CNH Especial: Mesmo prazo da comum e sem taxas adicionais...

11/11/2019 

A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) especial é destinada à pessoas com deficiência (PcD), a qual exige adaptações ou necessidades ao condutor.


Mais de 14 milhões de motoristas possuem a carteira de habilitação na modalidade especial. Esta, traz adaptações ou necessidades do condutor PCD (Pessoas com deficiência) e concede o direito a determinados benefícios.

O processo para tirar a CNH especial é semelhante ao procedimento convencional, mas com exames médicos e psicotécnicos mais específicos, sem a cobrança de taxa adicional. 

Para tal, a análise de saúde deve ser realizada em uma clínica credenciada ao Departamento Estadual de Transito (Detran).

Ao ser aprovado pelo médico, o candidato PcD deve realizar as aulas teóricas, o exame de legislação e as aulas práticas da mesma maneira que os demais aspirantes a motoristas.

No caso do exame prático, o carro deve ser vistoriado por um perito do Detran, de modo que deve ser conferido se as adaptações estão conforme às necessidades do futuro motorista. Nessa ocasião, é possível utilizar o veículo do próprio candidato para realizar o exame de direção.

Uma vez aprovado, o campo das observações na CNH Especial do PcD será preenchido com a letra correspondente à adaptação necessária ao cidadão.

Benefícios – CNH Especial
Cidadãos que se enquadrem às necessidades da CNH especial podem desfrutar de benefícios como isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Isso se dá em função da necessidade dos condutores possuírem um carro adaptado.

Quem tem direito a CNH Especial?
O total de 52 patologias estão incluídas na CNH especial, assim como indica a legislação brasileira, em especial a Lei Nº 8.989, de 24 de fevereiro. São elas:

Amputação de membros, artrite reumatoide, artrodese, artrose, ausência de membros, AVC, AVE, alguns tipos de câncer, cardiopatia, doenças degenerativas, doenças neurológicas, DORT, encurtamento de membros, ESCLEROSE MÚLTIPLA, escoliose acentuada, falta de força, falta de sensibilidade, formigamento, hemiparesia, hemiplegia, LER, sequelas físicas, linfomas, má formação, manguito rotator, mastectomia, membros com deformidades, monoparesia, monoplegia, nanismo, neuropais diabáticas, ostomia, paralisia, paralisia cerebral, paraparesia, paraplegia, paresia, parestesia, parkinson, poliomielite, problemas graves de coluna, prótese interna ou externa, quadrantectomia, renal crônico, HIV, síndrome do túnel do carpo, talidomida, tendinite crônica, tetraparesia, tetraplegia, triparesia e triplegia.

Uveíte: a doença pouco conhecida que pode provocar a perda da visão...

02/10/2019 

Frequentemente confundida com a conjuntivite, mal é causado por inflamação em uma camada dos olhos, que pode ter origem em infecções ou doenças autoimunes.
Uveíte é causada por inflamação nos olhos de origem infecciosa ou por doença autoimune.

Há cinco anos, o militar aposentado Valdir de Oliveira Filho, de 70 anos, foi picado pelo mosquito Aedes aegypti e contraiu chikungunya.

Mesmo fazendo tudo o que lhe foi indicado, algumas semanas depois de apresentar os primeiros sintomas da doença ele notou que sua visão estava ficando embaçada.

"Começou leve, mas piorou muito rápido. Procurei um oftalmologista achando que teria de usar óculos, e ele me encaminhou para um retinólogo", recorda.

Após uma série de exames veio o diagnóstico: uveíte causada pela chikungunya. "O médico me disse que eu já tinha perdido 90% da visão do olho direito. Naquela época eu não conseguia mais dirigir, ler e nem colocar café na xícara, derrubava tudo."

Com o tratamento, recuperou 40% da acuidade visual. "Mesmo com essa melhora, ainda tenho dificuldade para enxergar e, por isso, precisei mudar muitas coisas na minha vida, na minha rotina", lamenta o militar aposentado.

O que é uveíte?
Frequentemente confundida com conjuntivite, a uveíte é uma causa importante de cegueira (acuidade visual com melhor correção menor que 20/400 ou 0,05) e de baixa visão (acuidade visual com melhor correção entre 20/70 ou 0,3 e 20/200 ou 0,1) no mundo todo.

