O LADO AMARGO DO ADOÇANTE

10 de agosto de 2013 

SUBSTÂNCIA PODE ATÉ COMPROMETER A DIETA QUANDO O ORGANISMO NÃO RECEBE O AÇÚCAR ESPERADO E PASSA A EXIGIR MAIS ENERGIA.



Pesquisas feitas nos últimos 40 anos mostraram que os adoçantes não têm impacto direto na perda de peso nem efeitos positivos na prevenção de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e cardiovasculares. Além disso, sua ingestão está ligada a mudanças nos mecanismos de resposta do cérebro a sabores doces, o que pode impactar a sensação de saciedade.

Um novo estudo, divulgado na revista científica Cell Press, traz um novo complicador. Ao analisar pesquisas sobre os edulcorantes feitos nos últimos anos, a professora de neurociência comportamental Susan Swithers, da Universidade Perdue (EUA), concluiu que esses produtos podem provocar um efeito contrário ao esperado.

– Adoçantes não oferecem energia, logo seu consumo pode induzir as pessoas a buscarem alimentos calóricos que supram a necessidade energética e de satisfação – explica Susan, sugerindo que o ideal é reduzir o consumo tanto de açúcar quanto de adoçante:

– Simplesmente substituir o açúcar por adoçante artificial não parece ter produzido resultados positivos na saúde.

O gosto doce serve para estimular respostas fisiológicas que ajudam a manter o equilíbrio energético do corpo. Ele sinaliza ao organismo a entrada de alimentos com alto valor energético, facilitando a absorção e a utilização da energia. Os adoçantes, porém, têm um gosto doce intenso, mas baixo valor calórico.

– O uso de adoçantes pode enfraquecer a ação do sabor doce como um sinal da ingestão de alimentos energéticos – ressalta Susan.

Especialista em nutrição humana, Fabiana Nalon diz que os adoçantes em geral deveriam ser usados apenas quando houvesse necessidade:

– É uma questão de educar o paladar. O ideal e correto é aprender a gostar do sabor do alimento natural, e não mascará-lo com o sabor mais doce.

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