SAIBA MAIS SOBRE O MESOTELIOMA DE PERITÔNEO,TIPO DE CÂNCER QUE MOTIVOU CIRURGIA DA APRESENTADORA HABE CAMARGO

17/03/2012


Hebe Camargo passou por operação para retirada de tumor no início da semana.

Considerado raro, câncer no peritônio tem causas multifatoriais, externas e genéticas.


O mesotelioma é um câncer originário na camada do mesotélio, que fica nas cavidades do corpo: no pulmão, ela é chamada de pleura; no coração, de pericárdio; no abdômen, de peritôneo. No início da semana, a apresentadora de televisão Hebe Camargo passou por uma cirurgia para retirada de um tumor na região abdominal. O estado de saúde da apresentadora é estável e a cirurgia foi bem sucedida, segundo boletim médico do Hospital Israelita Albert Einstein. 

O câncer de peritônio é considerado raro. As causas são multifatoriais, geralmente com componente genético e externo. A causa externa mais conhecida é a exposição ao asbesto (amianto), que está relacionada com mais de 80% dos casos de mesotelioma, especialmente na pleura. O tempo entre a exposição e o surgimento da doença pode ser de até 40 anos. 

Os pacientes com mesotelioma peritoneal podem ter dor abdominal e sinais relacionados à obstrução do trânsito intestinal. Pode haver perda repentina de peso. A formação de líquido na cavidade abdominal (ascite) também pode ocorrer. 

Segundo o oncologista Stephen Doral Stefani, do Instituto Mãe de Deus, exames radiológicos, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, são importantes para quantificar o tamanho da doença, mas o diagnóstico de certeza demanda a realização de biópsia — retirada de um fragmento a ser analisado pelo médico patologista. 

Devido à raridade da doença, não existem grandes estudos publicados que comparem as diferentes modalidades terapêuticas. Sabe-se que o mesotelioma apresenta resistência a vários medicamentos e a quimioterapia convencional traz pouco resultado — diz o médico.

Algumas drogas têm alguma ação e são usadas no manejo da doença. Atualmente, uma das condutas terapêuticas mais sofisticadas é a associação da peritonectomia — cirurgia de retirada da maior quantidade de peritôneo — com quimioterapia intraoperatória, já que mesotelioma maligno do peritôneo é descoberto, quase sempre, em sua fase já avançada, dificultando a retirada completa do tumor. 

Uma das características da doença destacadas por Stefani é seu padrão de reincidência, que implica na reavaliação do plano terapêutico cada vez que a doença retorna.

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