SAÚDE MENTAL

09 de março de 2013

Programa vai acompanhar sinais de demência entre a população da zona leste de Porto Alegre

 

Numa iniciativa considerada pioneira no país pela sua complexidade, a PUCRS e a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre desenvolverão, a partir deste mês, um projeto que pretende avaliar mais de 10 mil pessoas com mais de 55 anos para identificar doenças como Alzheimer e depressão.

O Programa de Envelhecimento Cerebral (Pence) será desenvolvido nos postos de saúde da Região Leste/Lomba do Pinheiro e Partenon. Com a triagem, será possível verificar fatores de risco e identificar precocemente sintomas de patologias como depressão, demência, Parkinson e Alzheimer.

São doenças incapacitantes e precisam receber diagnóstico na rede básica – diz o responsável pela iniciativa, o neurologista Irênio Gomes, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica da PUCRS.

Serão envolvidos no processo 140 agentes comunitários, 60 técnicos de enfermagem, 34 enfermeiros e 34 médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF), além de alunos da Faculdade de Medicina da PUCRS.

Projeto piloto

Um estudo preliminar com mais de 500 pes­soas a partir dos 60 anos, feito pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia em todas as regiões da Capital, apontou os seguintes resultados:

> 35% tinham sintomas de declínio cognitivo (perdas de memória e de funções executivas, como linguagem e orientação)

>
Destes, 8,9% eram portadores de demências

>
30,6% tiveram sintomas de depressão clinicamente significativos

>
16,1% receberam diagnóstico de algum transtorno depressivo

> As mulheres apresentaram 60% a mais das formas leves da doença e 2,9 vezes mais manifestações graves do que os homens
 
 
Saiba mais


DECLÍNIO COGNITIVO


Alguns dos sinais são problemas de memória (especialmente de fatos recentes), dificuldade de adquirir novos conhecimentos e perda de funções executivas (habilidades de controle e organização do comportamento para chegar a uma meta específica). Atinge especialmente pes­soas de menor escolaridade e mais idade.


ALZHEIMER


É a forma mais comum de demência. Entre os fatores de risco estão idade, história familiar e ser portador de síndrome de Down. Analfabetos e pessoas de baixa escolaridade são mais propensos. Além de perda de memória, o paciente perde a capacidade de gerenciar as finanças e planejar. 

Quando se agrava, atinge os movimentos e a linguagem. Na forma mais grave, o paciente não consegue caminhar e perde a consciên­cia. Como é incurável, a medicação busca retardar a evolução da doença.


DEPRESSÃO


Manifesta-se pelo desinteresse nas atividades que antes davam prazer, falta de energia, perda ou ganho de peso não intencional, alteração no sono, sentimento de culpa e inutilidade, dificuldade de concentração e ideia recorrente de morte. A tristeza persistente e que não decorre do contexto (como luto ou separação) também pode ser um importante sintoma. Há casos conhecidos de “depressão sem tristeza”. Nos quadros mais severos ou se houver risco de suicídio e sintomas como alucinações, pode ser indicado o uso de medicamentos e hospitalização. Em outros casos, a psicoterapia pode ser a ferramenta mais efetiva.


TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR


Caracteriza-se por oscilações no humor: ora a pessoa está triste e sem energia, ora alegre, irritada e desinibida. Modernamente, sabe-se que as crises podem mesclar sintomas de ambos os “polos”, configurando um episódio misto. Em geral, se manifesta na adolescência ou no início da vida adulta. Medicamentos e psicoterapia ajudam tanto para as crises quanto para sua prevenção.

FONTE:http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a4068277.xml&template=3898.dwt&edition=21537&section=1028

Nenhum comentário: