09.01.2013
Para tratamento de certos cânceres, principalmente o câncer no
sangue, o procedimento padrão é a quimioterapia seguida do transplante
de medula óssea. A finalidade do transplante é a transferência células
hematocitopoiéticas, um tipo de célula-tronco que se transforma em
hemácias, leucócitos e plaquetas, responsáveis pela oxigenação, combate à
infecção e coagulação sanguínea.
A coleta das células hematocitopoiéticas pode ser feita de duas
formas. Uma das formas é o transplante de medula (BM), uma cirurgia de
duas ou três horas, com anestesia geral, em que a medula óssea é
coletada do osso da bacia com uma agulha e seringa. A outra forma é
chamada de coleta periférica de células tronco sanguíneas (PBSC), e
consiste em cinco dias de aplicação de um produto que faz com que as
células-tronco migrem para o sistema circulatório por um período de
alguns dias, onde podem então ser coletadas por um procedimento chamado
aférese.
O doador que passa pelo processo da PBSC sofre dores durante o
período de tratamento de cinco dias de tratamento com citocinas, e os
doadores de medula óssea tem mais desconforto logo após a doação, mas os
dois tipos de doadores não têm mais sintomas quatro semanas após a
doação.
Apesar do procedimento de PBSC ser o mais comum nos Estados Unidos,
até o fim do ano passado não havia nenhum estudo que apontasse qual o
melhor método. O estudo feito pelo hematologista Ned Waller é o primeiro
nesta área, e envolveu 48 centros e uma seleção de 551 pacientes, e não
encontrou diferenças significativas na taxa de sobrevivência nos dois
anos seguintes, nem nas taxas de rejeição, ou em doenças agudas de
doença enxerto versus hospedeiro (GVHD).
Entretanto, e esta é a descoberta importante do estudo, os pacientes
que usaram células-tronco sanguíneas tiveram uma taxa maior de GVHD
crônicas. A GVHD é uma complicação difícil, algumas vezes ameaça a vida
dos pacientes, e envolve danos infligidos ao novo sistema imune do
transplantado, no fígado, pele e sistema digestivo.
A descoberta vai gerar discussões entre os pesquisadores da área de
transplante sobre qual a melhor opção para tratamento, se a doação de
medula ou o transplante de células-tronco sanguíneas, e em que situações
usar cada opção. [Medical Xpress]
Nenhum comentário:
Postar um comentário