DESCOBERTA PROMETE MUDAR O TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE NA POPULAÇÃO MASCULINA

Problema de homem    22/03/2013
Segundo a OMS, a mortalidade após fraturas é ainda maior em homens do que em mulheres.
Durante muito tempo, doença foi considerada exclusiva da mulher na pós-menopausa.


O estudo MALEO (MALE Osteoporosis), publicado no The Journal of Clinical Endocrinology e Metabolism, revela que o ranelato de estrôncio é eficaz e seguro para aumentar a densidade óssea em homens que apresentam a doença. Este foi o primeiro estudo randomizado realizado para investigar a dinâmica da substância no organismo masculino. O medicamento acaba de ser aprovado para este fim pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

— Apesar de a osteoporose em homens ser cada vez mais reconhecida como um problema de saúde pública, a doença é subdiagnosticada e subtratada — destaca Bernardo Stolnick, vice-presidente do comitê de Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e chefe do departamento do Serviço de ortopedia do Hospital Federal de Ipanema.

— As principais causas do problema em homens são o alcoolismo, o aumento da perspectiva de vida e o uso contínuo de corticoides — esclarece o especialista.

Durante muito tempo a osteoporose foi considerada exclusiva da mulher na pós-menopausa, mas de acordo com levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 3% a 6% dos homens acima de 50 anos sofrem com o problema.

Ainda segundo a OMS, a mortalidade após fraturas é ainda maior em homens do que em mulheres. No Brasil, o número de pessoas afetadas chega a 10 milhões. Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) são de aproximadamente R$ 81 milhões.

Uma análise recente da National Osteoporosis Foundation revela que 34% dos homens brancos norte-americanos, com mais de 65 anos, e 49% dos com mais de 75 anos são candidatos para a terapia de drogas para osteoporose.

Pesquisa

O estudo MALEO foi realizado com 261 homens brancos com osteoporose primária, em 54 centros de 14 países, entre eles África do Sul, Austrália, e regiões da Europa e da América do Norte. Teve duração de dois anos e concluiu que os pacientes que receberam o ranelato de estrôncio apresentaram maior aumento na densidade óssea da coluna lombar do que aqueles que receberam apenas o placebo (substância inerte).

O ranelato de estrôncio é a primeira e única substância a oferecer dupla ação contra a osteoporose, estimulando a multiplicação da célula formadora de osso novo e, ao mesmo tempo, diminuindo a ação das células que desconstroem os ossos.  

 

Nenhum comentário: