QUEDA DA TESTOSTERONA ATINGE 20% A 30% DOS HOMENS COM MAIS DE 40 ANOS

Saúde masculina   01/08/2013 

Aos 70 anos, mais da metade sofre com deficiência do hormônio.
As consequências podem ser o desenvolvimento de doenças metabólicas e cardiovasculares.


De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 20% a 30% dos homens com mais de 40 anos sofrem com a redução hormonal e suas consequências.
Chamada de Deficiência Hormonal Masculina ou Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), a queda gradual da testosterona é semelhante à menopausa, fase que ocorre na vida de todas as mulheres como consequência da falência dos ovários, que deixam de produzir os hormônios estrogênio e progesterona.

À medida que os homens envelhecem, o semelhante acontece com eles. A partir dos 30 anos, os níveis de testosterona — principal hormônio masculino —, começam a cair até 1% por ano. A redução, apesar de gradual, é permanente.

Por volta dos 50 anos, cerca de 10% apresentam níveis baixos de testosterona. Aos 70, mais da metade sofre com deficiência do hormônio e, aos 80, a maioria tem níveis de testosterona e comportamentos semelhantes ao de meninos antes da puberdade — explica o ginecologista Joji Ueno, responsável pelo setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês.

O diagnóstico e tratamento corretos da deficiência hormonal podem trazer melhorias para a qualidade de vida do homem e de sua família. No entanto, a detecção do problema é, muitas vezes, difícil, visto que os sintomas podem ser confundidos com sinais de outras doenças, como hipotireoidismo e depressão.


Como diagnosticar
Os sintomas da Deficiência Androgênica são muito semelhantes às manifestações da menopausa em mulheres. Dentre eles estão fadiga intensa, níveis de depressão, irritabilidade e distúrbios de ansiedade.

Outras manifestações relacionadas incluem alterações inexplicáveis de humor, sensibilidade, insônia, diminuição da libido, fraqueza, perda de massa muscular e dificuldade para obter ereções.

Quando os sintomas são detectados, devem-se realizar exames para eliminar a possibilidade de doenças com manifestações semelhantes, como algumas do fígado e da tireoide, anemia, alcoolismo, diabetes e depressão.

Segundo Ueno, a dosagem de testosterona livre no plasma é o principal teste, em que deve ser feita em uma amostra de sangue colhida pela manhã, em jejum. Se os níveis estiverem abaixo de 200 nanogramas/dl e a pessoa não possuir fatores de risco significativos, a terapia de reposição de testosterona (TRT) pode ser iniciada.

A terapia só deve ser realizada sob supervisão médica, sendo contraindicada em homens com risco de câncer de próstata, PSA elevado, doenças no fígado, altos níveis de gordura no sangue ou passado recente de tromboses.

A TRT tem vários efeitos colaterais importantes, sendo necessária a realização de exames de acompanhamento a cada três ou seis meses. A boa notícia é que, desde que indicada e realizada de modo responsável, produz resultados eficazes.


Segundo Joji Ueno, além de buscar tratamento especializado, existem algumas medidas que se pode adotar para lidar melhor com os sintomas da andropausa. Entre elas estão:


— Aprender técnicas eficazes para lidar melhor com o estresse

— Seguir uma alimentação nutritiva, com pouca gordura e rica em fibras e vegetais

— Beber pelo menos 8 copos de água por dia

— Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e cafeína

— Manter um padrão de sono saudável

— Praticar atividade física regularmente.


Riscos de doenças associadas ao envelhecimento
O tratamento do DAEM é importante para a manutenção da saúde do homem na maturidade. Isso porque diversos estudos têm demonstrado que a queda das taxas de testosterona associada ao avanço da idade está ligada também a males crônicos, especialmente àqueles que representam alto risco para o desenvolvimento de doenças metabólicas e cardiovasculares. Entre elas estão diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão e dislipidemia (colesterol alto).

Além disso, esse déficit hormonal também pode acarretar sintomas psicológicos, como depressão, irritabilidade e dificuldade de concentração.

Ueno destaca, no entanto, que se a doença for tratada, melhora consideravelmente o bem-estar e o desempenho mental e físico, oferece efeitos positivos sobre o humor, auto estima e vitalidade geral, aumenta a massa, a força muscular e a densidade mineral óssea e, no plano sexual, traz uma importante melhora da libido e das ereções. 


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