PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA SOFREM COM FALTA DE MEDICAMENTO...

19/02/2015


Pacientes reclamam de falta de medicamento.

Caixa com 28 comprimidos custa R$ 12 mil.
Remédio está na lista do Ministério da Saúde para distribuição gratuita.




Alguns pacientes de Bauru (SP) que sofrem com a esclerose múltipla estão reclamando que o governo estadual não está entregando os remédios para o tratamento e no mercado uma caixa com 28 comprimidos custa R$ 12 mil. 



A esclerose múltipla é uma doença autoimune que ataca o sistema nervoso central.



O paciente pode perder algumas funções básicas, como enxergar, caminhar, falar e até controlar as funções urinárias. 



Os pesquisadores ainda não sabem as causas dessa doença que não tem cura, mas os medicamentos controlam os sintomas e diminuem as crises. 



“Hoje por exemplo fui tirar e não tinha. A moça falou que entra em contato quando chegar”, reclama Renato Bazalia.



O morador de Bauru foi diagnosticado com a doença após perceber a visão duplicada. 



“Qualquer coisa que eu olhava duplicava, tive dificuldade para andar, minha mãe ficou assustada, então consegui passar pelo médico em São Paulo e fui diagnosticado”, lembra.



A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla estima que pelo menos 35 mil brasileiros sofram da doença. 



A doença interfere na capacidade do cérebro e da medula espinhal de controlar funções. 



O uso continuo do remédio Fingolimode torna os efeitos da doença menos agressivos.



Cláudia Roberta Marcílio também está na fila de espera e quando não consegue o medicamento em Bauru, tem viajar mais de 100 quilômetros. 



“Segunda vez que isso acontece. Ai eu tenho que ir até Botucatu onde é meu tratamento para pegar remédio e isso gera custos que não é viável.”



Atualmente o Fingolimode é um dos medicamentos mais eficazes no controle da esclerose múltipla e único via oral disponível. 



Interromper o tratamento pode complicar ainda mais a doença, segundo o neurologista Leonardo Medeiros. 



“O grande beneficio do Fingolimode é que ele é via oral, não é injeção como a maioria. É mais cômodo e com poucos efeitos colaterais.”



Para conseguir o remédio de graça é preciso entrar com pedido na Justiça. O advogado Carlos Eduardo Empke Vianna tem em média 80 casos de clientes que conseguiram o remédio. Porém, pelo menos 30 deles já não têm mais o medicamento em casa. “Eu não vi em nenhum desses casos fornecerem em 30 dias. Então ajuizamos o mandado de segurança.”


Renato percebeu sintomas após visão ficar duplicada
Em nota, o estado informou que este medicamento foi incorporado na lista de medicamentos do Ministério da Saúde para distribuição gratuita pelo SUS em junho de 2014 e, somente em dezembro do mesmo ano, aprovado para distribuição para portadores de esclerose múltipla.


O estado de São Paulo, atualmente, atende as demandas judiciais para fornecimento deste medicamento. Nestes casos, a secretaria inicia o processo de compra tão logo recebe a notificação. Entretanto, obrigatoriamente a pasta precisa seguir a lei das licitações para aquisição de medicamentos, materiais e insumos.



Nenhum comentário: