ATENTE PARA OS SETE MAIORES INIMIGOS DO BOM FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO

Saúde mental   27/02/2013
Quais hábitos e comportamentos amarram o funcionamento das redes que determinam as funções mais nobres do sistema nervoso?
Sintomas vão de lapsos e redução da produtividade a falhas na tomada de decisões.


Todo mundo quer um cérebro afiado, rápido, que se lembre do que tem que lembrar e esqueça o que precisa esquecer. As pessoas cobram seus neurônios para serem sempre eficazes, focados, resolutivos e criativos. Ninguém quer ter fases de oscilação no rendimento cognitivo e nem altos e baixos na performance intelectual. Mas tudo isso tem seu preço. Hábitos e comportamentos alteram diretamente nosso funcionamento e justificam grande parte das queixas de lapsos, redução da produtividade, elevação das taxas de erros e imperfeição no processo de tomada de decisões.

O funcionamento cerebral não é linear. Como todo sistema complexo, ele é sujeito a falhas e imperfeições, cabe a cada um reconhecer na sua vida os determinantes da baixa de eficiência, tornando o sistema mas seguro, competente e confiável — explica o neurologista Dr. Leandro Teles.

Mas ficam os questionamentos: quais serão os principais inimigos do cérebro? Quais hábitos e comportamentos amarram o funcionamento das redes que determinam as funções mais nobres do sistema nervoso, como atenção, memória, estratégia, previsão de resultados, controle emocional? O neurologista esclarece o que afeta de maneira importante o bom funcionamento intelectual.

• Falta de Sono

Dormir pouco atrapalha todo o processo cerebral. É um problema duplo, pois durante o sono o cérebro consolida as memórias do dia anterior, organiza o pensamento e exercita a criatividade. Além disso, se prepara para as atividades do dia seguinte. Quando dormimos mal o rendimento cai logo no dia seguinte, persistindo a privação, ocorre declínio franco da concentração, da memória e há alterações intensas do humor.

• Sedentarismo

A atividade física age no sistema nervoso central em vários níveis. Reduz a ansiedade, derruba os níveis de cortisol e adrenalina, estimula a formação de redes dentro do hipocampo (região responsável pela memorização) e melhora o sono. Com isso, ocorre otimização da concentração, do processo criativo e do pensamento lógico.


• Rotina

Aí está um inimigo importantíssimo. A rotina automatiza os processos mentais. Não percebemos, mas deixamos de pensar em muitos momentos da nossa vida. Agimos como robôs fazendo coisas reflexas, sem raciocinar, criar e perdendo uma chance de exercitar nossos neurônios. Os trabalhos repetitivos, relações interpessoais que caíram na mesmice, falta de projetos, planos, metas, tudo isso leva a uma preguiça cognitiva. Busque sempre coisas novas, desafios. Faça a rotina de jeito criativo, diferente, altere caminhos, ambientes, mude a alimentação, conheça pessoas e lugares novos. Alimente seu cérebro de vivencias intelectualmente mais interessantes.

• Sobrecarga mental

A privação de estímulos que a rotina provoca é tão prejudicial quanto a sobrecarga de estímulos e informações. O cérebro tem uma capacidade limitada de lidar com afazeres simultâneos. Se ultrapassarmos essa capacidade, teremos esquecimentos, desatenção e baixa no rendimento. Portanto, nada de fazer várias coisas ao mesmo tempo, nada de ambientes pesados e bagunçados, nada de overdose de atividades e bombardeio de estímulos. Faça cada coisa no seu tempo, individualmente, se desconecte do mundo ao resolver problemas importantes e específicos, tire o melhor do seu cérebro reduzindo a taxa de distratores.

• Ansiedade

A ansiedade tira a concentração do presente, do agora. O foco é lançado para o futuro, existe uma pressão antecipatória para eventos posteriores, um dimensionamento patológico do grau de complicação. Os ansiosos são frequentemente desatentos e cometem lapsos por darem respostas rápidas demais e imersos em contexto emocional adrenérgico. O ideal é combater a ansiedade com medidas comportamentais e, em casos mais graves, buscar ajuda especializada. O mesmo vale para depressão (que lentifica todos os processos intelectuais) e os problemas na tireoide.


• Desorganização

As pessoas cobram do cérebro mas não fazem a sua parte. Você facilita muito o trabalho cognitivo se for uma pessoa organizada. Trabalhar em ambientes apropriados, gerenciar o tempo, estipular prioridade, delegar tarefas com inteligência, manter um certo padrão aonde guarda as coisas, o jeito que destaca o que é mais relevante, manter a fácil acesso aquilo que é usado com maior urgência ou frequência. Tudo isso liberará seu cérebro para se engajar no processo cognitivo superior, como a criatividade, raciocínio lógico, previsão de resultados, sem ter que ficar triando os ruídos ambientais e lutando contra a desorganização da informação.

• Vícios e alimentos

Reduza o consumo de álcool e nicotina. Cuidado com medicamentos para tontura, para náuseas, relaxantes musculares e remédios para dormir sem orientação médica (eles podem atrapalhar todo o processo mental). Evite o excesso de estimulantes como cafeína, pois o exagero pode até deixa-lo ligado, mas, paradoxalmente, mais desfocado e menos produtivo. Evite excessos alimentares, coma várias vezes ao dia e prefira alimentos de fácil digestão. Também evite trabalhar e estudar com fome. Entre os alimentos mais indicados para uma boa saúde cerebral estão: peixes, grãos, frutas, verduras e fontes de gordura e proteína de boa qualidade (como óleos vegetais e carne branca). 

 

CONSUMO DE FERRO DIMINUI RISCO DE TPM, SUGERE ESTUDO

Quarta-Feira, 27 de Fevereiro de 2013,
Uma nova pesquisa feita por cientistas americanos indicou uma relação entre consumo de ferro e TPM (tensão pré-menstrual).


Investigadores da Universidade de Massachusetts e de Harvard investigaram os hábitos alimentares de 3.000 mulheres. Aquelas que indicavam ter uma dieta rica em ferro eram entre 30% e 40% menos propensas a ter TPM do que aquelas que consumiam quantidades baixas.

O trabalho, que será publicado no American Journal of Epidemiology, é um dos primeiros a analisar se o consumo de minerais na dieta está relacionado com o aparecimento da TPM.

É preciso sublinhar, porém, que o estudo não teve intervenção. Os cientistas só observaram a dieta das participantes, e não intervieram. Actividades físicas, peso, tabaco e outros factores foram levados em consideração, no entanto.

As mulheres no estudo preencheram questionários sobre os seus hábitos alimentares durante dez anos. Após esse período, 1.057 delas foram diagnosticadas com TPM, enquanto 1.968 permaneceram livres do problema.

Ajustando a ingestão de cálcio e outros factores, os cientistas então compararam a ingestão prévia de minerais indicada nos questionários. Eles compararam as quantidades entre as mulheres que tinham pouco ou nenhum sintoma menstrual com as identificadas com TPM.

«Descobrimos que as mulheres que consumiram ferro através de legumes  e suplementos alimentares, ou seja, de fontes não ligadas directamente à carne, tiveram entre 30% a 40% menos risco de desenvolver TPM do que aquelas que consumiram menores quantidades de ferro», disse a Elizabeth Bertone-Johnson, uma das autoras do estudo.

