Hey Zuckerberg! 10/04/2013
Ideais de sucesso, poder e reconhecimento, aliados ao contato com a
realidade 'mascarada' das redes sociais, poderá gerar sentimentos
negativos de infelicidade.
Conteúdo postado na rede pode transformar o humor dos usuários em um curto espaço de tempo.
Ver com frequência as férias, a vida amorosa e o sucesso profissional
dos amigos no Facebook pode causar uma sensação de frustração em algumas
pessoas. Uma pesquisa feita pela Universidade de Humboldt e pela
Universidade Técnica de Darmastadt, na Alemanha, revelou que as rede
social podem ser fonte de inveja e insegurança. O estudo concluiu que a
cada três pessoas que visitam o perfil de amigos na rede e observam
situações de sucesso e felicidade, uma se sente afetada.
— O
conteúdo publicado no Facebook pode transformar o humor dos usuários em
um curto espaço de tempo. Geralmente as pessoas idealizam a vida alheia e
acreditam que o outro tenha aquilo que lhes falta. Esses ideais de
sucesso, poder e reconhecimento, aliados ao contato com a realidade
'mascarada' das redes sociais, poderá gerar sentimentos negativos de
infelicidade — explica a psicóloga Josiane Cândido Porto de Melo.
Paradoxalmente,
a inveja pode frequentemente levar usuários a 'enfeitar' seus perfis na
rede social, o que por sua vez provoca inveja entre outros usuários, um
fenômeno que os pesquisadores chamaram de 'espiral da inveja'. Na
Alemanha, os principais provocadores de inveja estão relacionados com
viagens. O sentimento ruim, neste caso, é um resultado de inúmeras fotos
de férias postadas no Facebook, que são particularmente populares entre
os usuários alemães.
— Poderá haver uma competição imaginária
entre as pessoas. As fotografias de viagens e a interação social podem
levar às comparações e, consequentemente, a sentimentos de frustração:
quantos amigos a outra pessoa têm, quantos recados ela recebe e quantos
'curtir' ou comentários foram feitos em sua página — afirma a psicóloga.
Engana-se
quem pensa que só os jovens sofrem com a inveja. Os usuários acima de
30 anos também podem enfrentar esse sentimento. A partir dessa idade, a
felicidade familiar é a que mais provoca frustração.
— As
mulheres nessa idade são mais propensas a invejar a boa aparência,
casamento e a vida social das outras, enquanto os homens podem sofrer
mais intensamente comparando-se às realizações dos amigos — revela
Josiane.
Inveja na vida real
Se você não está preparado para usar o Facebook, compartilhar experiências, fazer novos amigos, acompanhar a vida de quem você gosta, torcendo com sinceridade por eles e esperando que eles façam o mesmo por você, então você tem um problema real, e não virtual.
— É importante que a
pessoa assuma os sentimentos e aprenda a lidar com eles. Sentir inveja é
humano, porém diariamente invejar a vida alheia pode ser prejudicial à
própria pessoa. O Facebook ou outras redes sociais podem funcionar como
estímulo à inveja, caso a pessoa não esteja bem com ela mesma ou com
suas conquistas — esclarece a psicóloga.
Josiane dá algumas dicas para quem sofre com a inveja:
• Se você, com frequência, sente inveja da vida alheia, será importante procurar ajuda psicológica para ser mais feliz com o que é, com o que tem, com suas conquistas. Sentir-se assim acaba ocasionando mal estar emocional.
• Se você, com frequência, sente inveja da vida alheia, será importante procurar ajuda psicológica para ser mais feliz com o que é, com o que tem, com suas conquistas. Sentir-se assim acaba ocasionando mal estar emocional.
• Se você se sente hostilizado por
ser alvo de inveja talvez seja o momento de perceber quem realmente pode
e deve participar de suas conquistas. Saber diferenciar para quem e
onde determinado assunto poderá ser falado ou compartilhado faz parte do
amadurecimento emocional.
• Por último,
aproxime-se de pessoas que acrescentem emocionalmente à sua vida. Alguns
relacionamentos podem e devem ser superficiais. Apenas estreite os
laços de confiança com pessoas que você perceba afinidade. E fique
atento aos sinais e comportamentos indicativos de inveja.
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