Qualidade de vida | 02/10/2011
Veja exemplos de envelhecimento saudável – e inspire-se para chegar lá
Garibaldi Almeida Wedy, de 97 anos, malha na academia.
Aos 97 anos, o desembargador aposentado Garibaldi Almeida Wedy poderia passar suas tardes em casa, na cama, assistindo o término da vida. Ou mesmo doente, entregue à depressão, a exemplo de outras tantas pessoas que já passaram dos 60 anos no Brasil, uma população de 19 milhões.
Ao invés disso, esse simpático senhor veste tênis e abrigo e vai para a academia malhar.
— Eu me sinto mais à vontade, com mais disposição para enfrentar a caminhada da vida — relata o contemporâneo de João Belchior Marques Goulart, o Jango.
Quem tira o aposentado de casa o leva para treinar por cerca de uma hora é o educador físico Paulo Ayres, seu personal trainer há mais de 15 anos. Ayres foi contratado pela família do desembargador quando ele ficou viúvo, na tentativa de fazê-lo se mexer para mantê-lo ativo. A parceria deu certo e ainda rendeu aos dois a amizade.
— Ele é disciplinado, faz a sua série de exercícios e ainda enche a casa, inspirando todos ao seu redor com suas histórias — elogia Ayres, lembrando que seu aluno ainda desenvolve outras atividades admiráveis para quem chega a uma idade tão avançada, como escrever livros (está no 11°), participar de uma confraria de Tango, viajar, entre outros programas.
Ao invés disso, esse simpático senhor veste tênis e abrigo e vai para a academia malhar.
— Eu me sinto mais à vontade, com mais disposição para enfrentar a caminhada da vida — relata o contemporâneo de João Belchior Marques Goulart, o Jango.
Quem tira o aposentado de casa o leva para treinar por cerca de uma hora é o educador físico Paulo Ayres, seu personal trainer há mais de 15 anos. Ayres foi contratado pela família do desembargador quando ele ficou viúvo, na tentativa de fazê-lo se mexer para mantê-lo ativo. A parceria deu certo e ainda rendeu aos dois a amizade.
— Ele é disciplinado, faz a sua série de exercícios e ainda enche a casa, inspirando todos ao seu redor com suas histórias — elogia Ayres, lembrando que seu aluno ainda desenvolve outras atividades admiráveis para quem chega a uma idade tão avançada, como escrever livros (está no 11°), participar de uma confraria de Tango, viajar, entre outros programas.
Aos 80 anos, Jacquely de Villeréglan é um ícone de vitalidade e disposição física e mental.
Aos 80, a bibliotecária aposentada Jacquely de Villeréglan também inspira pela disposição, bom humor contagiante e uma inesgotável energia, que ela atribui a sua personalidade, é claro, mas também ao fato de manter a mente sempre ocupada. No caso dela, a preferência é pela música, sua grande paixão.
— Trabalhei até os 70 e se me deixassem estava lá ainda (na Biblioteca Pública Ligia Meurer, na Capital). Hoje vou a concertos, ao cinema, encontro as minhas amigas, vou à ginástica três vezes por semana. Costumo dizer que idosos devem conservar a afeições e boas lembranças — ensina Jacquely.
O que é longevidade
— Trabalhei até os 70 e se me deixassem estava lá ainda (na Biblioteca Pública Ligia Meurer, na Capital). Hoje vou a concertos, ao cinema, encontro as minhas amigas, vou à ginástica três vezes por semana. Costumo dizer que idosos devem conservar a afeições e boas lembranças — ensina Jacquely.
O que é longevidade
Se por um lado os avanços da medicina, das políticas públicas de saúde e a melhoria das condições sanitárias estão permitindo que se viva cada vez mais, por outro não se pode deixar que essas pessoas envelheçam sem qualidade de vida.
— O Brasil sempre foi considerado um país de jovens. A preocupação com o envelhecimento vem de no máximo duas décadas, quando os demógrafos do mundo inteiro começaram a se dar conta que o envelhecimento da população estava ocorrendo mais nos países em desenvolvimento e não nos países desenvolvidos, como se pensava. Projeta-se inclusive que, em 2050, o Brasil será o quinto país do mundo em número de idosos — explica o geriatra Emilio Moriguchi, representante do Brasil no grupo de pesquisa do envelhecimento na Organização Mundial da Saúde (OMS).
Diante deste cenário, a OMS lançou há uma década o conceito active age (envelhecimento ativo), que consiste numa programa para que os idosos mantenham a autonomia, a independência e a felicidade.
— Uma vida longa não necessita ser sofrida. Além da questão do sofrimento, o idoso que depende de outras pessoas em função de doenças fali um sistema financeiro de um país porque custa muito dinheiro cuidar de idosos — afirma Moriguchi.
O especialista ressalta que o ideal é que se comece o quanto antes a prevenir doenças, mas isso não significa que uma pessoa com uma doença crônica não deva ser estimulada, pelo contrário:
— A mudança de vida funciona para o idoso também, isso já está comprovado. Uma pessoa de 70 anos, com problemas de locomoção, deve começar com programas de fisioterapia e, com motivação, logo estará nos grupos de convivência. Tiramos pessoas da depressão dessa forma, e sem remédio — revela o médico, frisando que verdadeiras mudanças ocorrem na vida dessas pessoas quando elas começam a conviver com pessoas da mesma idade, quando se distraem, dançam, ouvem música e assim por diante.
— Tudo depende de como a gente pensa, com quem a gente vive e como a gente vive — finaliza.
Dicas para sentir-se melhor
:: Mantenha-se sempre em atividades intelectuais, como ler, escrever, tricotar e ir ao cinema. O cérebro em atividade pode ajudar na manutenção da memória e criar novos desafios, funcionando como uma injeção de ânimo constante.
:: As atividades físicas também nunca podem ser deixadas de lado. O exercício ajuda a combater o estresse e libera substâncias responsáveis pela sensação de prazer.
:: Uma motivação é participar de algum grupo social, como os voltados para a terceira idade. Mas também entram na lista os grupos de música, viagem, de igrejas e até voluntariado.
:: Se mesmo assim ainda for comum a sensação de desânimo, é recomendado buscar ajuda de um profissional da saúde.
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