Por outro lado, mulheres que consumiam quantidades elevadas de potássio tiveram mais hipóteses de ter sintomas da TPM, em comparação com as que tinham níveis baixos.

A pesquisadora afirma que o nível de ferro identificado para o menor risco de desenvolver TPM é de 20 miligramas diários. Uma quantidade superior à actual recomendação diária de 18 miligramas para mulheres antes da menopausa.

A cientista alerta, contudo, para os riscos do consumo excessivo.

«Como o consumo elevado de ferro pode ter outros efeitos sobre a saúde, as mulheres devem evitar consumir mais do que os níveis toleráveis, a menos que haja uma recomendação diferente do médico», disse Bertone-Johnson.


INVESTIGADORES ASSOCIAM PROBLEMAS NEUROLÓGICOS A DISTROFIA MUSCULAR MIOTÓNICA

26 de Fevereiro de 2013

Um grupo de investigadores identificou os problemas neurológicos associados à Distrofia Muscular Miotónica que podem justificar anomalias comportamentais, um estudo que deve ser continuado para chegar a propostas de terapias, revelou esta terça-feira o cientista que liderou o trabalho.


Mário Gomes-Pereira, investigador do Inserm (instituto nacional de saúde e de investigação médica), em Paris, explicou à agência Lusa que os resultados "vêm mostrar que há, de facto, anomalias importantes moleculares no cérebro e vão guiar [os cientistas] sobre determinadas vias que parecem estar desreguladas".

Esta doença neuromuscular hereditária é a distrofia muscular mais frequente, que passa de pai para filhos, de uma forma cada vez mais grave, e durante muito tempo foi descrita como meramente muscular. No entanto, desde há 10 ou 20 anos "temos percebido que tem uma forte componente neurológica", apontou Mário Gomes-Pereira.

"É importante agora investir no futuro, com mais investigação, para saber que etapas podem ser manipuladas de um ponto de vista terapêutico para trazer melhorias aos doentes", acrescentou o coordenador da investigação já publicada na revista Brain.

A investigação consistiu no estudo do cérebro de ratinhos transgénicos, desenvolvidos em laboratório, para descobrir quais os processos que não se passam da forma correta no sistema nervoso central e que podem servir de base às anomalias de comportamento, ao estado depressivo e aos problemas de aprendizagem registados pelos doentes.

"Os dados apontam para uma disfunção da sinapse nervosa, isto é, da comunicação entre as células no sistema nervoso central, no cérebro, o que poderá ter um grande impacto e serve muito provavelmente de base para as anomalias neurológicas destes doentes", referiu o investigador.




NEURONAVEGADOR, INOVAÇÃO NA CIRURGIA DE REMOÇÃO DE TUMORES NO CÉREBRO

GPS cerebral   25/02/2013

Médico que está executando a intervenção pode avaliar de maneira mais exata o local da incisão.
Avanço da tecnologia 3D faz procedimento médico se assemelhar a videogame.


Imagine o GPS instalado em seu carro que leva a qualquer lugar, indicando ruas, trajetos e a melhor forma de chegar ao destino? É dessa forma que um aparelho chamado neuronavegador funciona em procedimentos cirúrgicos neurológicos.

Pode ser considerado um GPS para o cérebro e vem revolucionando as cirurgias para tumores cerebrais — diz Mauricio Mandel, neurocirurgião formado pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN).

O médico explica que ao ser realizada uma ressonância magnética, os resultados deste exame ficam arquivados em um computador, sendo convertidos em uma imagem tridimensional.

Isso gera informações denominadas coordenadas e, por meio delas, o neurocirurgião pode localizar lesões durante o procedimento cirúrgico — explica o especialista.

Com a ajuda de um laser ou uma caneta com sensor, muito semelhante a alguns videogames modernos, o neurocirurgião direciona para uma determinada região cerebral e as coordenadas são acionadas, apontando dados daquele paciente. Exatamente como um GPS que vai direcionando o médico, em tempo real, durante a operação.

A reconstrução 3D é uma grande inovação, pois contribui para uma melhor compreensão do ato cirúrgico. Como hoje tudo é visto em 3D, a medicina não poderia ficar para trás — afirma Mandel.

Com este tipo de tecnologia um procedimento cirúrgico cerebral tende a ficar mais seguro e menos invasivo. Afinal, o neurocirurgião pode acessar e retirar tumores sem comprometer áreas profundas e nobres do cérebro, sem correr o risco de lesioná-las. De acordo com o especialista, por meio desse instrumento uma cirurgia pode ser realizada em cerca de uma a três horas.


— Um procedimento convencional costuma atingir seis horas de duração — compara.


Isso acontece porque, com o neuronavegador, o médico que está executando a cirurgia pode avaliar de maneira mais exata o local da incisão. Essa tecnologia também garante um procedimento menos lesivo, diminuindo o risco em uma cirurgia considerada tão complexa. Além disso, o paciente que se submete a um procedimento com o auxílio deste GPS cerebral tem a chance de contar com uma recuperação mais rápida. Muitos pacientes tem alta no dia seguinte após a realização de uma cirurgia cerebral. O retorno à rotina e ao trabalho são quase imediatos, pois o trauma cirúrgico é muito diminuído. 
 
FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2013/02/neuronavegador-inovacao-na-cirurgia-de-remocao-de-tumores-no-cerebro-4055664.html
 

PRIMEIRA MATÉRIA DE UM ASPIRANTE AO JORNALISMO

25/02/2013
Pâmela, que sonha em ser jornalista, contou a história de um casal que superou, como ela, a deficiência.


Na edição dessa sexta-feira, dia 1º de março, do jornal Gazeta da Serra, a sobradinhense Pâmela Tatiane Marion, que recentemente terminou o Ensino Médio e agora luta para ingressar na Universidade de Jornalismo, escreveu sua primeira "reportagem" para o jornal Gazeta da Serra. O tema não poderia ser mais emocionante: um amor que resistiu às dificuldades e imposições da deficiência física. Assim ela descreveu:Renato e Maria Clara são a tradução mais linda do amor que Deus já me permitiu conhecer.

Casados há quase 19 anos e moradores de Esteio, eles encontram naquilo que muitos poderiam chamar de uma triste e cruel realidade, a força necessária para seguir, e Maria Clara nos revela o segredo. “É o Amor!” – diz ela, com um sorriso lindo e apaixonado nos lábios. Conheci Renato e Clarinha há quase 2 anos, através de um programa digamos assim, recheado de Amor e Superação. Uma história de Amor linda! Maria clara nasceu com paralisia cerebral, e talvez por eu possuir a mesma deficiência, esse tenha sido um motivo a mais para me encantar, com sua Força de Vontade, Amor e Fé que tem na Vida. Na época ela lutava para conseguir um aparelho tipo “guindaste” que lhe auxiliaria nas transferências de seu marido dentro de casa, uma vez que Renato sofre de Esclerose Múltipla há 11 anos. Uma historia que me emocionou, deixou meu coração cheio de esperanças e conseqüentemente me ensinou a sonhar e batalhar por dias melhores..."

A edição será feita pela chefe de reportagem do jornal Gazeta da Serra Emanuelle Dal-Ri, que adianta o objetivo da ideia: "Por mais que realizássemos esta reportagem ela jamais teria o tom que a Pâmela proporcionou, justamente por ser parte integrante dessa história. De teorias da notícia estamos cansados. Queremos o novo; O que atraia à leitura às vezes de maneira inversa à técnica", diz.

