Cannabis medicinal: Uma médica limitada na prescrição e uma doente obrigada a procurar alternativas...

19 de Novembro de 2020

Sou médica de Medicina Geral e Familiar, mas também doente de esclerose múltipla e epilepsia refractária, e recorro a produtos feitos a partir da planta da cannabis para melhorar alguns dos meus sintomas.



"É preocupante ser obrigada a recorrer a um mercado paralelo para ter acesso a um princípio activo que está indicado em directrizes internacionais" 


Em Portugal, a lei que permite a prescrição médica e acesso a terapêuticas à base de cannabis para fins medicinais está quase a fazer dois anos. Porém, após estes dois anos, apenas um medicamento está aprovado e à venda na farmácia, com apenas uma indicação: tratamento da espasticidade associada à esclerose múltipla.


Na prática, isto significa que nenhuma empresa da indústria farmacêutica obteve, até à data, autorização de comercialização por parte do Infarmed, facto que me impossibilita, como médica, de prescrever e como doente, de aceder à terapêutica.


Canábis medicinal: uma nova arma no tratamento da dor crónica

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Sou médica de Medicina Geral e Familiar, mas também doente de esclerose múltipla e epilepsia refractária, e recorro a produtos feitos a partir da planta da cannabis para melhorar alguns dos meus sintomas. No entanto, face à ausência de produtos autorizados pelo Infarmed, os métodos a que recorro para aceder aos produtos não me deixam confortável, nem como médica, nem como doente. Estou sem acesso a prescrição medicamente controlada, e consequentemente, sem acompanhamento clínico no tratamento, sendo forçada a recorrer a um mercado desregulado ou a websites internacionais, onde adquiro produtos sem controlo de qualidade e segurança.




A cannabis para fins medicinais foi-me recomendada por um neurologista, após ter testado inúmeras outras terapêuticas, sem ter tido melhoria significativa dos sintomas. Os benefícios foram e são evidentes. Continuo a sentir formigueiros em ambos os braços e mãos, mas a forma como lido com estes sintomas melhorou substancialmente. Hoje, têm um impacto muito menos significativo na minha vida.


Passei a ter maior controlo ao nível da urgência e incontinência urinárias, com idas menos frequentes à casa de banho. Com o início da administração de produtos à base de cannabis medicinal consegui reduzir substancialmente a duração das convulsões, suspendendo em segundos as crises epilépticas.


Posso dizer que recorrendo aos óleos e flores de cannabis medicinal, consegui o controlo de diferentes sintomas e voltei a ter alguma qualidade de vida. No entanto, debato-me regularmente com vários problemas para estabilizar os meus sintomas e patologias. Por um lado, os produtos não estão sempre disponíveis, as doses variam constantemente, e os preços altos que são praticados no mercado desregulado, obviamente não comparticipado, não me permitem manter um tratamento diário estável.


Infarmed aprova sete indicações terapêuticas para o uso de cannabis medicinal

Como disse anteriormente, existe um medicamento em Portugal. Porém, não apresenta as características mais adequadas para o controlo de todos os meus sintomas e patologias, razão pela qual me foram recomendados produtos com diferentes concentrações de ambos os canabinóides principais – delta9-tetrahidrocanabinol (THC) e CBD.



Na situação actual, nenhum médico pode prescrever esses compostos isoladamente e nas concentrações que me foram aconselhadas pelo neurologista. Para os adquirir fui obrigada a pesquisar lojas e websites que vendem produtos à base de CBD, sem quaisquer garantias de segurança e qualidade. Quanto ao THC, essas lojas e websites não podem vender produtos com este canabinóide, pelo que a única hipótese é recorrer a associações e intuições dentro da União Europeia, que fornecem esses extractos através de canais alternativos.


É preocupante ser obrigada a recorrer a um mercado paralelo para ter acesso a um princípio activo que está indicado em directrizes internacionais, já tendo demonstrado cientificamente o seu benefício no tratamento da dor crónica, por exemplo.


Por outro lado, enquanto médica, sou confrontada por doentes que se automedicam com produtos que adquirem nestes mercados paralelos. Alguns têm a sensatez de alertar o médico para o que estão a fazer, mas outros escondem-no, por medo de juízos de valor, o que pode constituir riscos para a sua saúde e segurança.

FONTE:https://www.publico.pt/2020/11/19/impar/opiniao/cannabis-medicinal-medica-limitada-prescricao-doente-obrigada-procurar-alternativas-1939562

Superação. bancária que sofre de esclerose múltipla se realiza como confeiteira...

19 de novembro de 2020 



RIO — Doces para adoçar vidas. Da doceira, dos clientes e de quem tiver a sorte de ser presenteado com uma das delícias feitas artesanalmente por Rosana De Biase. 

Moradora do Grajaú, a bancária sempre sentiu prazer em preparar maravilhas açucaradas. 

O sabor especial gerava encomendas espontâneas de amigos e vizinhos. 

Até então, o sonho de trabalhar com confeitaria parecia distante. 

Mas o pesadelo que chegou sem pedir licença junto com a pandemia de Covid-19 acelerou o processo. 

O desemprego repentino do marido e o impedimento de sair de casa — até para ir às sessões de fisioterapia indispensáveis ao tratamento de esclerose múltipla — fizeram com que a mãe do pequeno Gustavo, de 3 anos, arregaçasse as mangas e fosse para a cozinha.

 O passo seguinte foi criar uma marca e divulgar os produtos nas redes sociais. Nascia assim a Tem Cookie Rio.


