05/11/2011 
Aumento da renda do brasileiro é um dos fatores apontados para chegar a esse índice.
 
 
 Os progressos na renda dos brasileiros e a decisão do governo de manter  os gastos com a saúde fazem a festa das empresas farmacêuticas. O CEO da  farmacêutica AstraZeneca e presidente da Federação Internacional da  Indústria Farmacêutica, David Brennan, aponta que a taxa de crescimento  das vendas de remédios no Brasil é hoje seis vezes superior ao  desempenho dos mercados dos países ricos.
— No Brasil, estamos  vendo uma expansão do mercado de remédios da ordem de 13% por ano. Nos  países ricos, ela não chega a 2% — disse o executivo. Segundo ele, só as  vendas na China batem as do Brasil.
Brennan tem duas explicações para o fenômeno. A primeira delas é a maior renda do brasileiro.
—  Conforme a população vai saindo da pobreza e acumulando um salário  melhor, a primeira coisa que as famílias buscam é melhor saúde e melhor  educação — explicou. 
Nesse cenário, ganha a venda de remédios no  balcão. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de  50% dos gastos no Brasil com remédios ainda vêm do bolso de cada  cidadão.
Outra realidade é a manutenção dos gastos do governo com  a saúde. Sem o problema da dívida, o governo brasileiro e os dos demais  países emergentes continuam a gastar com saúde, o que também representa  um amplo mercado para as farmacêuticas. Se Brennan aponta para a  expansão do mercado brasileiro, ele alerta que a disputa por patentes no  Brasil o obrigou a cancelar investimentos para a instalação de uma  fábrica no País.
Outros não sofrem com esse problema e investem  no Brasil. Há poucas semanas, a Novartis revelou planos de gastar US$  300 milhões para abrir uma fábrica que produzirá vacinas no Brasil e  deverá criar cerca de cem postos de trabalho, no maior projeto de  investimento da companhia até hoje no País. Será o primeiro local de  biotecnologia em escala industrial a ser construído no País pela  empresa. A Novartis insiste que sua iniciativa que ficará pronta em 2014  ajudará o Brasil a reduzir sua dependência do fornecimento externo.
Mas  dados de vendas mostram que levar a produção para locais próximos do  consumo tem sido tendência entre várias empresas do setor. Na Roche, as  vendas no Brasil e nos países dos Brics também vêm compensando a  estagnação nos países ricos. Nos 11 primeiros meses do ano, a Roche  registrou uma alta de vendas em dólares de apenas 6%.
Nos Estados  Unidos, a expansão nesse período foi de apenas 1% e de 4% na Europa. No  Japão, a empresa que produz o Tamiflu registrou uma contração de 2%.  Nos países emergentes, a situação foi bem diferente. As vendas no Brasil  aumentaram 16% e, na China, 28%. A francesa Sanofi também destaca a  expansão do mercado brasileiro. Os lucros líquidos da empresa no  terceiro trimestre do ano registraram queda de 3%. Mas, nos países do  Brics, a expansão foi de 20,2%. A divisão de diabete da empresa também  tirou proveito dos países emergentes e dos novos problemas enfrentados  por essas sociedades.
 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário