medicamentos nos EUA) e EMA (Agêcia Europeia de Medicamentos) o BG‐12 Oral (Dimetil Fumarato), a solução terapêutica oral da Biogen Idec para o tratamento da Esclerose Múltipla (EM), avança a companhia, em comunicado.
 
A submissão baseia-se nos ensaios clínicos de fase 3, DEFINE e CONFIRM.
 
No ensaio clínico DEFINE foi demonstrada a eficácia do fármaco na redução da actividade da doença – os doentes tratados com BG‐12 tiveram uma redução das lesões T2 novas ou aumentadas, ao longo de 2 anos, de 85% e 74%, nos grupos com duas administrações diárias e três administrações diárias, respectivamente (P<0.0001 para ambos).
No mesmo estudo foi demonstrado um perfil de segurança favorável e que o BG‐12 é bem tolerado.
 
De acordo com Fernando Matias, médico neurologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra, “O BG‐12 revelou-se um medicamento eficaz no controlo da actividade da doença1, de acordo com os resultados dos estudos de fase III. O seu perfil de segurança é favorável, e a incidência global de efeitos adversos globais foi reduzida e similar entre os vários grupos (BG-12 e placebo). Por outro lado, estudos com o seu metabolito, monometil fumarato (MMF) mostram um efeito positivo na modulação do processo oxidativo, uma via final comum a muitos processos degenerativos, incluindo a Esclerose Múltipla. Este efeito, também chamado neuroprotector, pode ser de grande importância no atrasar da fase progressiva da doença. Desta forma, podemos afirmar que o Fumarato, caso venha a ser aprovado, vai inaugurar uma nova modalidade de tratamento da Esclerose Múltipla.”
 
“A rápida submissão do BG‐12 à aprovação das entidades reguladoras dos Estados Unidos e da Europa, que integrou uma das maiores bases de dados controlados com placebo sobre EM, demonstra o nosso empenho em disponibilizar aos doentes novas terapêuticas o mais rapidamente possível”, conclui Douglas E. Williams, vice-presidente da área de Investigação e Desenvolvimento da Biogen Idec. “Esperamos ter novidades relativamente ao estado da aprovação nos próximos meses”.

LIVRES DA FUMAÇA

19 de maio de 2012 


Roni Quevedo Homeopata, coordenador do projeto UCPel Mais Saudável.

Tudo começou em 2007, com uma campanha sugerida pelo Conselho Universitário para inibir o uso do tabaco nas dependências da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), com todos os seus prédios adjacentes. A campanha deu lugar a um projeto permanente para não só conscientizar os alunos e a comunidade, mas também dar apoio terapêutico para quem objetiva largar o vício. O Programa UCPel Mais Saudável – idealizado pelo homeopata Roni Quevedo – virou referência no país em março deste ano, quando uma grande vitória foi comemorada pela equipe. Em março, um Portaria expedida pelo reitor da universidade, José Carlos Bachettini Júnior, decidiu proibir o fumo em todos os ambientes da UCPel, incluindo as áreas abertas.

Leia, a seguir, a entrevista com o médico.


ZH – De que forma esta portaria colabora para o combate ao tabagismo?


Roni Quevedo – Respondo com as palavras do reitor da UCPel, José Bachetini: “Uma Universidade que a muito tempo ensina atendendo pessoas, singelamente iniciou orientando sobre a importância de não fumar. A constância deste trabalho e o apoio a todos aqueles que desejam abandonar o habito de fumar, atingiu proporções que sonhávamos, mas que não tínhamos certeza se conseguiríamos atingir: uma UCPel mais Saudável”.


ZH – A sua intenção é replicar esta iniciativa para outros locais?


RQ – Com certeza, o programa tem este, entre outros objetivos. É oportuno lembrar que a lei antifumo para Pelotas foi inspirada no programa “UCPel mais Saudável” em atividade desde 29 de agosto de 2007.


ZH – Qual o maior desafio quando falamos em conscientização?


RQ – É sensibilizar a comunidade acadêmica como um todo: alunos, funcionários e professores. Eles podem disseminar a campanha para seus familiares, amigos e vizinhos um dos nossos objetivos de proporcionar um ambiente 100% livre de tabaco. Especialmente neste ano, em que a Campanha da Fraternidade preconiza “que a saúde se difunda sobre a terra”.


ZH – A notícia de que o RS é o Estado com mais fumantes e mais obesos reflete bem nossa realidade? Ao seu ver, por que estamos com esta triste realidade?


RQ – Precisamos de divulgação muito mais intensa sobre as consequências da doença tabagismo. Desde a pré-escola até o ensino superior, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos hospitais, clubes sociais e também pelos meios de comunicação.

