Assistência focada no paciente, não na doença, é a premissa do ramo.
Profissionais levam em conta características físicas e psicológicas, além do contexto social do paciente.
A medicina de família e comunidade está entre as três especialidades com maior número de médicos jovens do Brasil, conforme dossiê divulgado pelo Conselho Federal de Medicina na semana passada. Apesar de pouco conhecido, tanto entre a comunidade quanto no próprio meio médico, o profissional especializado no atendimento à família está presente em quase todo o Brasil, atuando tanto em consultórios particulares quanto em postos de saúde.
O presidente da Associação Gaúcha de Medicina de Família, José Mauro Ceratti Lopes, explica que o médico de família é o especialista responsável por cuidar da saúde da população com base no princípio biopsicossocial, ou seja, na análise física, psicológica e do contexto social em que está inserido o paciente, podendo a partir daí não só diagnosticar e tratar, mas também prevenir doenças.
— É o especialista em pessoas, por meio de um cuidado contínuo e integral da saúde. Leva em consideração características como idade, sexo e ambiente familiar e social, pontos que interferem na causa das doenças e no diagnóstico adequado — destaca Lopes.
A medicina de família, de acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), envolve o desenvolvimento de uma assistência centrada no paciente, na família, com profissionais polivalentes, que atuem de maneira universal, integral (preventiva, curativa e de reabilitação), descentralizada e com participação popular.
Em 5 de dezembro, é lembrado o Dia Nacional do Médico de Família, pois é a data de fundação da SBMFC, em 1981. Um levantamento da instituição apontou que a residência médica em medicina de família e comunidade foi a que mais aumentou no país: entre 2004 e 2010, cresceu 200%, enquanto ginecologia e obstetrícia aumentaram 69%, a medicina interna (chamada no Brasil de clínica médica) cresceu 55%, e a pediatria 13%.
Atualmente, cerca de 100 milhões de brasileiros são assistidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF), sendo 32 mil equipes atuando em 99% dos municípios brasileiros. Entretanto, há apenas 1,5 mil médicos especializados em Medicina de Família e Comunidade na ESF.
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