PREVENIR É POSSÍVEL.

20 de agosto de 2011
AVC
Conhecer as causas e os sintomas ainda é a melhor arma para evitar o AVC, doença que mais mata no país
Até o final da leitura deste texto, uma pessoa terá morrido em decorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) – principal causa de óbito no Brasil. A incidência aumenta em 20% no inverno e as regiões Sul e Sudeste são as que mais somam casos de derrame. Prevenir o aparecimento da doença é simples. Basta seguir as determinações da boa saúde: alimentação de qualidade, controle do colesterol, da pressão arterial, além de cultivar a prática de exercícios físicos e não fumar.

O coração batendo descompassado e uma tosse insistente são alguns dos sintomas mais frequentes de quem esteve próximo a ter um derrame, como Maria Amelia Mello Pinho, 72 anos. Em meados de 2008, crises sucessivas de estresse fizeram com que a aposentada saísse em disparada para o pronto-socorro, em Gravataí, município da Região Metropolitana.

– Foi um susto. Precisei levar uns choques no peito e ser internada. Depois desse dia, passei a tomar anticoagulante diariamente e controlar mês a mês os níveis de coagulação do sangue – conta Maria Amelia.

O fato de ter as taxas de glicose, colesterol, e os níveis de pressão equilibrados podem ter ajudado a livrar a aposentada de ter um AVC. Sorte não desfrutada por 400 mil indivíduos a cada ano no país – o equivalente ao número de habitantes de Caxias do Sul, a segunda cidade mais populosa do Estado. Desses, até 30% morrem em seguida do ataque. Do restante, 60% morre em cinco anos.

A principal causa do AVC isquêmico, o tipo mais fatal e que mais deixa sequelas, é a hipertensão arterial. Para abordar o assunto e trabalhar na prevenção, na quarta-feira passada foi celebrado o Dia da Consciência Vascular, sob o tema Mantenha-se em Circulação.

A forma mais simples de resolver é deixando a vida sedentária. Com isso, os outros índices vão se ajeitando aos poucos – aponta Adamastor Humberto Pereira, presidente da Regional Rio Grande do Sul da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

Especialistas destacam que um dos principais erros cometidos pelos pacientes é demorar para procurar ajuda. Logo após os primeiros sintomas, cada minuto se torna precioso. Portanto, esperar que algum familiar chegue em casa para tomar providências ou ir sozinho ao hospital só atrasa o diagnóstico.

O mais prudente é chamar a Samu, no 192. Esses profissionais estão habilitados a orientar desde o telefonema e sabem quais hospitais são mais indicados – explica a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins, coordenadora da ONG Rede Brasil AVC, que tem sede no Rio Grande do Sul.

Para o neurologista vascular Alexandre Pieri, responsável pelo ambulatório de AVC da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), a ausência de sintomas, porém, não significa que a pessoa não tenha que se cuidar.

Apenas um terço dos pacientes apresenta sinais de que estão tendo um derrame, como falta de força de um lado do corpo ou distúrbios na fala. Eles se assustam e vão ao médico. O restante não tem essa sorte. O negócio é prevenir.

kamila.almeida@zerohora.com.br

KAMILA ALMEIDA






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