SUBSTÂNCIA NO HÁLITO INDICA GRAVIDADE DE ISSUFICIÊNCIA CARDÍACA

22/04/2013   Com informações da Agência USP


Os pesquisadores tiveram que desenvolver um aparelho especial para coletar o hálito do paciente de forma a preservá-lo para análise dos gases presentes.[Imagem: Ag.USP].


Uma importante descoberta pode contribuir para o avanço do tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca.

Um estudo realizado no Instituto do Coração (Incor), pela Faculdade de Medicina e pelo Instituto de Química da USP, identificou uma substância produzida pelo corpo humano capaz de funcionar como uma espécie de marcador de gravidade da doença.

A substância é a acetona, que exala um odor característico.

A partir de uma observação clínica, na qual foi constatado um odor exalado pelos pacientes com insuficiência cardíaca, os médicos Fabiana Goulart Marcondes Braga e Fernando Bacal elaboraram um estudo para verificar uma possível relação entre o odor exalado pelo hálito dos pacientes e a enfermidade.

"Entrávamos no quarto de um paciente com estágio avançado da doença e percebíamos que havia um cheiro diferente. Porém, o paciente que vinha ao consultório, com a mesma doença mas em estágio menos grave, não exalava o mesmo odor. Não se tratava de mau-hálito, mas um cheiro meio adocicado, e a partir disso fomos buscar o que poderia ser," conta Fabiana.

Os pesquisadores tiveram que desenvolver um aparelho especial para coletar o hálito do paciente de forma a preservá-lo para análise dos gases presentes.

A análise química das amostras apontou que, entre os pacientes que apresentavam a doença cardíaca, o nível de uma substância chamada acetona era muito maior do que entre os saudáveis.

E no grupo de pessoas que chegava na emergência com um estágio mais grave de insuficiência cardíaca, o nível da mesma substância era maior em comparação com quem estava no ambulatório, com a doença estabilizada.

O nível de acetona exalado pelos pacientes cardíacos graves é cerca de 10 vezes maior do que nas pessoas saudáveis.

"Dessa forma conseguimos, por intermédio dessa mesma substância, definir níveis de produção pelo corpo de acordo com o estágio de insuficiência cardíaca. Além do objetivo de identificar qual era a substância, conseguimos verificar que ela era um marcador de gravidade da doença," relata Fabiana.

 

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