PREOCUPANTE FRAGILIDADE

30 de junho de 2012 


Se não há como frear o envelhecimento do corpo, ter conhecimento de como amenizar esse desgaste pode evitar dores e complicações futuras. Com a osteoporose funciona assim. Uma alimentação adequada, a prática de exercícios e o diagnóstico precoce evitariam a doença ou, ao menos, controlariam as fraturas e a consequente limitação física que esses ossos fragilizados provocam.

As estatísticas mostram que a população está cada vez mais vulnerável a esse mal, preocupando até mesmo os governos. A pesquisa Osteoporose na América Latina: Epidemiologia, Custos e Peso da Osteoporose em 2012 foi recentemente apresentada pela International Osteoporosis Foundation (IOF), maior entidade não governamental do mundo dedicada à prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, e garante que é progressivo o aumento de pacientes suscetíveis a sofrer com o quadro de ossos frágeis, especialmente os idosos.

Em todo o mundo, estima-se que, a cada três segundos, ocorra uma fratura em decorrência da doença. Se não forem tomadas medidas de prevenção e de diagnóstico ao primeiro sinal, esse número pode dobrar, segundo o relatório.


Prevenção na infância

Para lutar contra a estimativa de 1 milhão de brasileiros com fraturas osteoporóticas a cada ano, o Ministério da Saúde aposta nas ações de prevenção ainda na infância, já que é nesta fase que o indivíduo ganha estatura, fortifica seu esqueleto e adquire o máximo de massa óssea.

É preciso aumentar na dieta das crianças o consumo de leite e derivados e diminuir o de refrigerantes – explica a coordenadora da Saúde do Idoso do Ministério, Luiza Machado.

Outra recomendação é a prática de atividade física regular, pois, assim como os músculos, os ossos se tornam mais fortes com os exercícios. A exposição ao sol, de 15 a 20 minutos, em horário correto, também é um hábito importante para a prevenção da osteoporose, já que a luz do sol é fonte de vitamina D, que ajuda na fixação do cálcio nos ossos e diminui o risco de osteoporose na fase adulta.

UMA SAGA SEM FIM

30 de junho de 2012 




Pacientes com mieloma múltiplo – tipo de câncer que afeta a medula óssea – apelam para liberação de medicamento.


Cada vez mais aumenta a importância das redes sociais na mobilização para provocar mudanças políticas. Em solo nacional, o poder da internet também é o ponto de apoio do grupo Direito de Viver 
– A Saga dos Pacientes com Mieloma Múltiplo, liderado pelo aposentado Raimundo Bruzzi. Só que, desta vez, a luta é para garantir o direito à vida. As armas são a página do Facebook Pacientes de Mieloma Múltiplo e o blog www.sagadospacientesmm. blogspot.com.br.

Toda a briga ocorre porque o mieloma múltiplo, câncer da medula óssea ainda incurável, é passível de controle graças à lenalidomida, droga que confere aos doentes sobrevida e qualidade vida. Apesar de aprovada em mais de 75 países, dos inúmeros estudos clínicos ao redor do mundo e de contar com o aval do Food and Drug Administration (FDA) e da European Medicines Agency (EMA), o registro do medicamento está emperrado na Anvisa há mais de quatro anos.

Bruzzi critica a morosidade da agência e chama a atenção para um problema grave de saúde pública.

A droga só tem sido adquirida por vias judiciais. Os pacientes estão morrendo – afirma.

O mieloma múltiplo (MM) é a 2ª doença oncohematológica em incidência no mundo. Segundo a Fundação Internacional do Mieloma (IMF, em inglês), há mais de 700 mil novos casos por ano. Só nos Estados Unidos surgem 21 mil casos por ano. No Brasil, não há estatísticas exatas, mas segundo Angelo Maiolino, presidente da Associação Ítalo-Brasileira de Hematologia e diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), o problema é gravíssimo.

Enquanto novas drogas são testadas, os pacientes brasileiros não têm acesso àquelas já consagradas para o tratamento deste câncer – diz.

Frustração nos consultórios

A médica gaúcha Rosane Bittencourt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, participOou do Congresso da Sociedade Europeia de Hematologia, em Amsterdã (Holanda), que se encerrou no dia 17 de junho. Como especialista em mieloma múltiplo e síndromes mielodisplásicas, ela observou que houve uma consolidação de vários estudos sobre o melhor tratamento para os pacientes.

Não há dúvida de que o tratamento deve incluir fármacos como bortezomibe e lenalidomida, que aumentam a sobrevida e melhoram a qualidade de vida – afirma.

Quando perguntada como se sente ao tratar pacientes que não têm acesso aos novos medicamentos, Rosane diz que “se sente frustrada e de mãos atadas”. Apesar das restrições, ela fez questão de frisar que “essa situação encoraja os médicos a levar o conhecimento científico sobre as novas drogas a todas as autoridades, para que hajam avanços”.

POSTOS DE SAÚDE PODERÃO DISTRINUIR PÍLULA DO DIA SEGUINTE SEM RECEITA MÉDICA

 Contracepção de emergência29/06/2012



Pílula deve ser usada no máximo em até 72 horas depois da relação sexual desprotegida.
Ministério da Saúde publicará protocolo com a orientação em julho.


O Ministério da Saúde vai dispensar a exigência de receita médica para a entrega de pílula do dia seguinte nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS). Protocolo com a orientação deverá ser publicado em julho. Para evitar a gravidez, a pílula do dia seguinte deve ser usada no máximo até 72 horas depois da relação sexual desprotegida. 

— Não faz sentido exigir que a mulher aguarde uma consulta médica. Isso pode colocar em risco a eficácia do uso do remédio — afirmou o secretário de Assistência à Saúde, Helvécio Guimarães. 

O protocolo está em estudo há três meses por um grupo de especialistas convocados pelo Ministério da Saúde. O documento, de acordo com Helvécio, deixa claro qual o procedimento que os postos de atendimento devem adotar no caso de mulheres que buscam a contracepção de emergência. 

— Em alguns locais, a pílula já é fornecida sem exigência da receita, por um profissional que não é médico. Queremos padronizar essa prática — completou Guimarães.

A pílula do dia seguinte começou a ser distribuída nos serviços de atendimento do SUS em 2005 como um método de contracepção de emergência. Antes dessa data, a oferta do remédio era feita apenas para vítimas de violência sexual. 

Em 2010, a rede pública de saúde distribuiu 513 mil tratamentos. Em 2011, esse número saltou para 770 mil. Guimarães afirma, no entanto, que há ainda relatos de dificuldades enfrentadas pelas mulheres para ter acesso à contracepção. 

— Não há dúvida de que alguns serviços ainda têm receio de lidar com a contracepção de emergência. Esse é um tema que, mesmo depois de tantos anos, ainda desperta polêmica — constata.


Divergências


Grupos religiosos condenam o método, por considerá-lo abortivo. Especialistas garantem, porém, que a pílula, um composto hormonal, não atua após a fecundação e não impede a implantação do óvulo no útero. A ação da pílula depende do período do ciclo menstrual em que foi tomada.

