VEJA COMO OS APLICATIVOS SE TORNARAM GRANDES ALIADOS DA QUALIDADE DE VIDA

16/11/2011



Para Amanda, blackberry também funciona como personal trainner.


Surgimento em massa de apps centraliza cada vez mais as tarefas do dia no smartphone.

  

  guilherme.mazui@zerohora.com.br

No início, celular era para falar. E só. Então vieram torpedos, agendas, fotos e vídeos, seguidos do acesso maciço à internet e dos aplicativos móveis, chamados de apps. Foi uma transformação: os aparelhos agora servem de GPS, medem calorias e batimentos cardíacos, controlam o sono, monitoram consumo de gasolina, energia e água, fazem traduções e calculam até a quantidade de carne para o seu churrasco. Mais do que práticos, funcionam como um incentivo para o usuário levar uma vida melhor.

O bom é que este fenômeno tomou um caminho sem volta. Conforme o presidente do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico e professor da Universidade de São Paulo (USP), João Antonio Zuffo, o norte será sempre um movimento para congregar cada vez mais funções no mesmo dispositivo. E não apenas nos celulares.

É uma tendência irreversível de convergência do telefone, computador, TV, máquina fotográfica, filmadora, GPS, despertador. Em poucos anos, tudo vai virar um aparelho só, com diversas opções de tamanho, conforme o gosto e a necessidade do usuário — projeta.

As tarefas mais personalizadas ficam na conta dos apps. Pode ser um guia para alimentação saudável, um canal de TV, um localizador de caronas, uma caixa registradora.

Os apps ajudam a personalizar o telefone conforme o gosto do usuário — diz Anderson Luiz Peligrini, sócio-diretor e responsável pela área de web e mobile da Kazap, empresa que, desde 2009, desenvolve aplicativos, em especial para os sistemas Apple e Android.

Entre os hits da equipe de Anderson está o Churrascômetro. Ao indicar o número de convidados e o sexo, o serviço dá as quantidades médias de cada item.

É algo simples, mas que facilita e ajuda a ganhar tempo — define o empresário, que também navega na tela do smartphone e, orgulha-se, reduz o próprio consumo de papel e a produção de lixo eletrônico.

Os apps também geram fluxo na conta bancária de quem bola algo popular. Caso do Endomondo, aplicativo capaz de equiparar as estatísticas de uma corrida de rua com as de um treino de Fórmula-1. Até acompanhamento por GPS está disponível. Foi obra do trio dinamarquês Christian Birk, Jakob Jonck and Mette Lykke.

Em 2007, eles largaram os empregos para investir na ideia. Levaram quase dois anos para o primeiro lançamento próprio, mas agora comandam uma equipe com 32 funcionários em Copenhague. Gastam entre dois e 24 meses por produto, e têm até uma relações públicas para o mercado americano, chamada Alexandra Crabb. Foi ela quem explicou ao Nosso Mundo a lógica do faturamento, já que o app tem versões grátis e paga:

O modelo principal são desafios corporativos feitos sob encomenda. O Endomondo projeta um site. Um exemplo foi com a federação de ciclistas de Wisconsin e a Kimberly Clark, que se organizaram em uma campanha para envolver as pessoas em um estilo de vida mais ativo e saudável.

Os próprios desenvolvedores entram na turma de usuários. Alexandra conta que um membro da equipe queria fazer cross-country de esqui com duração acima de 10 horas, mas a bateria não aguentaria. Trabalhou, então, para prolongar a vida útil do aplicativo. E pôde esquiar tranquilo.

E os aparelhos?
 
Confira alguns modelos de smartphones:


:: iPhone 4 - Coqueluche da Apple, popularizou a tecnologia de toque com os dedos. Começa na casa R$ 1 mil, conforme o plano.

:: Samsung Galaxy S II - Concorrente do iPhone, tem preços e características semelhantes ao modelo da Apple.

:: Blackberry - Com teclas, também começa com preço mais em conta: em torno de R$ 500.

Correr agora cansa menos, diz Amanda
 
Blackberry é um telefone. Para a publicitária Amanda Verardi, 33 anos, também funciona como GPS, plataforma de bate-papo, secretária e personal trainner. Tudo enquanto ela está correndo.

Pelas ruas da Capital, Amanda desfruta da praticidade reunida na palma da mão no formato de um smartphone. Fica acessível para qualquer chamada de emergência, lê e-mails, confere compromissos e redes sociais, além de aprimorar o seu treino.

Adepta das corridas, a publicitária cumpre quatro vezes por semana um trajeto de 10 quilômetros. Com o aplicativo Endomondo, baixado sem custos, controla o tempo, distância percorrida, desempenho nos diferentes tipos de terreno e consumo de calorias.

Antes dessas facilidades, correr cansava muito mais. É muito prático usar o aplicativo. Consigo registrar minha rota e trocar sugestões com amigos. Se quiser mudar o trajeto, mudo e, mesmo assim, sei exatamente o quanto corri. Antes, eu marcava com o carro para ter ideia do extensão dos percursos sorri Amanda.

Fotógrafo e morador de Santa Cruz do Sul, Denis Paul, 33 anos, usa seu smartphone no trabalho e lazer. Sua agenda é gerenciada com o app Week Calendar. Na diversão e registro de momentos, a ferramenta é o Instagram, sucesso entre os usuários do iPhone, que permite aplicar efeitos diversos nas fotografias. Denis ainda aproveita o telefone para manter o corpo e a mente em forma. Com o aplicativo All-in-Fitness prepara sua rotina de exercícios, enquanto outro é usado todas as noites para meditar.

O app emite uma frequência sonora que te ajuda a meditar, dormir, relaxar. Ajuda bastante na minha qualidade de vida — assegura.

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