20/03/2012
Novo tratamento pode ajudar a combater o desenvolvimento da doença.
Uma empresa brasileira recebeu designação do FDA, órgão americano que  faz o controle de medicamentos, para uma droga que promete combater o  desenvolvimento do câncer de ovário. O resultado de dois anos e meio de  pesquisa pode contribuir para um tratamento menos invasivo na saúde dos  pacientes.
Entre as diferenças da ação de uma quimioterapia, atualmente usada  para controlar esse tipo de câncer, a substância desenvolvida pelo  Instituto Ludwig, do EUA, e testada pela brasileira Recepta não  causaria, por exemplo, a queda de cabelo e as náuseas.
— A droga demonstrou um resultado expressivo semelhante ao da  quimioterapia, mas com efeitos adversos muito menos severos. Isso  contribui muito para a qualidade de vida da paciente — comenta o  diretor-presidente da Recepta, José Fernando Perez.
Para receber a designação de Orphan Drug do FDA (Food and Drug  Administration), a empresa realizou um teste clínico até a fase dois,  também registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  Isso significa que a experiência já foi realizada em humanos e  analisadas questões como a toxicidade da droga, dosagem máxima aplicada,  quanto tempo age no organismo e, principalmente, se ela estabiliza a  doença. Segundo Perez, a ampola injetada na veia contém um anticorpo  monoclonal com a capacidade de reconhecer o alvo específico. Tendo dois  efeitos positivos: o ataque à célula cancerígena ou o estímulo do  sistema imunológico para o ataque. Diferente da quimioterapia, que não  seleciona as células combatidas no paciente.
De acordo com a médica oncologista, funcionária da Secretaria  Estadual da Saúde, Débora Cravo Battesini, existem atualmente vários  anticorpos monoclonais sendo usados para tratamentos de outros cânceres,  como o de mama, porém nenhum se mostrou eficaz sozinho.
— Ainda não é alternativa, mas sim um tratamento a mais. É uma forma  de tratar a doença, na maioria dos casos utilizada em conjunto com a  quimioterapia — explica.
Para ela, é preciso esperar a realização da fase três do teste  clínico, quando a droga será comparada com outra já existente. Caso a  nova substância seja muito melhor, ela poderá ser indicada aos  pacientes. Perez afirma que se aprovada a eficácia da droga pelos órgãos  competentes, a empresa deve começar a comercializar o produto em cinco  anos.
Pesquisa brasileira
:: Na fase 1 foram testadas toxidade da droga, dosagem máxima e tempo de ação no organismo.
:: Na fase 2 do teste clínico, 26 pessoas nas quais o câncer de  ovário continuou a progredir depois de cirurgia e/ou quimioterapia foram  submetidas ao tratamento
:: Na próxima fase, que deve começar até o fim do ano, 280 pacientes experimentarão a substância
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