Dor de cabeça 11/12/2012
Maior sensibilidade à luz e a cheiros são alguns dos sintomas
Crises podem durar de quatro a 72 horas, de acordo com neurologista.
A enxaqueca é um tipo intenso de dor de cabeça cujos sintomas podem
incluir náuseas, vômitos e sensibilidade à luz. Confira a seguir 10
tópicos sobre o assunto elaborados pelo neurologista Leandro Teles.
1) Enxaqueca é um tipo peculiar de dor de cabeça
Não é qualquer dor de cabeça forte que pode ser chamada de enxaqueca. Pois, ela é uma dor que costuma ser latejante, lateralizada, de intensidade forte, com duração de quatro a 72 horas (se não for medicada) e associada a alguns sintomas, como náuseas, sensibilidade à luz, intolerância aos ruídos e cheiros fortes e piora com atividades do cotidiano.
Alguns pacientes apresentam alterações visuais ou outras alterações neurológicas transitórias antes do início da dor. Para o diagnóstico preciso é fundamental a manifestação crônica e recorrente, sem nenhuma evidência de demais doenças que possam explicar os sintomas. Não precisa apresentar todos os critérios acima, porém boa parte deles deve estar presente.
2) Enxaqueca é comum, principalmente em mulheres
Cerca de 20% da população tem enxaqueca. O público feminino tem três vezes mais predisposição para o problema, sendo que 30% das mulheres em idade fértil sofrem com enxaqueca. São cerca de 35 milhões de brasileiros com essa doença. Entre crianças, os índices chegam a 8%.
A predisposição do sexo feminino ocorre, principalmente, devido à oscilação do hormônio estrogênio que marca o período fértil. Por conta dessa relação com o ciclo reprodutivo, a enxaqueca tende a se manifestar (ou piorar) no período pré-menstrual e no primeiro trimestre da gravidez, podendo melhorar, em alguns casos, após a menopausa.
3) A causa da enxaqueca é genética, mas as crises podem ser precipitadas por fatores ambientais
É preciso ter predisposição genética para desenvolver a doença, tornando o indivíduo mais sensível aos fatores ambientais que levam ao surgimento de uma crise. Os principais fatores externos desencadeantes para o início de uma crise são estresse, distúrbios do sono, oscilação hormonal (estrogênio), alimentação (cafeína, queijos amarelos, embutidos, condimentos, vinho tinto, entre outros), consumo de álcool, ansiedade, alterações climáticas, entre outros.
Todo paciente precisa conhecer sua predisposição e quais estímulos ambientais precisam ser evitados (essa análise tem de ser feita caso a caso, pois nem todo mundo é sensível ao mesmo fator gatilho).
4) O impacto na qualidade de vida é muito alto
Muitas pessoas menosprezam o diagnóstico de enxaqueca e seu impacto na saúde. Até mesmo entre profissionais da saúde existe preconceito com a doença, tratando-a como se fosse fruto de frescura ou vontade de chamar a atenção.
No entanto, a enxaqueca é uma das dores mais intensas e, por isso, capaz de atrapalhar diretamente o desempenho escolar, profissional e social da pessoa. Sua frequência, a resposta variável aos medicamentos e a imprevisibilidade da crise estão associados a um comprometimento direto da qualidade de vida.
Por isso, é importante dar atenção ao problema apostando em um sistema eficaz de prevenção e tratamento. Afinal, a enxaqueca é a segunda causa de perdas de dia no trabalho e escola e gera desconforto crônico aos seus portadores.
5) A enxaqueca não aparece nos exames
A enxaqueca é uma disfunção cerebral e de seus vasos, portanto não é uma alteração estrutural fixa.
Os exames costumam apresentar resultado normal. Tomografia, ressonância magnética, eletroencefalograma, exames de sangue, todos são direcionados para outras causas de dor que possam indicar os sintomas da enxaqueca.
O diagnóstico é feito pela história clínica e o exame físico e neurológico. O médico pedirá exames apenas em casos selecionados em que o risco de outras doenças estiver aumentado.
6) A enxaqueca não tem cura, mas o problema pode ser controlado
Em relação à enxaqueca, não falamos em cura, mas em controle dos sintomas. Como é uma predisposição genética, os sintomas podem voltar sempre que o tratamento for interrompido e até mesmo durante o tratamento.
A meta é reduzir a intensidade e a frequência da dor reestabelecendo, ao máximo, a qualidade de vida. O paciente sempre necessitará de acompanhamento, atenção aos hábitos de vida e terá fases melhores e piores com relação às dores de cabeça.
