Difícil de controlar 03/11/2012
A partir do diagnóstico, é preciso procurar ajuda profissional, uma vez que estas doenças não se curam sozinhas.
Sabe a necessidade que você tem de olhar para os dois lados antes de
atravessar a rua? Trata-se da ansiedade, um instinto de sobrevivência
inato ao ser humano que antecipa um risco para evitar um possível
desfecho catastrófico. Este e outros mecanismos de defesa existem para a
proteção do organismo e fazem parte de nossa herança genética como
mamíferos.
No cérebro humano, há um sistema preparado exclusivamente para a sobrevivência, que engloba três sentimentos diferentes. O primeiro é a ansiedade, o segundo é o medo e o último é o pânico, identificado nos animais em reações de fuga desesperada e desorganizada. São estas vivências úteis que possibilitaram que nós (eu, você e todos os outros indivíduos da nossa espécie) chegássemos até aqui sãos e salvos.
É importante salientar que a ansiedade em si não é uma doença. Ela passa a ser tratada como transtorno patológico quando o paciente apresenta sofrimento, incapacitação funcional e desvantagem na competição com os outros. A partir deste diagnóstico, é preciso procurar ajuda, uma vez que estas doenças têm um curso crônico e não se curam sozinhas.
Apesar de ser trivial associar os transtornos de ansiedade à correria da vida moderna, a maioria destas ocorrências tem pré-disposição biológica. De acordo com o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Programa de Ansiedade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, não podemos afirmar que nossa vida é mais estressante do que a de nossos genitores.
— Os pacientes mais velhos falam que nos anos 1940, se seu filho tivesse uma pneumonia, por exemplo, a chance de sobreviver era de 50%. E isso era muito estressante. Hoje, temos fatores agravantes, mas também há outras facilidades que diminuem muito o estresse — afirma Bernik.
Tratamento alia medicamentos à terapia
Para todos os casos de transtornos de ansiedade, há tratamento. Segundo Bernik, os melhores resultados são obtidos quando se alia o uso de medicamentos à terapia.
A doutora em psiquiatria pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Elisabeth Meyer, revisora técnica do livro Vencendo a Ansiedade e a Preocupação, relata que a terapia cognitivo-comportamental tem sido a primeira escolha para tratar os transtornos de ansiedade. Neste tipo de tratamento, há um número pré-determinado de sessões e o paciente deve realizar tarefas entre uma consulta e outra.
— Se a pessoa tem pânico de elevadores, por exemplo, estabelece-se com o terapeuta que o indivíduo tentará entrar em um elevador, aumentando os desafios gradativamente — explica Meyer.
No Brasil, entre os transtornos de ansiedade, a prevalência são as fobias, percebidas quando as crises ocorrem somente em situações nas quais o indivíduo se expõe a estímulos excessivos. A mais frequente talvez seja a fobia social, em que a pessoa se sente observada ou julgada pelos outros constantemente. Estima-se que entre 10% e 13% da população sofra deste transtorno no país.
Porém, estudos mostram que estas doenças são pouco diagnosticadas. Indivíduos que sofrem de ansiedade generalizada, por exemplo, demoram em média 15 anos para descobrir o transtorno. Isto acontece porque há períodos de melhora intercalados com os agravamentos, associados a momentos mais estressantes da vida.
— Apesar de existir tratamento eficaz, as pessoas que têm a doença não buscam ajuda e sofrem desnecessariamente por anos — conclui Bernik.
No cérebro humano, há um sistema preparado exclusivamente para a sobrevivência, que engloba três sentimentos diferentes. O primeiro é a ansiedade, o segundo é o medo e o último é o pânico, identificado nos animais em reações de fuga desesperada e desorganizada. São estas vivências úteis que possibilitaram que nós (eu, você e todos os outros indivíduos da nossa espécie) chegássemos até aqui sãos e salvos.
É importante salientar que a ansiedade em si não é uma doença. Ela passa a ser tratada como transtorno patológico quando o paciente apresenta sofrimento, incapacitação funcional e desvantagem na competição com os outros. A partir deste diagnóstico, é preciso procurar ajuda, uma vez que estas doenças têm um curso crônico e não se curam sozinhas.
Apesar de ser trivial associar os transtornos de ansiedade à correria da vida moderna, a maioria destas ocorrências tem pré-disposição biológica. De acordo com o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Programa de Ansiedade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, não podemos afirmar que nossa vida é mais estressante do que a de nossos genitores.
— Os pacientes mais velhos falam que nos anos 1940, se seu filho tivesse uma pneumonia, por exemplo, a chance de sobreviver era de 50%. E isso era muito estressante. Hoje, temos fatores agravantes, mas também há outras facilidades que diminuem muito o estresse — afirma Bernik.
Tratamento alia medicamentos à terapia
Para todos os casos de transtornos de ansiedade, há tratamento. Segundo Bernik, os melhores resultados são obtidos quando se alia o uso de medicamentos à terapia.
A doutora em psiquiatria pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Elisabeth Meyer, revisora técnica do livro Vencendo a Ansiedade e a Preocupação, relata que a terapia cognitivo-comportamental tem sido a primeira escolha para tratar os transtornos de ansiedade. Neste tipo de tratamento, há um número pré-determinado de sessões e o paciente deve realizar tarefas entre uma consulta e outra.
— Se a pessoa tem pânico de elevadores, por exemplo, estabelece-se com o terapeuta que o indivíduo tentará entrar em um elevador, aumentando os desafios gradativamente — explica Meyer.
No Brasil, entre os transtornos de ansiedade, a prevalência são as fobias, percebidas quando as crises ocorrem somente em situações nas quais o indivíduo se expõe a estímulos excessivos. A mais frequente talvez seja a fobia social, em que a pessoa se sente observada ou julgada pelos outros constantemente. Estima-se que entre 10% e 13% da população sofra deste transtorno no país.
Porém, estudos mostram que estas doenças são pouco diagnosticadas. Indivíduos que sofrem de ansiedade generalizada, por exemplo, demoram em média 15 anos para descobrir o transtorno. Isto acontece porque há períodos de melhora intercalados com os agravamentos, associados a momentos mais estressantes da vida.
— Apesar de existir tratamento eficaz, as pessoas que têm a doença não buscam ajuda e sofrem desnecessariamente por anos — conclui Bernik.
Nenhum comentário:
Postar um comentário