A rotina de desligar o computador ao final do expediente no banco — cumprido em home office desde março — e de ligar o fogão em seguida é uma alegria para Rosana, que exercita os braços enquanto prepara os biscoitos ou os pavês, tão gostosos que, reza a lenda, curam até dor de amor. O vaivém na área mais adocicada da casa também ajuda no movimento das pernas. É que, em 2018, a mobilidade dela ficou comprometida após um surto da doença. Hoje, não há sequelas perceptíveis. O que se vê ao olhar para essa heroína real é apenas a mais pura expressão da alegria.


— Vou feliz para a cozinha. Amo fazer e comer doces! Os cookies e os pavês são os destaques. É muito bom adoçar a vida das pessoas com o que faço. Sempre adiei esse desejo de trabalhar com confeitaria, mas a pandemia me levou para a cozinha não só pela questão financeira como para não ficar fisicamente parada e para buscar uma distração em meio ao isolamento. Esses ingredientes fazem o sucesso do meu negócio — diz a empreendedora, que recebe encomendas pelo perfil @temcookierio no Instagram.


O amor é outro item indispensável para o êxito do empreendimento. Rodrigo Vianna, marido de Rosana, já voltou a dar expediente como gerente de loja, mas segue na função de entregador:


— É uma felicidade ter o Rodrigo ao meu lado em tudo. Sou uma mulher de sorte!


FONTE:https://br.noticias.yahoo.com/supera%C3%A7%C3%A3o-banc%C3%A1ria-que-sofre-esclerose-090044882.html

STJ nega isenção de IR a trabalhador com doença grave que permanece em atividade.

24 de junho de 2020

Para STJ, "proventos" se referem apenas a aposentadoria, e não a salário.

Portador de moléstia grave que ainda está trabalhando não tem direito a isenção de imposto de renda de pessoa física (IRPF). A decisão é da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de dois recursos especiais nesta quarta-feira (24/6).

A principal controvérsia dizia respeito à interpretação da palavra "proventos", constante do artigo 6º, inciso XV, da Lei 7.713/88, que alterou a disciplina sobre imposto de renda. As informações são do jornal Valor Econômico. 

Diz o dispositivo que ficam isentos de IRPF rendimentos como:

XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; 

Os ministros tiveram então de apreciar se a isenção também vale para os rendimentos recebidos antes da aposentadoria pelos portadores de doença grave. Em ambos os casos, as decisões inferiores haviam concedido a isenção. Mas a Fazenda Nacional recorreu, via recurso especial, em ambos.

Para o Fisco, o doente que se aposentou está em situação diferente de quem, apesar de ter moléstia grave, continua em atividade laboral. Além disso, defendeu a interpretação restitiva do dispositivo.

O relator dos dois recurso foi o ministro Og Fernandes, para quem o posicionamento do STJ é importante para pacificar nos tribunais regionais federais o entendimento sobre a matéria, que foi julgada sob o rito de recursos repetitivos, vinculando as instâncias inferiores.

Og Fernandes propôs a seguinte tese: "Não se aplica a isenção do IR prevista no artigo 6º, inciso XIV da Lei 7.713, de 1998, aos rendimentos do portador de moléstia grave que está no exercício da atividade laboral". Foi acompanhados pelos ministros Mauro Campbell Marques, Assusete Magalhães, Regina Helena Costa, Francisco Falcão e Herman Benjamin. Napoleão Nunes Maia Filho divergiu. 

Vídeos educativos ensinam como surgem doenças neurológicas..

22/06/2020

No projeto que faz parte da disciplina de Neuroanatomia da USP, alunos estudam doenças como Alzheimer, esclerose múltipla e Parkinson e transformam o aprendizado em vídeos educativos.

A necessidade de estudar em casa por causa da pandemia fez muitos professores e estudantes buscarem recursos e conteúdos disponíveis na internet. 

Para ajudar nessa tarefa, materiais de qualidade produzidos por iniciativas da USP estão disponíveis para ensinar temas de ciências de maneira didática e acessível. 

Uma dessas iniciativas é o FoFiTO Explica, projeto desenvolvido na disciplina de Neuroanatomia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, realizada por estudantes de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Os vídeos preparados pelos alunos explicam o que acontece com o sistema nervoso quando ele é afetado por uma doença neurológica e facilitam a compreensão de condições como Alzheimer, esclerose múltipla e Parkinson, entre outras. Ao mesmo tempo em que aprendem, os estudantes produzem conteúdo e disponibilizam para o público geral.

O projeto surgiu em 2018, sob a responsabilidade da professora Luciane Valéria Sita, que leciona a disciplina no ICB. Formada em Fisioterapia e especializada em Fisioterapia Neurológica, tem familiaridade com tais doenças, porém isso não se aplica aos alunos: “Eu sempre percebi que os alunos tinham muita dificuldade em neuroanatomia, porque é uma disciplina muito árdua, muito difícil.” Com isso, a partir de uma pesquisa de opinião entre os alunos, concluiu que a neuroanatomia é o tipo de anatomia mais difícil de ser compreendida. “Ela é muito importante para esses futuros profissionais em sua vida clínica. Então eu quis mostrar que eles precisavam entender esse tema, porque depois iriam aplicar esses conceitos nos pacientes que tratarão daqui a quatro anos, quando se formarem”, diz a professora.

Professora Luciane Valéria Sita, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP

Foi assim que surgiu o FoFiTO Explica, uma iniciativa que explica as doenças para os alunos mas que também é voltado para a sociedade. 