Ela se dá quando ocorre uma inflamação na úvea, camada vascular média dos olhos que inclui a íris (parte colorida dos olhos), o corpo ciliar (músculos que controlam os olhos) e a coroide (membrana que abastece a região com sangue). Também pode afetar o nervo óptico e a retina.

Valdir de Oliveira Filho perdeu parte considerável da visão depois de uma uveíte causada pela chikungunya 

Unilateral ou bilateral, atingindo apenas um ou os dois olhos, a doença é classificada como anterior (acomete apenas a íris), intermediária (acomete o corpo ciliar e o vítreo) e posterior (acomete o vítreo, a retina, coroide e a esclera) - as que atacam mais de uma porção uveal são chamadas de pan-uveítes.

Suas causas são várias, segundo Haroldo Vieira de Moraes Junior, presidente do Congresso Brasileiro de Oftalmologia 2019, evento promovido pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), e titular-chefe do departamento de Uveítes do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro: idiopáticas (não identificáveis), infecciosas e não infecciosas.

No grupo das infecciosas entram as arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela) e patologias como sífilis, tuberculose, aids e toxoplasmose. No das não infecciosas estão as doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus e esclerose múltipla.

"Há uma gama enorme de doenças que podem repercutir nos olhos em forma de inflamação, e pouca gente sabe disso", afirma o médico.

No Brasil, as mais incidentes são toxoplasmose e sífilis. Porém, com a elevação das temperaturas e a proximidade do verão e das chuvas, a preocupação se volta para as arboviroses, já que essa época favorece a reprodução dos mosquitos causadores e, por consequência, o risco de infecção.

Sintomas da uveíte
Embora a doença tenha variações, seus sintomas são basicamente os mesmos: dor nos olhos, vermelhidão, fotofobia (sensibilidade à luz) e baixa de visão. Em alguns casos, há relatos de manchas escuras que flutuam no campo visual (moscas volantes).

Maria Auxiliadora Monteiro Frazão, coordenadora da Comissão de Ensino do CBO e chefe do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo, pontua que, dependendo da localização da inflamação e da sua agressividade, tem-se um maior ou menor acometimento da acuidade visual.

"Independentemente disso, se o problema não for tratado adequadamente e a tempo, pode gerar dano irreversível à visão. A estimativa atual é de que entre 10% e 15% dos pacientes com uveíte fiquem cegos", relata a médica.

E mais: sem o cuidado correto, a patologia pode desencadear outros problemas nos olhos, como catarata, glaucoma e edemas de retina.

"Para evitar essas situações o importante é, a qualquer sinal de dor, embaçamento ou vermelhidão, procurar imediatamente um oftalmologista", aconselha.

Uveíte pode desencadear outros problemas nos olhos, como catarata, glaucoma e edemas de retina

Diagnóstico e tratamento
Para diagnosticar a enfermidade é necessário fazer um teste ocular completo, com medida da acuidade visual, avaliação dos reflexos pupilares, biomicroscopia de segmento anterior, tonometria e fundoscopia direta e indireta, combinado com exames complementares de sangue, para identificação do fator etiológico, e de imagem (tomografia computadorizada, angiografia fluoresceínica e ressonância magnética são algumas opções).

A conduta terapêutica varia de acordo com a causa e deve ser realizada em parceria com o especialista na doença base - por exemplo, se for tuberculose, é junto com o pneumologista; se for sífilis, com o infectologista e por aí vai. Ela inclui o uso de antibióticos, antivirais, antifúngicos, antiinflamatórios, analgésicos, corticoides ou imunosupressores.

"Temos de combater prioritariamente o agente que está provocando a inflamação", comenta Maria Auxiliadora.

Junto a isso, o uso de colírios específicos é obrigatório em qualquer situação. Algumas pessoas ainda podem precisar de aplicação de fármacos diretamente na visão.

"Recorremos a essa solução nos casos de contraindicação por via oral ou quando o tratamento não está funcionando como o esperado", complementa Moraes Filho.

E ele informa que a uveíte tem cura ou controle - mais uma vez, isso depende da causa -, mas alerta para a possibilidade de recaídas: "Em certas doenças base, como a toxoplasmose, é comum haver novas ocorrências".

O período de cuidados vai de meses a anos, podendo até se dar indefinidamente, como é o caso de Oliveira Filho, que, mesmo após cinco anos do diagnóstico, ainda consulta o oftalmologista a cada seis meses e usa um colírio diariamente.