ESPECIALISTAS ESCLARECEM DÚVIDAS SOBRE CONGELAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL

19/05/2012 
 
 
 
Em meio à expectativa pela chegada do bebê, os pais hoje costumam se ver diante de um dilema: congelar ou não as células-tronco do sangue do cordão umbilical do recém-nascido?
 
  O procedimento, que ocorre ainda na sala de parto, pode ser feito de duas formas: por meio de uma empresa privada, para uso exclusivo do bebê, ou através de um banco público. Neste caso, o material fica disponível para qualquer paciente que dele necessite. Apesar de alguns bancos privados argumentarem que aquele punhado de células funcionará como um seguro-saúde caso o recém-nascido venha a sofrer, no futuro, de doenças como diabetes ou Alzheimer, sua utilização ainda é bem restrita. "Por enquanto, o único uso clínico comprovado é o transplante de medula óssea", explica a geneticista Mayana Zatz, pesquisadora da Universidade de São Paulo. Para esclarecer dúvidas sobre o congelamento das células do cordão, VEJA ouviu cinco especialistas no assunto.


Quais são as diferenças entre os bancos públicos e os privados?

Coordenados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), os bancos públicos coletam e armazenam células de cordão em maternidades conveniadas, sejam elas ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), como é o caso do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, sejam elas privadas, a exemplo do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O serviço é gratuito e o material fica disponível para doação. Ao contrário dos bancos públicos, os privados cobram, em média, 3 000 reais pela coleta e 600 reais de anuidade pelo armazenamento das células. Nesse caso, elas são de uso exclusivo da criança


Toda amostra de sangue de cordão coletada é viável para uso?


Não. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a amostra deve ter, no mínimo, 500 milhões de células-tronco viáveis e estar livre de contaminações. Nos bancos públicos, 60% do material coletado é dispensado após uma minuciosa triagem — se os testes revelarem propensão genética a algum tipo de doença, por exemplo, aquela amostra não será útil para ninguém. Já nos bancos privados, o descarte é de apenas 2% (caso em que se reembolsa o cliente). Embora as regras para bancos públicos sejam mesmo mais rígidas, os especialistas consideram essa discrepância demasiado grande. "A própria análise do material congelado pode danificá-lo. Portanto, só saberemos de fato de sua viabilidade quando houver necessidade de uso", diz o biólogo Daniel Coradi, da Anvisa


Em que tipos de tratamento o sangue do cordão é utilizado?

Por enquanto, apenas no transplante de medula óssea. Isso porque esse material é, sim, riquíssimo em células-tronco, mas apenas em um tipo delas: as hematopoiéticas — capazes, pelo que se sabe até o momento, de formar única e exclusivamente células sanguíneas. "Cerca de 0,1% das células presentes no sangue de cordão pertence ao grupo das mesenquimais — essas, sim, com potencial de originar músculos, ossos, cartilagem e gordura", explica o hematologista Luís Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca. Em um estudo publicado em 2008, porém, a geneticista Mayana Zatz demonstrou que, em cada dez amostras de sangue de cordão, apenas uma continha células mesenquimais."Acho bobagem congelar o sangue de um bebê para uso privado. Primeiro, porque temos células-tronco em diversos tecidos, inclusive na polpa dentária. Segundo, porque o risco de ele desenvolver anemia grave ou leucemia é muito baixo. E, se isso vier a acontecer, não se recomenda o uso do cordão do próprio paciente", diz a geneticista


Quais são as chances de uma criança vir a utilizar as células do próprio cordão?


De acordo com a Sociedade Americana de Transplante de Sangue e Medula Óssea, as chances são de 0,04% nos primeiros vinte anos de vida. "Menos de 15% das crianças que desenvolvem leucemia linfoblástica aguda — doença sanguínea mais comum nessa fase — precisam de um transplante.
E, quando isso ocorre, o sangue do cordão do próprio paciente é contraindicado", diz o médico Carmino Antonio de Souza, presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. Mais um porém: uma amostra de sangue de cordão é suficiente apenas para o tratamento de uma pessoa com até 50 quilos. No caso dos bancos públicos, quando não se encontra um doador adulto compatível, opta-se pelo uso de mais de uma unidade de cordão. Outra situação em que o congelamento é recomendado é quando o recém-nascido tem um irmão que pode ser salvo caso haja compatibilidade genética. "Mas, nessas situações, os próprios bancos públicos fazem a coleta", explica a hematologista Andrea Kondo, do Hospital Albert Einstein


Promessa Futura - Células são armazenadas em tanques de nitrogênio líquido a 180 graus negativos: bancos públicos são a melhor opção para o congelamento do cordão umbilical.


Quantas unidades de sangue de cordão já foram usadas no Brasil para tratar doenças?