 “Hoje em dia a linguagem mais compreendida pelo grande público é o vídeo. Em 2018, propus para os alunos a ideia de um trabalho valendo nota em que deveriam fazer um vídeo com linguagem para o público leigo, apresentando como o sistema nervoso seria afetado em uma doença que eles poderiam escolher”, explica Luciane. O projeto é obrigatório e faz parte do sistema de avaliação para quem cursa a disciplina BMA0311, que reúne entre 75 e 80 alunos, divididos em dez grupos.

Vídeos do Projeto Fofito Explica

Esclerose Múltipla

Acidente Vascular Cerebral




Hidrocefalia


Alzheimer


Sindrome Pseudobulbar


Neurosífilis




Após anunciar gravidez, María Pombo confirma ter doença sem cura..

23.06.2020

A influenciadora espanhola partilhou a notícia com os seguidores.

Dias após revelar estar grávida pela primeira vez, María Pombo, de 25 anos, anunciou sofrer de esclerose múltipla. 

Embora tenta dito ter tentado pensar positivo, temia que este pudesse ser o resultado dos exames, até porque a mãe padece da mesma doença.

 No Instagram, Pombo disse estar prestes a começar um tratamento compatível com a gravidez.

Em conversa com a Vanitatis, Jorge Huertas, especialista na doença, explicou que esta é uma condição “degenerativa, que afeta o sistema nervoso e provoca problemas de mobilidade, de sensibilidade, de capacidade cognitiva, ou até incontinência fecal“.

Ora, apesar de existirem tratamentos para a doença, esta não tem cura. “Já vi pessoas que tiveram um surto e, com a medicação adequada, não voltaram a ter. Também há casos em que, com um bom tratamento, se consegue controlar muito bem“, acrescenta.

Agora, a influenciadora, que está grávida de cerca de doze semanas, conta com o apoio do marido, Pablo Castellano, da família, bem como dos seguidores, que tem mantido atualizados através das redes sociais.

Dormência e formigamento – O que pode ser?

19/06/2020

O formigamento das mãos ou dos pés dormentes deriva da compressão temporária de um nervo. Essa sensação, juntamente com dor, dormência ou fraqueza, pode ser constante em pessoas afetadas por alguns distúrbios que lesam os nervos.

O que é
De uma forma muito parecida com os fios individuais que são amarrados em um único cabo elétrico, os nervos são agrupados em feixes. Ou seja, eles ficam contidos em um revestimento gorduroso, denominado bainha de mielina. Dormência, formigamento e dor contínuos são, em geral, devidos a lesão ou inflamação dessa bainha e a compressão ou lesão dos próprios nervos, em especial dos nervos periféricos vindos dos braços e das pernas para a medula espinhal.

SINTOMAS
Uma sensação de dormência, formigamento, dor ou fraqueza, em geral nos pés, nas mãos ou nas pernas.

Causas
Embora diversos distúrbios possam contribuir para dormência e formigamento, frequentemente não há uma causa específica aparente. Quando se identifica uma doença médica, muitas vezes trata-se de uma lesão progressiva dos nervos. Além disso, associada ao controle inadequado dos níveis de açúcar no sangue (a chamada neuropatia diabética). Sobretudo, afeta, basicamente, os pés. Dormência e dor nas mãos podem ter relação com a síndrome do túnel do carpo. Isso ocorre quando o nervo mediano do punho fica inflamado ou é comprimido. 

Nem todas as pessoas com diabetes melito desenvolvem neuropatia diabética, na qual há lesão dos nervos periféricos. O bom controle dos níveis de glicose no sangue reduz muito o risco. Os especialistas ainda não compreendem bem a causa da lesão neurológica; alguns acreditam que seja uma associação de lesão dos vasos sanguíneos e alterações no metabolismo das células, decorrentes de níveis muito altos de glicose. O médico já deve estar atento a qualquer sinal inicial de complicação em uma pessoa diabética – incluindo dormência e formigamento nos pés e nas mãos, dor e fraqueza nos membros, e constipação. Pode-se usar um teste elétrico para avaliar a função dos nervos.

Após um surto de herpes, uma virose relacionada com a catapora, uma dor intensa e lancinante no trajeto de um nervo do tronco pode persistir por meses. Dormência e dor que correm pela coxa e pela perna podem ser causadas por hérnia de disco ou outros problemas de coluna em que haja compressão do nervo principal dos membros inferiores (o ciático). Na esclerose múltipla, a bainha de melina é gradualmente destruída, o que pode resultar em dormência e formigamento. E, às vezes, uma deficiência nutricional é a responsável por essa sensação.

Uma deficiência das vitaminas B, principalmente da vitamina B12, pode contribuir para as sensações de dormência e formigamento.
Como os suplementos podem ajudar
Independentemente das causas básicas de dormência e formigamento, os mesmos nutrientes são úteis. Com exceção da pimenta-de-caiena, não se trata de simplesmente mascarar a dor e, sim, de ajudar a recuperar os nervos. Contudo, o resultado pode demorar de três a seis meses.
Não há perigo em tomar juntos todos os suplementos recomendados. O complexo de vitamina B promove um funcionamento saudável do sistema nervoso (a vitamina B6, em especial, é importante para pessoas que sofrem de neuropatia diabética ou síndrome do túnel do carpo). A vitamina B12 e a tiamina são necessárias a várias funções do organismo. A falta dessas vitaminas é comum em pessoas mais velhas; o ácido fólico sempre deve ser tomado junto com altas doses de vitamina B12. Os diferentes ácidos graxos essenciais do óleo de linhaça e do óleo de prímula favorecem uma comunicação apropriada entre o cérebro e as células nervosas e desempenham um papel na manutenção das bainhas de mielina. O ácido gama-linolênico (encontrado no óleo de prímula) é valioso no tratamento da neuropatia diabética.
Em virtude de seu potente efeito antioxidante, acredita-se que o ácido alfa-lipoico proteja as células nervosas contra lesão. Assim, há estudos demonstrando que essa substância semelhante às vitaminas faça efeito na neuropatia diabética. Embora não tenha ficado esclarecido se ela é melhor do que outros antioxidantes mais baratos, como a vitamina E. De fato, o creme de pimenta-de-caiena proporciona alívio em qualquer tipo de dor nervosa. Acredita-se que seu ingrediente ativo, a capsaicina, atue bloqueando a substância P, um mensageiro químico que transmite os sinais de dor do local lesado até o cérebro.

