09 de março de 2013
Receitado para diversas doenças, o medicamento também tem muitas contraindicações.
Um dos medicamentos mais consumidos no mundo, a aspirina (ou seu princípio ativo, o ácido acetilsalicílico, o AAS) é também um dos mais controversos. Desde que começou a ser comercializada, em 1899, a aspirina chama a atenção de médicos para os benefícios que pode trazer, mas também para seus efeitos colaterais. O medicamento que conquistou fãs nos quatro cantos do mundo é foco de discussões e opiniões diversas.
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Antigamente se dizia que todo homem a partir dos 40 anos deveria tomar
uma aspirina. Hoje, vemos que não é para todo mundo – diz o chefe do
Serviço de Cardiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luis
Eduardo Rohde.
Além de seu consumo maciço – são 215 milhões de
comprimidos diários – para curar dores de cabeça e diminuir a febre, a
aspirina é utilizada para prevenir infartos e acidentes vasculares
cerebrais (AVC). Pesquisas mostram que, quando consumida regularmente
por quem já teve um ataque cardíaco, ela pode diminuir os riscos de um
segundo evento em 20% a 30%. Dois estudos recentes publicados na revista
médica The Lancet demostraram que o AAS também reduz o risco de câncer.
Com todos esses benefícios, por que nem todo mundo pode tomar?
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A aspirina é um remédio, e nenhum remédio deve ser usado sem a
recomendação de um médico – resume o cardiologista Oscar Dutra, do
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul.
Segundo Dutra, a
aspirina pode causar sangramentos nasais e gástricos, reações
alérgicas, náuseas e vômitos. Um estudo recente indicou que a ingestão
prolongada pode contribuir para surgimento de uma doença que deteriora a
retina, causando perda de visão. Estabelecer uma relação direta entre o
uso de aspirina e a cegueira, entretanto, é precipitado.
– O
estudo não comprova que a aspirina causa o problema. Ele levanta uma
hipótese que pode ser comprovada ou não – explica Rohde.
Para o
cardiologista, em cada caso o médico deve pesar os fatores de risco
individuais e o histórico familiar do paciente antes de prescrever a
aspirina.
– É preciso avaliar se os benefícios são maiores do que os riscos. Nesses casos, sua administração vale a pena – explica Dutra.
Detalhe
Nome composto
Foi
o químico alemão Heinrich Dreser quem deu o nome de aspirina ao ácido
acetilsalicílico, em 1899: o “a” vem de acetil. A sílaba “spir” faz
alusão à Spiraea ulmaria, nome científico da planta da qual se obtém o
ácido salicílico. Já o sufixo “in” era comumente utilizado naquela
época.
Fique de olho
PARA QUEM É RECOMENDADO O USO DIÁRIO DA ASPIRINA?
> Pessoas que já tiveram infarto
> Quem tem angina (dor no peito)
> Quem já colocou stent (tubo que facilita a passagem de sangue para o coração)
> Quem tem risco de desenvolver problemas cardíacos
> Quem já sofreu acidente vascular cerebral (AVC)
QUEM DEVE TER CUIDADO COM O MEDICAMENTO?
> Grávidas nos primeiros e últimos meses de gestação
> Pessoas que apresentem qualquer tipo de reação alérgica ao ácido acetilsalicílico e a outros analgésicos
> Pessoas que sofram de asma brônquica
> Quem tem mau funcionamento do fígado ou rins
> O uso de aspirina é totalmente contraindicado em casos de dengue
Assim como qualquer medicamento, a aspirina tem diversos efeitos colaterais. Conheça alguns:
> Comuns: dor de estômago, problemas gastrointestinais e sangramentos intestinais leves
> Ocasionais: náuseas, diarreia e vômitos
> Raros: reações alérgicas, sangramentos e úlceras do estômago, alterações da função do fígado e rins
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