30/09/2012
Coral Vozes em uma das apresentações.
A música traz benefícios psicológicos e físicos', diz regente.
Coral existe desde 1995 e exerce um trabalho de socialização e aprendizado.
As aulas e apresentações de um coral de Patos de Minas,
no Alto Paranaíba, têm contribuído para a melhora de vida de muitos
integrantes. Alguns alunos participam em família e relataram que é
possível superar limites e quebrar preconceitos através da música.
Segundo o regente Sérgio Cunha, alguns membros fazem parte do grupo
desde a fundação e garantem que a música traz benefícios não só
psicológicos, mas físicos também.
Ainda de acordo com Sérgio, o coral denominado ‘Vozes’ existe desde
1995 exerce um trabalho de socialização e aprendizado. O grupo, que
conta atualmente com mais de 35 pessoas, faz apresentações sem fins
lucrativos e tem em no repertório óperas, musicais e clássicos da música
brasileira. “O coral é uma das minhas escolas e aprendo com as
dificuldades dos alunos, o que contribuiu tanto para a minha formação
quanto para a deles”, disse.
Maria das Graças Vieira tem 60 anos e participa do coral junto com a
filha Tatiane Aparecida Vieira, de 28 anos. Ela contou que a as
atividades no grupo musical mudaram completamente a vida delas e da
família. “Aos 12 anos a Tatiane teve Esclerose Múltipla e parou de andar
e enxergar e a música foi algo maravilhoso na vida dela, porque ela não
saía de casa, não tinha amigos e nada para fazer. O coral a tem ajudado
muito e também a mim”, contou.
“Ela foi a primeira deficiente a entrar no conservatório e nós sofremos
muito com o preconceito, mas hoje ela canta, toca piano e ainda fala
três idiomas. E quando temos que tirar músicas estrangeiras, que são
mais difíceis, ela me ensina em casa”, comentou Maria das Graças.
Maria das Graças contou, ainda, que o coral ajuda a lidar com as
dificuldades. “Eu pretendo ficar no coral enquanto der porque é algo que
me ajuda no dia a dia. Se tivesse coral todos os dias é algo que seria
muito gostoso na minha vida. Quando me apresento eu me sinto alguém, me
‘sinto gente', me sinto feliz no meio de tanta gente me olhando cantar. O
regente é exigente, mas aprendemos muito com ele”, comentou.
Para a filha Tatiane Aparecida, o coral é a segunda família. “Tenho
muitas amizades e são pessoas com quem eu posso contar sempre. No dia em
que não temos aula, eu e minha mãe sentimos falta”, disse.
Tatiane contou também que a participação no grupo influencia também no
bem estar. “Fico menos estressada e cansada. Quando começamos a aquecer
sinto que tudo muda porque ficamos com um astral melhor e saímos de lá
sorrindo e brincando”, contou.
“Estar cantando e atuando é algo gostoso porque você não é mais a
pessoa que é no dia a dia, você é o personagem”, concluiu a musicista.
Geralda de Freitas, que gosta de ser chamada como Naná, tem 75 anos de
idade e é a integrante mais antiga do coral. Segundo ela, os dias em que
têm aula são especiais. “O coral é tudo para mim, é o momento de estudo
onde posso aperfeiçoar o canto e me traz realizações de vida. Gosto
muito e não perco os ensaios e nem as aulas”, contou.
Integrantes disseram que o coral é como uma
segunda família.
segunda família.
“Faz bem para a saúde física e espiritual porque eu, por exemplo, que
já estou na terceira idade, percebo que ajuda a minha memória, pois
temos que estudar e decorar as músicas”, comentou.
Geralda finalizou ressaltando que enquanto tiver condições estará no
coral uma vez que, segundo ela, é algo que a completa. “Nas
apresentações me sinto realizada e alegre porque vemos que o público
gosta, aplaude, comparece e vemos que eles apreciam muito a música
clássica. Sempre que o coral faz qualquer apresentação o ambiente sempre
está repleto e recebemos muitas palavras de incentivo do público.
Sentimos que estamos passando uma mensagem de alegria”, contou.
Terezinha Maria de Magalhães tem 66 anos e participa há cinco anos do
coral junto com duas filhas.
Ela afirmou que muita coisa mudou desde
então. “Mudou no bem estar físico e mental, porque às vezes estou
chateada e quando vou para o coral esqueço tudo. A gente se transforma”,
comentou.
“O coral é um momento de relaxamento e ajuda também na saúde física
porque trabalhamos a postura e respiração também. No caso da minha mãe
ajudou muito porque antes ela era muito agitada e nervosa”, destacou uma
das filhas de Terezinha, Maristela Magalhães.
A irmã de Maristela, Gisele Magalhães, reafirmou o que foi dito pela
mãe. “Depois de um dia estressante de trabalho participo do coral e
acaba sendo como uma terapia. Não consigo viver sem, não há como me
desligar da música, pois está na alma”, disse.
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