O que mais você pode fazer 
1. Faça exercícios regularmente, a fim de aumentar o fluxo de sangue para nervos e extremidades.

2. Não fique sentado parado por longos períodos de tempo; a inatividade agrava a dormência e o formigamento.

3. Ande um pouco e flexione seus dedos e tornozelos.

Quando procurar o médico
Surtos frequentes ou persistentes de dormência, formigamento ou fraqueza nas mãos ou nos pés justificam uma consulta médica. Isto pode ser o primeiro sinal de doença mais grave.

Procure auxílio de emergência se subitamente aparecerem dormência ou formigamento durando mais de meia hora. Portanto procure ajuda ainda mais rápida se esses sintomas forem acompanhados de fraqueza, principalmente num dos lados do corpo, o que poderia ser sinal de derrame (AVC).

Lembrete: Se você tem algum problema de saúde, converse com seu médico antes de tomar suplementos.

Rinite, sinusite e bronquite: as "ites" do inverno.

19/06/2020

Doenças como rinite, sinusite e bronquite caracterizam a estação fria...

A chegada do inverno – que se inicia oficialmente às 18h44min deste sábado (20) – muda o visual do rosto das pessoas. Além de toucas e cachecóis, elas podem apresentar nariz vermelho ou escorrendo. Também fica mais comum ouvir alguém tossir ou espirrar. Na maioria das vezes, esses transtornos corriqueiros da estação fria são ocasionados por doenças respiratórias como rinite, sinusite e bronquite – popularmente conhecidas como “ites”.  

Fabiano Haddad Brandão, médico do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, explica que o inverno prejudica nossa defesa alérgica, porque a falta de chuva aumenta a concentração de poluentes no ar. Por isso, as pessoas acabam aspirando mais esses poluentes e irritando mais nariz, olhos e pulmões. Além disso, o frio provoca uma diminuição do batimento ciliar, uma defesa própria do organismo.

— Todas as nossas células, desde o nariz até o pulmão, têm, microscopicamente, alguns cílios, uns cabelinhos que ficam se movimentando e tirando as impurezas do nariz, jogando essa secreção para trás, direcionando para o nosso estômago, para matar essas bactérias —ilustra Brandão.

Assim, fica facilitado o “trabalho” de implantação de irritantes – como poeira, ácaros e poluentes – na mucosa nasal e pulmonar, deixando as pessoas mais vulneráveis a problemas respiratórios. No inverno, segundo o médico, a procura por atendimento por causa dessas doenças cresce de 20% a 30%.

Além disso, o clima frio faz com que as pessoas fiquem mais dentro de casa, diminuindo a circulação de ar. Rafael Malinski, otorrinolaringologista do Hospital Moinhos de Vento (HMV), afirma que isso também pode contribuir com obstruções e irritações da mucosa. 

— Por consequência, a gente acaba respirando mais pela boca, e o ar não é feito para passar pela boca. É para passar pelo nariz, para ser aquecido e preparado para chegar nos pulmões. Quando a gente respira de forma errônea, isso também favorece algumas doenças — explica. 

A rinite

Trata-se de um processo alérgico que provoca irritação e coceira no nariz, nos olhos, nos ouvidos e na garganta. Os sintomas comuns da rinite são espirros, coriza e obstrução nasal, que atuam como uma defesa descontrolada do organismo perante as irritações externas.

— Por exemplo, o nariz começa a escorrer porque ele tenta “tirar” esse irritante de dentro dele na forma de coriza, de espirro. Você fica com o nariz entupido para não aspirar mais esses irritantes. Isso é um descontrole da nossa defesa — afirma o otorrinolaringologista Brandão.

A rinite ocorre devido a uma pré-disposição genética e pode se manifestar ao longo da vida:

— A pessoa já nasce com propensão de desenvolver, e aí vai tendo contato com os irritantes e tendo uma alteração das suas defesas. Ela começa a ter uma sensibilidade maior, conforme a exposição.

A sinusite

É uma doença decorrente da rinite. Segundo Brandão, ocorre após uma obstrução nasal prolongada, que faz com que a secreção fique acumulada dentro do nariz:

— Como essa secreção começa a “grudar” as bactérias que estão no ar e que respiramos o tempo inteiro, ela começa a aderir também na mucosa, no tecido que recobre o nariz e os seios da face. Essas bactérias entram na mucosa e causam a doença, a infecção, e aí a pessoa começa a ter uma secreção purulenta, dor, febre e mal-estar.

O problema pode ser agudo ou crônico. A sinusite aguda pode ocorrer em duas situações: quando a pessoa está com a rinite muito descontrolada ou quando ela tem uma gripe ou resfriado que não se resolveu por mais de 14 dias. A crônica ocorre quando os sintomas permanecem por mais de quatro meses, sem melhora.  

A bronquite

É uma inflamação crônica dos brônquios – que fazem parte da árvore respiratória. Essa doença é caracterizada por tosse persistente, secreção pulmonar e crises de falta de ar. Por esse motivo, acaba sendo mais complicada do que as outras.

