01/12/2012
Passeata aconteceu no final desta manhã, na Avenida Paulista.
Manifestação faz parte da Virada Inclusiva.
Uma manifestação pelos direitos dos deficientes físicos ocupou parte
da Avenida Paulista no final da manhã deste sábado (1º), em São Paulo.
Segundo o Movimento SuperAção,
que organizou o protesto,
cerca de 2 mil pessoas participaram do ato. A
Polícia Militar, entretanto, estima em 500 o número de participantes. A
nona edição da passeata teve direito a carro de som, apresentações
musicais e improvisações de rap.
O ato faz parte da Virada Inclusiva, que acontece até segunda-feira (3)
em mais de 80 cidades de São Paulo. O evento, coordenado pela
Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, celebra o
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado no dia 3 de
dezembro. Na programação, estão atividades voltadas para a cultura,
lazer e esporte, distribuídos entre as ruas, praças, parques, museus e
teatros.
Evento reuniu cerca de 2.000 pessoas em São Paulo, de acordo com a organização
Carlos Mendonça, vice-presidente do movimento,
ficou tetraplégico após um acidente
ficou tetraplégico após um acidente
Nosso objetivo é sensibilizar a sociedade da falta de acessibilidade, e
também comemorar o Dia Internacional do Deficiente Físico”, explicou
Carlos Mendonça, de 30 anos, vice-presidente do SuperAção. O grupo
realiza passeatas na Avenida Paulista, e possui filiais do projeto no
Rio de Janeiro, Porto Alegre e em Santa Fé e San Justo, estas duas
últimas na Argentina. “O principal objetivo é mobilizar pessoas com e
sem deficiência”, acrescentou.
Além da conscientização em relação ao preconceito e o incentivo a
atividades culturais e de lazer, o movimento, formado por cerca de cem
voluntários e mantido pela iniciativa privada, também atua na busca de
melhorias na cidade para pessoas com restrição de mobilidade. “Fizemos
recentemente um ofício reclamando sobre a acessibilidade nos aeroportos,
sobre as dificuldades de embarque, e conseguimos acionar a Anac
(Agência Nacional de Aviação Civil)”, pontuou o vice-presidente.
“Deficiente não é coitado, é uma pessoa com direitos e deveres” diz
Mendonça, que ficou tetraplégico após um acidente automobilístico.
'Você é normal'
Natália, Neide, Diego e sua noiva Denise participam das passeatas desde 2009
A dona de casa Neide Hipólito, de 46 anos, participa do movimento há quatro anos. “Sempre estou lutando pelos direitos dos deficientes", contou Neide, ao lado das filhas Natália e Denise, de 15 e 26 anos respectivamente. A mais nova nasceu com distrofia muscular. “Eles não podem se entregar, tem que lutar pelos seus direitos. Você é normal”, completou a irmã mais velha.
Durante a passeata, o presidente do Movimento SuperAção, Billy Saga, de
34 anos, fez versos improvisados para anunciar o fim do ato. Saga ficou
paralítico aos 20 anos, num acidente de moto. Segundo ele, a ideia de
criar o movimento surgiu após o acidente, quando notou a maneira como as
pessoas com restrição de mobilidade encontravam dificuldades em suas
atividades mais simples.
“Constatei uma realidade de marginalização dos deficientes. As pessoas
se enclausuravam, e eu não gostava daquele formato de movimento de
vitimização, e queria fazer algo com festa, com barulho”, explicou Saga.
Com a primeira passeata em 2004, o projeto ganhou parceiros
importantes, apoio da iniciativa privada, “porque é preciso bancar a
parada”, nas palavras de Billy, ao ponto que a SuperAção já conseguiu
reunir 40 mil pessoas em um evento no Rio de Janeiro, de acordo com a
organização.
Billy (ao centro, de calças vermelhas), junto com voluntários e participantes. 'Mudou, mas ainda falta muito'
Somos 24% da população, precisamos mostrar a demanda, que essa galera
existe”, contou o presidente do movimento, ao explicar que dialoga
frequentemente com o poder público sobre a situação dos deficientes
físicos no país. “O pessoal não mostra a cara porque não sai de casa.
Por causa disso, o dono de um estabelecimento diz ‘vou gastar dinheiro
com uma rampa se eles não vêm no meu restaurante’? Deveres todo mundo
tem, pagam impostos como todo mundo, mas os direitos ainda são
negligenciados.”
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