Quando tomada na primeira fase do ciclo, ela impede a ovulação ou a retarda de forma expressiva. Documento do Ministério da Saúde informa que, quando tomada depois da ovulação, a pílula altera o transporte dos espermatozoides e modifica o muco cervical, o que impediria a fecundação. 


NOVO EXAME DE SANGUE DETECTA PRECOCEMENTE RISCO DE MORTE APÓS CIRURGIA

Pós-operatório 29/06/2012


O exame detecta um biomarcador liberado pelo músculo cardíaco que aponta estresse sofrido pelo coração.
Mais de 1 milhão de pessoas morrem em até 30 dias depois de realizar procedimentos cirúrgicos.


O Instituto de Ensino e Pesquisa do HCor — Hospital do Coração, de São Paulo, em parceria com a MCMaster University, do Canadá, desenvolveu um estudo internacional, em larga escala, capaz de apontar riscos cardíacos em pacientes após cirurgias não cardíacas. 

A primeira análise do estudo Vision envolveu cerca de 15 mil pacientes acima de 45 anos, de 13 países como Brasil, Canadá, Colômbia, China, Índia, Malásia, Peru, Polônia, África do Sul, EUA, Inglaterra e Espanha, e mais de dois mil pacientes divididos entre o Hospital do Coração, em São Paulo, e Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. 

Com um simples exame de sangue realizado nas primeiras horas após o procedimento cirúrgico é possível verificar o nível de troponina-T (TnT) do paciente, um biomarcador liberado pelo músculo cardíaco que aponta estresse sofrido pelo coração, que pode ocorrer após anestesias em cirurgias de grande porte. Assim, é possível identificar pacientes em risco de morte e dar início precoce aos tratamentos, reduzindo a mortalidade nas primeiras semanas após a cirurgia. 

Segundo o responsável pelo IEP HCor e coordenador do estudo Vision no país, Otávio Berwanger, cerca de 200 milhões de pessoas no mundo fazem cirurgias não cardíacas, como procedimentos ortopédicos, retirada de tumores e até cirurgias plásticas. Deste total, mais de 1 milhão morrem em até 30 dias depois dos procedimentos.

A identificação precoce dos pacientes com maior risco poderá permitir a redução de mortalidade do infarto durante as cirurgias não cardíacas e isso beneficiará milhões de pacientes no mundo — diz Berwanger.

As complicações cardíacas costumam acontecer desde as primeiras horas após o procedimento cirúrgico até 30 dias depois. Graças ao estudo Vision, 25% dos pacientes que eram considerados de baixo risco para complicações foram reclassificados como alto risco. 

Esse estudo muda a forma como os médicos devem cuidar de seus pacientes logo após uma cirurgia não cardíaca, identificando rapidamente os cuidados adicionais e intensivos para a sobrevida — argumenta o médico. 

O estudo Vision faz parte dos projetos de filantropia do HCor em parceria com o Ministério da Saúde à serviço do Sistema Único de Saúde (Programa Proadi — Hospitais de Excelência à serviço do SUS). Os resultados foram publicados no Journal of the American Medical Association. 

CIENTISTAS USAM CÉLULAS-TRONCO PARA TRATAR A DISTROFIA MUSCULAR

28/06/2012 


Nova técnica poderá ajudar pacientes com distrofia muscular de cinturas, um tipo raro da doença, e possivelmente outras variações.
Pesquisadores reprogramaram células musculares e, após transplante celular, verificaram atenuação de sintomas em camundongos.

Pela primeira vez, cientistas conseguiram transformar células adultas de pacientes com distrofia muscular em células-tronco e obter a partir destas células precursoras de músculos. A nova técnica pode ser usada no futuro para tratar pacientes com distrofia muscular de cintura-membro, um tipo raro da doença que ataca ombros e quadril, e possivelmente outras variações. O estudo foi publicado no periódico Science Translational Medicine.


Saiba mais

 

MESOANGIOBLASTOS

Mesoangioblastos são um tipo especial de células-tronco que podem ser obtidas por meio de biópsias musculares de doadores vivos. Elas estão associadas às paredes de grandes vasos. Estudos já mostraram que essas células podem ajudar na atenuação dos efeitos da distrofia muscular em cães.


DISTROFIA MUSCULAR DE CINTURA-MEMBRO


Grupo de distrofias que causam fraqueza na altura da cintura (distrofia muscular Leyden-Möbius) ou do ombro (distrofia muscular Erb). São doenças hereditárias que surgem, sobretudo, na idade adulta e raramente provocam fraqueza grave.

Há nove formas de distrofia muscular. São doenças que atacam o músculo esquelético e prejudicam a mobilidade do paciente. Nos casos mais severos, causam disfunção respiratória e cardíaca. Não há tratamento, embora muitas abordagens estejam entrando na fase de testes clínicos, inclusive a terapia com células-tronco.

Técnica inovadora - No novo estudo, os cientistas primeiro modificaram geneticamente uma célula chamada mesoangioblasto, que pode ser derivada de vasos sanguíneos e que, em estudos anteriores, mostrou potencial para tratar a distrofia muscular. Contudo, os pesquisadores descobriram que não era possível conseguir um número suficiente de mesoangioblastos de pacientes com distrofia muscular de cintura.

Os cientistas então reprogramaram células adultas de pacientes com distrofia muscular de cinturas em células-tronco. Essas células foram diferenciadas em mesoangioblastos. Em seguida, as novas células foram injetadas em camundongos com distrofia muscular. Os cientistas observaram que as células injetadas se acumularam nas fibras musculares dos animais.

Os pesquisadores também mostraram que quando as células eram derivadas de camundongos, e não de humanos, as células transplantadas fortaleciam o músculo danificado e permitiam aos animais doentes correr por mais tempo do que camundongos doentes que não receberam as células. Os pesquisadores agora avaliam o procedimento para iniciar testes clínicos com humanos. "Essa técnica pode ser útil para o tratamento futuro de distrofia muscular de cinturas e possivelmente outros tipos", disse Francesco Tedesco, chefe da pesquisa.

SAIBA MAIS SOBRE A NEUROPATIA DIABÉTICA,COMPLICAÇÃO MAIS FREQUENTE DO DIABETIS

Açúcar no sangue 28/06/2012 


Problema pode gerar manifestações diversas, como disfunção erétil e perda de sensibilidade nas extremidades do corpo.


O aumento dos casos de diabetes chama a atenção da comunidade médica e das autoridades ao redor do mundo. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) há mais de 12 milhões de casos no país, no entanto, estima-se que a metade dos diabéticos não saiba de sua condição. A maior disponibilidade de alimentos e os novos hábitos de vida da população urbana contribuem para o fato. 

A doença é caracterizada pelo aumento anormal dos níveis de açúcar no sangue e pode ter graves consequências, como cegueira, infarto e amputações. Segundo dados da International Diabetes Federation (IDF), o custo global com o tratamento do diabetes passará dos mais de 8 bilhões de dólares gastos em 2010 para 13 bilhões de dólares em 2030. 

