20.11.2012
Mobilização Pró Saúde da População Negra.
Hipertensão e diabetes são algumas das doenças que atingem em sua maioria as pessoas negras.
Talvez você não saiba, mas filhos e filhas de mulheres negras nascem com
peso inferior ao de crianças com pais brancos e ainda são os que têm
mais de 60% de chances de morrer antes de completarem um ano. As
iniquidades vivenciadas pela população negra no cotidiano se refletem na
saúde, seguindo da primeira etapa da vida até a última, seja por morte
natural, ou provocada.
De acordo com informações do Ministério da Saúde (MS), as desigualdades são apresentadas nos dados epidemiológicos que mostram a diminuição da qualidade e da expectativa de vida de negros e negras, por problemas como morte materna e infantil e a violência que atinge mais esse grupo populacional, principalmente os jovens homens negros. Hipertensão e diabetes são doenças recorrentes, mas que atingem em sua maioria as pessoas negras.
Para Crisfanny Souza Soares, articuladora da Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra, “existem doenças que são prevalentes na população negra, mas a nossa maior doença em relação à saúde da população negra é social, se chama racismo”. “É ele que dificulta o acesso e o acolhimento das pessoas negras no SUS e em todo o sistema de saúde privado. É ele também que dificulta a implementação das leis existentes para a melhoria dessas vidas”, concluiu a psicóloga.
De acordo com informações do Ministério da Saúde (MS), as desigualdades são apresentadas nos dados epidemiológicos que mostram a diminuição da qualidade e da expectativa de vida de negros e negras, por problemas como morte materna e infantil e a violência que atinge mais esse grupo populacional, principalmente os jovens homens negros. Hipertensão e diabetes são doenças recorrentes, mas que atingem em sua maioria as pessoas negras.
Para Crisfanny Souza Soares, articuladora da Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra, “existem doenças que são prevalentes na população negra, mas a nossa maior doença em relação à saúde da população negra é social, se chama racismo”. “É ele que dificulta o acesso e o acolhimento das pessoas negras no SUS e em todo o sistema de saúde privado. É ele também que dificulta a implementação das leis existentes para a melhoria dessas vidas”, concluiu a psicóloga.
“Mais de 90% das pessoas usuárias do SUS em Salvador são pardos e pretos"
A técnica da Assessoria de Promoção da Equidade
Racial e Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Eloísa
Bastos, também destaca o racismo como determinante social de saúde, mas
ressalta ainda que a interseção de outros fatores como pobreza e
educação potencializam as discriminações nesses serviços. “Mais de 90%
dos usuários e das usuárias do SUS em Salvador são pardos e pretos. E a
questão do mau atendimento aparece aliada a outros fatores, como a
classe social, baixa escolaridade e até o endereço de moradia dessas
pessoas resultam nessas desigualdades em saúde”.
Bastos destacou alguns dos agravos que mais atingem a população negra: hipertensão, o alto índice de homicídios da população jovem negra de periferia, considerado problema de saúde pública, a miomatose uterina e a mortalidade materna que atingem em sua maioria mulheres negras.
Política Nacional
No início do segundo semestre de 2012, o governo federal, agências das Nações Unidas e a sociedade civil se reuniram em um Fórum com o intuito de definir estratégias para a efetivação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, aprovada desde 2006, pelo Conselho Nacional de Saúde, mas que passados seis anos não ocorre de fato em todos estados e municípios do Brasil, geralmente por não ter sido incorporada pelos gestores e gestoras de saúde dos locais.
Na época, a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Seppir) ressaltou que apesar dos esforços para garantir melhor atendimento nos serviços de saúde para a população negra, os indicadores não apresentam melhoras. “É quando a gente se defronta a uma constatação que não é nova, mas que sempre nos coloca dentro de uma posição de necessária reflexão do fato da população negra morrer mais e mais cedo. A Política precisa ser efetivada para que os indicadores de saúde possam mudar”.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra representa 67% do público atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que esses (as) são os que recebem menos ou pior atendimento. Confira abaixo as informações contidas na pesquisa e também do Ministério da Saúde:
- Exames clínicos de mamas durante consulta ginecológica ocorre menos para mulheres negras, do que brancas;
- De 2007 a 2009, o risco de uma negra morrer de colo de útero do que uma mulher branca, com a mesma idade, foi 20% maior;
- As grávidas negras têm menos chances de passar por consultas de pré-natal, por falta de acesso, informação ou discriminação nos serviços;
- A morte materna ocorre mais em mulheres negras, sendo que 90% são evitáveis. As principais causas são eclampsia, pré-eclâmpsia e aborto;
- No período de 2007 a 2009 o risco de morrer por AIDS foi 40% maior para negros e negras de 10 a 29 anos de idade, quando comparados a brancos (as).
Bastos destacou alguns dos agravos que mais atingem a população negra: hipertensão, o alto índice de homicídios da população jovem negra de periferia, considerado problema de saúde pública, a miomatose uterina e a mortalidade materna que atingem em sua maioria mulheres negras.
Política Nacional
No início do segundo semestre de 2012, o governo federal, agências das Nações Unidas e a sociedade civil se reuniram em um Fórum com o intuito de definir estratégias para a efetivação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, aprovada desde 2006, pelo Conselho Nacional de Saúde, mas que passados seis anos não ocorre de fato em todos estados e municípios do Brasil, geralmente por não ter sido incorporada pelos gestores e gestoras de saúde dos locais.
Na época, a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Seppir) ressaltou que apesar dos esforços para garantir melhor atendimento nos serviços de saúde para a população negra, os indicadores não apresentam melhoras. “É quando a gente se defronta a uma constatação que não é nova, mas que sempre nos coloca dentro de uma posição de necessária reflexão do fato da população negra morrer mais e mais cedo. A Política precisa ser efetivada para que os indicadores de saúde possam mudar”.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra representa 67% do público atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que esses (as) são os que recebem menos ou pior atendimento. Confira abaixo as informações contidas na pesquisa e também do Ministério da Saúde:
- Exames clínicos de mamas durante consulta ginecológica ocorre menos para mulheres negras, do que brancas;
- De 2007 a 2009, o risco de uma negra morrer de colo de útero do que uma mulher branca, com a mesma idade, foi 20% maior;
- As grávidas negras têm menos chances de passar por consultas de pré-natal, por falta de acesso, informação ou discriminação nos serviços;
- A morte materna ocorre mais em mulheres negras, sendo que 90% são evitáveis. As principais causas são eclampsia, pré-eclâmpsia e aborto;
- No período de 2007 a 2009 o risco de morrer por AIDS foi 40% maior para negros e negras de 10 a 29 anos de idade, quando comparados a brancos (as).
*Esse texto integra uma série de matérias da "Semana da Consciência Negra", especial conjunto do Correio24horas e iBahia, em homenagem ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Um comentário:
Em um país,que tem sua maioria,pessoas da raça negra,parda,alías,são a maioria,incluindo indígenas,e uma vergonha que ainda aconteça esse tipo de situação ( RACISMO ).
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