"Tive comprometimento da úvea e também do nervo óptico. Sei que jamais voltarei a enxergar 100%, mas, hoje, aprendi a conviver com o problema. A vida segue e a gente se adapta, não tem outro jeito", finaliza o militar aposentado.

Gaúcho é o primeiro patrono cego de feira cultural no Brasil, diz organização nacional...

30/09/2019

Natural de Nova Petrópolis, André Werkhausen Boone lançou autobiografia em 2018.
Em Histórias de Baixa Visão, de 2017, André relatou as diferenças em ter pouca e nenhuma visão.

Aos 13 anos, André Werkhausen Boone começou a ter problemas de visão. Em um processo de perda e retorno desse sentido, o guri de Nova Petrópolis, na serra gaúcha, pouco aproveitou sua adolescência. Com precisão, ele relembra o dia em que parou de enxergar definitivamente por causa de uma doença autoimune. 

— Foi quando eu tinha 16 anos, em seis de março de 2009. 

Mais de 10 anos depois da reviravolta em sua vida, André foi surpreendido novamente. Dessa vez, com o convite da prefeitura da sua cidade natal para ser patrono da 24ª Feira do Livro que, nesta edição, tem o tema "Não há limites para quem lê". O evento será de 8 a 13 de outubro, das 8h às 21h, na Rua Coberta.

Com o reconhecimento, André passa a ser considerado o primeiro cego a ser patrono de uma feira cultural do Brasil, garante o vice-presidente da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB), Beto Pereira. 

— Pelas informações de que dispomos, ele é o pioneiro, o que para nós é motivo de alegria. Isso mostra a pessoa com deficiência como protagonista da cultura e da informação e também vai ao encontro da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.  

Coautor de obra chamada Histórias de Baixa Visão
O envolvimento de André com as letras vem de anos. Leitor de obras infantojuvenis, as quais diz não ter um autor preferido, e de revistas e jornais, o nova-petropolitano deu o pontapé inicial na jornada literária em 2010, aos 18 anos, participando de um concurso em Caxias do Sul. Embora não tenha recordações precisas sobre o conto, lembra apenas que se tratava da história de um cego.  

Depois de se formar em Administração, em 2015, o jovem ingressou em uma pós-graduação. Foi nessa época que adquiriu o hábito de relatar, no Facebook, suas aventuras diárias. Ele recorda que foi instigado a escrever mais, porém tinha dificuldades financeiras e faltava uma editora que aceitasse a obra. Com ajuda de pessoas da comunidade, o sonho deslanchou: uma professora de português que estava prestes a se aposentar se ofereceu para corrigir o material, outra pessoa ajudou a bolar a arte da capa e o marido de uma professora da pré-escola fez um empréstimo. 

Intitulada SER André Werkhausen Boone, porque "eu sou eu", conta rindo, a autobiografia é um apanhado da sua história desde a época em que tinha 13 anos, quando teve os primeiros sintomas da perda de visão. 

— Conto desde abril de 2006, quando tive os primeiros sinais da doença até a finalização. Falo do meu processo de reabilitação, como é o meu cotidiano, como foi a mudança do "eu enxergava e a agora não enxergo". Tem histórias bem-humoradas e também o momento mais tenso, quando tive tetraplegia. 

Antes de assinar sozinho um livro, também participou, em 2017, como coautor de uma obra chamada Histórias de Baixa Visão, na qual relatou as diferenças em ter pouca e nenhuma visão. Neste ano, além de ser patrono da Feira, André também vai lançar um audiolivro. 

— Fui pego de surpresa. Quando minha mãe leu a carta do convite não consegui segurar a emoção. É uma honra muito grande ser patrono na minha cidade natal. E a questão de ser o primeiro patrono cego do Brasil abre caminhos. Quero que outras pessoas tenham oportunidades e sigam desenvolvendo a inclusão — comenta sobre a escolha.

Diagnóstico tardio 

Por três anos, André conviveu com a constante perda e retorno da visão. O quadro preocupou quando ele perdeu, por quatro meses, os movimentos dos dois braços e pernas. Depois de voltar a caminhar, a cegueira se tornou "um detalhe", diz. Entre a perda total do sentido e o diagnóstico da doença se passaram cinco meses: somente em agosto de 2009 é que ficou sabendo que sofria de neuromielite óptica (NMO), doença autoimune na qual o organismo não reconhece os canais de água (aquaporina) que existem no cérebro, na medula espinhal e no nervo óptico. 