Membro efetivo da SBD, o endocrinologista Luiz Clemente Rolim afirma que a neuropatia diabética, também chamada de neurite diabética, é uma das complicações mais frequentes em decorrência do diabetes mellitus, principalmente do tipo 2, atingindo cerca de 50% de seus portadores. 

As neuropatias diabéticas podem ser definidas como um grupo heterogêneo de disfunções do sistema nervoso periférico que pode afetar virtualmente todas as fibras nervosas do nosso corpo. 

— Costumo dizer que o açúcar em excesso no sangue é tóxico para os nervos da mesma forma que o excesso de álcool, isto é, ambos são neurotóxicos — diz o especialista.

Segundo Rolim, o excesso de açúcar no organismo dos diabéticos favoreceria a proliferação de agentes oxidantes no sangue, substâncias prejudiciais às células dos nervos. 


Manifestações diversas


Por representar um risco em potencial a todo o sistema nervoso periférico, a neuropatia diabética tem manifestações diversas: disfunção erétil, descontrole da evacuação, perda de sensibilidade nas extremidades do corpo, dores nas pernas e nos pés, entre outras. 

Estima-se que 20% a 30% dos portadores de neuropatia diabética sentem dor intensa nas pernas ou nos pés, embora a maioria não encontre alterações visíveis. Quando detectada nos primeiros anos, a doença pode ser reversível.

— Na verdade, a dor é um bom sinal, pois mostra que o nervo ainda está vivo. O pior é quando para de doer, depois de dez anos de evolução da neuropatia, quando o nervo já morreu — comenta Rolim.

Nesses casos, é grande o risco de o paciente desenvolver feridas nos pés, já que lesões ocasionais não são percebidas e quando não tratadas, podem evoluir para ulcerações irreversíveis que, nos casos mais graves, podem levar à amputação do membro. 

Conforme o médico, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais. Além de manter o controle glicêmico, o paciente diabético deve estar permanentemente atento aos possíveis sinais de neurite. O endocrinologista deve examinar periodicamente os pés de seus pacientes, em busca de indícios de alterações na sensibilidade. Para isso, são necessários quatro testes clínico-neurológicos: o térmico, o reflexo aquileu, o teste de sensibilidade dolorosa e a sensibilidade vibratória. 

— Se conseguirmos prevenir a neuropatia diabética estaremos prevenindo inúmeras internações e cirurgias de amputação, e também poupando bilhões em custos anuais — alega o especialista. 

NOVA NORMA DEVE REDUZIR PELA METADE O PRAZO PARA AUTORIZAR PESQUISAS CLÍNICAS

Aval para estudos 27/06/2012


Atualmente, tempo médio de avaliação pela Anvisa é de seis meses.


Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nessa terça-feira, uma nova norma promete simplificar a análise de anuências para pesquisas clínicas no Brasil. A proposta esteve em Consulta Pública durante um mês e será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

De acordo com o documento, pesquisas clínicas já avaliadas e aprovadas na Europa, Estados Unidos, Japão, Austrália ou Canadá poderão passar por análise simplificada no Brasil. A medida reduzirá pela metade o tempo que a Anvisa leva para autorizar esses estudos.

Atualmente, existem 107 pedidos de pesquisa clínica na fila de análise da Anvisa, com prazo médio de seis meses para análise. Destes, cerca de 80% podem ser enquadrados nos novos critérios de análise simplificada. A estimativa é que esse prazo seja reduzido para 90 dias.
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No Brasil, a pesquisa clínica de medicamentos e produtos para saúde deve ser autorizada pela Anvisa, que avalia os aspectos metodológicos e científicos dos trabalhos. Esse tipo de pesquisa é necessário para o registro de novos medicamentos, novas indicações terapêuticas, novas associações, entre outras adequações exigidas por lei.

A norma não altera os procedimentos de avaliação dos aspectos éticos das pesquisas, que continua sendo responsabilidade do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). 

Conforme a resolução, os pedidos que já estão em andamento na Anvisa poderão ser colocados na fila de análise simplificada a partir de uma solicitação dos responsáveis pelo trabalho.

CAOS NAS PERÍCIAS AFETA TRABALHADORES

26 de junho de 2012 

Descontrole sobre o trabalho dos peritos provoca troca de acusações entre presidência e médicos.

Médicos e dirigentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concordam com o diagnóstico: o serviço de perícias entrou em colapso no Estado. E é praticamente só nisso que eles concordam.

Enquanto os peritos denunciam os gestores como responsáveis por um desmonte no instituto, que seria responsável por demoras de até quatro meses para agendar um exame, a superintendência em Brasília lançou suspeitas sobre a produtividade dos médicos gaúchos e deflagrou uma intervenção branca na gerência de Porto Alegre. Em meio ao bate-boca, o trabalhador sofre com o atendimento.

Em entrevista ontem a ZH, o presidente do órgão, Mauro Hauschild, disse que peritos gaúchos realizam menos exames que seus colegas de outros Estados e afirmou suspeitar de que parte deles burla o sistema de ponto eletrônico para não trabalhar. Hauschild sofre pressão da Casa Civil para elevar a quantidade de perícias no Estado, onde o desempenho está entre os piores do país. Na quinta-feira, ele estará na Capital para cobrar mudanças no atendimento.

No caso de Porto Alegre, cada médico terá de realizar 18 perícias diárias, segundo ele o dobro do desempenho atual. Para o sindicato nacional da categoria, o ideal seria fazer 12 atendimentos ao dia. A corregedoria do INSS ainda vai apurar se os peritos de fato cumprem a jornada de trabalho, já que todos os profissionais são obrigados a bater o ponto eletrônico.

Clarissa Bassin, vice-presidente da associação dos peritos gaúchos, afirma que o problema é a debandada de profissionais, por aposentadoria ou pedido de demissão. Segundo dados da Associação, 1.332 médicos demitiram-se nos últimos 40 meses no país. De dezembro de 2008 a abril de 2012, o total de profissionais no sistema teria caído de 5.362 para 4.590 (14,39%).

– A acusação de que os médicos não trabalham não confere. Estão dizendo isso para criar uma cortina de fumaça e esconder que fazem uma gestão horrorosa. Os salários estão congelados desde 2008 e as condições de trabalho são horríveis. Os médicos pedem demissão e o INSS não consegue repor – afirma Clarissa.



Espera pode chegar a quatro meses


Na briga da gerência com os médicos do INSS, quem leva a pior é a população. Em alguns casos, a espera por exame pericial pode chegar a quatro meses. Ontem à tarde, quem tentava horário em Canoas pelo site conseguia agendamento para 9 de outubro – mais de cem dias de espera. Para quem está afastado do trabalho por motivo de doença, o prazo é trágico.