7) O tratamento exige mudanças no estilo de vida
Todo paciente com enxaqueca deve mudar alguns hábitos de vida. O exercício físico regular ajuda no controle da dor, assim como ter um sono adequado e apostar na manutenção do peso.
Com relação aos alimentos, é fundamental mapear a dor para observar se ela responde a alguma restrição específica. O paciente deve ser acompanhado por um médico de confiança e anotar em um diário de sintomas e como eles evoluem.
8) O uso excessivo e indiscriminado de analgésicos agrava o problema
A enxaqueca é um problema crônico e deve ser combatido com medidas de médio e longo prazo. Os analgésicos comuns cortam a dor, mas podem precipitar mais e mais as crises, com piora da frequência.
Se houver uso acima de dois comprimidos de analgésicos por semana, já é considerado abuso e uma intervenção médica mais radical deve ser tomada para solucionar o caso.
9) Existem medicamentos preventivos de vários tipos
O tratamento mais efetivo para as crises de enxaqueca intensas ou muitos frequentes é a profilaxia. Nesse caso, utilizamos medicamentos diariamente, em doses baixas, para evitar que a dor se inicie. Existem mais de 10 opções de medicamentos que podem cumprir esse papel.
A escolha do medicamento é feita com base no perfil de cada paciente e análise dos efeitos colaterais deste medicamento. A profilaxia é utilizada pelo período mínimo de seis meses e pode ser descontinuada a critério médico.
10) O que fazer durante uma crise de enxaqueca
É fundamental que o paciente busque o repouso, evite lugares muito iluminados ou com ruídos e cheiros fortes. Pode usar compressas geladas na cabeça e técnicas de relaxamento. Quanto às medicações, é recomendado seguir a orientação de seu médico e tomar o remédio antes que a crise piore muito, pois o resultado pode se agravar.
Caso haja impossibilidade de ingerir o medicamento ou a dor piore demais, é recomendado buscar um serviço de pronto-atendimento para receber ajuda e ser medicado. Evite a automedicação e mantenha seu médico sempre informado.
FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/12/dez-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-enxaqueca-3978035.html
1) Enxaqueca é um tipo peculiar de dor de cabeça
Não é qualquer dor de cabeça forte que pode ser chamada de enxaqueca. Pois, ela é uma dor que costuma ser latejante, lateralizada, de intensidade forte, com duração de quatro a 72 horas (se não for medicada) e associada a alguns sintomas, como náuseas, sensibilidade à luz, intolerância aos ruídos e cheiros fortes e piora com atividades do cotidiano.
Alguns pacientes apresentam alterações visuais ou outras alterações neurológicas transitórias antes do início da dor. Para o diagnóstico preciso é fundamental a manifestação crônica e recorrente, sem nenhuma evidência de demais doenças que possam explicar os sintomas. Não precisa apresentar todos os critérios acima, porém boa parte deles deve estar presente.
2) Enxaqueca é comum, principalmente em mulheres
Cerca de 20% da população tem enxaqueca. O público feminino tem três vezes mais predisposição para o problema, sendo que 30% das mulheres em idade fértil sofrem com enxaqueca. São cerca de 35 milhões de brasileiros com essa doença. Entre crianças, os índices chegam a 8%.
A predisposição do sexo feminino ocorre, principalmente, devido à oscilação do hormônio estrogênio que marca o período fértil. Por conta dessa relação com o ciclo reprodutivo, a enxaqueca tende a se manifestar (ou piorar) no período pré-menstrual e no primeiro trimestre da gravidez, podendo melhorar, em alguns casos, após a menopausa.
3) A causa da enxaqueca é genética, mas as crises podem ser precipitadas por fatores ambientais
É preciso ter predisposição genética para desenvolver a doença, tornando o indivíduo mais sensível aos fatores ambientais que levam ao surgimento de uma crise. Os principais fatores externos desencadeantes para o início de uma crise são estresse, distúrbios do sono, oscilação hormonal (estrogênio), alimentação (cafeína, queijos amarelos, embutidos, condimentos, vinho tinto, entre outros), consumo de álcool, ansiedade, alterações climáticas, entre outros.
Todo paciente precisa conhecer sua predisposição e quais estímulos ambientais precisam ser evitados (essa análise tem de ser feita caso a caso, pois nem todo mundo é sensível ao mesmo fator gatilho).
