CORDÃO SALVADOR

29 de dezembro de 2012  LEUCEMIA
Mãe pode se curar de leucemia com ajuda de células-tronco de filha de dois meses.
 
Sessenta dias após o nascimento da primeira filha, Liz, a bióloga Fabricie Marcele Wilbert, 38 anos, de Maringá (PR), recebeu outra boa notícia no dia 14 de dezembro. As células-tronco do cordão umbilical de Liz são compatíveis e poderão ser utilizadas no tratamento realizado por Fabricie, que sofre de leucemia mieloide crônica. A notícia foi confirmada pela assessoria de imprensa do Centro de Terapia Celular Cordcell.

O sangue do cordão umbilical será a fonte de células-tronco para o transplante de medula óssea, que poderá ser realizado em breve, caso a quimioterapia não dê o resultado esperado. Fabricie descobriu que estava com a doença em março deste ano, quando fez o primeiro exame pré-natal.

A incidência desse tipo de leucemia em adultos é de dois casos a cada 100 mil habitantes.

O exame de sangue indicava alteração celular. Tive um susto, mas resolvi encarar o problema de frente – contou a mãe em outubro.

A coleta das células-tronco de Liz foi realizada logo após o parto, em 15 de outubro, no Hospital Santa Casa de Maringá, justamente a data do aniversário de Fabricie. Segundo o médico e fundador da Cordcell, Adelson Alves, o material passou por diversos testes e poderá ser utilizado em um possível transplante.

O transplante de células-tronco do cordão umbilical apresenta menos reações adversas do que o transplante com células da medula óssea. No entanto, vale ressaltar que essa é a última fase do tratamento. O procedimento só será indicado caso a mãe não tenha boa resposta ao tratamento quimioterápico – ressaltou.

Fabricie está respondendo bem ao tratamento quimioterápico desde o último mês.” Sendo assim, as células estão armazenadas e podem ser uma alternativa de tratamento na necessidade do transplante.


Para armazenar o material genético, é preciso desembolsar cerca de R$ 3 mil

O armazenamento das células-tronco do sangue do cordão umbilical custa, em média, R$ 3 mil. Segundo o fundador da empresa Cordcell, o Brasil realiza de 50 mil a 70 mil retiradas desse tipo de célula-tronco por ano, número que, segundo ele, ainda é baixo. Para Alves, a popularização do procedimento esbarra na falta de conhecimento da população:

Por ser um procedimento novo, ainda existe um certo descrédito. Pensam que é coisa do futuro, mas já está acontecendo.

Casos como os de Fabricie são raros. Uma situação semelhante ocorreu em maio de 2001 nos Estados Unidos, quando uma moradora de Houston, no Texas, apresentou diagnóstico de leucemia mieloide crônica, a mesma doença da bióloga brasileira. A americana, de 43 anos, não encontrou doadores ou amostras compatíveis nos registros de doadores de medula óssea. Sua esperança recaiu sobre a amostra de células-tronco de seu filho de três anos, que estava armazenada em um banco de sangue de cordão umbilical privado. A amostra era compatível, e o transplante foi realizado com sucesso.
 

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