De acordo com o neurologista e neuro-oftalmologista Alessandro Finkelsztejn, coordenador do Ambulatório de Neuroimunologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, há muito tempo esse problema era classificado como um tipo de esclerose múltipla. 

No entanto, há mais de uma década foi definida como doença própria, cuja prevalência é de cinco casos a cada 100 mil habitantes. 

— Os sintomas são a redução de visão uni ou bilateral, inflamação da medula, causando paraplegia ou tetraplegia. É um problema potencialmente grave, que precisa ter o surto reconhecido e tratado, bem como a indicação de um imunossupressor. 

Hoje, além de escrever, com ajuda de um software especial no computador, André também visita escolas para contar sua história.

Amigos(as)... 

Vamos prestigiar o evento que será realizado dia 31/08/2019 como apoio do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)...Inscrições para o evento no email...

eventoempoa2019@gmail.com


Esclerose múltipla é o principal fator de incapacidade em adultos jovens.

17/08/19

Ao acordar numa manhã de sábado, em maio de 2017, com um braço e a barriga dormentes, a bióloga Aline Melo percebeu que era o momento de procurar um médico e investigar o que sentia. Em agosto daquele ano, ela descobriu que tinha esclerose múltipla — uma doença neurológica, crônica e autoimune, cujos anticorpos atacam o sistema nervoso central.

— Os médicos acreditam que a doença começou em 2015, quando eu tentei levantar da cama e não consegui de tão tonta que eu estava. Fiz tratamento para labirintite e não melhorou nada — lembra a jovem, que tem 25 anos.

A esclerose múltipla é mais comum nas mulheres (com prevalência de duas para cada homem), com idades entre 20 e 40 anos, e brancas. Isso não significa que a doença não possa aparecer em pessoas fora destas características.

— Esta é a principal causa de incapacidade não traumática em adultos jovens — afirma Gutemberg dos Santos, coordenador do Departamento Científico de Neuroimunologia da Academia Brasileira de Neurologia Regional Rio de Janeiro.

A esclerose múltipla ataca a bainha de mielina, uma capa gordurosa que protege as células nervosas. Ela é responsável pela rapidez dos impulsos nervosos.

— Quando essa região fica inflamada ou começa a ser degenerada, observamos uma lentificação ou até mesmo a interrupção de alguns impulsos nervosos. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor será a evolução da doença— explica o médico.

Para chamar a atenção do público em geral para a doença, está montada hoje a Mini Casa da Esclerose Múltipla na Universidade Estácio de Sá do Rio Cumprido, das 9h às 17h.

— Um evento como este é muito importante porque, como a esclerose múltipla é considerada uma doença rara no Brasil, poucas pessoas a conhecem. E a falta de informação pode gerar muitos preconceitos — diz Aline, uma das personagens da exposição.





Tremedeira no olho pode ser causada por estresse e até mesmo tumores...

Estresse, excesso de cafeína, ansiedade e falta de sono são as causas mais comuns relacionadas ao tremor...

Tremor nas pálpebras: causas vão de estresse a tumores...

Em dias de estresse, ansiedade, falta de sono e excesso de cafeína, um sinal de que algo não vai bem está no olhar: pálpebras tremendo. Embora essas sejam as causas mais comuns do tremor (aquele repuxar quase imperceptível que só sente quem prestar atenção), especialistas indicam que quem tem os sinais com frequência deve ir ao médico.

"Na maioria das vezes, o fenômeno neurológico não implica em nenhuma doença, conforme explica Gustavo Franklin, médico neurologista do hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR), mas é preciso um olhar de especialista, visto que os tremores podem ter causas variadas.

Quando falamos de pálpebras tremendo, remetemos a vários fatores. O estresse está relacionado àquela contração involuntária, rápida, geralmente unilateral [um lado só], chamada de mioquimia. 

É o movimento involuntário de contração de uma fibra muscular nas pálpebras. Mas nem tudo é mioquimia, reforça o médico. 

Doenças que puxam a pálpebra

Há contrações que, ainda que ocorram de um lado do rosto, acabam por puxar o olho ou mesmo fechá-lo totalmente. Em outros casos, o tremor fecha os dois olhos ao mesmo tempo. Esses dois sintomas não são decorrentes do estresse ou excesso de cafeína, mas de doenças mais importantes.