– Nos primeiros 15 dias, quem faz a avaliação da pessoa é a empresa, mas a partir do 16º quem vai remunerar o empregado é a Previdência. Só que para isso precisa ter a perícia. A pessoa já está com alguma doença e ainda acaba ficando um tempo sem receber – diz o advogado Rafael Foresti Pego, especialista em Direito do Trabalho.

Em Porto Alegre, a rotina de quem depende dos serviços é uma via-crúcis. Munida de uma pasta cheia de documentos, Danielli Azambuja Olibone Nunes, 28 anos, acompanha há dois anos a rotina do marido Alexandro Paulo Nunes, 35 anos. Ex-vigilante, ele foi diagnosticado com Esclerose Múltipla. Sem forças no lado esquerdo do corpo, comprometido pela doença, ele conseguiu o auxílio-doença, mas luta agora para ter a aposentadoria.

– Na primeira vez, agendei pelo 135. Demorou dois meses para conseguir a perícia. No dia, remarcaram. Viemos à agência em vão e fiquei mais um mês sem receber – relata.

“Talvez não cumpram as jornadas”

Mauro Hauschild - presidente do INSS

O presidente do INSS, Mauro Hauschild, promete solucionar a crise em 90 dias. Gaúcho de Bom Retiro do Sul, ele admite a escassez de pessoal, mas reclama da baixa produtividade dos peritos:

Zero Hora – Falta pessoal ou produtividade na perícia médica no Estado?

Mauro Hauschild
As duas coisas. Temos de ampliar o número de peritos. Acabamos de nomear 250, vamos nomear mais 125 até outubro. Precisamos realizar mais perícias com a força de trabalho disponível. Que pelo menos 70% dos peritos façam entre 15 e 20 perícias todos os dias. Isso significa uma perícia a cada 20 minutos.

ZH – Qual é a média hoje?

Hauschild
Em números nacionais, temos uma média de 11, 12 perícias por perito, contando os que não estão em atividade. Mas podemos chegar a 15 e até a 18.

ZH – A média do Rio Grande do Sul é mais baixa?

Hauschild
Há peritos que entregam sete, oito perícias por dia em Porto Alegre. Se fizermos um comparativo com consultório, nos parece desproporcional um médico não fazer 15 perícias em seis horas – ou 18 em oito horas.

ZH – Onde estão os médicos que não fazem perícia?

Hauschild
– Em Porto Alegre, temos 10 peritos no Sistema Integrado de Assistência à Saúde do Servidor. Podemos ter dois ou três nessa área para atender. Os outros sete vamos devolver à perícia inicial.

ZH – Tem gente ociosa?

Hauschild
Eles não têm o volume de trabalho que outros médicos da perícia do INSS.

ZH – Tem gente que não aparece para trabalhar?

Hauschild
Talvez não cumpram a jornada ou, se cumprem, não realizam a atividade que a gente gostaria.

ZH – Quando o sistema estará operando dentro do razoável?

Hauschild
Em 90 dias.



TÉCNICA APRIMORADA DE TRATAMENTO DO VITILIGIO É APRESENTADA DURANTE ENCONTRO DE DERMATOLOGISTAS

Doença de pele  25/06/2012


A doença é genética e pode ser precitada por fatores ambientais como o estresse.
14º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica reuniu especialistas em Brasília.


O dermatologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) em Brasília Eugênio Reis disse que a técnica de tratamento do vitiligo, apresentada pelo médico indiano Davinder Parsad durante encontro em Brasília, existe desde 1987, mas era muito cara e inviável para os médicos brasileiros. Entretanto, nos últimos cinco anos, com o avanço da biologia molecular e a substituição de certos reagentes, o tratamento tornou-se mais barato.

O aprimoramento da técnica foi apresentado por Parsad durante o 14º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, promovido semana passada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia 

Dermatológica (SBCD), que reuniu cerca de 2,5 mil médicos do Brasil e convidados estrangeiros. O objetivo é divulgar os avanços de técnicas de tratamento e tornar os profissionais mais atualizados para cuidar dos pacientes, sobretudo aqueles que não respondem às técnicas clássicas.

— No procedimento tradicional, além do uso de pomadas e remédios, são retiradas partes da pele de área saudável do corpo e transplantadas para a área atingida pela doença. Entretanto, a técnica é agressiva, pode deixar cicatrizes e não garante bons resultados. Com o aprimoramento do transplante dos melanócitos, a área atingida fica com uma coloração mais uniforme e harmônica, depois de quatro a seis semanas. Sem contar que o procedimento é muito menos agressivo do que o tradicional — esclareceu o médico.

O vitiligo é uma doença autoimune causada pela formação de anticorpos que matam os melanócitos (células que dão pigmentação à pele), gerando manchas brancas. O dermatologista indiano aperfeiçoou o método de extração de melanócitos de áreas saudáveis do corpo para serem transplantadas em áreas atingidas pela doença. Durante o procedimento, é retirado um pequeno e fino fragmento de pele de uma área saudável do corpo do paciente. Depois disso, são extraídas as células de pigmentação desse fragmento. A área atingida pelo vitiligo é raspada e os melanócitos são colocados sob a pele afetada.

Doença genética, o vitiligo pode ser precitada por fatores ambientais como o estresse. Geralmente, aqueles que sofrem com a doença tendem a ser mais ansiosos, o que pode agravar o quadro. É uma enfermidade que compromete a qualidade de vida da pessoa, porque causa certo desequilíbrio psicológico. O paciente passa a se limitar, a restringir a própria vida, evitando ir a certos lugares onde será mais exposto. Em alguns casos, para de trabalhar e deixa até de sair de casa.


Novidades estéticas


No campo estético, uma técnica divulgada no congresso foi o transplante capilar e de sobrancelhas. O procedimento retira folículos capilares de uma área normal, geralmente um pequeno pedaço do couro cabeludo da área abaixo da nuca, e transplanta para a região sem cabelo.

Segundo o especialista em transplante capilar — tratamento clínico e cirúrgico das alopécias — Francisco Le Voci, esse procedimento é indicado para pacientes calvos, que sofreram queimaduras, doenças ou acidentes que impedem que o cabelo volte a crescer na área afetada. 

— A técnica de transplante de sobrancelha ajuda as pessoas que se sentem incomodadas por terem perdido a expressividade a voltar a ter expressões faciais, uma das funções dos pelos dessa região — explicou.

Uma variante dessa técnica é a extração de unidade folicular, em que a equipe médica extrai as raízes, uma a uma, com um aparelho, para serem implantadas no paciente. Entretanto, a técnica não pode ser utilizada em todos os casos. 

— É mais demorada e oferece quantidade menor de pelos, então ela só pode ser usada em algumas situações, e para o transplante — acrescentou Le Voci.

DOENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA TÊM MENOR RISCO DE DESNVOLVER CANCRO

2012-06-25

Doentes com Esclerose Múltipla (EM) têm menor risco de desenvolver cancro. É o que revela estudo de investigadores da University of British Columbia, no Canadá, avança o portal ISaúde.