— As pessoas têm crises e precisam ir para o hospital, fazer inalação, tomar antibiótico, porque pode evoluir para uma pneumonia. E o inverno propicia muito mais crises, que a gente chama de broncoespasmos — relata Brandão.

Tratamentos são específicos
Apesar de semelhantes, cada doença requer um tratamento diferente. No caso da rinite, o principal é evitar o contato com os irritantes. Por exemplo, se for usar uma roupa guardada há muito tempo, o ideal é lavá-la antes.  

Outra medida boa é fazer lavagem nasal com soro fisiológico, que retira os irritantes e estimula o batimento ciliar. Também é possível usar medicamentos antialérgicos para controlar os sintomas. Há tratamentos de ataque e de manutenção, que ajudam a estabilizar as células para evitar que a pessoa tenha muitas crises alérgicas.

Para a sinusite, também é recomendada a limpeza nasal. No entanto, antialérgico não resolve o problema, sendo necessários remédios para desinflamar a mucosa, como antibióticos – que também são indicados para o tratamento da bronquite.

Mesmo sendo doenças comuns, é fundamental procurar um médico para diagnosticar com precisão, bem como definir o tratamento mais indicado. Caso contrário, uma sinusite mal tratada pode evoluir para uma sinusite crônica, por exemplo.

Para tentar prevenir essas doenças ou as crises, o otorrinolaringologista Rafael Malinski recomenda manter os ambientes bem arejados, além de cuidar cortinas e tapetes (que podem acumular poeira) e evitar a troca brusca de temperatura, o que inclui não exagerar no ar-condicionado. 

— No quente, o aparelho seca muito o ar, e isso irrita a mucosa do nariz — alerta o médico. 

A diferença em relação à covid-19

Sintomas como tosse seca, falta de ar e coriza são comuns em “ites” e na covid-19. O sinal de alerta deve ser ligado caso também seja constatada febre alta, dores no corpo, na garganta, na cabeça ou falta de ar em demasia. 

Em alguns casos, também ocorre perda de olfato e diarreia. Então, se você tiver sintomas de gripe com essas características e falta de ar de leve a severa, é bom procurar um médico e realizar exames.

Inverno pode agravar a asma...

19/06/2020

Bombinhas são aliadas fundamentais no controle da doença...
Veja causas, gatilhos e tratamento da doença inflamatória dos brônquios que atinge de 10% a 15% dos brasileiros...

A asma é uma doença inflamatória dos brônquios, com fatores alérgicos e genéticos. 

Os brônquios fazem parte do sistema respiratório e têm como principal função levar o ar até os pulmões. Essa inflamação leva ao estreitamento brônquico, que dificulta o fluxo de ar, causando sintomas intensos de falta de ar, chiado no peito e tosse. A doença atinge entre 10% e 15% da população brasileira, número que representa cerca de 20 milhões de pessoas.

Qual é a causa? 
O componente genético é um dos mais importantes. Na grande maioria dos casos, alguém da família tem a doença. Pode acontecer de pular uma geração – afetando, por exemplo, avós e netos, mas não os pais. A pessoa já nasce com a doença, mas pode desenvolver os sintomas no decorrer de sua vida. É mais comum que comecem a aparecer na infância, tendo um pico até a adolescência. 

Como é feito o diagnóstico?
A pessoa que percebe os sintomas da asma deve procurar um pneumologista para fazer um exame chamado espirometria. Nesse exame, o paciente assopra em um dispositivo, onde é possível quantificar sua capacidade pulmonar. A espirometria é fundamental para o diagnóstico clínico, sendo preciso também uma boa investigação do histórico do paciente, já que a asma pode ser confundida com outras doenças como infecções virais, enfisema, rinite e até mesmo insuficiência cardíaca. 

Tem cura?
A asma é uma doença crônica – ou seja, não tem cura –, mas é controlável. Cerca de 95% dos pacientes que fazem o tratamento corretamente administram bem a doença. 

Quais podem ser os gatilhos da asma?
As crises ocorrem de forma súbita e aguda, sendo desencadeadas por diversos fatores, como fumaça, algum cheiro forte, umidade, mudança brusca de temperatura, infecções virais e bacterianas, entre outros irritantes respiratórios. No entanto, a asma é uma doença muito heterogênea, podendo se comportar de maneiras diferentes de acordo com a pessoa.

No inverno, piora?
Na nova estação, os sintomas e as crises tendem a piorar na maioria dos asmáticos, pois a exposição ao ar frio e seco podem irritar os brônquios, desencadeando tosse e falta de ar.  Além disso, a maior convivência em locais fechados favorece a transmissão de doenças infecciosas, sobretudo virais, que também contribuem para as crises de asma.

Como é o tratamento?
O controle da asma é feito por meio do tratamento farmacológico e do ambiental: além da limpeza constante de tapetes, cortinas e da residência em geral, a fim de evitar mofos, os pacientes normalmente utilizam broncodilatadores e corticoides inalatórios (bombinhas), que atuam tanto na inflamação quanto nos broncoespasmos. 

O tratamento deve ser feito durante toda a vida do paciente, com acompanhamento e avaliação médica frequente. 
Alguns pacientes, por exemplo, precisam ser tratados somente no inverno, mas a resposta varia de pessoa para pessoa. 
Mesmo um paciente que tem a doença controlada deve consultar um pneumologista pelo menos uma vez ao ano. 

Aderência versus mitos
Para conviver bem com a asma, é de extrema importância que o paciente seja aderente ao tratamento, sabendo que é uma doença crônica que precisa ser monitorada continuamente, mesmo que os sintomas não se manifestem.  