Nos bancos públicos, 135 das 12 000 unidades armazenadas foram doadas para transplante de medula. Nos privados, apenas oito entre mais de 45 600 unidades tiveram utilidade: cinco delas para uso em parentes (mediante autorização da Anvisa) e apenas três para uso da própria criança. Em um desses casos, o paciente apresentava leucemia e não resistiu ao tratamento. Nos outros dois, de paralisia cerebral, os resultados não foram divulgados


Em que estágio estão as pesquisas com células-tronco de cordão?


A eficácia das células do cordão umbilical do próprio paciente vem sendo testada para tratar doenças como paralisia cerebral, diabetes do tipo I e autismo. As pesquisas, no entanto, ainda não saíram do campo experimental. "A terapia com células-tronco originárias de tecidos diversos, não só do cordão, é estudada há quase quinze anos. Mas, nesse período, não houve nenhum grande avanço. Ela é, sim, preconizada em algumas situações, como na regeneração de tecidos — mas a partir de células colhidas da medula do paciente adulto, e não do sangue do cordão", explica Bouzas

FONTE:http://veja.abril.com.br/noticia/saude/congelar-o-cordao-vale-a-pena

DILMA APROVA ISENÇÃO DE IMPOSTOS SOBRE APARELHOS PARA DEFICIENTES E VETA VENDA DE MEDICAMENTOS EM SUPERMERCADOS

Diário Oficial 18/05/2012 


Permissão dificultaria a fiscalização sobre a venda de remédios.
Projeto havia sido aprovado pelo Senado em abril.

A presidenta Dilma Rousseff vetou a proposta de liberar a venda de medicamentos em supermercados, armazéns, empórios e lojas de conveniência sem a apresentação de receita médica, mas sancionou a isenção de impostos cobrados sobre produtos para pessoas com deficiência, como cadeiras de rodas. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira.

O veto à comercialização de produtos de saúde que dispensam prescrição médica em supermercados já era esperada, diante das reações contrárias manifestadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, e representantes de entidades do setor farmacêutico.

Dilma concordou que a medida dificultaria a fiscalização e poderia estimular a automedicação, como já havia sido argumentado pelo ministro da Saúde.

As demandas integram a proposta de Medida Provisória 549/11. 

FOCO NO CÉREBRO

18 de maio de 2012 


Instituto está equipado com aparelhos capazes de investigações detalhadas.


Previsto para ser inaugurado até o fim do mês, o Instituto do Cérebro, na Capital, deverá ser referência na América Latina no tratamento de doenças neurodegenerativas e atenderá a pacientes do SUS

Uma revolução no tratamento de doenças neurológicas está prestes a ter início no Estado. O exército não inclui apenas médicos. Figuras estranhas à medicina, como engenheiros, compõem o quadro de especialistas do Instituto do Cérebro (InsCer), que até o fim de maio deve ser inaugurando em frente ao Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre.

E não pense que o profissional das ciências exatas atua nos bastidores. Pelo contrário, Alexandre Rosa Franco, engenheiro especialista em inteligência artificial, é responsável por mergulhar no coração das máquinas para fazer com que elas enxerguem e expliquem melhor doenças de difícil diagnóstico, com base em seus conhecimentos de processamento de dados. Depois, entrega para neurologistas e psiquiatras um jeito novo de compreender os mecanismos do cérebro.

Além dele, outros 69 colaboradores de áreas diversas, incluindo física, química, farmácia, letras e medicina, trabalham para aprimorar diagnósticos e tratamentos de doenças neurodegenerativas que ainda desafiam a ciência, como Parkinson e Alzheimer. Esse centro, que une a teoria de cientistas e a prática de médicos, terá capacidade para atender a cerca de 4,2 mil pessoas nas modalidades de pesquisa e assistência até o fim deste ano. Serão contemplados pacientes do SUS, de convênios e particulares, desde que inscritos em projetos de estudo.

Para concluir o prédio de mais de R$ 35 milhões (parte financiada pelo governo federal), foram necessários cinco anos de preparo, incluindo viagens e pesquisas em alta tecnologia nas melhores universidades do mundo, como Harvard (EUA), Georgetown (EUA) e Tübingen (Alemanha). Entusiasta do projeto e coordenador científico do InsCer, o neurocientista Iván Izquierdo destaca que o local será referência na América Latina.

Doenças como Alzheimer e Parkinson afetam 30% dos idosos

Conforme Izquierdo, o centro terá cada vez mais importância, já que o universo de pessoas que sofrem de doenças neurodegenerativas cresce gradualmente à medida que a expectativa de vida da população é maior. Doenças como Alzheimer e Parkinson tendem a aparecer depois dos 70 anos e atingem a cerca de 30% dos idosos.