O estudo, publicado na revista Brain, mostra que além de um risco menor de cancros gerais, os pacientes com a doença tinham um risco ainda menor de cancro colo-rectal.

"Como o sistema imunológico desempenha um papel importante tanto no cancro quanto na EM, queríamos saber se o risco de cancro é diferente para pessoas com Esclerose Múltipla", afirma a autora da pesquisa Elaine Kingwell.

Para o trabalho, os investigadores compararam os diagnósticos de cancro em pacientes com Esclerose Múltipla com os da população em geral.

Enquanto eles descobriram que pacientes com Esclerose Múltipla têm um menor risco de cancro em geral, e em particular cancro colo-rectal, eles notaram que os riscos para cancro no cérebro e cancro de bexiga eram ligeiramente elevados.

Segundo os investigadores, um resultado inesperado foi que, para aqueles pacientes com Esclerose que desenvolveram cancro, o tamanho do tumor tendeu a ser maior no momento do diagnóstico.

"Como os sintomas da Esclerose Múltipla podem ser amplos e incluem sensação de fadiga, é possível que os sintomas do cancro estejam sendo mascarados ou esquecidos. Independentemente dos resultados, todos os pacientes e seus médicos são incentivados a seguir as orientações de rastreio do cancro", destaca a autora sénior da pesquisa Helen Tremlett.

A equipa de investigação está a planear um estudo de acompanhamento para determinar se as taxas de mortalidade por cancro são alteradas em pacientes com Esclerose Múltipla e para entender as razões para esta redução do risco de cancro em geral.

CONHEÇA ALGUMAS TERAPIAS ALTERNATIVAS E SEUS BENEFICIOS PARA O CORPO

De corpo e alma 22/06/2012 


Ioga, meditação e tai chi chuan são algumas modalidades.
Exposição de saúde alternativa promove vivências em São Paulo.


Ioga, aromaterapia, reiki, meditação. O uso crescente das técnicas alternativas é o mote para a criação da 1ª Expo Saúde Alternativa, que reunirá mais de 80 terapias diferentes em um só lugar em São Paulo neste fim de semana. No Brasil, ainda não há estatísticas oficiais, mas nos Estados Unidos, aproximadamente, 40% da população faz uso da medicina alternativa como complemento à medicina tradicional. 

Como existem muitos tipos de terapia alternativa — produtos naturais (ervas, vitaminas, minerais), produtos de manipulação (homeopatia, aromaterapia) e práticas baseadas no corpo, mente ou espírito (meditação, massagem, reiki, acupuntura) —, a organização do evento reservou uma área destinada para a experimentação de algumas dessas práticas.


Conheça algumas delas e seus benefícios para o corpo:


:: Ioga


Antiga filosofia de vida que se originou na Índia há mais de 5 mil anos, ainda hoje, em todo o mundo, figura como o mais antigo e holístico sistema para colocar em forma o corpo e a mente. Literalmente, 'Yoga' significa união, pois ele une e integra o corpo, a mente e nossas emoções para que sejamos capazes de agir de acordo com nossos pensamentos e com o que sentimos. Por meio de suas várias técnicas, o ioga induz a um profundo relaxamento, tranquilidade mental, concentração, clareza de pensamento e percepção interior juntamente com o fortalecimento do corpo físico e o desenvolvimento da flexibilidade.


:: Meditação


Meditar é sentar-se quieto e observar a si mesmo. O ser humano está sempre muito preocupado em conhecer tudo aquilo que o cerca, mas pouco empenhado em descobrir o que acontece dentro dele. A meditação é uma prática para o autoconhecimento. 


:: Tai Chi Chuan


Arte marcial chinesa de estilo suave, o tai chi chuan é mais conhecido pelas rotinas de movimentos lentos que grupos de pessoas praticam todas as manhãs em parques da China e por todo o mundo. Nas aulas de tai chi chuan, a pessoa é ensinada a ter consciência do seu próprio equilíbrio e do que o afeta e a apreciar os valores práticos da sua habilidade de moderar os extremos do comportamento em nível mental e físico. 


:: Aromaterapia


Consiste no uso de tratamento baseado no efeito que os aromas de plantas são capazes de provocar no indivíduo. De determinadas plantas aromáticas é extraído o óleo essencial a ser aplicado isoladamente ou em combinação com outros aromas, dependendo das enfermidades e do indivíduo. A aromaterapia provoca efeitos físicos, mentais e emocionais, alterando a respiração, os batimentos cardíacos, a pressão arterial, os estados de ânimo, a concentração etc.


:: Reiki


Palavra japonesa que significa "Energia Vital Universal", o reiki não é uma religião e nem uma crença. É um sistema natural de harmonização e reposição energética, realizado pela imposição das mãos em forma de uma concha. 

SAIBA MAIS SOBRE A ENXAQUECA, DOR DE CABEÇA INTENSA QUE AFETA CERCA DE 30 MILHÕES DE BRASILEIROS

Cabeças explosivas 23/06/2012


Sofrendo enxaqueca desde os nove anos, Leila chegou a pesar 37 quilos no auge de uma crise, há poucos anos.
Dores atingem um lado da cabeça, com duração entre quatro e 72 horas.


Enquanto os familiares de Leila Pedroso, 50 anos, pulavam carnaval na praia, ela estava presa em casa. Durante um mês, ficou no escuro, sem som, quase sem comida. A privação de liberdade estava na cabeça dela. Ou melhor, era a cabeça dela. A enxaqueca chegava em crises "que pareciam que o cérebro ia explodir", e duravam de uma a quatro horas. E voltavam. Nisso, qualquer rastro de luminosidade ou ruído davam a impressão de aumentar as dores latejantes. Se fechava no quarto e lá vinham as náuseas. Nem água descia. Foi parar no hospital, pesando 37kg. 

O caso de Leila ilustra uma enfermidade que acomete mais de 15% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE). O que corresponde a 30 milhões de pessoas, calcula o presidente da SBCE, Marcelo Ciciarelli. De acordo com ele, para ser considerado enxaqueca, é preciso que a pessoa apresente pelo menos cinco vezes na vida uma dor de cabeça em um lado da cabeça, de duração entre quatro e 72 horas. Normalmente outros sintomas aparecem, como enjoo, piora com esforço físico e intolerância à luz e ao barulho. 

O erro mais comum dos afligidos é a automedicação, que pode fazer com que a doença se torne crônica. Leila tentou tapear a dor com analgésico. Eram três por dia no mínimo e a conta na farmácia não baixava dos R$ 300. Os ápices de sofrimento, que a deixavam imobilizada no quarto, passaram de mensais para diárias. E de duração de minutos para dias. Depois da última internação — foram três — marcou consulta com um novo neurologista. Fernando Kowacs, com doutorado sobre enxaqueca, receitou outros medicamentos e o uso de botox como tratamento. Funcionou. A substância botulínica, aplicada em pontos específicos da cabeça e do corpo, combinada com remédios preventivos controlaram as crises. 

Para ter uma vida normal, até injeção na testa, literalmente — brinca agora Leila, depois de sofrer desde os nove anos.

Porém, para alguns especialistas, o tratamento com toxina botulínica "tem efeito risível". A neurotoxina aplicada em 39 pontos da cabeça e do pescoço teria "evidências limitadas de benefícios", segundo artigo publicado na revista especializada britânica Drug and Therapeutics Bulletin. Segundo o texto, entre 1% e 10% dos voluntários que receberam as injeções de Botox descreveram efeitos colaterais dolorosos ou desconfortáveis, incluindo espasmos musculares, coceiras e urticária. 


Tratamento personalizado 


O tratamento da enxaqueca vai depender da história clínica do paciente, da frequência, intensidade e duração das crises. Entretanto, o alívio para a dor pode ocorrer de duas maneiras: tratando a crise propriamente dita com medicamentos da família dos triptanos, em forma de tabletes (para serem colocados embaixo da língua, que agem depois de cinco minutos) ou utilizando o tratamento preventivo, à base de medicamentos que evitam que a crise se instale de vez. Os medicamentos preventivos podem ser antidepressivos, anticonvulsionantes, anti-hipertensivos e para combater labirintite, entre outros. 

Essas medicações são recomendadas em doses menores das utilizadas para tratar das doenças — explica a neurologista Célia Roesler. 

A toxina botulínica (Botox, fabricado pela Allergan) recebeu a aprovação do FDA para tratamento da enxaqueca crônica em outubro de 2010 e tem sido uma das formas mais eficientes para tratar a enxaqueca crônica. O alívio, segundo estudos, ocorre no prazo de quatro a seis meses, mas há pacientes que notam uma melhora imediata.


Esperança no tratamento


Cientistas se esforçam cada vez mais para tentar desvendar as causas da enxaqueca. Na pesquisa mais recente, da Universidade de Oxford, descobriu-se que essas dores estão diretamente relacionadas a um defeito genético. Segundo os médicos, o gene TRESK é o principal responsável por desenvolver a doença em 20% das mulheres e em 10% dos homens.

De acordo com o estudo, o centro de dor sensível do cérebro é ativado mais facilmente quando há uma falha no funcionamento do TRESK, o que resulta em dores de cabeça severa. 

Pesquisas anteriores já apontavam que algumas partes do DNA poderiam aumentar os riscos desse tipo específico. Nós descobrimos que a enxaqueca, provavelmente, depende de quão sensíveis são nossos nervos na região que comanda a dor no cérebro — afirma Zameel Cader, médico e membro da equipe responsável pelo estudo.

Esta descoberta pode ser uma luz no fim do túnel para o desenvolvimento de novos medicamentos. 


Tratamentos alternativos


Solange Takeda, 48 anos, está buscando uma vida mais natural. Largou remédios convencionais e está tentando equilibrar o organismo apenas com homeopatia e acupuntura. De dois anos para cá, a enxaqueca começou a ficar mais forte e para curá-la investiu ainda mais nas agulhas. A técnica chinesa, segundo o fisiterapeuta e acupunturista Felippe Guariglia, serve para harmonizar o corpo, como uma forma de prevenção de doenças. Ele mesmo reconhece que para o tratamento efetivo de enxaqueca, o método deve ser associado a medicamentos convencionais.

Essa também é a visão do neurologista Fernando Kowacs, com doutorado sobre enxaqueca. Ele explica que já foi provado por estudos que a acupuntura, se feita no mínimo três vezes por semana, associada a medicação prescrita pelo médico, pode melhorar as dores de cabeça. Outros tratamentos alternativos também tem resposta positiva, se coordenados em conjunto com remédios neurológicos, como biofeedback (técnica de relaxamento) e uso de medicamentos fisioterápicos feitos de algumas plantas em específico. Outros tipos, no entanto, ainda não tiveram a eficácia comprovada no combate à enxaqueca, como homeopatia e quiropraxia. 


Vilões ou mocinhos?


A principal causa da enxaqueca é genética e hereditária. Isso não significa que se o seu pai tiver, você necessariamente vai ter a doença ou vice-versa, porque às vezes a enfermidade se manifesta e outras vezes não. Mas existem alguns fatores que podem desencadeá-la ou contê-la. Veja a seguir:


VILÕES


:: Dormir de menos ou de mais

:: Jejum prolongado

:: Queijos amarelos fortes

:: Bebidas alcoólicas, em especial o vinho tinto 

:: Mudanças climáticas 

:: Exposição prolongada ao sol 

:: Alimentos embutidos

:: Frutas cítricas como laranja e limão 

:: Nozes 

:: Chocolate

:: Abuso de analgésicos 

:: Período pré-menstrual e pós-menstrual 

:: Estresse


MOCINHOS


:: Atividade física

:: Dieta balanceada

:: Sono regular

:: Doses altas de vitamina B2 e coenzima Q10 

:: Acupuntura (mínimo três vezes por semana como tratamento conjunto com medicamentos) 

:: Biofeedback (técnica de relaxamento, comprovada eficácia se combinada com tratamento tradicional)


Muita calma nesta hora...


Esta lista não é para sair cortando hábitos e alimentos, nem sair correndo em busca do próximo horário de acupuntura. Os vilões são fatores de desencadeamento de crises de enxaqueca e os mocinhos são dicas de prevenção da doença, porém ambos podem variar de pessoa para pessoa. Talvez o chocolate lhe deixe até mais feliz, enquanto no seu vizinho dá aquela dor de cabeça. O conselho, portanto, é prestar atenção no seu corpo e seguir a indicação dos comerciais "se os sintomas persistirem, procure um médico". No caso, um neurologista.*

*Fontes do "Vilões ou mocinhos": Fernando Kowacs, neurologista com doutorado sobre enxaqueca, Luiz Carlos Porcello Marrone, neurologista do Hospital São Lucas e Marcelo Ciciarelli, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia. 

VOLUNTARIADO CIENTÍFICO

23 de junho de 2012  ESTUDOS


Quem se propõe a participar de estudos clínicos contribui para a evolução de tratamentos.

 Personagens de séries de televisão como Seinfeld e Friends já fizeram anedotas sobre a participação em pesquisas clínicas como forma de tirar algum proveito financeiro, o que não seria possível no cotidiano desse tipo de estudo. Pesquisadores recrutam voluntários para testar a eficácia de novos medicamentos e medir efeitos colaterais sem oferecer qualquer tipo de remuneração.

A solidariedade científica, no entanto, tem baixa adesão, segundo o médico e pesquisador Flávio Fuchs, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Ao lado de Sandra Fuchs, ele coordena o estudo Prever, que envolve 24 centros de todo o país em testes com medicamentos para o tratamento da hipertensão. Reunir diversas unidades em torno de uma mesma pesquisa, aliás, é uma das estratégias usadas pelos cientistas para atingir amostras maiores. Um artigo publicado no Jornal da Associação Médica Americana questionou a capacidade de testes clínicos realizados nos Estados Unidos fornecerem recomendações médicas confiáveis, visto que mais da metade deles envolveram menos de 100 pacientes e apenas 4% tinham mais de 1.000 voluntários.

Participar de uma pesquisa demanda comprometimento e aceitação de riscos – diz Fuchs.

Por conta disso, grande parte dos que se inscrevem para colaborar está interessado em novos tratamentos para a doença em questão.

Seja por qualquer motivo, quem participa de um estudo está oferecendo uma contribuição importante para a ciência – reforça Fuchs.

 Cartilha do voluntário.

OBRIGAÇÕES DE QUEM PARTICIPA:

>
Seguir rigorosamente as recomendações.

> Participar de apenas um estudo clínico por vez.

> Ir a todas as visitas antes, durante e após o estudo.


O CENTRO DE PESQUISA DEVE:


>
Sanar todas as dúvidas dos voluntários.

> Garantir assistência 24 horas.


FASES DA PESQUISA:


>
Quando parte para testes em humanos, primeiro, o medicamento é usado em pessoas que não têm a doença em questão, para avaliar a segurança do remédio e qual a melhor via de aplicação (uso oral ou injeção). Envolve até 100 voluntários.

> A segunda etapa envolve cerca de 300 pacientes, para validar a segurança e eficácia do medicamento.

>
Na terceira fase, são realizados estudos multicêntricos, para reunir entre 5 a 10 mil voluntários. A medicação é testada em comparação a similares já existentes no mercado. São os chamados estudos randomizados: uma parte do grupo usa o medicamento já comercializado e outra usa o medicamento em teste. ara garantir a imparcialidade da pesquisa, nem o paciente nem o pesquisador sabem quem está em qual grupo.

> A última etapa é focada na avaliação dos efeitos colaterais ou adversos dos medicamentos usados.


Os cuidados éticos.

 

O coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Rodolfo Schneider, esclarece que o voluntário deve exigir um termo de consentimento livre e esclarecido, que deve ser assinado assim que ele ingressa no estudo. Nele, são apresentados os objetivos da pesquisa, os procedimentos a serem realizados (exames, frequência de consultas, etc), os principais riscos, os contatos da equipe clínica e do comitê de ética do centro de pesquisa.

O termo deve ser redigido em forma de convite, numa linguagem clara, sem termos técnicos, para garantir o entendimento – destaca Schneider.

Indícios revelados por pesquisas clínicas inspiram consensos médicos e até mesmo políticas públicas de saúde. É a chamada medicina baseada em evidências, que consiste em oferecer ao médico subsídios para auxiliar na tomada de decisão em tratamentos de saúde. O acesso a esse tipo de informação é cada vez mais valorizado no dia a dia da medicina, tanto que o governo federal criou um banco de dados para disponibilizar conteúdo científico a profissionais da saúde.

ESTUDO REVELA QUE 30% DOS ASMÁTICOS CORREM O RISCO DE ATAQUE FATAL

Falta de ar 21/06/2012 


Doença causa 2,5 mil mortes por ano no Brasil.
Encapar colchões e travesseiros é uma das formas de evitar crises de asma.


O primeiro dia de inverno é também o Dia Nacional de Controle da Asma. Em 2011, 177,8 mil pessoas foram internadas através do Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência de complicações da doença, sendo 77,1 mil crianças. Um estudo realizado pelo Instituto de Asma UK, da Grã-Bretanha, revelou que um terço das pessoas que sofrem de asma correm o risco de sofrer um ataque fatal.

Caracterizada por uma inflamação nas vias aéreas, a asma acomete geralmente os brônquios e bronquíolos, dificultando a respiração. Os principais sintomas estão ligados a falta de ar, chiado e aperto no peito, além de cansaço e tosse seca.

No inverno aumentam os casos de problemas respiratórios, em especial a asma. O tempo seco, partículas de fumaça, gases irritantes, substâncias químicas potenciais existentes na atmosfera agravam as crises — destaca o pneumologista do Hospital do Coração, Carlos Carvalho.

A pesquisa realizada na Grã-Bretanha foi online e abrangeu 25 mil pessoas, tendo como objetivo avaliar a gravidade da asma em diferentes pacientes para tentar determinar os riscos de morte associados ao problema na região. Antes de passar pelo teste, menos da metade dos pacientes com asma reconheciam esse risco.

De acordo com os pesquisadores, cerca de 75% das internações de emergência relacionadas a asma poderiam ser evitadas se houvesse um melhor gerenciamento da doença. Mais da metade dos pacientes pesquisados (55%) não acredita estar sob risco sério, embora o estudo revele que 93% deles poderiam ter um ataque fatal. No Brasil, o mal é responsável por pelo menos 2,5 mil mortes ao ano.

Nossa realidade não é diferente e são poucos os que realmente conhecem os riscos da asma. A doença não tem cura, porém se controlada com acompanhamento médico, o paciente pode ter uma vida normal com remédios anti-inflamatórios e broncodilatadores, que promovem a dilatação dos brônquios — explica Carvalho.

O estudo conclui que os sintomas podem ser diferentes de acordo com cada paciente, sendo que aqueles que se internaram nos últimos seis meses têm mais chances de sofrer um ataque grave. 

Pacientes que precisam utilizar inaladores cinco ou mais vezes ao dia ou que tomaram medicamentos com base em esteroides nos últimos seis meses também foram classificados como pacientes de alto risco.


Como evitar ataques de asma no inverno


:: Encapar colchões e travesseiros

:: Lavar semanalmente as roupas de cama

:: Retirar cortinas, tapetes e carpetes

:: Evitar contato com animais domésticos

:: Promover a ventilação do ambiente

TÉCNICA UTILIZA CÉLULA-TRONCO PARA CRIAR CÉLULAS COM FUNÇÃO CARDÍACAS

21/06/2012


Cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo método que utiliza as células-tronco para criar células que imitam as acções essenciais do coração, avança o portal iSaúde.net

A pesquisa pode levar a novos tratamentos para pessoas que sofrem de arritmia, irregularidade em impulsos elétricos do coração que pode prejudicar a habilidade do coração para bombear o sangue.
As células apresentam actividade semelhante à taxa de batimento cardíaco da maioria das pessoas em repouso. Aos 60 batimentos por minuto, a transmissão do impulso elétrico das células manipuladas no estudo é 10 vezes mais rápido que na maioria dos outros estudos com células-tronco.

"Até à data, a maioria dos estudos com células-tronco pluripotentes induzidas derivadas de células musculares cardíacas têm-se centrado na análise da função de uma única célula. Para potenciais terapias de regeneração cardíaca baseadas em células-tronco, no entanto, é fundamental o desenvolvimento de tecidos multicelulares que funcionam como uma unidade", observa o autor sênior Todd J. Herron.

Para o trabalho, Herron e seus colegas utilizaram células-tronco geradas a partir de biópsias de pele para criar um grande número de células do músculo cardíaco que podem transmitir impulsos elétricos uniformes e funcionam como unidade.

