NÃO DÊ CHANCE AO CANCÊR

06 de abril de 2013



 Dia de combate à doença alerta para fatores de risco

Segunda-feira, 8 de abril, é o Dia Mundial da Luta contra o Câncer, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para chamar a atenção para uma das doenças mais letais que aflige a humanidade, mas que pode ser evitada e tratada com uma prevenção.

Nome que batiza um conjunto de mais de cem enfermidades que têm em comum o crescimento desordenado de células, o câncer é a segunda causa de morte por doença no Brasil, atrás apenas dos distúrbios cardiovasculares. Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 518 mil novos casos devem surgir em 2013.

No mundo, a cada ano, mais de 12 milhões de pessoas recebem diagnóstico de câncer e 7,6 milhões morrem da doença. O aumento da expectativa de vida da população e a exposição cada vez maior a fatores de risco estão entre as principais razões destes números. Fatores genéticos também são importantes. Veja abaixo como se prevenir.

10 DICAS PARA SE PROTEGER

1Pare de fumar
! Esta é a
regra mais importante para
prevenir o câncer.

2uma alimentação
saudável
pode reduzir
a chance de câncer em pelo
menos 40%. Inclua pelo menos
cinco porções de frutas, verduras
e legumes na sua dieta diária e
reduza os alimentos gordurosos,
salgados e enlatados. Dê preferência
às gorduras de origem vegetal como
azeite extra virgem, óleo de soja
e de girassol, lembrando sempre
que não devem ser expostas a altas
temperaturas. Evite gorduras de
origem animal (leite e derivados,
carne de porco, carne vermelha,
pele de frango) e algumas gorduras
vegetais como margarinas e gordura
vegetal hidrogenada.

3evite ou limite a
ingestão de bebidas
alcoólicas.
Os homens
não devem tomar mais do que dois
drinques por dia. As mulheres devem
se limitar a um drinque.

4É aconselhável que
homens, entre 50 e
70 anos
, orientem-se sobre a
necessidade de investigação do câncer
da próstata. Homens com histórico
familiar de pai ou irmão com câncer
de próstata antes dos 60 anos devem
consultar o médico para investigar a
doença a partir dos 45 anos.

5
Pratique atividades
físicas
moderadamente
durante pelo menos 30
minutos, cinco vezes por semana.

6mulheres com 40 anos
ou mais
devem realizar
o exame clínico de mama
anualmente. Entre 50 e 69 anos,
devem fazer uma mamografia a
cada dois anos. Mulheres com caso
de câncer de mama na família (mãe,
irmã, filha etc.) diagnosticados
antes dos 50 anos, ou que tiveram
câncer de ovário ou câncer em uma
das mamas, em qualquer idade,
devem realizar o exame clínico e
mamografia anualmente, a partir
dos 35 anos de idade.

7
mulheres com idade
entre 25 e 64 anos
devem realizar o preventivo
ginecológico periodicamente.
Após dois exames com resultado
normal com intervalo de um ano, o
preventivo pode ser feito a cada três
anos. Para os exames alterados, deve-
se seguir as orientações médicas.

8
mulheres e homens
com 50 anos ou mais
devem fazer exame de sangue
oculto nas fezes anualmente ou a
cada dois anos.

9
evite exPosição
Prolongada ao sol,
entre 10h e 16h
, e use
sempre proteção adequada, como
chapéu, barraca e protetor solar.
Se você se expõe ao sol durante a
jornada de trabalho, procure usar
chapéu de aba larga, camisa de
manga longa e calça comprida.

10
Faça diariamente a
higiene oral e consulte o
dentista regularmente.
dicas
para se proteger


Autoestima renovada


 O PROBLEMA

Lei obriga SUS a reconstruir a mama logo após a mastectomia

O câncer de mama é um que mais acomete as mulheres. O diagnóstico precoce representa 95% de chance de cura, mas muitas vezes depende de uma solução radical: a extração na mama.

O plenário do Senado aprovou na última semana de março um projeto de lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a pagar a cirurgia de reconstrução mamária. Caso não seja possível fazer na mesma cirurgia em que ocorrer a retirada, ela deve ser feita logo que a mulher tiver condições clínicas de passar pela operação.

O objetivo é impedir que a reconstrução seja adiada seguidas vezes, o que leva muitas mulheres a desistir do procedimento. A medida deverá beneficiar pacientes de baixa renda, que não têm acesso a clínicas privadas. Por não ter sido alterado em relação ao texto aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto segue direto para sanção presidencial.

 Tipos de reconstrução

> Com silicone: prótese definitiva ou expansor (espécie de balão que vai sendo distendido quando há falta de pele. Depois é substituído por prótese).
> Com tecido orgânico da própria paciente (pele e gordura do abdômen ou das costas).


“Não precisa se sentir mutilada”

José Luiz Pedrini - Vice-presidente da Sociedade Brasileira da Mastologia

O médico José Luiz Pedrini explica que a reconstrução da mama já era garantida por lei desde 1999, mas, muitas vezes, esse direito não era respeitado por limitações do SUS ou por desistência da própria paciente.

– As mulheres ficam com medo de que a doença possa voltar se fizerem a cirurgia depois da retirada – afirma.

Nesta entrevista, Pedrini diz que a reconstrução da mama evita a depressão e melhora a autoestima e até imunidade das mulheres.

Vida – O que muda com esse projeto aprovado pelo Congresso?

José Luiz Pedrini – Muda o direito da reconstrução imediata. A mulher não precisa se sentir doente ou mutilada para se curar do câncer. Isso não atrapalha a cura da doença. Sabe-se que as mulheres que tiram a mama e põem silicone têm melhor autoestima e ficam com melhor imunidade. Influencia na sexualidade. Há trabalhos mostrando que a maioria dos parceiros abandonam mulheres que perdem a mama. A perda da silhueta leva muitas mulheres a um quadro depressivo.

Vida – Em que situações a cirurgia não é indicada?

Pedrini – Se for o desejo expresso da paciente de não reconstruir a mama, deve ser respeitado. Quando é fumante ou tem uma doença crônica descompensada (cardiovascular), é melhor evitar naquele momento.

Vida – Em quanto tempo a cirurgia deve ser feita?

Pedrini – A determinação é de que não deve passar de 60 dias (entre a chegada do paciente, o diagnóstico e cirurgia). A grande maioria não precisa retirar a mama. Cerca de 30% a 40% das mulheres retiram. Cerca de 60% desistem da reconstrução se ela não é feita na hora.

Vida – Se feita após a retirada, a reconstrução fica prejudicada?

Pedrini – Não é a mesma coisa se fizer mais tarde. Fica absolutamente prejudicado. A reconstrução imediata permite usar o preenchimento da mama. Depois, a dificuldade é aliada ao medo e à resignação em relação ao próprio corpo. Só faz a reconstrução se alguém a estimular.

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