RISCOS REDUZIDOS

14 de janeiro de 2012


Cirurgia bariátrica diminui em 30% a chance de obesos terem problemas cardíacos e Acidente Vascular Cerebral (AVC) .

Um estudo sueco, divulgado recentemente na publicação científica Journal of the American Medical Association (Jama) revelou que a cirurgia bariátrica – popularmente conhecida como redução do estômago – reduz em 33% o risco de ataques cardíacos e de acidente vascular cerebral, conhecido como derrame, em pacientes obesos.

Os pesquisadores acompanharam 4.047 pacientes obesos durante 15 anos. Cerca da metade dos participantes foi submetido à cirurgia bariátrica e os demais ao controle da obesidade por métodos tradicionais.

– Estudos estão comprovando que a cirurgia bariátrica não é eficaz somente no controle do peso, mas em diversos problemas relacionados à obesidade. Hoje, inclusive, a cirurgia está sendo tratada como cirurgia metabólica, devido aos diversos benefícios que proporciona ao paciente – diz o cirurgião bariátrico Roberto Rizzi.

No estudo, a quantidade de perda de peso entre os pacientes que fizeram a cirurgia não foi associada com o risco de ataque cardíaco, derrame ou morte.

– O benefício é similar tanto em menores quanto maiores perdas de peso: está na simples perda do peso – diz o pesquisador Lars Sjöström, um dos autores do estudo.

Para o autor, embora relativamente abrangente, o estudo pode não ter sido grande o suficiente para detectar as relações mais sutis entre perda de peso e risco cardíaco.

– Nem todo mundo que é obeso tem o mesmo risco de saúde – explica Edward H. Livingston, que também participou da pesquisa.

Dos 2.010 participantes do estudo que fizeram a cirurgia, 68% escolheram gastroplastia vertical, 19% foram submetidos à banda gástrica e 13% optaram pela técnica de bypass gástrico, a mais utilizada no Brasil.

Após 15 anos os participantes que foram submetidos ao tratamento cirúrgico tinham perdido 16% do seu peso corporal inicial, enquanto o grupo que não passou pela cirurgia manteve a média de peso. Com a cirurgia, os pacientes eliminam, em média, 40% do peso corporal.

– Mas a cirurgia bariátrica não é definitiva, o paciente precisa adotar um estilo de vida saudável, incluindo alimentação balanceada e a prática de exercícios, ou volta a ganhar peso ao longo dos anos – explica Rizzi.

Outro estudo, realizado pelo Centro de Pesquisa Cardiovascular da Universidade de Glasgow, na Inglaterra, revelou que a obesidade nos homens aumenta em 75% o risco de ataque cardíaco, independentemente de terem ou não outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença. O estudo, publicado na publicação científica Heart, acompanhou durante 15 anos 6.082 homens que foram diagnosticados com colesterol alto, mas que não tinham histórico de doença cardíaca ou diabetes. Durante o levantamento, os pesquisadores observaram 214 mortes causadas por doenças cardíacas e 1.027 pacientes que sofreram ataque cardíaco e/ou acidentes vasculares.

Mesmo após a exclusão de variáveis relevantes, como idade e histórico de tabagismo, o risco de morte entre os homens obesos, com o Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 39,9, era 75% superior comparado a homens não obesos. Muitos pacientes ficam preocupados somente com os fatores de risco, como o diabetes e a hipertensão, porém esse estudo comprova que o grande problema para a saúde do coração é a obesidade.

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