O que é Pneumotórax, tratamento, tipos, sintomas, cura e mais...

29/06/2017

O que é
Caracteriza-se como o acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a pleura (membrana que reveste os pulmões) que reveste internamente a parede do tórax. Este espaço, que normalmente é virtual, é chamado de espaço pleural. No pneumotórax, o ar, ao entrar entre o pulmão e a parede torácica, pode comprimí-lo e causar dificuldade para respirar.

Quando o pneumotórax é grande, ele pode fazer com que o coração se desloque, levando a alterações nos batimentos e podendo provocar a morte.

O diagnóstico do pneumotórax deve ser suspeitado a partir da história clínica e dos sintomas do paciente. Se for volumoso, é possível detectá-lo apenas com um exame físico bem feito. Isso é importante nos casos de pneumotórax hipertensivo que ocorrem fora do ambiente hospitalar, como após acidentes automobilísticos.

Nestes casos, o médico fará o diagnóstico através da auscultação do pulmão do paciente e iniciará os procedimentos de emergência para descompressão do pulmão sem a necessidade de exames complementares.

Nos casos de um pneumotórax de pequeno volume, pode ser difícil fazer o diagnóstico com certeza apenas pelo exame físico. Nestes casos, o diagnóstico costuma ser confirmado através de exames de imagens, por radiografia simples do pulmão ou tomografia computadorizada do tórax.

E o que é a pleura?
Nossos dois pulmões ficam localizados dentro da caixa torácica e são recobertos por uma fina membrana que se chama pleura. Ela é uma espécie de capa que isola os pulmões do resto das estruturas do tórax. É também composta por duas camadas, a pleura visceral (camada mais interna) e a pleura parietal (camada externa).

Entre as pleuras existe apenas uma mínima lâmina de líquido que lubrifica, impedindo que ambas fiquem aderidas.

O pulmão não funciona como um balão que se enche com ar e murcha sem ar. Mesmo quando jogamos todo o ar para fora, ele não fica murcho. Isso ocorre devido à pressão negativa que existe dentro do nosso tórax.

Como é feito o diagnóstico?
O médico solicitará exame físico e investigará o histórico de saúde do paciente para fazer o diagnóstico. Ainda, a radiografia do tórax é que confirmará o diagnóstico do pneumotórax.

A radiografia mostrará a coleção anormal de ar entre o pulmão e a parede do tórax. Para obter mais dados, uma tomografia computadorizada do tórax poderá ser realizada.

Como identificar? Quais são os sintomas?
Os sintomas variam conforme a intensidade do pneumotórax, ou seja, depende do volume de ar acumulado no espaço pleural. A presença de doença pulmonar prévia (bronquite crônica, por exemplo) tem grande influência.

A dor geralmente é aguda, similar a uma pontada, e persistente no lado afetado do tórax. Já a tosse é seca e irritativa, que faz piorar a falta de ar.

Entre os sintomas estão:

Aceleração dos batimentos cardíacos.
Agitação.
Cansaço.
Cianose (coloração azulada da pele), por causa da falta de ar.
Dor ao respirar.
Dor torácica (descrito por 90% dos pacientes).
Dor súbita torácica (principal sintoma) de grande intensidade.
Falta de ar (em 80% dos casos).
Tosse (em 10% dos casos).
Quando o pneumotórax é pequeno pode ocorrer apenas um pequeno vazamento de ar, que não murcha todo o pulmão, seu único sintoma é dor ao respirar. Já nos casos de pneumotórax mais volumoso, pode ocorrer o colabamento de um pulmão inteiro, causando muita dor ao respirar no paciente, neste caso um dos pulmões para de funcionar.

Quais são os tipos de Pneumotórax?
Pode ser classificado em quatro tipos, veja:

Pneumotórax Espontâneo
Este tipo surge de repente, em repouso e de modo súbito; é mais comum em homens entre 20 e 30 anos, fumantes e pessoas magras e altas, é pouco frequente em pessoas acima dos 40 anos. Por motivos ainda desconhecidos, este é o grupo que apresenta maior risco de desenvolver bolhas nos ápices dos pulmões.

Estas bolhas não representam nenhuma doença, mas podem se romper causando um “furo” na pleura, fato que facilita a passagem de ar dos pulmões para a cavidade torácica. Divide-se em primário e secundário:

Primário: não identifica-se uma doença pulmonar concomitante.
Secundário: existe uma doença pulmonar associada, como o enfisema pulmonar, pneumonia, fibrose cística, asma, câncer de pulmão ou tuberculose, por exemplo.
Pneumotórax Traumático
Resultante de um traumatismo na região do tórax, como ferimentos por faca, punhal, tiro de arma de fogo, pancadas por atropelamentos, acidentes, etc.

Pneumotórax Latrogênico
Acontece como resultado de algum procedimento médico, que tinha o intuito de auxiliar no diagnóstico ou no tratamento do paciente. Este tipo de pneumotórax pode ocorrer após a tentativa de acessar uma veia do tórax ou do pescoço, por exemplo.

Pneumotórax Hipertensivo
Este tipo é considerado o mais grave, podendo levar o paciente à morte em poucas horas se não for prontamente reconhecido e tratado por uma equipe médica, devido à parada cardiorrespiratória em pouco tempo.