FONTE:http://www.gaz.com.br/noticia/394243 primeira_materia_de_uma_aspirante_ao_jornalismo.html
 

PROTEÍNA AJUDA A DETECTAR DEMÊNCIA

23 de fevereiro de 2013 

Pesquisadores da Clínica Mayo em Jacksonville (EUA) descobriram uma proteína que se acumula no cérebro de pacientes com dois distúrbios neurodegenerativos – a demência frontotemporal e a Esclerose Lateral Amiotrófica, também conhecida como ELA. A descoberta revelou também um novo biomarcador em potencial, que pode permitir aos médicos confirmar o diagnóstico das duas doenças.

Os pesquisadores descobriram a patologia de uma proteína chamada de C9RANT. Um erro no processo celular – pelo qual as proteínas são geradas – causa a produção anormal da C9RANT.

A equipe desenvolveu um anticorpo capaz de detectar uma proteína insolúvel específica que está presente em pessoas com mutações do gene C9ORF72, já identificado como a causa genética mais comum da ELA e da demência frontotemporal.

– Essa descoberta esclarece como a mutação causa os distúrbios e fornece um marcador que ajudará a rastrear a progressão da doença e, possivelmente, combatê-la – diz o principal autor do estudo, o neurocientista molecular Leonard Petrucelli, diretor do Departamento de Neurociências da Clínica Mayo.

Depois do Alzheimer, a demência frontotemporal é a forma mais comum de demência neurodegenerativa de início prematuro. Ela se caracteriza por mudanças na personalidade, no comportamento e na linguagem, devido à perda de massa cinzenta no lobo frontal do cérebro.

Já a ELA destrói as células motoneurônios, que controlam atividades musculares essenciais, como falar, andar, respirar e engolir.

LEIS ANTIFUMO REDUZEM PARTOS PREMATUROS, DIZ ESTUDO BELGA

23 de fevereiro de 2013



A tese de que a proibição de fumar em locais públicos tem influência direta na diminuição do número de crianças nascidas prematuramente foi fortalecida por uma nova pesquisa realizada por cientistas da Universidade Hasselt, da Bélgica.

A análise de 600 mil partos constatou três quedas sucessivas no número de bebês nascidos com menos de 37 semanas de gestação – sendo que cada redução ocorreu imediatamente após a entrada em vigor de leis antifumo mais restritivas. De acordo com a publicação científica British Medical Journal, essas tendências de queda não foram encontradas em períodos anteriores às proibições.

O estudo ocorreu depois de uma pesquisa escocesa ter chegado a resultados semelhantes. No entanto, os escoceses não conseguiram estabelecer uma relação com as leis antifumo, porque os partos prematuros começaram a diminuir antes da proibição.

Já era conhecido o fato de que o hábito de fumar da mãe provoca redução de peso no bebê e aumenta o risco de nascimento prematuro. No estudo belga, os pesquisadores analisaram a taxa de partos prematuros após cada fase da lei antifumo implantada no país.

Lugares públicos e a maior parte dos locais de trabalho foram incluídos nas primeiras proibições, em 2006, seguidos pelos restaurantes, em 2007, e por bares que servem refeições, em 2010. Descobriu-se que a taxa de prematuros caía a cada fase da proibição, com mais impacto após a aplicação das restrições ao cigarro em restaurantes e bares.

Depois das fases de 2007 e 2010, os partos prematuros caíram cerca de 3% em cada período, o que corresponde a seis prematuros a menos em cada mil nascimentos.

As mudanças não puderam ser explicadas por outros fatores, como a idade e os status socioeconômico das mães, a poluição do ar ou epidemias de gripe. O estudo também não encontrou ligações entre as leis antifumo e o peso dos bebês.

– Como as proibições ocorrem em três momentos diferentes, pudemos mostrar que há um padrão consistente de redução do risco de partos prematuros. Isso sustenta a ideia de que as leis antifumo trazem benefícios à saúde pública desde os primeiros momentos da vida – disse Tim Nawrot, que conduziu a pesquisa.
 

PARA TER ISENÇÃO, PORTADOR DE DOENÇA GRAVE TEM QUE APRESENTAR LAUDO PERICIAL

RESSARCIMENTO   21/02/2013

Consultor da IOB Folhamatic, Antonio Teixeira, explica que muitas pessoas com problemas de saúde continuam pagando imposto ao invés de serem ressarcidas.


A legislação do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) prevê a isenção do tributo para alguns casos de doenças graves. São elas: tuberculose ativa, alienação mental, paralisia irreversível e incapacitante, Esclerose Múltipla, neoplasia maligna, cardiopatia grave, mal de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, cegueira, hanseníase, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), hepatopatia grave e fibrose cística (mucoviscidose).

Isso significa que várias pessoas com sérios problemas de saúde estão, há anos, pagando IR, mesmo sem precisar, quando, na verdade, poderiam parar de pagar e ainda serem ressarcidas com as contribuições indevidas dos anos anteriores.


O laudo

Para ter a isenção, inicialmente o contribuinte deve apresentar o laudo pericial a sua fonte pagadora.

"Esse laudo deve conter prazo de validade, no caso de moléstias passíveis de controle, bem como o tempo de tratamento, uma vez que a isenção só será válida durante esse período. O ideal é que o laudo pericial seja do serviço médico oficial da própria fonte pagadora. É bem mais fácil e rápido obter a isenção de rendimentos do INSS quando a doença é atestada por seu próprio serviço médico", afirma o consultor tributário da IOB Folhamatic, Antonio Teixeira.

A Receita Federal reconhece a isenção do imposto a partir da apresentação do laudo à fonte pagadora. Se o contribuinte não concordar com a data do laudo, por ter certeza de que começou antes, ele pode recorrer à Justiça.


Em que casos se aplica

O consultor da IOB ressalta que a isenção de IR por doença grave só se aplica aos rendimentos de aposentadoria, reforma ou pensão, pagos pela previdência oficial ou privada.

A isenção não se aplica nos seguintes casos: resgates de previdência privada, Fundo de Aposentadoria Programa Individual - FAPI ou Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL); e a outros rendimentos, como por exemplo: o portador de HIV que continua na ativa, trabalhando, e recebe salário, deve pagar Imposto de Renda normalmente, apesar da doença.

"Não há isenção para os casos de doença grave contraída por cônjuge, filho ou outro parente próximo", explica o consultor.

Para que a isenção do IR seja válida, não importa o que ocorreu antes: a aposentadoria ou a moléstia. "Quando os dois acontecem, a pessoa pode deixar de pagar IR. A isenção é concedida mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma e o benefício pode ser retroativo, desde a data de início da doença", pontua Teixeira.
  

CONCURSO VAI LIBERAR 1 MILHÃO DE EUROS PARA PESQUISA SOBRE ESCLEROSE MÚLTIPLA

Oportunidade  21/02/2013

Farmacêutica Merck vai apoiar projetos de acadêmicos dos cinco continentes que apresentem novas possibilidades de tratamento.
As inscrições para a primeira etapa de seleção e avaliação vão até 28 de fevereiro.


Merck Serono, divisão farmacêutica de produtos biotecnológicos da alemã Merck, está com as inscrições abertas para o concurso Grant for Multiple Sclerosis Innovation, que vai conceder apoio financeiro de 1 milhão de euros aos melhores projetos na área de esclerose múltipla. Os interessados têm prazo até 28 de fevereiro de 2013 para se inscrever no concurso que está aberto a acadêmicos do mundo todo.

