EXAMES PREVENTIVOS PARA ELAS SÃO RECOMENDADOS NAS DISTINTAS FASES DA VIDA

Saúde prolongada   06/03/2013
Alguns exames de rotina devem ser realizados durante toda a vida da mulher.
Cuidados prévios são a melhor forma de manter a saúde da mulher em dia.


Além da consulta médica periódica, adotar hábitos saudáveis e manter os exames em dia, desde a primeira relação sexual até o período da pós-menopausa, a prevenção é a grande arma para proteger a saúde da mulher. A médica Cris Beduschi, responsável pelo Serviço de Imagem da Mulher do Lâmina Medicina Diagnóstica, explica quais cuidados e exames são essenciais de acordo com cada fase da vida feminina.

• Em todas as idades

Há alguns exames de rotina que devem ser realizados durante toda a vida da mulher: glicemia, colesterol total e suas frações, triglicerídeos, creatinina (avaliação da função renal), TGO e TGP (avaliação da função hepática), hemograma e exame de urina. Independentemente da idade, todos os especialistas reforçam que a consulta rotineira ao ginecologista é fundamental.

Com o início da puberdade, o sistema reprodutor feminino sofre intensas modificações, sendo importante o acompanhamento médico nesta fase e, se necessário, realizar ultrassonografia pélvica — explica a médica.

• Aos 20 anos (ou ao iniciar as relações sexuais)

Alguns cuidados preventivos são necessários antes mesmo de começar a vida sexual, como a vacinação contra a infecção por HPV, responsável pela transmissão do condiloma e da maioria dos cânceres de colo do útero, e a vacinação para Hepatite B. De acordo com o INCA, o câncer de colo de útero é o segundo tumor mais frequente na população feminina – atrás apenas do câncer de mama – e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. Atualmente 44% dos casos de câncer do colo do útero são de lesão precursora do câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é localizada. Mulheres diagnosticadas precocemente, se tratadas adequadamente, têm praticamente 100% de chance de cura.

Para a mulher que já teve a primeira relação sexual, o exame de papanicolau deve entrar na lista de exames rotineiros — afirma.

É recomendado também nesta fase a realização de ultrassom pélvico transvaginal e de mamas, pois eles ajudam na identificação precoce de alterações tais como cistos nos ovários, ovários policísticos, endometriose, nódulos mamários, entre outros problemas.


• Antes de engravidar

Na hora de planejar o bebê, os exames de rotina (laboratorial e ultrassonografias) devem ser feitos. Além deles, o médico pode pedir uma histerossalpingografia – exame de raios X realizado com contraste para avaliar a permeabilidade das tubas uterinas.

• Pré-natal

A realização de exames na gravidez é de suma importância para diminuir os riscos de doenças e até de morte da mãe e do bebê.

Destaco hemograma, tipagem sanguínea, glicemia de jejum, avaliação da função tireoidiana (TSH) e ultrassom transvaginal ou pélvico — orienta Cris Beduschi.

A ultrassonografia endovaginal é realizada, geralmente, no primeiro trimestre da gestação com acuidade melhor na avaliação do crescimento e desenvolvimento no período embrionário. Cabe ressaltar que o método é inócuo não acarretando riscos. A via abdominal é a mais utilizada para avaliar o feto no decorrer da gestação. Além dos exames obstétricos convencionais, existem exames específicos para o rastreamento de doenças genéticas e estudo da morfologia fetal, a ultrassonografia morfológica fetal, associada ao método "Doppler" é feita a avaliação do fluxo em várias artérias, com o intuito de estabelecer a vitalidade do bebê. São examinadas, entre outras, as artérias umbilicais e as artérias cerebrais do feto.

• Aos 30 anos

Doenças relacionadas ao aparelho genital feminino ainda são o foco nesta fase da vida. Portanto, colpocitologia oncótica e ultrassonografia devem ser mantidos na rotina. O rastreamento do câncer de mama com exame clínico e mamografia também pode ser necessário em mulheres com histórico na família.

Mulheres com parentes de primeiro grau que tiveram a doença antes dos 50 anos, ou que tiveram câncer bilateral de mama ou ovário em qualquer idade, já devem começar com os exames nesta fase — orienta.

Além desses cuidados, os profissionais recomendam uma atenção especial à tireoide, glândula na região do pescoço que produz hormônios importantes para a saúde feminina. Uma avaliação dos hormônios tireoidianos deve ser realizada, associado a um ultrassom de tireoide.


• Aos 40 anos

Os 40 anos são um marco, pois nessa idade a mamografia passa a fazer parte do check-up feminino. Segundo o INCA, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Também é importante acrescentar uma avaliação cardiológica nessa fase, já que ocorrem alterações hormonais que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
• Aos 50 anos

Com a chegada da menopausa, as chances de osteoporose são maiores e a densitometria óssea torna-se ainda mais importante. O risco de a mulher após a menopausa apresentar doenças relacionadas ao coração passa a ser de duas a três vezes maior. Por isso, também é preciso cuidado redobrado com o órgão cardíaco. Nessa fase, as chances de câncer passam a ser maiores.

Os cânceres de mama, cólon e colo uterino são os mais comuns. É importante continuar com mamografia, papanicolau e exames de sangue e há, ainda, a necessidade de realizar colonoscopia. É comprovado cientificamente que esse exame ajuda a identificar tumores que afetam os intestinos grosso e reto, prevenindo a morte causada por esse câncer — diz a médica.


• Aos 60 ou mais anos

Os exames são os mesmos, mas precisam ser ainda mais frequentes. Cuidados com a osteoporose devem ser intensificados, com a realização periódica da densitometria óssea. A ida ao cardiologista para prevenção da hipertensão arterial e doenças do coração deve ser uma regra. Os demais exames, laboratoriais, ultrassonografia, mamografia, colonoscopia, também não podem deixar de ser realizados. 

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