14/10/2012
Linfócitos do tipo B10 foram usados em ratos com resultado positivo.
Pesquisa diz que células agem também contra outras doenças autoimunes.
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, descobriram que um raro tipo de linfócito (célula do sistema imunológlico) pode ajudar no tratamento de doenças autoimunes graves, como Esclerose Múltipla e Atrite Reumatoide.
O estudo, publicado na revista "Nature" deste domingo (14), aponta que
as células foram reproduzidas em laboratório e inseridas novamente em
organismos de ratos doentes, com resultados positivos.
As células estudadas, um subgrupo dos linfócitos chamados de B10, são
encontradas em pequena concentração nos organismos. Elas são, no
entanto, importantes para controlar inflamações e o processo autoimune,
de acordo com a pesquisa.
As células B10 produzem uma proteína, a chamada IL-10, que ajuda a
controlar a resposta do sistema imunológico durante infecções, reduzindo
danos causados deliberadamente a tecidos do corpo, segundo a pesquisa.
Tratamento
Ratos com sintomas de esclerose múltipla receberam linfócitos B10 em seu organismo. Após algum tempo, os efeitos da doença foram reduzidos de forma substancial, quase eliminando o distúrbio, de acordo com o estudo.
"Células B regulatórias são uma nova descoberta que ainda estamos
começando a entender", afirma o autor da pesquisa, o professor de
imunologia Thomas Tedder, à revista "Nature". Para ele, as células B10
são importantes porque garantem que a resposta do sistema imunológico
não saia do controle, resultando em destruição de tecidos e outros
efeitos de doenças autoimunes.
"Este estudo mostra pela primeira vez que há um processo que determina
quando e como estas células produzem IL-10", afirma Tedder. A descoberta
é que a célula B10 responde a tipos específicos de antígenos - quando
isso ocorre, estes linfócitos e suas proteínas agem para desativar
outros tipos de células do sistema imunológico que poderiam causar
destruição de tecidos do organismo.
Os cientistas descobriram que, mesmo sendo reproduzidas em laboratório,
as células B10 obtidas de ratos mantém sua capacidade de controlar o
sistema imunológico. Os próximos passos do estudo incluem entender como
funciona a reprodução de linfócitos B10 humanos e determinar se o uso
terapêutico das células terá o mesmo efeito que o ocorrido em ratos.
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