Para participar do Grant for Multiple Sclerosis Innovation, é necessário ter projetos inovadores em andamento associados a patogênese da Esclerose Eúltipla, resposta ao tratamento, previsão de subtipos da doença, ou identificação de marcadores preditivos que permitam melhor decisão clínica no uso dos tratamentos vigentes e/ou de quaisquer novos tratamentos em potencial. É preciso que o candidato tenha dados preliminares com resultados positivos para se aplicar ao processo de seleção. O objetivo é ampliar e melhorar a compreensão sobre a doença e beneficiar os pacientes com novas possibilidades de tratamento.

Pelo regulamento do concurso, os participantes devem direcionar pesquisas que sigam os seguintes critérios definidos pelo Comitê Científico: relevância para a prática clínica, investigação inovadora, fundamentação científica, viabilidade e utilidade prática.

Os candidatos podem enviar os projetos para o e-mail gmsi@merckgroup.com. Será enviada uma resposta automática com um questionário que solicitará uma breve descrição do projeto de pesquisa. Após o preenchimento do questionário, o candidato vai receber uma resposta de confirmação da conclusão de sua apresentação.

Os selecionados serão convidados a apresentar um protocolo formal e um orçamento detalhado do seu estudo. Com base nessas informações, a comissão de avaliação vai tomar suas decisões para definir os finalistas do concurso. A comissão de avaliação é composta por representantes da Merck Serono (incluindo neurocientistas, neurologistas e especialistas em Esclerose Múltipla). Os vencedores da edição de 2013 serão conhecidos no próximo ECTRIMS (European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis), a ser realizado em outubro de 2013 em Copenhagen.

Para mais informações sobre o Grant for Multiple Sclerosis Innovation acesse http://www.grantformultiplesclerosisinnovation.org/


Sobre a Esclerose Múltipla


A Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante, autoimune, que afeta o sistema nervoso central e desencadeada pela combinação de fatores genéticos e ambientais, compromete a bainha de mielina – camada composta de lipídios que envolvem os neurônios. Como consequência, causa lesões motoras, sensitivas e/ou cognitivas. A bainha de mielina funciona como uma proteção aos axônios – prolongamento dos neurônios – por onde são transportados os impulsos elétricos que permitem os movimentos e as sensações de temperatura, tato, olfato, etc. Sem a bainha de mielina, os axônios ficam como ‘fios desencapados’, prejudicando a transmissão desses impulsos à regiões afetadas.

Por seus sintomas serem remitentes recorrentes, o diagnóstico da doença é o principal desafio para minimizar os impactos na qualidade de vida dos pacientes, que geralmente são adultos jovens em fase produtiva. A estimativa é de que a doença acometa 15 pacientes em cada 100 mil habitantes no Brasil, especialmente mulheres. No mundo, são afetados aproximadamente 2,5 milhões de pessoas entre 20 e 40 anos.


Sobre a Merck


A Merck é a mais antiga indústria farmacêutica e química do mundo. A companhia une essa tradição com a busca constante por inovações nos segmentos em que atua. Com forte presença global, a Merck, fundada na Alemanha há mais de 340 anos, hoje está presente em 67 países e distribui seus produtos em mais de 150. A empresa possui visão de longo prazo e prioriza a pesquisa e o desenvolvimento de inovações nas indústrias farmacêutica e química. 

ESTUDO GAÚCHO IDENTIFICA A NOVIDADE COMO FATOR DO ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO

A cura pelo novo   20/02/2013 

Descoberta pode acelerar a extinção de respostas do medo.
Embora a pesquisa seja baseada em uma evidência já conhecida, esta é a primeira vez que o tema é comprovado cientificamente.


Apresentar uma novidade horas antes do início de uma sessão de terapia. Essa pode ser uma tática para a extinção da memória de medo ou de um trauma, segundo revelou uma pesquisa do Centro de Memória da PUCRS publicada no final do ano passado.

O estudo comprovou, por meio de testes em laboratório, que uma nova informação induz a síntese de proteínas no hipocampo, a região cerebral mais envolvida na formação de memórias, fixando o aprendizado — no caso, a extinção da memória de medo.

Publicado em 31 de dezembro na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o artigo intitulado Behavioral Tagging of Extinction Learning (em português, Marcação Comportamental de Aprendizagem da Extinção) já teve mais de 4,5 mil acessos ou down­loads até a última quinta-feira, o que mostra o impacto e relevância do tema em nível internacional.

A autora da pesquisa, Jociane Myskiw, criou um protocolo no qual a novidade é capaz de facilitar a formação da memória de extinção em ratos. Ela identificou que a introdução de uma novidade, duas horas antes da sessão de extinção (ou de terapia), foi capaz de influenciar, de forma positiva, na formação dessa memória.

Embora a pesquisa seja baseada em uma evidência já conhecida — a ideia de que uma novidade ajuda a esquecer um problema — essa é a primeira vez que o tema é comprovado cientificamente.

— Isso pode servir para acelerar a extinção de respostas do medo — destaca o neurocientista Iván Izquierdo, coautor da pesquisa.

No estudo, usa-se a extinção no tratamento do estresse pós-traumático. Submete-se o paciente a estímulos que remetem ao trauma, sem o motivo causador. O tratamento psíquico é a extinção do trauma, e consiste em fazer o indivíduo aprender a diferença entre o estímulo causador do medo e o fato em si.

O estudo levou cerca de dois anos para ser concluído e agora avançará para uma nova etapa, que consiste na análise farmacológica e comportamental dos ratos. Izquierdo explica que, por meio de cânulas colocadas no hipocampo cerebral dos animais, serão aplicadas drogas e testados os neurotransmissores envolvidos no processo de extinção do medo. Por enquanto, o teste em pacientes não será feito.

— Essa pesquisa será utilizada por profissionais com prática clínica e técnica, como psiquiatras ou psicólogos — afirma Jociane.

Além de Izquierdo e Jociane, o estudo tem participação de Fernando Benetti, bolsista de pós-doutorado no Centro de Memória. Todos os testes foram desenvolvidos na PUCRS e seguiram as normas do Comitê de Ética em Pesquisa e os direitos e cuidados com os animais foram respeitados, observam os cientistas.,

FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2013/02/estudo-gaucho-identifica-a-novidade-como-fator-de-tratamento-do-estresse-pos-traumatico-4049450.html

 

BAIXO CONSUMO DE LÍQUIDOS DOBRA INCIDÊNCIA DE CÁLCULO RENAL DURANTE O VERÃO

Pedra no rim   19/02/2013

Calor do verão causa maior transpiração e perda de água precisa ser compensada pela ingestão de líquidos.
Em média, o mal atinge 15% da população.


A correria do dia a dia que impede hábitos saudáveis à mesa, levando muita gente a optar por alimentos industrializados, com o uso do sal acima do ideal, combinado com a baixa ingestão de líquidos está provocando, sobretudo no verão, um aumento nos casos de cálculo renal

Em média, o mal atinge 15% da população, mas no verão a incidência dobra, segundo alerta do urologista Fábio Vicentini, médico-chefe do Ambulatório de Litíase Renal do Centro de Referência da Saúde do Homem, vinculada à Secretaria da Saúde do governo paulista.