“Podem ter causas que o desencadeiem, como a presença de um tumor, ou mesmo ter causa idiopática, desconhecida. A própria mioquimia pode ocorrer por uma doença neurológica, como a esclerose múltipla ou tumores cerebrais. Mas, nesse caso, [os tremores] são mais repetitivos”, reforça Franklin.

Algumas contrações são tão significativas que, além da pálpebra, acabam afetando outros grupos musculares no rosto, como a língua. “A mioquimia, na maioria das vezes, é benigna e idiopática. 

A minoria é causada pela Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) ou tumores do tronco cerebral. Mas grande parte das vezes a causa é benigna”, diz o neurologista. 

De acordo com Reginaldo Oliveira Filho, hospitalista clínico do hospital São Vicente, em Curitiba, há ainda causas oftalmológicas que podem resultar em tremores. 

“Existem algumas doenças oculares que fazem isso, como a ceratite, doença da córnea, e doenças neurológicas, que atuam na placa neuromotora e que se manifestam como esses espasmos musculares”, diz."

"O que diferencia esses casos dos espasmos benignos é a intensidade do sintoma: “Se for algo esporádico, e em um movimento pequeno, geralmente a causa é estresse ou cansaço. Mas se é algo que atrapalha a vida do paciente, então é preciso investigar”, completa o hospitalista clínico.

Tratamentos

A primeira etapa para o tratamento dos tremores nas pálpebras, conforme explica Reginaldo Oliveira Filho, hospitalista clínico, é a anamnese do paciente, ou uma entrevista, que verifica a frequência do sintoma e outros detalhes de estilo de vida.

“Assim é possível mensurar se tem algum fator de risco, ou sintomas de outras doenças que podem trazer o tremor. 

Pessoas com rinite, por exemplo, podem coçar o olho, gerar uma inflamação, e favorecer o tremor. Problemas com o olho seco, decorrente de alguma medicação, também podem levar ao tremor”, reforça o médico.

Os tratamentos visam atingir a causa principal do sintoma — seja reduzindo o estresse ou a condição que levou ao tremor. 

Quando é algo que atrapalha a qualidade de vida, há inúmeras alternativas, como a aplicação da toxina botulínica. 

Se a causa for uma deficiência em nutrientes ou vitaminas, a suplementação pode ajudar”, diz o hospitalista."



Projeto desenvolve ferramentas que ajudam a lidar com a esclerose múltipla...

23.04.2019
O objetivo é ajudar os pacientes a lidarem com a doença e capacitá-los para o plano terapêutico...
Um grupo de profissionais de saúde desenvolveram uma ferramenta de apoio para os familiares e doentes de esclerose múltipla, que ajuda os pacientes a lidarem com a doença e os capacita para o plano terapêutico.

"Para as pessoas viverem com uma doença crónica, como é o caso da esclerose múltipla, é importante que tenham conhecimento sobre ela e o estilo de vida a adotar para lhe fazer face", disse à agência Lusa a enfermeira Berta Augusta, uma das mentoras de quatro guias visuais de aprendizagem sobre a doença.

Segundo a enfermeira do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), "é importante que os doentes aprendam e saibam gerir os sintomas porque, quanto mais sobre a terapêutica, melhor".

"É o conhecimento que me capacita para eu fazer a autogestão da minha doença", sublinhou.

A construção de quatro guias visuais sobre a condição da doença e suas implicações na vida do doente e família/cuidador foi trabalhado pelas enfermeiras Berta Augusto, Isabel Ribeiro e Liliana Escada, do CHUC, e por Ana Matilde Cabral e Rita Simões, enfermeira e neurologista do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

O projeto chama-se "Percursos da EM - Olhar, Pensar e Agir na Esclerose Múltipla" e já foi certificado pela Organização Internacional de Enfermeiros de Esclerose Múltipla, a primeira e única organização mundial focada exclusivamente nas necessidades e objetivos dos profissionais que acompanham este tipo de doentes.

Os guias serão utilizados em sessões educativas em grupo, num máximo de 10 pessoas, sob a orientação de um enfermeiro, funcionando como estímulo para a partilha de experiências e vivências e permitem aos doentes rever conceitos aplicados à doença, possibilitando a aquisição de conhecimentos.

Cada guia é dedicado a um tema diferente: "A Viagem pela Esclerose Múltipla - Gestão da Doença" (sistema nervoso central, mecanismos fisiopatológicos, tipos de doença, factos e mitos acerca da doença, consequências sociais, principais sintomas), "Mercado Sustentável - Estilo(s) de Vida Saudável" (alimentação, exercício físico, atividades recomendadas e não recomendadas, hábitos de vida saudável), "Parque Sintomático - Gestão de Sintomas" (conselhos para o doente gerir os seus sintomas visuais, sensitivos, sexuais, de equilíbrio, cognitivos, motores, entre outros), e "Marina Terapêutica - Gestão Terapêutica" (apoio na gestão da terapêutica, explicando formas de administração, posologias das terapêuticas disponíveis).

"Esta ferramenta é um recurso visual, com imagens muito bonitas que falam sobre a doença e todos os seus aspetos, mas tem particularidades interessantes, desde logo a interatividade do guia de aprendizagem, que faz com que as pessoas se vão envolvendo e sendo esclarecidas", sublinhou a enfermeira Berta Augusto.

O projeto foi apresentado no dia 13 de abril a um grupo de enfermeiros do CHUC e vai testado em pessoas com esclerose múltipla desta unidade e no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

Ainda não existe data para o início dos testes nas duas estruturas hospitalares, mas Berta Augusto gostaria "que ainda fosse antes do próximo período de férias, em junho ou julho, ou então logo no início de setembro".


Aposentadoria por Invalidez: Veja se você tem direito a receber 25% a mais...

9 de fevereiro de 2019

Muitas pessoas não sabem, ou melhor, desconhecem, os seus direitos, o que é extremamente normal, pois nem os operadores do direito tem conhecimento de todas as centenas de milhares de leis existentes em nosso país. Pois bem, existe uma lei (8.213/91), que dispõe sobre os benefícios da previdência, que enumera uma série de doenças graves e os direitos que os portadores de tais doenças possuem.

Vejam quais são:

· Tuberculose ativa;

· Hanseníase;

· Alienação mental;

· Esclerose múltipla;

· Hepatopatia grave;

· Neoplasia maligna;

· Cegueira;

· Paralisia irreversível e incapacitante;

· Cardiopatia grave;

· Doença de Parkinson;

· Espondiloartrose anquilosante;

· Nefropatia grave;

· Estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

· AIDS;

· Doença com base em conclusão da medicina especializada.

Pois bem, dias desses resolvi deixar o carro em casa e ir de uber a uma audiência trabalhista. Voltando da audiência, o motorista viu que eu era advogado – pelos trajes e pelo local onde me pegou – e meio sem jeito perguntou se poderia fazer uma pequena consulta sobre uma dúvida que tinha, prontamente disse que sim. Então ele me relatou que a mãe dele recebe pensão por morte e que esta acometida de câncer – neoplasia maligna, uma das doenças elencadas como doenças graves.

Pois bem, disse para ele que em caso de aposentadoria por invalidez, quando a pessoa necessita de cuidados permanentes, ou seja, precisa de ajuda para os atos mais básicos da vida, como alimentar-se, tomar banho , passear, etc, o acréscimo seria devido.

Já no caso da mãe dele, que recebe pensão por morte, o acréscimo é discutível, mas na minha visão, apesar de não possuir previsão legal, também seria devido, pois a natureza do auxílio é o mesmo, uma ajuda para aqueles que necessitam de maiores cuidados.

A partir do questionamento dele, resolvi escrever o presente artigo a título de informação as pessoas que por acaso estejam nessa situação e não saibam que tem direito.

Para quem é aposentado por invalidez e possui doença grave elencada na lei, bem como necessitar de cuidados especiais para os atos da vida civil, tem direito a receber o acréscimo de 25% na sua aposentadoria. 

Já para os que recebem pensão por morte, não há previsão legal, mas, por entendimento pessoal, entendo que também teriam direito ao recebimento do acréscimo em sua pensão.

BEXIGA HIPERATIVA: SAIBA O QUE É E O QUE PODE AGRAVAR OS SEUS SINTOMAS...


As explicações são do médico Paulo Temido, especialista em Urologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e presidente da Associação Portuguesa de Neuro-urologia e Uro-ginecologia (APNUG)...

O conceito de bexiga hiperativa (BHA) é definido pela International Continence Society (ICS) como o seguinte quadro sintomatológico: urgência miccional com ou sem incontinência, habitualmente acompanhada de frequência urinária (mais de 8 micções por dia) e noctúria (necessidade de acordar 1 ou mais vezes durante a noite para urinar). Urgência, o elemento chave da bexiga hiperativa, define-se como o desejo súbito de urinar, difícil de adiar.

A bexiga hiperativa é primariamente um distúrbio neuromuscular, no qual o músculo da bexiga se contrai inapropriadamente enquanto esta se enche, o que pode levar a perdas de urina nos momentos menos apropriados e a grande desconforto. 

Pode resultar de causas neurológicas, tais como traumatismo da espinal medula, AVC, ESCLEROSE MÚLTIPLA, demência e doença de Parkinson ou de causas não neurológicas, tais como insuficiência cardíaca, insuficiência venosa periférica, ou toma de diuréticos. 

Há ainda um grande grupo, dito idiopático, em que a bexiga hiperativa ocorre na ausência de patologia neurológica, metabólica ou outros problemas conhecidos da bexiga.

Outros fatores como alterações de comportamento ou de hábitos (por exemplo, chegar a casa ou pôr a chave na porta), estímulos auditivos (por exemplo, ouvir água a correr), frio, consumo de comidas picantes, bebidas alcoólicas, gaseificadas ou com cafeína, podem desencadear episódios de bexiga hiperativa.

No inverno, para além de o frio ser já de si um estímulo, o facto de nos vestirmos com várias camadas de roupa pode ser um fator adicional para agravar episódios de bexiga hiperativa, nomeadamente transformar um episódio de urgência numa “urge-incontinência” com perda significativa de urina, especialmente em pessoas com limitações de movimentos.

Este é um problema muito frequente, sobretudo a partir da meia-idade (40 anos). A prevalência da bexiga hiperativa aumenta com a idade, contudo não deve ser encarada como parte do envelhecimento.

Nos EUA, de acordo com o estudo NOBLE (National Overactive Bladder Evaluation), a prevalência global da bexiga hiperativa é semelhante em homens (16%) e mulheres (16,9%), apesar de esta se desenvolver em idades mais avançadas nos homens. Um estudo efetuado em 6 países europeus determinou uma prevalência semelhante.

Um estudo efetuado em Portugal, pelo serviço de Epidemiologia da FMUP em 2008,  calculou prevalências de cerca de 30%, mas essa maior prevalência poderá dever-se a diferenças metodológicas do estudo.

O diagnóstico e tratamento adequados deparam-se com uma dificuldade: as pessoas habitualmente desvalorizam os sintomas de BHA, por acharem que são “normais da idade”. 

O diagnóstico da bexiga hiperativa pode ser efetuado com base na história clínica e através de exame físico, em conjunto com alguns exames e análises laboratoriais muito simples. 

Quanto ao tratamento da bexiga hiperativa, este é multimodal e visa reduzir os sintomas debilitantes, de forma a melhorar a qualidade de vida. Podem considerar-se três linhas de intervenção: educacional e comportamental, farmacológica ou interventiva.

A primeira centra-se nas alterações do estilo de vida e modificações comportamentais e inclui medidas dietéticas, perda de peso, regulação intestinal e otimização de outras comorbilidades, o treino vesical e a terapia muscular do pavimento pélvico. 

A terapia farmacológica potencia os resultados das medidas conservadoras, sendo que hoje em dia existem fármacos eficazes com adequada segurança e tolerabilidade.

Na terceira linha terapêutica incluem-se terapias minimamente invasivas como toxina botulínica e neuromodulação sagrada ou opções cirúrgicas. 

A bexiga hiperativa leva à perda de qualidade de vida dos doentes e altera de forma muito vincada as suas rotinas pessoais, sociais e profissionais. Felizmente hoje em dia a bexiga hiperativa tem boas opções de tratamento, pelo que esconder o problema não é um bom remédio.

Apresente o seu caso ao seu médico assistente, urologista ou visite a plataforma Comece Hoje.

As explicações são do médico Paulo Temido, especialista em Urologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e presidente da Associação Portuguesa de Neuro-urologia e Uro-ginecologia (APNUG).

RISO OU CHORO INVOLUNTÁRIO PODE SER UMA DOENÇA...

