05/11/2012
Ao contrário da crença popular, a ingestão diária de suplementos
vitamínicos não reduz o risco de doenças cardiovasculares em homens de
meia idade, segundo estudo publicado nesta segunda-feira nos Estados
Unidos.
A pesquisa foi publicada na versão avançada do Journal of
the American Medical Association de 7 de novembro e considerou uma
mostra de 14.641 pessoas, que tinham uma média de idade de 64 anos no
começo do estudo em 1998, que se seguiu durante 11 anos.
A metade
dos participantes, escolhida ao acaso, tomou multivitamínicos (A,B,C,D e
E) e a outra metade, placebo, explicaram os autores, para quem este é o
estudo mais extenso realizado até agora sobre a eficácia dos
suplementos vitamínicos para prevenir as enfermidades crônicas.
No
período de duração do estudo, 2.757 pessoas (ou 18,8%) morreram em
decorrência de doenças cardiovasculares, como um ataque do coração ou um
derrame cerebral. Entre elas, 1.345 tinham tomado vitaminas e 1.412
haviam usado o placebo.
Os pesquisadores da Universidade de
Harvard concluíram que a ingestão de multivitamínicos não significou
nenhuma diferença na hora de evitar enfermidades ou derrames cerebrais.
O baixo número de mortes entre os que tomavam vitaminas não foi estatisticamente significativo.
Em
um editorial que acompanha o estudo, Eva Lonn, da McMaster University e
Hospital Geral Hamilton em Ontário (Canadá) escreveu que "dados sólidos
de diferentes estudos confirmam que (as doenças cardiovasculares) não
podem ser evitadas ou tratadas com vitaminas".
"No entanto,
muitas pessoas com fatores de risco de doenças do coração ou que haviam
sofrido episódios cardiovasculares anteriores levavam vidas sedentárias,
ingeriam comida processada ou fast food, continuavam fumando e deixaram
de utilizar os remédios prescritos, mas utilizaram regularmente
vitaminas ou outros suplementos dietéticos, com a esperança de que isso
prevenisse futuros infartos do miocárdio", escreveu.
"O descuido
com a prevenção efetiva de doenças cardiovasculares é o maior prejuízo
de utilizar vitaminas e outros suplementos não testados", acrescentou
Lonn.
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