— Cada vez mais as pessoas estão sempre correndo, não conseguem se alimentar direito e acabam comendo alimentos com muito sal, muita carne vermelha e tomando pouco líquido, o que leva a um aumento dos casos de cálculo renal — relatou o médico. 

No verão, explica ele, as pessoas desidratam por causa da maior transpiração e nem sempre compensam essa perda de água do corpo pela ingestão de líquidos.


Cor da urina é indicativo


Um sinal indicativo de que a pessoa pode estar com a formação do cálculo é a tonalidade da urina, que deve ser sempre clara. Se tiver com um amarelo mais forte, a urina está concentrada e isso facilita o surgimento das pedrinhas. Em 85% dos casos diagnosticados, o tamanho dos cálculos é pequeno e pode ser dissolvido e expelido com o uso de medicamentos e dieta.

Porém, quando os cálculos atingem mais de um centímetro, normalmente, há o indicativo de cirurgias. É um estágio da doença em que paciente pode passar por uma experiência bem desagradável. A pedra entope o canal de drenagem do rim para a bexiga e o sintoma é a sensação de uma cólica muito forte. A dor intensa e súbita surge nas costas e vai para o abdômen, levando quem sofre a um pronto-socorro, explica o especialista.

De acordo com o médico, metade dos pacientes em tratamento volta a apresentar o problema, ou porque a pedra não foi expelida por completo ou em razão de se manter os mesmos hábitos que levaram à formação dos cálculos. Ele recomenda que se deve beber muita água, em média dois litros por dia, e sucos naturais. Os de melão, laranja e limão são os mais indicados porque contêm uma substância, o citrato, que auxilia no bom funcionamento renal.

Entre as dicas repassadas pela Secretaria da Saúde está a redução do uso de sal, que pode ser compensada por meio de ervas naturais como salsinha, cebolinha e orégano, além de suco de limão, que acentuam o sabor dos alimentos. Por meio de nota, a secretaria lembra que "o famoso chá de quebra-pedra não faz milagres". O efeito benéfico vem do líquido e não das folhas, que podem até provocar intoxicações.

Entre as pessoas mais suscetíveis a ter problemas de cálculo renal estão os obesos, por apresentar mais cálcio e ácido úrico na urina. Os que consome frutos do mar em excesso também são potenciais candidatos.

 

MÉDICOS RUSSOS DESCOBREM NOVO TRATAMENTO PARA A ISQUEMIA

19.02.2013

Um grupo de médicos de Kazan, capital da república russa do Tatarstão, começou a fazer operações segundo uma metodologia original. Os pacientes com isquemia dos membros inferiores,  ou patologias dos nervos e vasos sanguíneos periféricos, não precisarão mais de ser submetidos a tratamentos prolongados.


A flexibilidade das articulações e a sensibilidade são restabelecidos em cerca de dois meses. A intervenção reduz-se a uma injeção que dura não mais de uma hora. Ao mesmo tempo, o período de recuperação diminui em várias vezes. O segredo são as células gordas do próprio paciente, que salvam os membros afetados com a incapacidade física.

Na clínica está sendo desenvolvida a seguinte tecnologia da operação: ao paciente se extrai um fragmento de tecido gordo, com o qual é feito, em laboratório, um concentrado celular, que se injeta no mesmo dia na zona afetada. A operação dura não mais de uma hora. O concentrado funciona como uma usina: gera um agente biologicamente ativo para a recuperação rápida do organismo.

Este é um novo fenómeno no tratamento dos nervos periféricos. Este tema ainda não foi investigado profundamente nem na Rússia, nem no estrangeiro. No mundo são utilizadas células-tronco para o tratamento de traumatismos e doenças semelhantes. Médicos do Tatarstão pensam de forma mais abrangente. O concentrado retirado do tecido gordo contém não apenas células-tronco. É nisso que consistem a novidade e o sucesso do novo método, que não provoca rejeições, reações alérgicas e não leva a doenças oncológicas.

Na república, o efeito foi testado em cinquenta pacientes. Os resultados chocaram os especialistas. Esta tecnologia não inclui manipulações adicionais com células-tronco e é biologicamente inofensiva. 

Em resultado, o concentrado celular de tecido gordo põe literalmente de pé os pacientes que nem esperavam voltar algum dia a andar. Aqueles que tinham dedos imóveis  e insensíveis podem, após uma injeção milagrosa, apertar fortemente a mão de seu médico.


SAIBA COMO TRATAR ÚLCERA

Cuide-se  18/02/2013 

Ao contrário do que se pensava, estresse não é importante fator de risco para o surgimento da doença.
Má alimentação, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e cigarro podem contribuir para o desenvolvimento do problema.


Grande parte da população já passou por algum episódio de dores no estômago e desconforto após as refeições. Aparentemente, isso pode ser considerado normal, mas a repetição desses sintomas pode ser um sinal que algo está errado.

A úlcera é uma ferida que, no aparelho digestivo, pode aparecer no estômago ou no duodeno. Ela surge quando os mecanismos de defesa que protegem o duodeno e o estômago contra o ácido gástrico sofrem alterações. 

— Essas alterações podem ocorrer pela presença da bactéria Helicobacter Pylori, que ataca a parede gástrica de pessoas com predisposição para a doença — explica Victor Yokana, do Núcleo de Gastroenterologia do Hospital Samaritano de São Paulo.

Uma alimentação rica em produtos industrializados, o consumo de bebidas alcoólicas, consumo de medicamentos antiinflamatórios não hormonais e o cigarro também são fatores importantes para o desenvolvimento do problema. 

— Até alguns anos atrás, acreditava-se que o estresse era um importante fator de risco para o surgimento da úlcera, porém já está provado que isso é mito, ele não é determinante no surgimento da doença, mas pode, porém, agravar o quadro do paciente que já tem a úlcera, podendo atrapalhar o resultado do tratamento que está sendo aplicado — ressalta Yokana.

Para o diagnóstico da doença, o indicado é a realização de uma endoscopia, que permitirá a visualização do esôfago, duodeno e estômago, localizando o local da úlcera para a indicação do tratamento adequado. 

O tratamento é medicamentoso, com a prescrição de medicamentos que diminuem produção de ácido e antiácidos, que evitam que o suco gástrico, utilizado na digestão, aumente o tamanho da ferida, analgésicos para controlar a dor e antibióticos para eliminar a bactéria Helicobacter Pylori. Uma alimentação balanceada e a adoção de bons hábitos complementam o tratamento. 

O tratamento é individualizado e indicado de acordo com o problema do paciente. Muitos, ao descobrirem que estão com úlcera, acabam optando por tratamentos naturais e receitas duvidosas que surgem na internet, podendo comprometer ainda mais o problema ao invés de combatê-lo. O ideal é sempre procurar um especialista, pois ele estará preparado para realizar o diagnóstico e indicar o tratamento correto — conclui Yokano.

FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2013/02/saiba-como-tratar-a-ulcera-4045855.html

 

SAÚDE PÚBLICA TEM UM MÉDICO PARA CADA MIL HABITANTES, APONTA ESTUDO

Demografia Médica no Brasil  18/02/2013


A pesquisa do Conselho Federal de Medicina mostra que enquanto nos serviços públicos a razão é de um 1,11 médico para cada mil habitantes, a relação geral é de dois para cada mil.


