30 de março de 2013
HIDROCEFALIA.
Tratável, a hidrocefalia de pressão normal pode ser confundida com o Alzheimer, prejudicando o diagnóstico.
No meio de uma conversa, falta uma palavra. A memória falha. O caminhar
fica lento, os pés se arrastam e uma queda parece sempre iminente.
Sentar e se levantar de assentos baixos torna-se um exercício penoso,
quase tão constrangedor como a incontinência urinária que começa a se
manifestar com insistência.
Esses sinais “da idade”, com a perda
ou redução progressiva da capacidade cognitiva, podem ser o início da
demência ou de uma doença degenerativa grave, como Alzheimer ou
Parkinson.
– Todas comprometem severamente a qualidade de vida,
pois podem incapacitar totalmente o paciente. Além disso, têm uma
resposta muito pobre ao tratamento – observa o neurocirurgião Luiz
Carlos de Alencastro.
No entanto, pelo menos uma dessas doenças
tem tratamento eficaz e boa chance de regressão dos sintomas quando
diagnosticada precocemente. A hidrocefalia de pressão normal (HPN)
representa cerca de 10% dos casos de demência, e acomete pessoas com 60
anos ou mais. Ela ocorre quando há um aumento no volume do líquor,
líquido que circula entre as cavidades cerebrais e a medula espinhal.
Numa
pessoa sadia, o líquor é constantemente absorvido pelo organismo,
mantendo a estabilidade do volume. Porém, quando há um bloqueio na
circulação ou diminui a capacidade de absorção, ele começa a se acumular
nos ventrículos, provocando o aumento da pressão dentro do crânio e
provocando a hidrocefalia de pressão normal. A doença, no entanto, é
habitualmente confundida e tratada como Alzheimer, devido à semelhança
dos sintomas: falhas na memória, dificuldade de reconhecer familiares,
de locomoção, entre outros.
– Essa similaridade de sintomas
dificulta o diagnóstico. Em casos de demência, vale muito a pena
investigar, porque a hidrocefalia pode ser controlada e isso vai se
refletir em qualidade de vida para o paciente – diz Alencastro.
O
diagnóstico é feito com exames como a ressonância magnética de crânio e
a cisternocintilografia. Outros métodos, como a medição contínua da
pressão liquórica ou a remoção de volume de líquor para avaliar mudanças
do quadro clínico, também podem confirmar se o paciente tem HPN.
O
tratamento é cirúrgico e consiste em implantar, sob a pele, um sistema
de válvula para drenar o líquor. Sempre que há aumento da pressão
intracraniana, o líquor excedente é enviado para a cavidade abdominal ou
para o coração, onde é reabsorvido.
Como é o tratamento
Um
dos recursos mais modernos e comprovadamente eficazes para o tratamento
da hidrocefalia de pressão normal é a implantação de uma válvula
programável, denominada Hakim. O principal benefício é que o paciente
será submetido a apenas um procedimento cirúrgico para a implantação da
válvula, pela qual será feita a drenagem em quantidade adequada do
líquido acumulado no cérebro.
Disponível no Brasil há cerca de
cinco anos, uma das vantagens dessa válvula é que ela permite a
regulagem ideal de pressão para cada paciente por meio de um ajuste em
consultório, indolor, não invasivo e dura poucos segundos.
Como é feito
O
tratamento para a hidrocefalia de pressão normal é cirúrgico e consiste
em implantar, sob a pele, um sistema de válvula para drenar o líquido
ventricular (líquor).
> Um cateter é introduzido na cavidade ventricular do cérebro.
> No consultório, o médico programa a liberação do líquor excedente sempre que houver aumento da pressão intracraniana.
>
O líquor é drenado da cavidade interna do cérebro para a junção da veia
cava superior com o átrio direito do coração ou para a cavidade
peritoneal, o espaço entre as alças intestinais, onde é reabsorvido pelo
organismo.
Principais sintomas
DÉFICIT COGNITIVO
Falhas na memória, dificuldades de cálculo, raciocínio lento, dificuldade para reconhecer familiares
A hidrocefalia de pressão normal é muito confundida com Alzheimer e Parkinson. Mais de 10% dos diagnósticos são feitos inadequadamente. Mas é possível fazer a diferenciação pelo quadro clínico do paciente. Compare os sintomas das três doenças:
Sintoma Hidrocefalia Alzheimer Parkinson
Andar arrastado
Danos à memória
Distúrbios urinários
Dificuldade em executar tarefas habituais
Mudanças no comportamento
Rigidez nos membros
Tremor nos membros
Instabilidade na postura
Legendas
DÉFICIT ESFINCTERIANO Incontinência urinária e fecal PROBLEMAS MOTORES
Dificuldade de locomoção e para se levantar de assentos baixos, movimentos lentos, desequilíbrio ao caminhar
Fonte: Sintoma presente em todos os pacientes Sintoma presente parcial ou tardiamente nos pacientes Sem sintomas
FONTE:http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a4090481.xml&template=3898.dwt&edition=21676§ion=1028
Nenhum comentário:
Postar um comentário