CIENTISTAS ESPANHÓIS DESENVOLVEM VACINA CAPAZ DE PREVENIR ALZHEIMER

17/1/2013

Pesquisadores acreditam que estratégia pode duplicar a esperança de vida dos pacientes com a doença.


Um grupo de cientistas espanhóis desenvolveram a primeira vacina capaz de prevenir o Alzheimer e reverter suas manifestações quando a doença já estiver desenvolvida, como evidenciaram os testes realizados em ratos de laboratório.

O Dr. Ramón Cacabelos, diretor do projeto, apresentou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, a vacina EB-101 e a documentação científica pela qual já obteve a patente para sua fabricação nos Estados Unidos, onde o grupo de cientistas está administrando, com várias multinacionais, o início dos estudos clínicos em humanos.

— Os pesquisadores estão preparados para começar, em três ou quatro meses, esses testes clínicos, que podem durar de seis a oito anos, mas tudo dependerá dos requerimentos feitos pela administração reguladora dos remédios nos Estados Unidos (FDA).

Por enquanto, com os testes que foram realizados em ratos, os pesquisadores consideram que essa estratégia pode duplicar a esperança de vida dos pacientes com Alzheimer (atualmente podem viver de três a oito anos). No entanto, para os doutores, o mais importante não é prolongar a vida, mas melhorar as condições e a dignidade das pessoas que sofrem com a doença.

Estima-se que haja cerca de 36 milhões de pessoas com a doença e a previsão é de que em 2030 esse número chegue a 66 milhões e, em 2050, a cerca de 115 milhões.

Procedimento

Segundo Cacabelos, os testes foram feitos em ratos portadores das principais mutações genéticas responsáveis pela doença em seres humanos, o que evidenciam uma maior eficácia. No modelo preventivo de vacina, foi comprovado que os animais imunizados não desenvolviam a doença ao longo da vida, não sofriam transtornos imunológicos e não apresentaram reações vasculares hemorrágicas no cérebro. No modelo terapêutico e nos animais que apresentavam sinais de degeneração cerebral, ficou evidente que a vacina deteve o processo degenerativo e reduziu de forma "espetacular" os traços patogênicos que caracterizam o cérebro do doente (depósitos de beta-amilóide, novelos de neurogibrilares e reações neuroinflamatórias mediadas pelas células gliais).



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