21 de janeiro de 2013
São Paulo - A disputa dos Estados interessados em abrigar a fábrica e
o centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de medicamentos
biotecnológicos da BioNovis, empresa criada no ano passado pela
associação dos laboratórios nacionais EMS, Hypermarcas, União Química e
Ache, aumentou bem nos últimos meses.
Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina,
inicialmente cotados, a lista de candidatos foi ampliada por Minas
Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul. O projeto prevê investimentos de R$ 1
bilhão em oito anos.
"Aqui não é incentivo fiscal que faz a diferença", afirma Odnir
Finotti, presidente da BioNovis.
"Existem pré-requisitos técnicos que
precisamos avaliar antes." E o fundamental, segundo ele, é a capacidade
instalada da região em fazer inovação. Também vai pesar na decisão a
existência de infraestrutura de estradas, aeroportos, portos e atrativos
de mão de obra especializada, entre outros.
Primeira grande empresa brasileira a ingressar no mercado de
remédios biotecnológicos (feitos a partir de células vivas), a BioNovis
já nasceu com vocação para ser uma empresa global. Em cinco anos, ela
quer ser o maior laboratório de biotecnologia da América Latina e, em
dez anos, competir em escala mundial. É um mercado de US$ 180 bilhões no
mundo e de US$ 4 bilhões no Brasil que hoje depende exclusivamente da
importação desses produtos.
A primeira etapa do projeto prevê investimentos de R$ 500
milhões para construção da fábrica e do laboratório de P&D,
realização de estudos clínicos e formação de mão de obra, entre outras
destinações. "Em oito anos, o projeto vai consumir mais de R$ 1 bilhão,
dos quais 60% a 70% dedicados a pesquisa", afirma Finotti. O início das
obras está previsto para o segundo trimestre deste ano.
Os medicamentos biotecnológicos são usados para combater as
chamadas doenças de alta complexidade, como as autoimunes, câncer e Esclerose Múltipla, por exemplo. São produtos caros, de tecnologia de
ponta e alto valor agregado. O custo do tratamento com esse tipo de
remédio, em quase a totalidade dos casos, acaba sendo bancado pelo
Ministério da Saúde. A BioNovis espera ter o primeiro medicamento de
biotecnologia produzido no País em 2016, afirma Finotti.
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