4) O impacto na qualidade de vida é muito alto
Muitas pessoas menosprezam o diagnóstico de enxaqueca e seu impacto na saúde. Até mesmo entre profissionais da saúde existe preconceito com a doença, tratando-a como se fosse fruto de frescura ou vontade de chamar a atenção.
No entanto, a enxaqueca é uma das dores mais intensas e, por isso, capaz de atrapalhar diretamente o desempenho escolar, profissional e social da pessoa. Sua frequência, a resposta variável aos medicamentos e a imprevisibilidade da crise estão associados a um comprometimento direto da qualidade de vida.
Por isso, é importante dar atenção ao problema apostando em um sistema eficaz de prevenção e tratamento. Afinal, a enxaqueca é a segunda causa de perdas de dia no trabalho e escola e gera desconforto crônico aos seus portadores.
5) A enxaqueca não aparece nos exames
A enxaqueca é uma disfunção cerebral e de seus vasos, portanto não é uma alteração estrutural fixa.
Os exames costumam apresentar resultado normal. Tomografia, ressonância magnética, eletroencefalograma, exames de sangue, todos são direcionados para outras causas de dor que possam indicar os sintomas da enxaqueca.
O diagnóstico é feito pela história clínica e o exame físico e neurológico. O médico pedirá exames apenas em casos selecionados em que o risco de outras doenças estiver aumentado.
6) A enxaqueca não tem cura, mas o problema pode ser controlado
Em relação à enxaqueca, não falamos em cura, mas em controle dos sintomas. Como é uma predisposição genética, os sintomas podem voltar sempre que o tratamento for interrompido e até mesmo durante o tratamento.
A meta é reduzir a intensidade e a frequência da dor reestabelecendo, ao máximo, a qualidade de vida. O paciente sempre necessitará de acompanhamento, atenção aos hábitos de vida e terá fases melhores e piores com relação às dores de cabeça.
7) O tratamento exige mudanças no estilo de vida
Todo paciente com enxaqueca deve mudar alguns hábitos de vida. O exercício físico regular ajuda no controle da dor, assim como ter um sono adequado e apostar na manutenção do peso.
Com relação aos alimentos, é fundamental mapear a dor para observar se ela responde a alguma restrição específica. O paciente deve ser acompanhado por um médico de confiança e anotar em um diário de sintomas e como eles evoluem.
8) O uso excessivo e indiscriminado de analgésicos agrava o problema
A enxaqueca é um problema crônico e deve ser combatido com medidas de médio e longo prazo. Os analgésicos comuns cortam a dor, mas podem precipitar mais e mais as crises, com piora da frequência.
Se houver uso acima de dois comprimidos de analgésicos por semana, já é considerado abuso e uma intervenção médica mais radical deve ser tomada para solucionar o caso.
9) Existem medicamentos preventivos de vários tipos
O tratamento mais efetivo para as crises de enxaqueca intensas ou muitos frequentes é a profilaxia. Nesse caso, utilizamos medicamentos diariamente, em doses baixas, para evitar que a dor se inicie. Existem mais de 10 opções de medicamentos que podem cumprir esse papel.
A escolha do medicamento é feita com base no perfil de cada paciente e análise dos efeitos colaterais deste medicamento. A profilaxia é utilizada pelo período mínimo de seis meses e pode ser descontinuada a critério médico.
10) O que fazer durante uma crise de enxaqueca
É fundamental que o paciente busque o repouso, evite lugares muito iluminados ou com ruídos e cheiros fortes. Pode usar compressas geladas na cabeça e técnicas de relaxamento. Quanto às medicações, é recomendado seguir a orientação de seu médico e tomar o remédio antes que a crise piore muito, pois o resultado pode se agravar.
Caso haja impossibilidade de ingerir o medicamento ou a dor piore demais, é recomendado buscar um serviço de pronto-atendimento para receber ajuda e ser medicado. Evite a automedicação e mantenha seu médico sempre informado.
FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/12/dez-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-enxaqueca-3978035.html
2 comentários:
Faço tratamento pra enxaqueca desde os 10 anos de idade... é horrível mesmo. Por vezes, me incapacita muito mais que a Esclerose Múltipla. Mas o tratamento correto diminui muito as crises. Vale a pena consultar um neurologista. ;)
Meu irmão que mora no RJ Bruna, tem esse problema á anos, já consultou com vários especialistas, mas não resolveu muito,só em parte assim como tu.
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