Vida sem glúten 21/12/2012
Celíacos têm intolerância permanente ao glúten.
Alimentação sem glúten é o único tratamento possível.
Os portadores da doença celíaca enfrentam desafios diários para
manter o único tratamento que garante a sua qualidade de vida. Mas esses
desafios não têm nada a ver com custos elevados de alguma medicação ou
com reações indesejadas por causa da ingestão de alguma droga. O grande
inimigo do celíaco é a falta de informação da sociedade.
A doença celíaca se caracteriza pela intolerância permanente ao glúten, uma proteína que está presente no trigo, no centeio, na cevada, na aveia e no malte, e o único tratamento possível para essa patologia é o não consumo de nenhum desses produtos e nem de seus derivados. Mas, para isso, mais que uma enorme força de vontade para resistir a diversas tentações como pães, massas ou bebidas alcoólicas, é necessário ter certeza que o alimento que será consumido está mesmo livre de glúten. E isso, muitas vezes, é mais difícil que parece.
Para evitar o consumo de glúten e manter o tratamento contra a doença, a presidente da Associação dos Celíacos do Brasil/RS (Acelbra), Ana Paula Carneiro, optou por eliminar as idas semanais aos restaurantes com a família.
— Eu acabava me incomodando, me constrangendo, saindo mal. Se você fala que tem intolerância ao glúten ou que é celíaco, ninguém sabe o que é. Se fala que é alérgico, as pessoas acham que é frescura.
Esse constrangimento sentido por Ana Paula é comum entre os celíacos. Isso porque não basta escolher os alimentos que não contem glúten em sua composição, é preciso questionar também sobre o preparo desses alimentos.
— Quando vou a um restaurante e quero comer um arroz, por exemplo, tenho que perguntar se ele foi feito na mesma cozinha que um bolo com farinha de trigo, porque o glúten no ambiente contamina os outros alimentos. Tenho que questionar sobre os temperos, o forno, os utensílios. Tudo isso pode contaminar os produtos e causar alguma reação, especialmente nas pessoas mais sensíveis — declara Ana Paula.
Além do cuidado ao alimentar-se fora de casa, o celíaco também precisa ficar atento aos produtos que compra no supermercado. Apesar da Lei nº 10.674/2003, que obriga a informação sobre a presença de glúten em todos os produtos alimentícios comercializados, diversos alimentos industrializados, como embutidos e molhos prontos, possuem farinha em sua composição e podem ser perigosos para os celíacos.
— Nenhum portador da doença obedece a dieta, mas não é porque eles não querem obedecer, é porque eles consomem glúten sem saber — afirma a gastroenterologista e professora da UFRGS, Themis Reverbel.
Com tantas restrições, a qualidade de vida do celíaco depende muito da informação, que vai desde dados sobre a composição e o preparo dos alimentos até a conscientização das pessoas, que não conhecem a doença e suas implicações.
— A solução para o convívio do celíaco é o mundo ter essa informação, para que as pessoas tenham um pouco mais de cuidado. Os celíacos, hoje, estão mal assistidos, mal orientados e mal cuidados — afirma Ana Paula.
O que a doença celíaca
Inicialmente, pensava-se que a doença celíaca era uma enteropatia do aparelho digestivo. Hoje, já se sabe que ela é mais ampla: trata-se de síndrome de má absorção que está ligada a defeitos estruturais e funcionais do aparelho digestivo, especialmente do intestino delgado. A doença celíaca é considerada uma desordem autoimune, na qual o organismo ataca a si mesmo, caracterizada por uma intolerância permanente ao glúten.
Sintomas
Os principais sintomas da doença celíaca clássica são a diarreia crônica ou a prisão de ventre, inchaço, flatulência, irritabilidade e desenvolvimento insuficiente entre as crianças. A doença também pode ter outras manifestações que, aparentemente, não estão relacionadas a ela como a osteoporose precoce, a anemia e até a infertilidade, tanto masculina quanto feminina.
Tratamento
O único tratamento possível para o portador da doença celíaca é dietoterapia, ou seja, o não consumo de qualquer alimento que contenha glúten.
Diagnóstico
A doença celíaca pode levar anos para ser diagnosticada. Há exames de sangue capazes de identificar anticorpos que são bastante eficazes, porém ainda insuficientes. Após os exames, é necessário também a realização de endoscopia com biópsia e, de acordo com o resultado, o paciente passa por um acompanhamento e a realização de novas biópsias
Grupos de risco
A doença celíaca é hereditária, é preciso uma predisposição genética para ser portador. Somando essa predisposição ao consumo de alimentos com glúten, a doença manifesta-se.
FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/12/falta-de-informacao-dificulta-dieta-de-portadores-da-doenca-celiaca-3988335.html
A doença celíaca se caracteriza pela intolerância permanente ao glúten, uma proteína que está presente no trigo, no centeio, na cevada, na aveia e no malte, e o único tratamento possível para essa patologia é o não consumo de nenhum desses produtos e nem de seus derivados. Mas, para isso, mais que uma enorme força de vontade para resistir a diversas tentações como pães, massas ou bebidas alcoólicas, é necessário ter certeza que o alimento que será consumido está mesmo livre de glúten. E isso, muitas vezes, é mais difícil que parece.
Para evitar o consumo de glúten e manter o tratamento contra a doença, a presidente da Associação dos Celíacos do Brasil/RS (Acelbra), Ana Paula Carneiro, optou por eliminar as idas semanais aos restaurantes com a família.
— Eu acabava me incomodando, me constrangendo, saindo mal. Se você fala que tem intolerância ao glúten ou que é celíaco, ninguém sabe o que é. Se fala que é alérgico, as pessoas acham que é frescura.
Esse constrangimento sentido por Ana Paula é comum entre os celíacos. Isso porque não basta escolher os alimentos que não contem glúten em sua composição, é preciso questionar também sobre o preparo desses alimentos.
— Quando vou a um restaurante e quero comer um arroz, por exemplo, tenho que perguntar se ele foi feito na mesma cozinha que um bolo com farinha de trigo, porque o glúten no ambiente contamina os outros alimentos. Tenho que questionar sobre os temperos, o forno, os utensílios. Tudo isso pode contaminar os produtos e causar alguma reação, especialmente nas pessoas mais sensíveis — declara Ana Paula.
Além do cuidado ao alimentar-se fora de casa, o celíaco também precisa ficar atento aos produtos que compra no supermercado. Apesar da Lei nº 10.674/2003, que obriga a informação sobre a presença de glúten em todos os produtos alimentícios comercializados, diversos alimentos industrializados, como embutidos e molhos prontos, possuem farinha em sua composição e podem ser perigosos para os celíacos.
— Nenhum portador da doença obedece a dieta, mas não é porque eles não querem obedecer, é porque eles consomem glúten sem saber — afirma a gastroenterologista e professora da UFRGS, Themis Reverbel.
Com tantas restrições, a qualidade de vida do celíaco depende muito da informação, que vai desde dados sobre a composição e o preparo dos alimentos até a conscientização das pessoas, que não conhecem a doença e suas implicações.
— A solução para o convívio do celíaco é o mundo ter essa informação, para que as pessoas tenham um pouco mais de cuidado. Os celíacos, hoje, estão mal assistidos, mal orientados e mal cuidados — afirma Ana Paula.
O que a doença celíaca
Inicialmente, pensava-se que a doença celíaca era uma enteropatia do aparelho digestivo. Hoje, já se sabe que ela é mais ampla: trata-se de síndrome de má absorção que está ligada a defeitos estruturais e funcionais do aparelho digestivo, especialmente do intestino delgado. A doença celíaca é considerada uma desordem autoimune, na qual o organismo ataca a si mesmo, caracterizada por uma intolerância permanente ao glúten.
Sintomas
Os principais sintomas da doença celíaca clássica são a diarreia crônica ou a prisão de ventre, inchaço, flatulência, irritabilidade e desenvolvimento insuficiente entre as crianças. A doença também pode ter outras manifestações que, aparentemente, não estão relacionadas a ela como a osteoporose precoce, a anemia e até a infertilidade, tanto masculina quanto feminina.
Tratamento
O único tratamento possível para o portador da doença celíaca é dietoterapia, ou seja, o não consumo de qualquer alimento que contenha glúten.
Diagnóstico
A doença celíaca pode levar anos para ser diagnosticada. Há exames de sangue capazes de identificar anticorpos que são bastante eficazes, porém ainda insuficientes. Após os exames, é necessário também a realização de endoscopia com biópsia e, de acordo com o resultado, o paciente passa por um acompanhamento e a realização de novas biópsias
Grupos de risco
A doença celíaca é hereditária, é preciso uma predisposição genética para ser portador. Somando essa predisposição ao consumo de alimentos com glúten, a doença manifesta-se.
FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/12/falta-de-informacao-dificulta-dieta-de-portadores-da-doenca-celiaca-3988335.html
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