2019-01-18

Trata-se de um transtorno de incontinência emocional mais comum em pacientes portadores de certas doenças neurológicas: Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), Esclerose Múltipla e Doença de Alzheimer, por exemplo. Ou que já sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Conforme a dra. Jerusa Smid, do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), o afeto pseudobulbar pode ocorrer em lesões tronco-cerebrais, lesões do lobo frontal, sistema límbico, e em lesões subcortiais bilateriais e é  particularmente encontrada em indivíduos com quadros demenciais.

Não existe cura. 

Portanto, se você convive com um portador, não se assuste ao vê-lo rir por horas de qualquer situação que não tem a menor graça ou chorando copiosamente sem razão plausível.

Contudo, há tratamento que possibilita certo equilíbrio nas emoções. 

O mais comum é o medicamentoso. O problema é que o remédio ideal para controle do afeto pseudobulbar ainda não está liberado para a comercialização no Brasil.

“É possível também o uso de antidepressivos, antidepressivos tricíclicos ou antidepressivos inibidores seletivos de receptação de serotonina”, pontua dra. Jerusa.

Ela ressalta que, diferentemente do que se pode pensar, o distúrbio provoca bastante desconforto ao paciente e desgaste aos seus cuidadores por se tratar de situação incomum e, por vezes, constrangedora socialmente.

Fato é que as pessoas que sofrem desse mal, às vezes até sem saber, vivem um quadro emocional anormal, não habitual. Por ser pouco conhecido, a taxa de diagnóstico ainda não é a ideal, assim, quem é acometido pelo afeto pseudobulbar muitas vezes, em vez de receber tratamento adequado, ganha o rótulo de estranho ou inquieto.

Aposentadoria por invalidez...Tudo o que você precisa saber...

11 de janeiro de 2019

Quando uma pessoa sofre um acidente de trabalho ou uma doença grave, ela fica incapacitada de trabalhar e sendo assim, não consegue o dinheiro para sustentar sua família. Se isso acontece, caracteriza-se como invalidez. Quando isso acontece, muitas vezes é de maneira inesperada deixando a dúvida e insegurança financeira, então é preciso recorrer ao pedido de aposentadoria por invalidez.

Entenda como solicitar esse direito e quais os passos a seguir.

Quem tem direito?

Se a pessoa for considerada incapaz de trabalhar para trazer o seu sustento e de sua família, ela tem direito a aposentadoria por invalidez. Porém, precisa ser assegurado da Previdência Social. Não existe uma lista de doenças que restringe o direito a aposentadoria por invalidez, cada caso deve ser avaliado por um perito médico que irá avaliar e examinar o caso a afirmar a impossibilidade de uma rápida recuperação. Não existe restrição se a pessoa já estiver recebendo algum tipo de auxílio doença. Se ao se inscrever na Previdência Social o indivíduo já apresentar a doença, ela pode não ter direito ao benefício de aposentadoria por invalidez. A menos que a pessoa se torne incapaz devido ao agravamento da enfermidade.

Tempo de carência ou contribuição

Para ter direito a aposentadoria por invalidez, a pessoa precisa ter contribuído por pelo menos 12 meses com a Previdência Social, que é o tempo de carência. Há alguns requisitos que não necessita desse tempo de contribuição, como nos casos de acidente de trabalho, ESCLEROSE MÚLTIPLA, paralisia irreversível, doença de Parkinson, cegueira entre outras doenças que são listadas pelo Ministério de trabalho, Previdência Social e Ministério da Saúde. Outro caso é se a pessoa sofre acidente de qualquer tipo ou doença adquirida pela atividade laboral que realizada.

Enquanto permanecer impossibilitada de exercer qualquer trabalho que garantia o sustento, a pessoa tem direito a receber o benefício. A aposentadoria por invalidez não é vitalícia. É preciso passar por uma avaliação a cada dois anos (perícia do INSS), o que irá comprovar se a pessoa ainda se encontra incapacitada, se for comprovada a recuperação, o indivíduo deixa de receber a aposentadoria.

Valores pagos

A Previdência Social calcula como será realizado o pagamento, é uma média dos 80% maiores salários de contribuição, levando em consideração todo o período contributivo. 

Se houver necessidade de ajuda de um cuidador, enfermeiro permanente, é possível solicitar o aumento de 25% sobre esse valor.