Também é necessário esclarecer dúvidas e mitos relacionados às bombinhas, que não viciam nem engordam, como muitas pessoas acreditam. Um paciente asmático pode ter uma vida normal, desde que a doença esteja controlada. 

Fonte: Gustavo Chatkin, médico pneumologista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul

Saiba como identificar e tratar a bexiga hiperativa, mais conhecida como ‘bexiga nervosa’

5 de junho de 2020

A bexiga nervosa, ou bexiga hiperativa, é um tipo de incontinência urinária, em que a pessoa tem uma sensação súbita e urgente de urinar, que, muitas vezes, é difícil de controlar.

Para tratar esta alteração, existem técnicas de fisioterapia e eletroestimulação, além de medicamentos como oxibutinina, tolterodina e darifenacina, por exemplo, para ajudar a recuperar a contração do músculo da bexiga, que são prescritos pelo clínico geral ou urologista.

Porém, também existem alternativas caseiras que ajudam a aliviar os sintomas, como exercícios especiais para a musculatura da pelve e chás de plantas medicinais, como alecrim.

Quais são as causas

A bexiga hiperativa é causada por alterações da inervação da bexiga, que podem acontecer devido a doenças neurológicas, como paraplegia, Parkinson, Alzheimer, AVC ou esclerose múltipla, por exemplo, ou por irritação das vias urinárias, por infecções urinárias, alterações da mucosa pela menopausa, câncer, cálculo ou cistos urinários.

Estas alterações dificultam o controle sobre os músculos da bexiga, que contrai em horas indevidas, muitas vezes causando perda de urina na roupa. Esta doença afeta mais mulheres do que homens, se manifestando, na maioria das vezes, a partir dos 60 anos, o que prejudica a qualidade de vida e causa transtornos emocionais e sociais.

Além disto, durante a gravidez, é comum ter sintomas de incontinência incontinência, devido à maior produção de urina neste período e pelo aumento da pressão que o útero faz sobre a bexiga, causando dificuldade para controlar. Saiba como a gravidez provoca incontinência urinária e o que fazer.

Sintomas da bexiga hiperativa

Os principais sintomas da bexiga nervosa são:

1. Vontade repentina e urgente de urinar, sem infecção urinária

2. Vontade frequente de urinar e em pouca quantidade

3. Dificuldade para segurar a urina

4. Levantar mais de 1 vez durante a noite para urinar

5. Perda de gotas de urina após vontade repentina

6. Desconforto ou dor na região da bexiga ao urinar, sem infecção urinária

Muitas vezes, os sintomas podem estar associados aos sintomas de incontinência de esforço, que pode causar perda de urina também ao realizar esforços no abdome, como tossir ou rir. Além disto, em homens acima dos 60 anos, estes sintomas também podem indicar aumento da próstata. Conheça as causas e como tratar a próstata aumentada.

O diagnóstico da bexiga hiperativa, é feito pelo clínico geral ou urologista, pela observação dos sintomas e realização do exame físico. Podem ser necessários alguns exames para confirmar o tipo de incontinência urinária, como ultrassom das vias urinárias e estudo urodinâmico, que mede a pressão, o fluxo e a ação dos músculos durante a micção.

Como é feito o tratamento

Para o tratamento da bexiga hiperativa são utilizados medicamentos que diminuem a hiperatividade dos músculos da bexiga, como oxibutinina, tolterodina, darifenacina e fesoterodina, prescritos pelos médicos, que também podem recomendar o uso de antiespasmódicos, como buscopan.

A fisioterapia e a eletroestimulação são importantes aliadas no tratamento, uma vez que essas técnicas proporcionam o fortalecimento muscular e a recuperação do controle cerebral sobre o órgão. A toxina botulínica também pode ser utilizada e sua aplicação é feita em pontos específicos da bexiga que ajudam a diminuir as contrações involuntárias.

Estas técnicas e medicamentos ajudam a curar e controlar a bexiga nervosa, porém, a depender da gravidade da incontinência ou se há associação com outros tipos de incontinência, os resultados podem ser mais difíceis de alcançar. Saiba mais sobre os diferentes tipos de incontinência urinária.

Opções de tratamento caseiro

A bexiga nervosa pode ser evitada e diminuída com algumas medidas simples e naturais, entre elas estão:

Evitar o consumo de álcool, cafeína e cigarros;

Perder peso, o que ajuda a diminuir a pressão do abdômen sobre a bexiga;

Sempre que for urinar, esvaziar a bexiga por completo;

Fazer ginástica especial para a bexiga, como exercícios de Kegel, que ajudama fortalecer os músculos do abdome e evitar a perda de urina. Aprenda a fazer os exercícios de Kegel;

Tomar chás com ervas medicinais, como de erva doce, alecrim, alecrim-pimenta e artemísia pode aliviar os sintomas, pois têm propriedades anti-espasmódicas.

Além disto, criar o hábito de usar o banheiro antes de sentir vontade, em intervalos regulares, pode ajudar no controle dos sintomas, começando de hora em hora e ir aumentando o tempo à medida que sentir segurança, procurando chegar a um intervalo entre 3 a 6 horas.

Controlar a ansiedade também é importante para evitar crises de incontinência urinária, pois ela piora e dificulta o controle da bexiga, dando a sensação de estar sempre cheia.

Infecção urinária: Urologista alerta para outras doenças que podem acometer os idosos durante a pandemia...

27 de maio de 2020

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, 10% dos homens e 20% das mulheres acima dos 65 anos apresentam o problema. Este número dobra em pessoas com mais de 80 anos.

