Fenômeno 06/04/2013
Triatleta André Szücs é exemplo extraordinário de superação neurológica.
Membro amputado sai do corpo, mas não deixa totalmente o mapa cerebral.
ocê acredita em fantasmas? E em membro fantasma? Segundo especialistas,
isso não é uma questão de crença, é um curioso evento neurológico. Quem
não viu e se comoveu com a história do rapaz que teve seu braço amputado
em um atropelamento na Avenida Paulista? Segundo relatos, a impressão
do rapaz de que o membro ainda estava lá em seu corpo era bastante
intensa e real. Na verdade, essa impressão pode perdurar por meses,
anos, ou até pela vida inteira. Qual será a explicação científica para
esse fenômeno e quais os desconfortos que ele pode trazer?
— Existe um conflito entre a perda anatômica, a imagem corporal cerebral, a memória sensitiva e aspectos psíquicos. O membro sai do corpo, mas não sai do cérebro, isso pode gerar o aparecimento do membro fantasma, algum desconforto e até dores crônicas de difícil tratamento — explica o neurologista Leandro Teles.
O cérebro humano possui um mapa corporal definido, cada parte do corpo tem uma localização específica no cérebro. Esse mapa é conhecido como homúnculo, temos um mapa motor e outro sensitivo. Um membro recebe instruções motoras do cérebro através da medula e dos nervos, da mesma forma que comunica questões sensitivas ao cérebro pelos nervos e pela medula. A perda do membro não destrói integralmente esse caminho neurológico, o cérebro enxerga visualmente que o braço não está lá, mas recebe informações sensoriais que viriam daquele sítio. Para agravar ainda mais a condição o cérebro está recheado de memórias anteriores à amputação e a pessoa pode até sonhar com o membro íntegro.
— É como esse desconectássemos uma impressora do computador cortando seus fios. Para o computador, a impressora continua instalada e sua porta de entrada, ocupada. Por isso ele continuará tentando utilizá-la, o que gerará mensagens de erro — diz Leandro.
Com relação aos sintomas, o paciente amputado pode perceber continuamente como se o membro estivesse lá. Alguns referem o sintoma apenas de vez em quando. Uns descrevem como se o membro estivesse parado, estático, muitas vezes na posição que estava na hora da perda, enquanto outros descrevem até sensação de movimento. Podem ocorrer reflexos como tentar retirar o membro inexistente quando algo passa perto ou algum desconforto quando se coloca em posição que pudesse causar dano ao membro. Além da percepção do membro fantasma, também pode surgir a temida dor do membro fantasma.
— A percepção do membro é uma coisa, a dor cônica nesse membro, outra. A dor no membro fantasma tem determinantes cerebrais, psíquicos, alteração do nervo no local do coto, memória de dor previa a amputação, fatores medulares, adaptação a órtese etc. Como podemos ver a causa é multifatorial e o tratamento também deve ser abrangente e personalizado — recomenda o neurologista.
O membro fantasma é mais um exemplo da fascinante e complexa engrenagem neurológica do ser humano. Sendo um efeito colateral eventual da luta adaptativa que nos mostra extraordinários exemplos de superação e força de vontade.
— Existe um conflito entre a perda anatômica, a imagem corporal cerebral, a memória sensitiva e aspectos psíquicos. O membro sai do corpo, mas não sai do cérebro, isso pode gerar o aparecimento do membro fantasma, algum desconforto e até dores crônicas de difícil tratamento — explica o neurologista Leandro Teles.
O cérebro humano possui um mapa corporal definido, cada parte do corpo tem uma localização específica no cérebro. Esse mapa é conhecido como homúnculo, temos um mapa motor e outro sensitivo. Um membro recebe instruções motoras do cérebro através da medula e dos nervos, da mesma forma que comunica questões sensitivas ao cérebro pelos nervos e pela medula. A perda do membro não destrói integralmente esse caminho neurológico, o cérebro enxerga visualmente que o braço não está lá, mas recebe informações sensoriais que viriam daquele sítio. Para agravar ainda mais a condição o cérebro está recheado de memórias anteriores à amputação e a pessoa pode até sonhar com o membro íntegro.
— É como esse desconectássemos uma impressora do computador cortando seus fios. Para o computador, a impressora continua instalada e sua porta de entrada, ocupada. Por isso ele continuará tentando utilizá-la, o que gerará mensagens de erro — diz Leandro.
Com relação aos sintomas, o paciente amputado pode perceber continuamente como se o membro estivesse lá. Alguns referem o sintoma apenas de vez em quando. Uns descrevem como se o membro estivesse parado, estático, muitas vezes na posição que estava na hora da perda, enquanto outros descrevem até sensação de movimento. Podem ocorrer reflexos como tentar retirar o membro inexistente quando algo passa perto ou algum desconforto quando se coloca em posição que pudesse causar dano ao membro. Além da percepção do membro fantasma, também pode surgir a temida dor do membro fantasma.
— A percepção do membro é uma coisa, a dor cônica nesse membro, outra. A dor no membro fantasma tem determinantes cerebrais, psíquicos, alteração do nervo no local do coto, memória de dor previa a amputação, fatores medulares, adaptação a órtese etc. Como podemos ver a causa é multifatorial e o tratamento também deve ser abrangente e personalizado — recomenda o neurologista.
O membro fantasma é mais um exemplo da fascinante e complexa engrenagem neurológica do ser humano. Sendo um efeito colateral eventual da luta adaptativa que nos mostra extraordinários exemplos de superação e força de vontade.
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