A taxa de médicos por habitantes no Sistema Único de Saúde (SUS) é a metade da taxa média apresentada no país, revela estudo "Demografia Médica no Brasil", divulgado nesta segunda-feira pelo Conselho Federal de Medicina. O trabalho mostra que enquanto nos serviços públicos a razão é de um 1,11 médico para cada mil habitantes, a relação geral é de dois para cada mil.

— Mesmo considerando as limitações dos registros, podemos dizer que, para um sistema de saúde público e universal, a presença de médicos no SUS é insuficiente —avaliou o coordenador do trabalho, Mário Scheffer.

De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, atuam no SUS 215.640 médicos, o equivalente a 55,5% dos 388.015 profissionais registrados no país. O estudo mostra que o Estado com a menor taxa é o Pará, onde existe 0,5 médico no serviço público para cada mil habitantes. No Maranhão, a razão é de 0,52 e em Minas Gerais, de 0,75. A Unidade da Federação com melhores indicadores são o Distrito Federal, com 1,72; e Rio de Janeiro, com 1,58.

As desigualdades também estão estampadas quando se analisam números gerais, ou seja, do atendimento público e privado de saúde. Dezesseis Estados, todos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam uma relação de médicos por mil habitantes inferior a 1,5 — abaixo, portanto, da média brasileira. Amapá, Pará e Maranhão trazem índices comparáveis a países africanos: 0,95; 0,84 e 0,71, respectivamente. Indicadores bem distintos dos primeiros colocados. O Distrito Federal, por exemplo, traz a razão de 4,09 médicos por 1.000 habitantes; seguido pelo Rio de Janeiro, com 3,62; e São Paulo, com razão de 2,64.

Apesar das dificuldades enfrentadas nas cidades mais distantes, o trabalho mostra que o país nunca teve tantos médicos quanto agora.

— O que se vê é a desigualdade na distribuição — avaliou Scheffer.

Para o autor do estudo, conhecer as diferenças é essencial para orientar o debate sobre políticas de incentivo para ampliação da oferta de profissionais.

— As desigualdades indicam que o aumento global do quantitativo de médicos por si só, sem mudanças substantivas nos rumos do sistema de saúde, — a começar pela solução do subfinanciamento público e pela regulação mais eficiente do mercado de planos de saúde - não garantem a disponibilidade de médicos nos locais, nas especialidades e nas circunstâncias em que hoje há carência de profissionais — completa.

O estudo indica ainda que a localização do curso de medicina não é fator determinante para fixação dos médicos. De acordo com o trabalho, a maioria se estabelece nos grandes centros, em busca de oportunidades de emprego, melhores salários, condições de trabalho, formação, crescimento profissional e condições de vida para a família.

O trabalho, que foi patrocinado pelo Conselho Federal de Medicina e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, acompanhou entre 1980 e 2009 a movimentação de 225.024 médicos. Entre os dados analisados estavam desde o local de nascimento e graduação até registros e cancelamentos nos conselhos regionais de medicina. De acordo com trabalho, 107.114 médicos se graduaram em local diferente daquele onde nasceu. Desse grupo, 39.390 (36,8%) retornaram ao município de onde saíram.

As capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro, juntas, são responsáveis por cerca de um terço desse porcentual de retorno. Do grupo dos 107.114 médicos, 27.106 (25,3%) ficaram na localidade onde se graduaram. Também nestes casos, são os centros urbanos que exercem atração sobre os egressos das escolas médicas. Cerca de 60% dos que ficaram onde se graduaram, permaneceram em sete capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba). Os outros 40.618 (37,9%) que se graduaram em local diferente de onde nasceu, estão hoje exercendo sua atividade ou residindo em outro lugar, diferente daquele onde nasce.

A preferência por grandes centros, especialmente o Sudeste, é verificada tanto entre médicos formados no Brasil quanto no Exterior. Um indício, na avaliação de Scheffer, de que eventuais flexibilidades de revalidação de diplomas de profissionais formados no Exterior tenham pouco efeito prático para combater o problema da falta de profissionais em locais mais afastados.

— A concentração dos médicos acompanha a existência de serviços de saúde e de outros profissionais, principalmente de dentistas e enfermeiros — disse Scheffer.  


ESPERANÇA PARA TRANSPLANTADAS

16 de fevereiro de 2013   TRANSPLANTE

Mulher dá à luz uma menina por fertilização in vitro 13 anos após receber um novo coração.


Uma gravidez com sucesso ocorrida na Argentina traz esperança para mulheres transplantadas e com baixa fertilidade. Treze anos depois de passar por um transplante de coração, e após dois anos tentando engravidar sem sucesso por via natural, Juliana Finondo, 39 anos, teve em 15 de janeiro sua filha Emilia, por fertilização in vitro.

Não há antecedentes de uma paciente transplantada que tenha ficado grávida por fertilização in vitro – comemora Gustavo Leguizamón, chefe da Unidade de Gravidez de Alto Risco do Centro de Educação Médica e Pesquisas Clínicas (Cemic), em Buenos Aires, onde foi rea­lizado o tratamento.

A dificuldade ocorreu porque a capacidade de engravidar foi seriamente impactada pelos medicamentos que Juliana deve tomar pelo resto da vida.

Essas pacientes podem ter a reserva de óvulos afetada e sua fertilidade, diminuída. É um fato novo que transplantada cardíaca possa encarar um tratamento in vitro – diz Sergio Papier, diretor médico do Centro de Estudos em Ginecologia e Reprodução.

Os imunossupressores, um coquetel de até 10 medicamentos usados para evitar a rejeição do novo órgão, impedem o desenvolvimento de novas células de rápido crescimento, entre elas as necessárias para uma gravidez.

Nunca tive medo, sou muito otimista, confiei – disse Juliana, uma design gráfica da província de Entre Ríos e radicada na capital argentina.

Foi a maternidade que a fez se submeter ao transplante em 1999, quando os médicos disseram que ela não poderia encarar uma gravidez se não fizesse o procedimento. Suas chances de engravidar eram de apenas 25%.

Houve um pouco de sorte. Na primeira tentativa aconteceu a gravidez, e Emilia nasceu sem complicações – disse Sergio Perrone, cardiologista de Juliana.

 
 Gravidez de risco

 
Apesar de bem-sucedido, o tratamento supôs riscos para a paciente e para o feto.

Os efeitos dos imunossupressores no feto não são conhecidos – reconhece o cardiologista Sergio Perrone.

Por este motivo, a equipe montou um plano especial de medicação que, por um lado, evitava a rejeição do coração, e, por outro, permitia a gravidez.

Tiramos as drogas que interferem sobre o desenvolvimento celular, mas uma mudança brusca implicava riscos para a vida de Juliana. Assim, foi necessário ajustar os medicamentos meses antes da concepção e incluir remédios para estimular a produção de óvulos, algo por si só arriscado – explicou Alyssa Perrone.

ESTRESSE, A CURA PELA NOVIDADE

 16 de fevereiro de 2013

Estudo gaúcho identifica fator de tratamento do estresse pós-traumático.


Apresentar uma novidade horas antes do início de uma sessão de terapia. Essa pode ser uma tática para a extinção da memória de medo ou de um trauma, segundo revelou uma pesquisa do Centro de Memória da PUCRS publicada no final do ano passado.