Diante da situação de pandemia de Covid-19, o Ministério da Saúde orienta que a população siga algumas recomendações, entre elas o isolamento social. Apesar das atenções estarem voltadas ao coronavírus é importante estar atendo aos sintomas de outras doenças e infecções que demandam atendimento médico.

A infecção urinária baixa que afeta a bexiga, também chamada de cistite, é a doença bacteriana mais comum em todo o país e não tem restrição de idade, podendo afetar crianças, adultos ou idosos. No caso dos mais velhos, pode levar a algumas complicações mais sérias.

Para o urologista, Dr. Frederico Mascarenhas, com o passar da idade, a imunidade tende a ser mais baixa e, com isso, a proliferação de microrganismos tende a aumentar. “Muitos idosos sofrem transtornos urinários (incontinência, urgência miccional, idas constantes ao banheiro) por isso precisam usar fraldas geriátricas, o que favorece a proliferação bacteriana e fúngica na região genital. Isso pode aumentar a umidade local”, afirma.

Os sintomas mais comuns são: necessidade de urinar com frequência, ardor ao urinar, dores na bexiga e, em casos mais graves, febre e sangue ao urinar. Porém alguns idosos não apresentam os sintomas mais comuns da infecção e a família ou o cuidador precisam estar atentos. “Eles podem não apresentar esses sintomas e acabam ficando mais sonolentos ou mais agitados. Isso é indício de infecção”, alerta o urologista.

Em caso de suspeita, durante a pandemia, a recomendação é primeiro entrar em contato com o médico. Caso não exista essa possibilidade, é importante se direcionar a uma unidade de atendimento, adotando todos os cuidados recomendados como: uso de máscara, manter o distanciamento social de 2 metros (na sala de espera e dentro do consultório médico) e levar apenas um acompanhante (e se necessário).

O especialista também ressalta a importância de ingerir água diariamente e não deixar de ir ao banheiro quando sentir vontade de urinar. “A ingestão de água faz você ir mais vezes ao banheiro e assim você vai evitar que a bactéria permaneça mais tempo dentro do organismo”, orienta.

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Nanobiossensor
Pesquisadores da UFSCar de Sorocaba (SP) desenvolveram uma técnica para diagnosticar precocemente uma doença do sistema nervoso central, a esclerose múltipla, e distingui-la de outra assemelhada, a neuromielite óptica.
Em pessoas acometidas por essas enfermidades, o sistema imunológico produz anticorpos que atacam e danificam parte da camada da bainha de mielina, a capa protetora que envolve os neurônios e auxilia na transmissão dos impulsos nervosos. Com o tempo, surgem lesões permanentes em regiões do cérebro.
Para detectar herbicidas, metais pesados e outros poluentes, que também afetam o sistema nervoso, a equipe já havia desenvolvido um nanobiossensor - um sensor com dimensões nanoscópicas feito com materiais biológicos.
O que se confirmou agora é que o mesmo sensor permite observar a interação entre os anticorpos presentes nas amostras de pacientes depositadas em um microscópio eletrônico e os peptídeos que compõem a bainha de mielina.
"Com o microscópio de força atômica é possível detectar a presença de anticorpos específicos para cada uma dessas duas doenças no líquor e no soro sanguíneo. Se os anticorpos forem atraídos pelos peptídeos que depositamos no sensor durante o teste, é sinal de que o paciente tem a doença. O equipamento é muito sensível e capaz de identificar uma quantidade pequena desses anticorpos, ou seja, é capaz de diagnosticar ainda nas fases iniciais da doença," contou o pesquisador Fábio de Lima Leite.
Esclerose Múltipla e Neuromielite
A esclerose múltipla é diagnosticada clinicamente a partir de sintomas relatados pelo paciente e por exames de ressonância magnética, que identificam lesões em determinadas áreas do cérebro. Os dois equipamentos têm custo muito elevado, enquanto o nanobiossensor poderá ser muito barato.
"Foi necessário purificar o líquor e o soro para deixar só os anticorpos na amostra. Assim, foi possível detectar anticorpos específicos para a esclerose múltipla, como o anti-MBP85-99 [antiproteína básica de mielina]. Se esses anticorpos estão circulando nos pacientes, é provável que eles tenham esclerose múltipla. Nosso próximo objetivo no estudo é conseguir fazer um sensor que não precisa de amostras purificadas," disse Fábio.
A equipe também conseguiu identificar a neuromielite óptica em pacientes e distingui-los de pacientes acometidos pela esclerose múltipla. "Já existe um biomarcador específico para a doença. Portanto, foi possível detectar o anticorpo da aquaporina-4 em amostras de pacientes, utilizando o mesmo método usado para detectar a esclerose múltipla," contou a pesquisadora Ariana de Souza Moraes.
Atualmente, a neuromielite óptica pode ser identificada por uma metodologia conhecida como ELISA (ensaio de imunoabsorção enzimática, na sigla em inglês), de baixo custo e amplo alcance para a população. "Porém, essa plataforma não é tão sensível quanto o nanoimunossensor e não detecta a doença em estágios iniciais," disse Ariana.
Sensor detecta esclerose múltipla nos estágios iniciais da doença


Comunicamos o falecimento do Professor Emérito, Dr. Charles Peter Tilbery, Neurologista.(23/05/2020)

Graduado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1969), mestrado em Medicina (Neurologia) pela Universidade Federal de São Paulo (1983) e doutorado em Medicina (Neurologia) pela Universidade Federal de São Paulo (1985). Era professor Titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Tinha experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurologia, atuando principalmente nos seguintes temas: esclerose múltipla, multiple sclerosis, tratamento, fadiga e qualidade de vida



Dia Nacional da Doença de Fabry...

