BIOFÍSICO RUSSO CRIA CORAÇÃO NATURAL

14/03/2013 

Konstantin Agladze trabalhou com cientistas japoneses.


Um novo sucesso alcançado na área de medicina será capaz de salvar milhões de vidas humanas graças ao invento de um cientista russo. Konstantin Agladze ajudou biólogos japoneses a criar, com base em células-tronco, um tecido natural do coração humano. De acordo com os cientistas, trata-se de um passo de enorme importância no domínio do transplante de órgãos e em prol também da ciência farmacêutica, já que os órgãos bioartificiais exigem dos pacientes que eles sejam submetidos ao uso de novos medicamentos para impedir a rejeição do órgão transplantado ou, no caso, implantado.

Em entrevista à Voz da Rússia, médicos e cientistas que participaram do projeto de criação do coração natural, a partir de pesquisas com células-tronco, informaram que músculo cardíaco, miocárdio, forma-se por etapas. Primeiro, as células se aglomeram em pequenos núcleos separados para somente em seguida, sem a influência de ações externas, formarem um tecido único.

Há pelo menos cinco anos, os cientistas da Universidade de Kioto, no Japão,  ocupam-se da criação de órgãos humanos. Quatro projetos estão sendo dirigidos pelo Professor Catedrático Konstantin Agladze, chefe do laboratório de nano-construção de complexos de proteína que funciona junto ao centro científico de Nanofísica, entidade parceira do Instituto de Física de Moscou.

As células-tronco induzidas serviram de base para o material genético. As células-mãe compõem o embrião em fase inicial de crescimento do organismo, sendo elas os elementos antecedentes de todos os órgãos do corpo humano.

A incógnita está em saber as condições em que o mecanismo de formação de tecidos "é ativado. Os cientistas japoneses, orientados pelo professor russo, descobriram uma substância química, capaz de pôr em ação o mecanismo de transformação das células. Assim, em cada centena de protocélulas induzidas, oitenta se tornam células do coração.

A temperatura ideal para armazenar as células é de 37 graus centígrados, mas para se convencer de que o tecido se mantém vivo, os cientistas precisam examiná-lo por meio de microscópio eletrônico. Com a ampliação em milhões de vezes, pode-se ver o tecido assumir a forma ideal para ser implantado no corpo humano.

O músculo do coração (miocárdio) funciona sem a ação de quaisquer estímulos externos, e costuma registrar de 50 a 70 batidas por minuto. Os tecidos do coração, passado apenas um mês depois de terem sido produzidos a partir de células-tronco, começam a bater. Paulatinamente, estas últimas se reúnem, formando o tecido do miocárdio.

No dizer de Konstantin Agladze, o tecido cardíaco construído dessa maneira, poderá vir a ser utilizado em dois casos. No primeiro, quando for necessário experimentar novos produtos médicos. O outro caso é o da implantação do novo tecido no coração da pessoa doente do coração.

A previsão do Professor Konstantin Agladze é a de que o coração humano artificial esteja em condições de uso (implante) num período máximo de 3 a 4 anos.



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