9 de maio de 2012
O consumo de cannabis não reduz a progressão da Esclerose Múltipla apesar de aliviar alguns sintomas, indica o estudo elaborado pela Peninsula Medical School de Plymouth (sul da Inglaterra) e publicado nesta terça-feira pela "BBC".
Para a pesquisa, que durou três anos, cerca de 500 pacientes de Esclerose Múltipla de 27 centros médicos do Reino Unido ingeriram pastilhas com tetraidrocanabinol (THC), o princípio ativo da cannabis, embora sem as substâncias psicoativas da droga.
Ao longo do estudo, os pacientes não experimentaram nenhuma redução na evolução da doença. No entanto, a ingestão destas substâncias teve um efeito positivo em relação às dores, rigidez muscular e espasmos.
"Há muitas provas que mostram que a cannabis possui um efeito sintomático. Mas, neste caso, queríamos comprovar se podia desacelerar o desenvolvimento da doença. Estou muito decepcionado, não por mim, mas pelas pessoas que a sofrem com a esclerose", disse à "BBC" o professor John Zajicek, que dirigiu o grupo de pesquisadores.
Zajicek, que lamentou a falta de tratamentos existentes para as doenças neurodegenerativas, assegurou que encontrar uma substancia capaz de deter essa evolução seria como o "Santo Graal" da neurociência.
Apesar dos decepcionantes resultados desta pesquisa, os autores do estudo não descartam a cannabis como solução para estas doenças.
"Acredita-se que a evolução da Esclerose Múltipla se produz pela morte das células nervosas e, por isso, os investigadores estão buscando tratamentos que sejam neuroprotetores. Neste sentido, alguns laboratórios já demonstraram que alguns derivados da cannabis possuem este efeito", assinalou Zajicek, que também pediu um maior esforço de financiamento para seguir a pesquisa, já que esta poderia custar 6,25 milhões de euro.
Em um estudo publicado em maio pela "Revista da Associação Médica do Canadá" (CMAJ), pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), comprovaram os efeitos paliativos que a ingestão de cannabis pode causar nos doentes de Esclerose Múltipla.
Os cientistas desta pesquisa observaram o efeito beneficente da substância em relação aos espasmos e as dores associada com a doença, embora também tenham advertido sobre "os possíveis e agudos efeitos.
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