27/4/2020

Pacientes podem levar até 15 anos para receber o diagnóstico...
Sintomas são diversos e afetam principalmente rins, coração e cérebro, se associando a diferentes especialidades médicas...
Em função da carga hereditária, é importante que os membros da família do paciente também façam testes”

O dia 28 de abril é lembrado como Dia Nacional da Doença de Fabry – uma desordem genética rara, hereditária, progressiva e que pode significar uma longa jornada para o paciente que está em busca de respostas difíceis de serem encontradas. Estudos mostram que desde o início dos sintomas até o diagnóstico da doença podem se passar até 15 anos1. 

Os sintomas de Fabry em sua maioria podem ser confundidos com os de outras patologias, sendo essa uma das razões para a dificuldade e retardo do diagnóstico, impactando diretamente no início do tratamento adequado e na evolução do paciente.

Um dos sintomas mais característicos de Fabry é a queimação nos pés e mãos, além de pouca ou nenhuma transpiração, resultando em intolerância ao calor e ao esforço físico2. Como os sintomas são diversos, os pacientes podem associá-los a diferentes especialidades médicas. Por exemplo, ao notar as manchas na pele, o indivíduo pode buscar um dermatologista2. Já ao enfrentar problemas digestivos, como náusea, vômito, dor abdominal ou diarreia, é possível pensar-se em procurar um gastroenterologista2.

A doença atinge homens, que manifestam os primeiros sintomas em média aos 9 anos e apresentam prevalência de 1 para cada 40.000 indivíduos; e mulheres, com as manifestações iniciais aos 13 anos e registro de 1 para cada 30.0002-4. Estudos demonstram, ainda, que a doença de Fabry reduz a expectativa de vida do paciente homem em até 17 vezes e das mulheres em até 15 vezes, quando comparado a população em geral5,6.

Regina Próspero, Vice-Presidente do Instituto Vidas Raras, ressalta a importância de disseminação de informações sobre a doença para a melhora na qualidade de vida dos pacientes. “A falta de conhecimento sobre Fabry ainda é elevada. Com isso, famílias inteiras podem sofrer por não saber que carregam uma enfermidade que possivelmente já levou à óbito muitos entes queridos. Conhecimento traz empoderamento, passo principal para combater um mal raro”, explica.

Os pacientes com doença de Fabry herdam uma mutação no gene responsável pela produção da enzima alfa-galactosidase A (α-Gal A) que os torna incapaz de produzir quantidade suficiente dela2. Esta enzima é responsável pela quebra da substância gordurosa globotriaosilceramida (GL-3) para que ela seja eliminada do corpo2. A deficiência enzimática leva, portanto, ao acúmulo dessa substância em diversos órgãos e sistemas, como paredes dos vasos sanguíneos, afetando peles, nervos, olhos, sistema digestivo e principalmente rins, coração e cérebro7.

A insuficiência renal crônica é uma das maiores e mais sérias complicações da doença de Fabry. As lesões renais frequentemente se desenvolvem de forma silenciosa ao longo dos anos, se manifestando de maneira grave entre os 30 e 50 anos do paciente, quando este já pode apresentar necessidade de diálise ou transplante renal7.

Para cada caso diagnosticado, existem em média 5 membros da mesma família que também terão a doença de Fabry1. A confirmação do diagnóstico pode ser realizada com um exame de sangue simples ou teste genético e da atividade da enzima1. “Em função da carga hereditária, é importante que os membros da família do paciente também façam testes”, destaca Daniela Carlini, diretora médica de doenças raras da Sanofi Genzyme. “Assim é possível identificar a mutação genética responsável pela doença em outras pessoas da mesma família. Dessa maneira, o paciente poderá iniciar o tratamento apropriado o mais precocemente possível, retardando a evolução da patologia e controlando os sintomas”.

O tratamento para a doença de Fabry é a reposição da enzima faltante no organismo do paciente. Tal reposição, administrada regularmente por via intravenosa, ajuda na melhora dos sintomas, na estabilização da doença e no retardo de sua progressão8. Assim como todo o manejo clínico, a Terapia de Reposição Enzimática (TRE) deve ser seguida regularmente durante toda a vida.

COVID-19 e ESCLEROSE MÚLTIPLA: especialistas partilham experiências em conferência virtual

23/04/2020 

Numa conversa virtual, promovida pela Sanofi Genzyme, quatro especialistas darão a conhecer de que forma os seus centros hospitalares se adaptaram à nova realidade da COVID-19, particularmente no que toca a gestão dos doentes com esclerose múltipla. A e-Conference tem lugar marcado nos dias 28 e 29 de abril e 4 de maio, tendo como objetivo compreender o impacto da atual situação pandémica. 

Assista através de: 

Alguns dos temas em discussão prendem-se com as recomendações internacionais do uso de TMDs na esclerose múltipla e as perspetivas dos neurologistas sobre o regresso à "normalidade".

A conferência atuará também como um espaço de partilha de experiências dos centros hospitalares de cada orador em plena pandemia, nomeadamente os Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Central, o Centro Hospitalar São João e ainda o Centro Hospitalar e Universitário do Porto.

Garanta a sua inscrição e assista ao webinar, nos dias 28 e/ou 29 de abril e/ou 4 de maio, através de: https://www.newsfarma.pt/noticias/9147-covid-19-e-esclerose-m%C3%BAltipla-especialistas-partilham-experi%C3%AAncias-em-confer%C3%AAncia-virtual.html

CARO NEUROLOGISTA...INCREVA-SE...