O diretor do instituto, neurologista Jaderson Costa da Costa, conta que o objetivo é ousado:

– Não estamos preocupados em fazer o que todo mundo faz, mas sim entender o que está acontecendo com o paciente e buscar uma solução definitiva. Queremos ser um dos centros que vão participar do esforço científico mundial.

kamila.almeida@zerohora.com.br

KAMILA ALMEIDA

Tratamento de ponta.



Equipamento com tecnologia de ponta fará leitura da atividade cerebral em tempo real.
A máquina que sintetiza medicamento e material radioativo


NEURODEGENERATIVAS ALZHEIMER

Instituto do Cerébro fará pesquisa, diagnóstico e terapia de doenças como AVC com sequelas neurológicas, dislexia, esclerose múltipla, câncer e déficit de atenção
- Acomete a região do cérebro que controla a linguagem, a memória e o raciocínio. As causas bioquímicas da doença são conhecidas, mas ainda há lacunas sobre a cura – e o tratamento é paliativo. Com as pesquisas, se buscará diminuir a intensidade ou estancar o desenvolvimento do problema, por meio da melhor apuração de diagnóstico.

PARKINSON

- Alteração em uma área do cérebro chamada de substância negra causada pela falta do neurotransmissor dopamina. Se traduz na incapacidade motora e tem como consequência dificuldade para engolir e respirar. A intenção é extrapolar o tratamento existente (reposição de dopamina via oral), por meio de exames de imagens capazes de quantificar a falta de dopamina no organismo.

NEUROPSIQUIÁTRICAS EPILEPSIA

- É causada, em geral, por outra doença que afeta o cérebro. Apenas 30% dos pacientes não respondem a medicamentos. Os mais graves podem ser encaminhados à cirurgia. O InsCer estudará os motivos pelos quais essa parcela é resistente aos remédios e buscar uma alternativa de tratamento para ele, seja clínico, cirúrgico ou com células-tronco.

ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

- Um dos tratamentos mais complicados da psiquiatria é o de sequelas do estresse. Uma das técnicas usadas é a da extinção da memória, para que paciente, ao ser exposto a estímulos que desencadearam o quadro, não os associe ao trauma em si. Após bem-sucedida pesquisa em ratos, estão previstos testes em humanos de drogas injetáveis capazes de extinguir imediatamente a memória traumática.

PARA PARTICIPAR

- O instituto dará início a 12 projetos envolvendo o estudo de doenças neurodegenerativas. Interessados em participar das pesquisas devem acessar www.pucrs.br/inscer ou telefonar para (51) 3320-3485. As inscrições serão abertas para pacientes do SUS, de convênios ou particulares.

O instituto

- Construído numa área de 2.549m², em frente ao Hospital São Lucas da PUCRS, terá a estrutura dividida em três pavimentos. O térreo, com 900m², terá os espaços administrativos e de produção, e o saguão de acesso principal, além da sala de reuniões e de pesquisas. O segundo, com 800m², será para diagnóstico e área técnica, com recepção, arquivo, salas de exame molecular, controle e equipamentos. O terceiro abrigará o pavimento técnico.

- O total de investimento é de cerca de R$ 35 milhões oriundos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Ministério da Saúde e da PUCRS. Inicialmente, está previsto um quadro funcional de 70 pessoas.

Centro produz e aplica remédio “vaga-lume”

O centro de produção de radiofármacos no mesmo local de investigação do paciente é o grande diferencial do Instituto do Cérebro. A palavra é complexa, como toda a infraestrutura da unidade, mas o objetivo do medicamento radioativo é simples: mostrar os caminhos por onde transita o remédio pela corrente sanguínea e como ele é absorvido. Isso ocorre porque o radiofármaco ingressa no organismo como um “vaga-lume” emitindo sinais captados por equipamentos de última geração.

Esse sinalizador é produzido no mesmo local em que é aplicado no doente para que possam ser realizados três tipos de exames que leem o cérebro de forma singular, garantindo uma precisão maior de diagnóstico e identificando lesões que uma só técnica não seria capaz de apontar.

– A pesquisa de algumas doenças com material radioativo só é possível a partir do modelo que montamos, já que esses elementos têm vida útil limitada. A duração do carbono produzido aqui, por exemplo, é de 20 minutos, e é um dos melhores marcadores para a Doença de Alzheimer – destaca o físico João Alfredo Borges, supervisor de proteção radiológica do InsCer.

Para que tudo dê certo, os medicamentos são produzidos no térreo. É lá que fica um acelerador de partículas chamado de Cíclotron, capaz de produzir material radioativo – só o equipamento custou mais de R$ 7 milhões.