Saúde da mulher 13/02/2014
Pesquisa canadense questiona a eficácia do exame mamográfico preventivo em mulheres entre 40 e 59 anos.
Uma pesquisa divulgada na terça-feira, pelo British Medical Journal,
aponta que as mamografias anuais feitas de forma preventiva por mulheres
entre 40 e 59 anos não reduzem a mortalidade por câncer da mama mais do
que os exames físicos ou o cuidado habitual.
Uma equipe do Estudo Nacional de Mamografias do Canadá, acompanhou um grupo de mulheres por 25 anos e dividiu elas em dois grupos. O primeiro grupo realizou exames preventivos periódicos, e o outro apenas exame clínico das mamas. O resultado mostrou que 22% dos cânceres detectados por mamografia eram, na realidade, inofensivos e não teriam causado sintomas ou a morte das pacientes.
Além disso, uma em cada 424 mulheres que se submeteram a mamografias para o estudo foi vítima do diagnóstico, exposta à radiação e ao desgaste emocional da descoberta de um tumor, desnecessariamente, concluíram os cientistas.
Para os especialistas, a expectativa de sobrevivência de mulheres com pequenos tumores não palpáveis, detectados por mamografias, são melhores do que as mulheres com cânceres palpáveis. Porém, para eles, não está claro que essa diferença se explique pelos controles mamográficos periódicos.
Eles destacam ainda que os resultados não podem ser considerados para todos os países, mas embora a educação, o diagnóstico precoce e o excelente atendimento clínico devam continuar, recomendam aos governos que revejam seus programas de mamografias anuais dentro das estratégias nacionais de combate ao câncer de mama.
Em resposta a este estudo, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) divulgou uma nota de posicionamento onde expressa a necessidade de continuação do rastreamento mamográfico para todas as mulheres brasileiras entre 40 e 69 anos, conforme consta em lei.
Segundo a SBM, a pesquisa confirma informações de análises anteriores (de não redução da mortalidade), mas aponta que mais mulheres estudadas, e que não realizaram a mamografia, apresentavam câncer de mama de maior tamanho, com tumores acima de 2 cm, e acabavam falecendo devido ao estágio avançado da doença. A Sociedade assinala ainda que 8% a mais de mulheres do grupo que fez mamografia estavam vivas.
"Talvez do ponto de vista coletivo, essa diferença não tenha tido impacto na mortalidade por câncer de mama, o que basicamente traduz uma fórmula matemática, mas por outro lado, do ponto de vista individual, deve ser observado que o número de mulheres que tiveram câncer de mama e que sobreviveram após 25 anos por terem sido submetidas à mamografia de rastreamento foi significativamente maior e a diferença de 8% não é desprezível, devendo ser considerada como um resultado positivo e uma indicação a mais para que as mulheres entre 40 e 59 anos façam mamografia rotineiramente", disse em nota.
Para a entidade, a realidade do Canadá e o Brasil é diferente, o serviço público no país está longe de ser o ideal e "ainda não conseguiu diminuir a taxa de mortalidade por câncer de mama", índice que é alto no Centro-Oeste e no Norte, mas que "é possível verificar uma estabilização e discreta redução nas mortes no Sul do país, onde há rastreamento mamográfico mais adequado".
Uma equipe do Estudo Nacional de Mamografias do Canadá, acompanhou um grupo de mulheres por 25 anos e dividiu elas em dois grupos. O primeiro grupo realizou exames preventivos periódicos, e o outro apenas exame clínico das mamas. O resultado mostrou que 22% dos cânceres detectados por mamografia eram, na realidade, inofensivos e não teriam causado sintomas ou a morte das pacientes.
Além disso, uma em cada 424 mulheres que se submeteram a mamografias para o estudo foi vítima do diagnóstico, exposta à radiação e ao desgaste emocional da descoberta de um tumor, desnecessariamente, concluíram os cientistas.
Para os especialistas, a expectativa de sobrevivência de mulheres com pequenos tumores não palpáveis, detectados por mamografias, são melhores do que as mulheres com cânceres palpáveis. Porém, para eles, não está claro que essa diferença se explique pelos controles mamográficos periódicos.
Eles destacam ainda que os resultados não podem ser considerados para todos os países, mas embora a educação, o diagnóstico precoce e o excelente atendimento clínico devam continuar, recomendam aos governos que revejam seus programas de mamografias anuais dentro das estratégias nacionais de combate ao câncer de mama.
Em resposta a este estudo, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) divulgou uma nota de posicionamento onde expressa a necessidade de continuação do rastreamento mamográfico para todas as mulheres brasileiras entre 40 e 69 anos, conforme consta em lei.
Segundo a SBM, a pesquisa confirma informações de análises anteriores (de não redução da mortalidade), mas aponta que mais mulheres estudadas, e que não realizaram a mamografia, apresentavam câncer de mama de maior tamanho, com tumores acima de 2 cm, e acabavam falecendo devido ao estágio avançado da doença. A Sociedade assinala ainda que 8% a mais de mulheres do grupo que fez mamografia estavam vivas.
"Talvez do ponto de vista coletivo, essa diferença não tenha tido impacto na mortalidade por câncer de mama, o que basicamente traduz uma fórmula matemática, mas por outro lado, do ponto de vista individual, deve ser observado que o número de mulheres que tiveram câncer de mama e que sobreviveram após 25 anos por terem sido submetidas à mamografia de rastreamento foi significativamente maior e a diferença de 8% não é desprezível, devendo ser considerada como um resultado positivo e uma indicação a mais para que as mulheres entre 40 e 59 anos façam mamografia rotineiramente", disse em nota.
Para a entidade, a realidade do Canadá e o Brasil é diferente, o serviço público no país está longe de ser o ideal e "ainda não conseguiu diminuir a taxa de mortalidade por câncer de mama", índice que é alto no Centro-Oeste e no Norte, mas que "é possível verificar uma estabilização e discreta redução nas mortes no Sul do país, onde há rastreamento mamográfico mais adequado".
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