22/08/2018
Tratamento evita o transporte de pacientes para Belo Horizonte...
Tratamento é desenvolvido pela equipe da Hemominas na Santa Casa e consiste na retirada do plasma alterado para substituição por material saudável...
Um procedimento inédito em Montes Claros tem devolvido a esperança a muitos pacientes com doenças de autoimunidade no sangue, como a Púrpura Trombocitopênica Trombótica, que consiste na produção em excesso de anticorpos. O tratamento chamado de Plasmaferese é desenvolvido pela equipe do Hemominas dentro do Hospital Santa Casa.
O hematologista José Alfredo Soares faz parte da equipe clínica que desenvolve o trabalho e explica que o processo consiste na retirada do plasma alterado e na substituição pelo material saudável.
“A máquina remove o plasma, que é a parte líquida do sangue, e dá para o paciente outro plasma de doadores sadios. Dessa forma, o novo plasma é misturado com as hemácias normais, tornando o sangue saudável novamente”.
A paciente Ana Júlia Soares, de 16 anos, é a primeira a ser beneficiada na cidade.
A mãe, Sueli Soares, conta que os primeiros sintomas começaram há cerca de um mês e que após exames ela foi diagnosticada com a Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT). “Ela estava com febre e muita dor no corpo, levei no hospital Alpheu de Quadros, e lá constataram que ela estava com nível de plaquetas baixo, depois foi encaminhada para a Santa Casa e, após exames, constataram a doença. Nesse mesmo período apareceu também pontinhos vermelhos por todo o corpo e deu hemorragia”, diz.
Sueli lembra ainda que o procedimento estava previsto para ser realizado em Belo Horizonte, mas que uma mobilização do hemominas possibilitou que o tratamento fosse realizado em Montes Claros.
O hematologista José Alfredo destaca que isso traz comodidade aos pacientes, que não precisam mais ser transportados para a capital.
Essas doenças que a plasmaferese trata são muito graves, e para o paciente, que muitas vezes apresenta estado mais crítico, é difícil fazer o transporte.
Então, favorecer o tratamento em Montes Claros pode diminuir o índice de mortalidade na região e também melhorar as chances de vida dos pacientes, afirma.
O médico ressalta ainda que embora seja um tratamento gratuito e disponibilizado pelo SUS, ele só é realizado após diagnóstico feito pelo hospital e a partir disso, o hemocentro é solicitado.
De acordo com o Hemominas, além da púrpura, o procedimento também é indicado contra doenças como a síndrome de Guillain-Barré, que é autoimune e inflama os nervos; e a Miastenia gravis, que é um distúrbio neuromuscular.
Elas são raras, incomuns, e por isso são diagnosticados pouquíssimos casos na região; são dois ou três no ano, mas são letais.
O número de ocorrências só aumenta em surtos como o Zika vírus, que causa Guillain-Barré. Em 2016, por exemplo, foram registrados 20 casos na região", comenta José Geraldo Maia, coordenador do hemocentro de Montes Claros.
Doação de sangue
Ana Júlia vai passar por cinco sessões de filtragem.
A última está marcada para esta quinta (23).
O coordenador do hemocentro comenta que para cada sessão são utilizadas 20 bolsas de sangue e é necessário manter o estoque regular.
“São 110 pessoas que doaram sangue para ela, por isso é importante que a sociedade mantenha esse estoque de plasma e de sangue adequado.
Para que sejam utilizados em situações que as pessoas estão correndo o risco de vida e para que a gente possa fazer o procedimento para salvar o paciente”, comenta o coordenador.
Com esperança renovada, a mãe de Ana Júlia também reconhece a importância da mobilização em prol da causa. “Quero agradecer cada um deles e ao mesmo tempo quero propor o público a doar sangue. Hoje é minha filha, amanhã pode ser outras pessoas”, finaliza.
Procedimento é realizado pelo Hemominas na Santa Casa...
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