Em alguns casos de pneumotórax, a lesão na pleura faz um mecanismo de válvula que permite a passagem de ar em direção ao tórax, mas impede a sua saída. Por consequência, cada vez que o paciente inspira, um pouco de ar entra no tórax e fica preso lá dentro dele.

Conforme a quantidade de ar presa no tórax for aumentando, a pressão intratorácica se elevará progressivamente, comprimindo órgãos internos como vasos, o outro pulmão e o coração.

O pneumotórax ainda pode ser classificado como aberto ou fechado ao existir ou não comunicação do espaço pleural com o ambiente. Quanto à sua intensidade, ele pode ser classificado como:

Grande: distância entre o pulmão e a parede torácica maior que 3 centímetros
Pequeno: quando a distância entre o pulmão e a parede torácica for menor que 3 centímetros.

O que causa o Pneumotórax?

Ele ocorre quando há uma lesão da pleura, e o ar que deveria estar apenas dentro do pulmão começa a vazar para a cavidade torácica. Isso faz com que o pulmão fique insuflado devido à pressão negativa do tórax e qualquer vazamento de ar para essa região eleva a pressão e favorece o colabamento do mesmo.

O pneumotórax pode surgir em algumas pessoas pela existência de uma bolha de ar no pulmão, que é formada durante o desenvolvimento pulmonar, este ao se romper causa o problema, conhecido como pneumotórax espontâneo primário.

Fumantes também, ao longo de vários anos fumando, podem surgir bolhas de ar (bolhas de enfisema), que ao romperem, ocasionam o pneumotórax espontâneo secundário.

O pneumotórax pode ser causado por várias doenças, como:

Doenças pulmonares obstrutivas (asma, enfisema pulmonar e bronquite crônica).
Infecções graves no pulmão (pneumonias e tuberculose).
Traumas torácicos, causados por acidentes que possam perfurar o tórax.
Traumas após procedimentos cirúrgicos ou médicos, como respiração artificial, estes podem levar ao pneumotórax iatrogênico.
Tumores.
O Pneumotórax tem cura? Qual é o tratamento?
Sim. O tratamento do pneumotórax tem como objetivo retirar o ar do espaço pleural e prevenir futuras ocorrências; assim, ele será definido com base no tamanho do pneumotórax (visto na radiografia), na sua causa e na gravidade dos sintomas.

A presença ou não de doenças concorrentes no tórax também influenciará na decisão do tratamento mais adequado.

O médico poderá optar pela colocação de um dreno no tórax (um tubo de látex entre as costelas que fica conectado a um frasco coletor que retira o ar do local anormal) para os casos de pneumotórax volumoso. Quando a pleura cicatriza após alguns dias, o tubo é retirado.

O uso de oxigênio suplementar ainda é incerto se deve ser usado no paciente com esta doença. Porém, a reabsorção do ar do pneumotórax sem o uso de oxigênio ocorre numa taxa de 2% ao dia. Se utilizada uma suplementação no oxigênio respirado pelo paciente, esta taxa de reabsorção pode aumentar em até quatro vezes o valor normal.

Para os casos de pneumotórax hipertensivo, a colocação do tubo deve ser feita o mais rápido possível. Se a drenagem por tubo torácico não estiver imediatamente disponível, a equipe de urgência pode perfurar o tórax com uma agulha calibrosa que provoca a saída do ar pela mesma. Esse procedimento mantém o pneumotórax, mas deixa de ser um pneumotórax hipertensivo.

O pulmão continua colabado, porém não há aumento de pressão dentro do tórax para comprimir o coração, uma vez que o ar consegue sair facilmente pela agulha. Este procedimento transforma um pneumotórax hipertensivo em um pneumotórax não hipertensivo e é suficiente para salvar a vida do paciente enquanto se aguarda a chegada do material e da equipe para introdução do tubo torácico.

Outra alternativa é a cirurgia para a correção ou, simplesmente, a conduta expectante (esperar), esta quando o pneumotórax for pequeno (cerca de 2 ou 3 cm) e o paciente estiver clinicamente estável; médico supervisiona o seu paciente, aguardando que o ar que se encontra no lugar anormal seja reabsorvido por si, ele costuma regredir sozinho.

Qual a prevenção para esta doença?
Depois do primeiro episódio de pneumotórax espontâneo, o indivíduo tem 40% a 50% de chances de desenvolver novo episódio. A maioria dos casos pode ser evitada se o indivíduo abandonar o tabagismo, devido aos casos de pneumotórax relacionados às bolhas de enfisema e ao câncer de pulmão.

Acidentes de trânsito são os que mais causam traumas do tórax, com isso campanhas de conscientização de trânsito auxiliam na redução desse tipo de acidente.

Algumas formas de prevenção do pneumotórax consistem em:

Evitar o cigarro, principalmente após cirurgias e anestesias gerais.
Evitar situações que ocasionem grandes pressões intrapulmonares (tosses violentas, grandes espirros, gritos muito altos, etc.).
Evitar bruscas variações de pressão intrapulmonar, como mergulhos profundos, saltos de grandes altitudes e respiração muito forçada.
O pneumotórax acomete mais as pessoas com doenças pulmonares, tabagistas (o cigarro causa inflamação das vias aéreas, facilitando a formação de bolhas na pleura e, consequentemente, o seu rompimento) e indivíduos depois de sofrerem traumas torácicos. Se você conhece alguém neste grupo de risco, compartilhe estas informações!

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