O estudo comprovou, por meio de testes em laboratório, que uma nova informação induz a síntese de proteínas no hipocampo, a região cerebral mais envolvida na formação de memórias, fixando o aprendizado – no caso, a extinção da memória de medo.

Publicado em 31 de dezembro na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o artigo intitulado Behavioral Tagging of Extinction Learning (em português, marcação comportamental de aprendizagem da extinção) já teve mais de 4,5 mil acessos ou down­loads até a última quinta-feira, o que mostra o impacto e relevância do tema em nível internacional.

A autora da pesquisa, Jociane Myskiw, criou um protocolo no qual a novidade é capaz de facilitar a formação da memória de extinção em ratos. Ela identificou que a introdução de uma novidade, duas horas antes da sessão de extinção (ou de terapia), foi capaz de influenciar, de forma positiva, na formação dessa memória.

Embora a pesquisa seja baseada em uma evidência já conhecida – a ideia de que uma novidade ajuda a esquecer um problema – essa é a primeira vez que o tema é comprovado cientificamente.

– Isso pode servir para acelerar a extinção de respostas do medo – destaca o neurocientista Iván Izquierdo, coautor da pesquisa.

No estudo, usa-se a extinção no tratamento do estresse pós-traumático. Submete-se o paciente a estímulos que remetem ao trauma, sem o motivo causador. O tratamento psíquico é a extinção do trauma, e consiste em fazer o indivíduo aprender a diferença entre o estímulo causador do medo e o fato em si.

O estudo levou cerca de dois anos para ser concluído e agora avançará para uma nova etapa, que consiste na análise farmacológica e comportamental dos ratos. Izquierdo explica que, por meio de cânulas colocadas no hipocampo cerebral dos animais, serão aplicadas drogas e testados os neurotransmissores envolvidos no processo de extinção do medo. Por enquanto, o teste em pacientes não será feito.

– Essa pesquisa será utilizada por profissionais com prática clínica e técnica, como psiquiatras ou psicólogos – afirma Jociane.

Além de Izquierdo e Jociane, o estudo tem participação de Fernando Benetti, bolsista de pós-doutorado no Centro de Memória. Todos os testes foram desenvolvidos na PUCRS e seguiram as normas do Comitê de Ética em Pesquisa e os direitos e cuidados com os animais foram respeitados, observam os cientistas.
 


DOENÇAS INFLAMATÓRIAS CRÔNICAS AUMENTAM 10 A 15 VEZES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NOS ÚLTIMOS 50 ANOS, INDICA ESTUDO

15.02.2013
Os casos de doenças inflamatórias crónicas em  crianças e adolescentes aumentaram entre 10 e 15 vezes nos países industrializados  durante os últimos 50 anos, sobretudo devido a fatores ambientais, segundo  um estudo.

 

 

A investigação da Federação Europeia de Associações de Crohn e Colite  Ulcerosa (duas doenças inflamatórias intestinais) e da Organização Europeia  de Crohn e Colite foi apresentada no congresso internacional deste último  organismo, que decorreu esta semana em Viena.  


As doenças em causa incluem a asma, a diabetes Mellitus Tipo 1, a Esclerose  Múltipla e o grupo de inflamações intestinais crónicas, informou a agência  noticiosa espanhola EFE.  

Além dos fatores ambientais, o desenvolvimento daquelas doenças é favorecido  por dietas desequilibradas, medicamentos como os antibióticos, tabagismo,  stress e higiene excessiva.  

Segundo o estudo, a inflamação intestinal crónica e a doença de Crohn  aumentaram quase 50 por cento nos últimos nove anos entre as crianças dinamarquesas. 

A mesma tendência foi observada na Escócia, Irlanda e Espanha, onde  o número de crianças com a doença de Crohn triplicou desde 1996.  

Calcula-se que entre 2,5 e três milhões de europeus sofrem de inflamação  intestinal crónica, o que implica custos diretos de cuidados de saúde entre  4,6 e 5,6 mil milhões de euros anualmente.  

SÍNDROME DO OLHO SECO PODE CAUSAR LESÕES Á SUPERFÍCIE OCULAR

Fique atento   14/02/2013 

Diagnóstico da síndrome é feito por meio do exame clínico e de testes realizados pelo oftalmologista.
Problema causa sensações de irritação e de areia nos olhos.


As sensações de irritação e de areia nos olhos, que se agravam no final do dia, são as principais queixas dos pacientes que apresentam a síndrome do olho seco: doença caracterizada por diminuição da produção lacrimal, por evaporação da lágrima ou pela deficiência em alguns dos seus componentes – afetando a qualidade da secreção lacrimal. 

Trata-se de uma doença multifatorial, que pode ser motivada por doenças crônicas como a Síndrome de Sjögren (que compromete as glândulas lacrimais e salivares), por outros distúrbios oftalmológicos ou mesmo por condições ambientais como baixa umidade do ar, uso de lentes de contato, atividades que exigem concentração e diminuem a frequência do piscar, e ambientes com ar-condicionado.
Estima-se que aproximadamente 7 milhões dos adultos brasileiros tenham sintomas do olho seco e, destes, 65% já tenham recebido o diagnóstico. 

No entanto, poucos sabem que, se não tratado adequadamente, o problema pode causar alterações na superfície ocular — alerta o oftalmologista César Lipener. 

Isto porque a síndrome do olho seco, além de provocar sintomas de desconforto e distúrbios visuais, traz instabilidade ao filme lacrimal, comprometendo a lubrificação adequada da córnea. 


A importância da lágrima


O filme lacrimal, que recobre e auxilia a manter a umidade adequada nos tecidos da superfície ocular, contém substâncias bactericidas, impede a aderência de micro-organismos e ainda desempenha papel importante na oxigenação da córnea — explica o especialista. 

Ele agrega ainda nutrientes às células das córneas e da conjuntiva, e possui função refrativa, pois regulariza a superfície da córnea do ponto de vista óptico, possibilitando uma visão mais nítida. Além disso, lubrifica os olhos evitando o atrito das pálpebras durante o piscar e ainda é responsável pela limpeza da superfície ocular, removendo detritos e gás carbônico. 

É pelo fato do filme lacrimal acumular tantas funções fundamentais à saúde ocular que a manutenção de uma lubrificação adequada é tão importante — complementa Lipener. 


Diagnóstico


O diagnóstico da síndrome do olho seco é feito por meio do exame clínico e de testes simples realizados pelo oftalmologista no consultório. Em um dos testes, por exemplo, aplica-se um colírio que colore a superfície ocular e mostra os pontos de descamação celular da conjuntiva e da córnea. 

— Somente o médico especialista poderá avaliar o quadro e indicar o tratamento mais adequado, com uso de colírios lubrificantes na maioria dos casos — orienta Lipener. 

FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2013/02/sindrome-do-olho-seco-pode-causar-lesoes-a-superficie-ocular-4044531.html

 

ASSOCIAÇÕES DE DOENTES DENUNCIAM DIFICULDADES DE ACESSO A FÁRMACOS NOS HOSPITAIS





A associação de doentes com artrite reumatóide questionou nesta quinta-feira o papel da recém-criada Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, durante a apresentação pública de casos de doentes que não têm acesso a medicação em vários hospitais.


Numa conferência de imprensa em Lisboa, associações de doentes de diferentes patologias queixaram-se de casos em que os doentes não têm acesso a toda a medicação e terapêuticas, nomeadamente nos hospitais do G14 (grupo de hospitais do Norte que se juntaram para comprar medicamentos e conseguir preços mais baratos).