Além disso, a equipa projectou uma plataforma de imagem fluorescente para medir a actividade eléctrica das células.
Os autores notaram que a velocidade das células cardíacas manipuladas, enquanto mais rápida do que o relatado em pesquisas anteriores, ainda é mais lenta do que a velocidade observada no coração de um adulto. A velocidade é comparável às células de roedores comumente utilizados em testes.

O novo método pode ser facilmente aplicado em laboratórios de pesquisa cardíaca e abre a porta para o uso de células-tronco cardíacas modificadas na investigação de doenças, testes de novos tratamentos e terapias para reparar músculo cardíaco danificado.

VEJA DICAS PARA PREVENIR INFECÇÕES,COMO SINUSITE,PNEUMONIA E BRONQUITE

Chegou o inverno  21/06/2012


Comportamento das pessoas durante o inverno também colabora para a incidência das doenças respiratórias.
Temperatura baixa e ar seco aumentam a incidência de doenças respiratórias.


O inverno mal começou e a Secretaria Estadual da Saúde já registrou, até março, mais de 14 mil internações em decorrência de doenças respiratórias. Além de temperaturas baixas, o ar mais seco da estação propicia o desenvolvimento de infecções, como sinusite, pneumonia, bronquite, entre outras.

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças respiratórias ocupam o terceiro lugar entre as causas de morte no mundo. Para evitar essas enfermidades, é essencial que a população fique atenta para os cuidados básicos de prevenção. 

O banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus) registra cerca de 2,1 milhões de casos de pneumonia no Brasil anualmente, sendo a principal causa de internação hospitalar, somando 900 mil por ano. A pneumonia é uma infecção que acomete os pulmões, mais especificamente os alvéolos (onde ocorre a troca gasosa), que se enchem de muco e outros líquidos, o que impede o funcionamento adequado. A doença é causada por bactérias, vírus, fungos e outros micro-organismos infecciosos, sendo a bactéria Pneumococo sua principal causadora.

O médico Alex Macedo explica que o comportamento das pessoas durante o inverno também colabora para a incidência das doenças respiratórias, inclusive da pneumonia.

—Com o frio, as pessoas tendem a ficar em ambientes fechados, o que favorece a contaminação bacteriana — explica o pneumologista. 

As defesas do organismo ficam mais suscetíveis às bactérias que causam a pneumonia, que podem ser aspiradas pelo ar, sendo possível também a contaminação por meio de gotículas de saliva e secreções infectadas. 

Os principais sintomas da pneumonia são febre alta, tosse com secreção, dor no tórax, alterações da pressão arterial, mal-estar, falta de ar, respiração ofegante, prostração, suor intenso, calafrio, tremores e falta de apetite. Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença estão os resfriados, gripes e doenças alérgicas, além de questões como alterações bruscas da temperatura e da umidade do ar, grande concentração de pessoas em ambientes fechados com circulação de ar prejudicada e o consumo excessivo de álcool e fumo. 

O tratamento deve ser iniciado assim que identificada a doença, pois das pessoas diagnosticadas com a doença, 80% conseguem realizar o tratamento em casa, enquanto as 20% restantes precisam de internação. 


Dicas para prevenir infecções durante o inverno


:: Líquidos o consumo de líquidos é indispensável. É essencial que a pessoa beba bastante água ou sucos de frutas ricas em vitamina C, como laranja, acerola, maracujá.

:: Ventilação com o frio, as pessoas preferem ficar em lugares fechados e quentes. Sem ventilação, as chances de pegar alguma doença viral ou bacteriana são maiores.

:: Alimentação cuidar bem da alimentação, ingerindo muitas frutas, verduras e legumes é essencial para garantir o bom funcionamento do organismo, especialmente dos sistemas de defesa.

:: Respiração colocar uma bacia com água no quarto é uma boa dica para os dias mais secos. O procedimento evita irritações nasais e previne problemas respiratórios. Da mesma forma e pode-se usar o umidificador.

:: Histórico para aqueles que já têm problemas respiratórios, recomenda-se a continuação do uso dos medicamentos. Além da prevenção em casa, é necessário que haja um acompanhamento médico. 

:: Cigarro esse é o maior inimigo da saúde respiratória e manter-se longe do fumo é sempre uma ótima opção. Caso a pessoa seja fumante e não consiga deixar o hábito, ao menos diminuir a quantidade de cigarros por dia é importante. 

TOXOPLASMOSE É PREOCUPANTE DURANTE OS PRIMEIROS MESES DE GESTAÇÃO

Fácil contágio 19/06/2012


Grávida, cantora Shakira está com suspeita de toxoplasmose.
Maioria da população já foi contaminada, mas não desenvolveu a doença.


A toxoplasmose é uma doença, na maioria das vezes, silenciosa. Estima-se que, no Brasil, mais da metade da população já foi infectada pelo protozoário Toxoplasma Gondii, o agente contagiante, mas sem desenvolver a doença. Quando alcança quadros graves, a infecção pode acarretar complicações cardíacas, hepáticas ou pulmonares.

O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luciano Goldani, explica que é possível prever o número de pessoas que já foram contaminadas pelo desenvolvimento dos anticorpos.

Normalmente, o sistema imunológico dá conta do recado. Apenas 10% das pessoas contaminadas desenvolvem a toxoplasmose — comenta Goldani.

A contaminação é comum, pois felinos são os hospedeiros da doença que pode ser transmitida ao ser humano por meio das fezes do gato, por exemplo.

Muitas vezes, gatos e cachorros brincam juntos. É comum que as fezes fiquem nos pelos dos animais, por isso crianças são frequentemente atingidas. Elas passam a mão no bichinho de estimação e logo põe a mão na boca — explica o médico.

Outra forma de contágio é por meio de carnes mal cozidas ou cruas, principalmente de suíno ou cordeiro. No entanto, o médico alerta para o desenvolvimento da doença em idades pouco avançadas:

O melhor é desenvolver o anticorpo quando criança para não haver o risco de contrair a doença durante a gravidez. 

A toxoplasmose só é transmitida entre pessoas durante a gestação. Goldani explica que no primeiro trimestre da gravidez, a chance do feto ser infectado é de 10%, no entanto, quando isso acontece, as consequências são mais graves do que se isso acontecesse no final da gestação, quando a formação do bebê já está quase completa.

A toxoplasmose é mais grave para o feto do que para a mãe, pois pode causar problemas de visão ou demência no bebê e até o aborto. Porém há tratamentos específicos para tratar a infecção — alerta.
Os sintomas são muito específicos, como gânglios linfáticos inflamados e febre, o que pode gerar a confusão com outras doenças. Por isso, Goldani recomenda exames laboratoriais específicos, quando há a suspeita, e a prevenção, principalmente durante a gravidez. 


Principais cuidados para evitar a toxoplasmose


:: Evite carnes mal passadas ou cruas

:: Lave bem os vegetais em água corrente antes das refeições

:: Evite o contato com fezes de gato, principalmente durante a gestação 

:: Lave constantemente as mãos

Fonte: Sociedade Brasileira de Infectologia