17/01/2013
Mãe ajuda os dois filhos a praticarem atividades
corriqueiras.
corriqueiras.
Doença faz com que os movimentos e a força sejam perdidos gradualmente.
'Conhecimento é tudo que um pai, uma mãe pode dar a um filho', diz Luisa.
Mãe de quatro filhos, a funcionária pública Luisa Maria Mattos busca na
fé o principal apoio para dar a educação necessária a eles. Moradora de
Barra do Ribeiro, na Região Metropolitana de Porto Alegre,
ela encontra dificuldades porque dois deles sofrem de uma doença rara
que prejudica gradualmente os movimentos e a força dos músculos.
Segundo ela, as dívidas e outros problemas vividos diariamente são
amenizados pela tarefa cumprida de proporcionar conhecimento aos filhos.
Eles sofrem de distrofia muscular progressiva tipo Duchenned.
"Acho que o conhecimento é tudo que um pai, uma mãe pode dar para um
filho", diz Luisa. "Para os meus filhos eu sempre digo, seja na cama, na
cadeira, vamos ser felizes. Vamos ser felizes com o que a gente tem,
com o que a gente pode ter", completa.
Mais velho, Matheus tem 27 anos e faz faculdade de engenharia de
sistemas digitais na UERGS desde 2005. No começo ele conseguia ir até o
campus, mas a partir de 2011 se viu impossibilitado. Marina, irmã de 23
anos, descobriu, na ocasião, que professores da universidade podem dar
aulas a domicílio. Foi então que Matheus começou a estudar em casa.
Matheus tem 27 anos e começou a estudar em casa.
Marconi, o mais novo, tem 15 anos e está na 8ª série. Todos os seus
movimentos dependem da ajuda de outra pessoa. Ele não consegue mais
trocar a página de um livro ou caderno. João Lucas, que dos quatro é o
caçula, com 12 anos, se esforça para ajudar a mãe com os afazeres
domésticos, além de prestar auxílio aos irmãos.
Quando os filhos ainda eram pequenos, Luisa percebeu que eles começaram
a ficar com dificuldades nas atividades básicas do dia a dia, como
subir em uma calçada. "Eu acho que foi com 13 ou 14 anos que eu parei de
andar e fui para a cadeira", conta Matheus. "O doutor me preparou,
disse que ele ia viver no máximo 20 anos", lembra a mãe.
Matheus tinha 12 anos quando Marconi nasceu. Ele foi diagnosticado com a
mesma doença em seguida e parou de caminhar aos 10 anos. Hoje os dois
estudam através de notebooks. "O Marconi precisa de uma mesa para usar o
computador e uma impressora para quando ele ir para o colégio", explica
Luisa.
Marconi gosta de rap e até compôs uma
músic.
músic.
Marconi gosta de música. Ele é fã do músico Emicida, gosta de cantar
rap e já fez apresentação na escola. "Não importa a dificuldade, tem que
continuar a viver", salienta. Já Matheus é mais quieto, passa os dias
no computador, estudando.
O mais velho estuda em casa amparado por uma lei direcionada a quem tem
problemas graves de saúde, mas não sabe se poderá continuar. Sem
professor, ele foi reprovado na única disciplina que cursava e, pelas
regras do Ministério da Educação (MEC), teria a matrícula cancelada pela
UERGS. A mãe tenta reverter a situação. Ela sonha conseguir um
professor que vá até a casa da família.
"A faculdade é tudo. Na minha família só temos um formado até agora, e
quero que meus filhos sejam os próximos", diz Luisa. "Para continuar
estudando eu preciso de um computador mais moderno e continuar
matriculado na faculdade", completa Matheus.
Luisa sustenta a família com seu salário e o auxílio que recebe da
pensão do pai dos filhos. Com a ajuda dos chefes, a mãe consegue fazer
um horário flexível. "Vou e volto de bicicleta. Às vezes estou no
colégio (onde trabalha), eles me ligam querendo ir ao banheiro, e eu
volto", conta.
O segredo de Luisa e se apoiar na fé. Como ela diz, é deus que a
empurra. "É a fé que me move, todo o dia eu levo uma rosinha para minha
santinha e peço para ela cuidar de mim, dos meus filhos. Peço paciência e
saúde", ressalta. "Meus filhos são tudo para mim. Levanto e agradeço a
Deus por eu ter força. Não quero parar no caminho", encerra.
Para ajuda, a família disponibiliza uma conta no nome de Luisa Maria
Mattos Rodrigues. O banco é Banrisul, a agência 0123 e a conta corrente,
3501089202.
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