Paulo Pereira, da Associação Todos com a Esclerose Múltipla, lamentou que os médicos não sejam “livres de escolher” a medicação que consideram mais indicada para o seu doente, tendo que se sujeitar aos que os hospitais disponibilizam, que resultam de negociação entre os conselhos de administração e os laboratórios, sublinhando que os médicos dão o “mal menor”.

A este propósito, Arsisete Saraiva, presidente da Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR), afirmou que “a relação médico-doente está a ser posta em causa pela incapacidade do clínico de tomar decisões terapêuticas face à contenção de custos por parte dos hospitais”.

A responsável mostrou-se ainda preocupada com as perspectivas futuras mais negativas em termos de cortes orçamentais na saúde.

“Dizem que o pior está para vir. Qual a dimensão deste pior?”, questionou, sugerindo que são esperados mais cortes na saúde e que “os medicamentos inovadores de uso hospitalar vão estar novamente na berlinda”.

Outra preocupação manifestada pela presidente da ANDAR diz respeito a um novo organismo, a Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica (ligada ao Infarmed), cuja utilidade foi questionada.

“A Direcção-Geral da Saúde já publica normas e directivas. Não sabemos bem para que serve esta comissão, estamos expectantes”, afirmou, acrescentando esperar que “tenha em conta o doente” e que “não seja mais um organismo a dar força aos hospitais do Norte” na contenção com medicamentos.

Ministro “mente”

Sobre a escassez de medicamentos, Paulo Pereira especificou que o Hospital de Braga, um “pioneiro do G14”, só dá toda a medicação para a esclerose múltipla a doentes anteriores a Agosto de 2011, sendo os doentes posteriores a essa data penalizados em termos de acesso à medicação.

Outro factor de discrepância criticado pelas associações de doentes diz respeito à zona do país onde vivem, uma vez que os critérios de distribuição de medicamentos não são iguais em todos os hospitais.

Emília Rodrigues, da SOS Hepatite, apontou também casos concretos de doentes sem acesso a medicamentos, afirmando que há doentes que “esperam mais de seis meses pela medicação”.

Como exemplo referiu “um doente que pediu o medicamento a 25 de Outubro e que hoje desistiu daquele hospital”, farto de esperar.

A responsável revelou ainda um outro caso passado no Curry Cabral, em Lisboa, com um doente transplantado (fígado) e que recebeu de uma caixa de 30 comprimidos [imunossupressores] apenas dez, sem bula e com a indicação de ir telefonando para o hospital durante a semana para saber quando poderia ir levantar os restantes.

Confrontadas pelos jornalistas com declarações públicas do ministro da Saúde, segundo as quais não tem conhecimento de doentes sem acesso a medicamentos, as associações acusaram o governante de estar a “mentir”.

Arsisete Saraiva afirmou ter entregado “em mãos” um envelope com dez casos, Paulo Pereira garantiu que desde 2011 que envia e-mails a denunciar essas situações e Emília Rodrigues disse que escreveu em Junho uma carta ao ministro.

PRESTE ATENÇÃO NAS DIFERENÇAS ENTRE DOR DE CABEÇA SIMPLES, E ENXAQUECA, E VEJA COMO TRATAR DO PROBLEMA

Dor crônica   13/02/2013

Além da dor, o paciente pode sentir intolerância à luz, ao barulho e aos odores fortes. É muito frequente a presença de náuseas e até mesmo vômitos.
É fundamental a ocorrência de ao menos cinco crises na vida para obter o diagnóstico.


Quem nunca sentiu uma crise de dor de cabeça incômoda alguma vez na vida? Esse sintoma pode ser decorrente de inúmeros distúrbios, dentre eles a famosa enxaqueca. A despeito de toda essa fama, pouca gente sabe reconhecer quando uma dor é decorrente de enxaqueca ou não.

A enxaqueca é uma dor de cabeça muito peculiar, e o diagnóstico preciso é fundamental pois o tratamento é direcionado e pode ser bem diferente do feito para outros tipos de dor — avisa o neurologista Leandro Teles, formado e especializado pela USP.

Estamos falando de uma doença relativamente comum, cerca de 30% das mulheres em idade fértil e 10% dos homens apresentam esse tipo específico e incapacitante de dor na cabeça.

Segundo o neurologista, há uma série de características clássicas da crise de enxaqueca. Veja se você se enquadra:


1 – Evolução

A enxaqueca evolui em crises. A pessoa, de tempos em tempos, apresenta o sintoma – a duração da crise é de quatro a 72 horas (se não medicada). Entre as crises a pessoa está bem. É fundamental pelo menos cinco crises na vida para o diagnóstico e evidências de que o problema é crônico.

2 – Característica da dor

Dor de intensidade moderada a forte, geralmente de um lado da cabeça (apenas de 40% das vezes dói dos dois lados), característica pulsátil (latejante, como se o coração batesse dentro da cabeça), que piora com atividades do cotidiano (melhora com repouso).


3 – Sintomas associados

Além da dor, o paciente costuma sentir intolerância à luz, ao barulho e, eventualmente, aos odores fortes. É muito frequente a presença de náuseas e até vômitos (o que dificulta a tomada de remédios). Em cerca de 20% dos casos de enxaqueca podem surgir sintomas neurológicos transitórios antes, durante ou depois da dor. Esses sintomas são geralmente visuais, como pontos brilhantes ou visão turva, mas podem ser formigamentos e até bloqueio da fala (chamamos esse sintoma de aura, e são absolutamente típicos da enxaqueca).


4 – Afastar outras doenças

É fundamental afastar outras doenças importantes na hora de dar o diagnóstico de enxaqueca. Para isso o médico usa toda a sua experiência e o exame neurológico, em casos mais complicados podem ser necessários exames complementares (guiados para afastar outras causas, uma vez que a enxaqueca não aparece nos exames). Várias doenças podem simular dores de cabeça mais crônicas, tais como: trombose venosa cerebral, meningite crônica, hipertensão intracraniana, sinusopatia, etc. (por isso nada de auto-diagnóstico).

5 – Complicações

A enxaqueca mal conduzida pode complicar, sendo as duas principais complicações: estado de mal de enxaqueca, quando a dor dura mais que 72 horas, muitas vezes necessitando de internação e medidas mais drásticas; e enxaqueca transformada, que sai do controle e começa a aparecer quase todo o dia. Fica um pouco mais fraca mais não vai mais embora (a principal causa para isso é o uso excessivo de analgésicos comuns acima de duas vezes por semana).

Como podemos perceber, a enxaqueca é uma síndrome complexa. Envolve a cabeça, intolerância a estímulos, alterações de estômago e até sintomas neurológicos focais. Além disso, tem doenças sérias que podem simular uma enxaqueca descontrolada, atrasando muito o diagnóstico correto.

Por fim, o tratamento incorreto pode levar à complicações como a dor de cabeça crônica diária, que causa profundos impactos físicos, sociais e emocionais a quem já experimentou essa complicação. Por tudo isso é fundamental dar atenção ao sintoma e buscar ajuda especializada.

O tratamento correto inclui mudanças personalizadas no estilo de vida, escolha de medicamentos preventivos em casos selecionados e definição da terapia anti-dor caso, ainda assim, ela apareça. Os resultados são muito bons quando damos a devida atenção a essa incapacitante doença.