Desequilíbrio 09/08/2013
Estado de tensão e alerta pode liberar de hormônios que comprometem saúde cardíaca.
Além de enfrentar uma intensa rotina de
trabalho, quem vive nas grandes cidades precisa lidar diariamente com
fatores bastante desgastantes como o trânsito e a violência. Embora
muitos tenham se acostumado ao ritmo dos grandes centros urbanos,
enfrentar a rotina dentro deles gera muito mais do que um desgaste
físico e emocional.
— O estresse vivido por quem mora na cidade
causa o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, além de
provocar a liberação de hormônios que também podem prejudicar o coração —
afirma a cardiologista do Hospital do Coração (HCor), Magaly Arrais.
Magali explica que, em função do estado de
tensão e alerta contínuo do corpo, o cérebro sofre alterações que levam a
uma liberação de altos níveis de hormônios que geram instabilidade no
organismo e podem provocar espasmos na artéria coronária que irriga o
coração, além de lesionar células cardíacas, conhecidas como miócitos,
por causa do aumento dos radicais livres.
— O excesso de hormônios como o cortisol e a
adrenalina, por exemplo, aumenta os batimentos cardíacos e eleva a
pressão arterial. Por isso, pessoas predispostas ou com problemas
cardíacos podem sofrer infartos e até vir a óbito, caso sejam expostos a
altos níveis de tensão e ansiedade — explica a médica.
Para enfrentar a rotina urbana de maneira
saudável, é preciso se cuidar. Por isso, a psicóloga Priscila Regina
Torres Bueno explica como identificar sinais de tensão que possam
indicar níveis mais altos de estresse.
— Estresse é uma condição de desequilíbrio
do funcionamento físico e mental e pode ocorrer quando o organismo
precisa lidar com situações que exigem um grande esforço físico e
emocional para serem superadas. Fatores como competição profissional,
violência, insegurança, mudanças na rotina familiar, profissional ou
perdas financeiras podem desencadear o problema — afirma Priscila.
De acordo com a psicóloga, os sintomas que
indicam níveis mais altos de estresse podem aparecer em estágios, muitas
vezes não percebidos pelas pessoas. Primeiramente há a fase de alerta
que pode causar tensão ou dores musculares, irritabilidade,
sensibilidade emocional, ansiedade e inquietação. O estágio seguinte é o
da resistência ao fator que gera o estresse, no qual podem surgir
cansaço e perda de memória.
— Quando o organismo não consegue se adaptar
ao fato que causa o estresse, o indivíduo entra na fase da exaustão.
Nesse estágio pode haver dificuldade de concentração, perda de memória,
falta de interesse sexual, impotência, infecções ginecológicas,
distúrbios menstruais, erupções dermatológicas, quedas de cabelo, perda
ou ganho de peso, desânimo, questionamentos pessoais e profissionais,
além de sintomas de ansiedade, pânico e depressão — revela a psicóloga.
Para combater todos esses problemas, a
melhor opção ainda é relaxar. Para isso, Priscila também tem algumas
dicas. Segundo ela, quando o organismo fica em alerta ou sob tensão, ele
precisa entrar em equilíbrio para se recuperar. Por isso, é fundamental
desfrutar de momentos que tragam prazer e relaxamento, como a prática
de exercícios físicos e o cultivo de relacionamentos saudáveis que
possam funcionar como suporte emocional. Além disso, é muito importante
reconhecer os próprios sentimentos, os sintomas de estresse e procurar o
apoio de pessoas próximas ou de especialistas que auxiliem a enfrentar o
problema, propondo modelos de comportamento mais adequados diante de
cada dificuldade do dia-a-dia.
— Vale lembrar que a ingestão de bebida
alcoólica, cigarro e o excesso de comida não auxiliam a pessoa. O ideal é
buscar o equilíbrio emocional de maneira saudável — finaliza a
psicóloga.
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