Publicado em 7/11/2012 às 09h15: atualizado em: 7/11/2012 às 09h28.
Cientistas acreditam que nova técnica pode ajudar no diagnóstico precoce da doença.
Exame também é capaz de detectar várias modalidades diferentes da doença.
Cientistas britânicos descobriram uma proteína presente em muitos tipos
de câncer, o que poderia, no futuro, levar a um exame único capaz de
detectar várias modalidades diferentes da doença e também auxiliar no
diagnóstico precoce da doença.
O grupo, baseado no Instituto Gray de Oncologia e Biologia da Radiação,
relatou ao Instituto Nacional de Pesquisa de Câncer da Grã-Bretanha ter
identificado câncer de mama em ratos semanas antes de um caroço inicial ser detectado.
A mesma proteína, chamada gamma-H2AX, é encontrada em tumores de pulmão, pele, rins e bexiga e é produzida como uma reação do organismo a DNA danificado.
De acordo com os cientistas, este é um dos primeiros indícios de que uma célula está se tornando cancerígena.
Formação de tumores
O estudo utilizou um anticorpo que é o "parceiro perfeito" para a gamma-H2AX e capaz de procurá-la no organismo.
O anticorpo recebeu então pequenas quantidades de material radioativo,
servindo como "termômetro" para identificar a presença de câncer no
organismo.
Caso os médicos identifiquem um acúmulo de radiação num determinado
ponto do corpo, há grandes chances de que ali esteja o início da
formação de um tumor.
Diagnóstico precoce
A professora Katherine Vallis diz que, nos ratos usados em laboratório,
caroços só puderam ser sentidos quando as cobaias já tinham cerca de
120 dias de idade, mas "nós detectamos mudanças antes disso, entre 90
e 100 dias — antes de um tumor ser clinicamente aparente".
Ela disse à BBC que a proteína gamma-H2AX era, em grande parte, um
"fenômeno comum" e que "seria um sonho" desenvolver um exame único para
vários tipos de câncer.
Estágio inicial
Embora a comunidade científica e os pacientes que lutam contra a doença
tendam a ver os estudos em torno da nova técnica com muita esperança,
eles ainda se encontram em um estágio bastante preliminar.
— Esta pesquisa inicial revela que rastrear essa molécula importante
poderia nos permitir detectar danos no DNA em todo o organismo. Se
estudos mais aprofundados comprovarem isso, a proteína poderia nos
fornecer uma nova rota para detectar o câncer em sua fase muito inicial,
quando ainda há mais chances de tratá-lo com sucesso.
Julie Sharp, do instituto britânico Cancer Research UK, avalia o estudo como um avanço.
— Esta pesquisa importante revela que ter como alvo esta molécula-chave
poderia nos fornecer uma rota animadora por novos caminhos para
detectar o câncer em um estágio inicial e ajudar a aplicar radioterapia e
monitorar seus efeitos sobre os tumores.
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